Xurdimos a favor dunha política xusta, democrática, participativa e sustentábel, responsábel cara o futuro da humanidade e do resto das especies, respectuosa e defensora do medio natural, na convicción de que un outro mundo non só é posíbel senón que é necesario.
José Luís San Pedro e Olga Lucas na asemblea de Chamberi presentando o seu libro "Cuarteto para un solista"
José Luís Sampedro, acompañado da súa muller, a escritora Olga Lucas, coautora da nova novela, "Cuarteto para un solista", presentou o libro, que fala do seu sentir e a súa reflexión sobre a vida.
"Cuarteto para un solista" narra a historia dun vello profesor (personaxe creado por Olga Lucas, como recoñeceu Sampedro) que recibe a visita dos catro elementos: Terra, Auga, Aire e Lume, despois de que estes fagan unha viaxe por catro cidades, Tombuctú, Xenebra, Venecia e Knosos, en Creta.
Unha viaxe a través da Historia que chega ata hoxe, no que saen Europa, a economía de mercado, a sociedade de consumo, ou debates como progreso, ciencia e fe.
Esta tarde ouvi falar de José Luis Sampedro, economista, escritor, e, sobretudo, sábio daquela sabedoria que não é dada pela idade, ainda que esta possa ajudar alguma coisa, mas pela reflexão como forma de vida. Perguntaram-lhe na televisão pela crise de 29, que ele viveu em criança, mas que depois estudou como catedrático. Deu respostas inteligentes que os interessados em compreender o que está ocorrendo encontrarão nos seus livros, tanto escreveu José Luis Sampedro, ou procurando a reportagem na rede, mas uma pergunta que ele próprio fez, não o jornalista, ficou-me gravada na memória. Perguntava-nos o mestre, e também a si mesmo, como se explica que tenha aparecido tão rapidamente o dinheiro para resgatar os bancos e, sem necessidade de qualificativos, se esse dinheiro teria aparecido com a mesma rapidez se tivesse sido solicitado para acudir a uma emergência em África, ou para combater a sida … Não era necessário esperar muito para intuir a resposta. À economia, sim, podemos salvá-la, mas não ao ser humano, esse que deveria ter a prioridade absoluta, fosse quem fosse, estivesse onde estivesse. José Luis Sampedro é um grande humanista, um exemplo de lucidez. O mundo, ao contrário do que às vezes se diz, não está deserto de gente merecedora, como ele, de que lhe dêmos o melhor da nossa atenção. E façamos o que ele nos diz: intervir, intervir, intervir.
Escrito o 28 de Outubro de 2008, Por José Saramago, no Caderno de Saramago
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