sábado, setembro 15, 2007

Ramom Muntxaraz, Maria Ameneiro e Antom Moreda, que apresentarám em Ferrol a revista "Gaiola Aberta" em Artábria

De: Fundaçom Artábria
Para: artabra21@gmail.com
Data: 14 de setembro de 2007 15:51
Asunto:
Ramom Muntxaraz, Maria Ameneiro e Antom Moreda, que apresentarám em Ferrol a revista "Gaiola Aberta" em Artábria

No próximo sábado, dia 15 de Setembro, contaremos com a presença de Ramom Muntxaraz, Maria Ameneiro e Antom Moreda, que apresentarám em Ferrol a revista 'Gaiola Aberta', realizada por um grupo de trabalhadores, trabalhadoras e pessoas internas em centros de saúde mental da Galiza. Apresentamos-vos a seguir um texto sobre os 15 anos de história do colectivo, ao tempo que vos convidamos a participar no acto de apresentaçom, que começará às sete e meia da tarde.


[Mais:]




Agradecemos aos companheiros e companheiras da associaçom 'Gaiola' o envio desta informaçom, que a seguir reproduzimos polo seu interesse em relaçom a um movimento social de grande importáncia e pouco conhecido.


HISTÓRIA DA ASSOCIAÇOM GAIOLA

A Associaçom Cultural 'Gaiola' cria-se no ano 1.992 por iniciativa de um grupo de pessoas (internados/as e trabalhadores/as da Saúde Mental) dos 4 hospitais psiquiátricos galegos - 'San Rafael' de Castro de Ribeiras de Lea, Toém, Conxo e Rebulhom.

ANTECEDENTES

A 'Gaiola Aberta' da Unidade Semi-Fechada de Conxo

A ideia de criar um lugar de encontro e de comunicaçom entre doentes psíquicos com umha finalidade reabilitiva, alternativa aos alienantes sistemas de reabilitaçom manicomial, nasceu em 1987 no manicómio de Conxo, quando o psiquiatra Ramom Muntxaraz habilitara um espaço da Unidade Semifechada (assim se chamava esta Unidade para a distiguir da outra Unidade completamente 'fechada' situada numha cave e que os doentes conheciam como 'o submarino') para labores de reabilitaçom.

Os doentes e o pessoal da Unidade reuniam-se em assembleia, diariamente, na sala de estar da Unidade e ali intercambiavam opinions e falava-se sobre distintos aspectos problemáticos da convivência na Unidade, da relaçom entre os doentes e os enfermeiros e médicos, sobre as medicaçons, as saídas da Unidade, etc. Habilitárom um quarto para actividades recriativas e culturais (jogos, leitura, escuita de música). O quarto permanecia "aberto" durante todo o dia (manhá e tarde) e nom havia nengumha restriçom para entrar e sair nem para ninguém (pola primeira vez, os doentes nom tinham que pedir licença para entrarem ou saírem de algum sitio da Unidade). Era um espaço "aberto" onde os doentes podiam falar de quanto quigessem, pintar, ler, jogar aos naipes, escuitar música ou simplesmente falar, num espaço que (ainda sendo interior, dentro do manicómio) era desalienante. Chamárom a esse sitio "Gaiola Aberta" como contraponto à "gaiola fechada" manicomial. Naquela "Gaiola Aberta" do manicómio de Conxo estavam internados López Davila e Torrado que, anos depois, entrariam a fazer parte do grupo fundador da Associaçom "Gaiola" e da revista "Gaiola Aberta".

A experiência de "A Gaiola Aberta" manicomial apenas durou quatro meses pois o psiquiatra que a promovera (Ramom Muntxaraz) foi despedido depois que se negou a cumprir o mandado da Direcçom do manicómio para que fechasse a "Unidade Semifechada" e suprimisse as licenças domiciliares dos/as doentes.

A "Comunidade Terapêutica 6 de Maio e a revista "Maxi"

Em 1991, no hospital psiquiátrico "O Rebulhom" de Mós–Vigo, Ramom Muntxaraz cria a "Comunidade Terapêutica 6 de Maio" (chamada assim por ser esse dia do ano 1991 quando foi constituída oficialmente) que vinha ser umha experiência semelhante à antedita da Unidade Semifechada de Conxo, só que nesta ocasiom se contava com o apoio da Direcçom do Hospital e do Chefe do Serviço de Reabilitaçom, que outorgava plena liberdade à equipa assistencial da "CT 6 de Maio" para desenvolver a experiência, que duraria 4 anos (desde 1991 a 1995).

Ao longo da mesma, promoveu-se a participaçom activa dos doentes na sua reabilitaçom, estebelecendo-se um sistema de comunicaçom permanente entre estes e a equipa assistencial, através das assembleias diárias da Comunidade Terapêutica a que assistiam todos (doentes e equipa) e em que se falavam de todos os problemas individuais e colectivos de forma aberta (tratamentos, característica dos trastornos, saidas de permisos domiciliarios, visitas de familiares, problemas internos da Comunidade e problemas individuais). Paralelamente, os familiares e a equipa reuniam-se com umha periodicidade mensal para intercambiarem informaçons sobre os doentes e tratarem das principais problemáticas familiares relacionadas com os trastornos psíquicos.

A Comunidade Terapêutica promoveu dous tipos de actividades comunitárias: O invernadoiro (que foi posto em marcha polos doentes e pessoal da equipa assistencial da CT 6 de Maio) e a revista 'Maxi' escrita totalmente em idioma galego. Através destas actividades, os doentes e a equipa tinham umha tarefa comum orientada à reabilitaçom dos trastornos. Umha e outra actividade representárom um ponto de encontro dos doentes com a sociedade.

Antón Moreda e a revista "Falemos" do Sanatório Psiquiátrico 'S.Rafael' de Castro de Ribeiras de Lea.

O sucesso da revista 'Maxi' (de que chegárom a publicar-se três números) complementava-se com a que no Sanatório Psiquiátrico San Rafael (manicómio de Castro de Riveiras de Lea) tinha a revista 'Falemos', fundada, promovida e dirigida por Antón Moreda, com a colaboraçom cidadám e de doentes do manicómio . A revista 'Falemos' escrita íntegramente em galego publicou 50 números (desde 1982 a 1992) e deixou de publicar-se coincidindo com a publicaçom do primeiro número de 'Gaiola Aberta'.

A criaçom da Associaçom 'Gaiola' e da revista 'Gaiola Aberta'

A partir de 1991 a iniciativa de Antón Moreda e Ramom Muntxaraz tem lugar vários encontros entre doentes ingressados/as nos manicómios galegos e trabalhadores/as da saúde mental com o objectivo de impulsar a criaçom de um colectivo de doentes, trabalhadores da saúde mental dos 4 manicómios galegos com a finalidade de denunciar a situaçom de deterioro assistencial e marginalizaçom dos doentes internados/as.

No mês de Setembro de 1991, convocárom-se duas reunions (nas dependências interiores do cemitério de Conxo e no local social da Associaçom Cultural 'O Arco da Vella' de Conxo). Nessas juntas, às quais assistírom trabalhadores e doentes dos manicómios de Toém, Castro de Ribeiras de Lea, Conxo e 'O Rebulhom', acordou-se a constituiçom como Associaçom Cultural por ser esta forma associativa a que melhor podia efectivizar os objectivos marcados, acadar umha projecçom social e poder solicitar apoios económicos das instituiçons autonomicas (Conselharias da Cultura, Sanidade e Obras Sociais) já que o ámbito da actuaçom é a naçom galega e o idioma oficial da Associaçom Cultural Gaiola é o galego. Acordou-se por unanimidade adoptar como nome Associaçom Cultural 'Gaiola' e 'Gaiola Aberta' à revista que é o Vozeiro da Associaçom, tomando como referência o nome da experiência antedita da Unidade Semifechada de Conxo.

Constituiu-se a primeira Junta Directiva, formada por Antón Moreda, Joaquim López Davila, Alberte Martínez Vila, Xesús Seixas, Andrés Xaime Piñeiro, Pilara Martínez Otero, Ramón Muntxaraz e Francisco Girondo Colinas.

A ASSOCIAÇOM CULTURAL 'GAIOLA' HOJE

A actividade principal da Associaçom Cultural 'Gaiola'; é a publicaçom da revista 'Gaiola Aberta', da que editaram-se um total de cinco números. Os três primeiros correspondem à 1ª Época da revista (desde 1992 a 1994) e os dous últimos à 2ª Época, iniciada em 2005 na que levamos publicados dous números (em 2.006 e 2.007). A Associaçom Cultural Gaiola promove actos públicos sobre temáticas de actualidade (feminismo, anti-militarismo, anti-repressom, problemática da mocidade trabalhadora galega, a marginalizaçom dos enfermos mentais, saúde mental e ecologismo). Com motivo da publicaçom de cada número de Gaiola Aberta realizamos um acto público no que se tratam distintos temas de actualidade sempre relacionados com algumha problemática social de Galiza. No último acto, com motiv da apresentaçom do Nª 1 da segunda Época de Gaiola Aberta actuarom como conferenciantes Henrique Banet (sobre o conflito de REGANOSA) e Pedro Alonso Iglesias (sobre a necessidade de um ecologismo soberanista galego).

A Associaçom 'Gaiola' tem como principais objectivos a defesa dos direitos dos enfermos mentais e de toda classe de marginaçom em Galiza, defender o idioma e o património cultural galegos e luitar contra toda classe de discriminaçom de género, social, ideológica, racial ou política. As actividades da Associaçom Gaiola som também um instrumento de reabilitaçom da saúde mental através da interacçom grupal.

JUNTA DIRECTIVA ACTUAL

Presidente: Antom Moreda Rodríguez
Vice-presidente: Joaquim López Davila
Secretário: Luis Gonçáles Blasco ('Foz')
Tesoureiro: Carlos João Feáns García

Vogais:

Luz Fandiño
Pilara Martínez
Ramóm Muntxaraz
Andrés Xaime Pinheiro (Irmao falecido recentemente)
Manuel Varela Valinho


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A Fundaçom Artábria é um projecto popular em defesa da língua e cultura nacional, os valores solidários e os direitos históricos da Galiza. Entidade de carácter sociocultural sem ánimo de lucro que está declarada de Interesse Galego e classificada de interesse cultural, com o nº 54 no registo de fundaçons da Xunta de Galicia.

Código de Identificaçom Fiscal (CIF): G15645518.
Morada: Travessa de Batalhons nº7 Esteiro
15403 Ferrol - GALIZA
Telefone do Centro Social: +34 981369099
Fax do Centro Social: +34 981369920
Telefone do café-bar: +34 981369921

Sítio webda Fundaçom Artábria
http://www.artabria.net

Sítio web do festival da Terra e da Língua
http://www.artabria.net/festival


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