Frente á especulaçom: um urbanismo ao serviço da maioria

Nosup-trasancos -nosup-trasancos@nosgaliza.org-
29 de noviembre de 2006 23:50
Para: artabra21@gmail.com

Um dos muitos pré-textos que se poderiam ter escolhido para levar adiante esta convocatória, é o tema da Praça de Porta Nova. A problemática que se ergue sobre este projecto constitui um dos casos mais paradigmáticos da descarnada política neoliberal, no que ao urbanismo se referir, praticada polo governo municipal de turno, sem distinçom de signo político, ontem BNG-PSOE e hoje PP-IF.

Por desgraça para a maioria social, a tónica geral para o conjunto dos municípios galegos consiste na privatizaçom dos espaços públicos, que é umha das premissas básicas sobre a qual se alicerça o desenvolvimento urbanístico desenhado pola burguesia local e executada pola “classe” política. No concelho de Ferrol o resultado dessa cumplicidade é a imensa impunidade e descaro com a que actuam empresários como Isidro Silveira com Abeconsa, por citar o mais evidente, para levar polo bom caminho os seus interesses particulares. A remodelaçom da Praça de Porta Nova foi desenhada de maneira nefasta no seu dia polo BNG-PSOE, sendo necessária a aprovaçom do PGOM para a inclusom dum prédio de carácter privado destinado a desenvolver umha actividade empresarial. Depois da mudança no governo municipal, PP e IF continuam apostando por fazer do município ferrolano umha cidade feita a medida dos interesses da minoria social, ainda que isto implique obviar toda a legalidade que eles precisamente desenham.

Portanto, é evidente que nom estamos diante dumha única problemática isolada. Sinalou-se que a privatizaçom dos espaços públicos é fundamental para alicerçar umha estratégia urbanística com claros interesses de classe, mas isso nom é avondo para sustentar tais ilógicos plantejamentos e há que procurar o abusso contra a qualidade de vida da vizinhança ferrolana (por exemplo o projecto da “pileta” na zona de Sartanha) ou contra a conservaçom do nosso património cultural, histórico e ambiental (demoliçom do bairro de Recimil para a construçom de vivendas de luxo, parque logístico nos montes de Chá em Briom, urbanizaçom de chalês e hotel prévia destruiçom da carvalheira de Menáncaro, etc.)

Este domingo 3 de Dezembro, nas ruas do centro de Ferrol -inçadas polas obras!!- cenifica-se a resposta unitária do movimento popular ferrolano a umha problemática global que tem como fim o enriquecimento da minoria social por meio da usurpaçom dos espaços públicos. As faixas e palavras-de-ordem da vizinhança dos bairros de Recimil, Sartanha, Canido ou O Inferninho, entre outros, assim o demonstrarám.

De NÓS-Unidade Popular sabemos que o dia de hoje constitui umha data de grande importáncia para o movimento popular da comarca de Trasancos, posto que esta mobilizaçom vem aglutinar às diversas organizaçons e colectivos que desde há uns anos travam a sua respectiva luita contra aquelas problemáticas que lhe atingirem directamente na sua acçom diária. Devemos, porém, olhar o grande significado da manifestaçom de hoje como um primeiro avanço na consciência da vizinhança ferrolana de cara a saber determinar que por trás de cada umha das problemáticas que se atopam ante eles, acham-se os claros interesses lucrativos dos mesmos de sempre.

Em derradeiro lugar, há que lembrar que depois desta importante mobilizaçom, o conjunto do movimento popular deve continuar a trabalhar nas diferentes problemáticas abertas a golpe de promotora imobiliária no Concelho de Ferrol, e por extensom aos demais municípios da comarca, desenvolvendo sempre a imprescindível vissom global e sem cair em falsas promessas ou alianças que podam dinamitar a necessária coesom deste movimento reinvindicativo. A firmeza da independência dum discurso dirigido à defesa da maioria social, o povo trabalhador, é a única capaz de conseguir os objectivos estratégicos propostos.

Paremos a especulaçom urbanística!!

Ferrol nom se vende!!