O Urbanismo em Ferrol: ao serviço de quem?

Nosup-trasancos -nosup-trasancos@nosgaliza.org-
22 de julho de 2006 16:00
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O Urbanismo em Ferrol: ao serviço de quem?

Ainda que Juan Fernandez, de Independientes por Ferrol, mostrasse a sua surpresa ante o anunciamento por parte do alcaide de Ferrol,- Juan Juncal do Partido Popular e sócio no governo municipal-, de destituir a Pita-Romero (IF) á frente da concelharia de Urbanismo por Evia (PP), o conjunto da sociedade ferrolana já sabia que mais cedo que tarde ia ocorrer isto, posto que esta decissom nom é um facto isolado, senom que estava proclamada aos quatro ventos polo particular desenvolvimento das próprias contradiçons internas de carácter "técnico" nos diversos projectos urbanísticos lançados desde a formaçom do governo municipal em 2003.
Nom descubrimos nada ao dizer que a verdadeira ponta de lança durante estes três anos de governo municipal foi a descarnada política neoliberal aplicada por meio do urbanismo (por desgraça já considerada genérica para o conjunto dos municípios galegos) que é claramente abussiva contra a qualidade de vida da vizinhança ferrolana (por exemplo o projecto da "pileta" na zona de Sartanha), contra a conservaçom do nosso património cultural, histórico e ambiental (demoliçom do bairro de Recimil para a construçom de vivendas de luxo, parque logístico nos montes de Chá em Briom, urbanizaçom de chalês e hotel prévia destruiçom da carvalheira de Menáncaro, etc.) e pola privatizaçom dos espaços públicos (urbanizaçom da superfície da Praça de Porta Nova ou o projecto para a remodelaçom para a Praça do Concelho).

Mas as razons desta destituiçom (que ainda nom fôrom explicadas polo alcaide) nom as devemos procurar em diferentes visons da política urbanística, posto que no cerne plantejam o mesmo desenvolvimento especulativo e privatizador com os espaços públicos. As primeiras declaraçons de Juncal após a destiuiçom fôrom as de "imprimir um novo ritmo aos projectos de urbanismo" onde o concelheiro do PP entrante dea "um pulo firme e decidido" às actuaçons que já indicamos acima.

Este movimento na equipa de governo devemo-la interpretar como o resultado dos interesses de sectores da burguesia local ferrolana enfrentados por meio destas duas formaçons. Nom é casualidade que por trás de projectos como a urbanizaçom em superfície da Praça de Porta Nova ou a remodelaçom da Praça do Concelho apareça a omnipresente empresa Abeconsa. Nom é por casualidade que o PP tire polo chao todo o projecto de IF para a Praça do Concelho alegando que nom se cumprem certas condiçons técnicas e que imediatamente apareça o omnipotente empresário Isidro Silveira reclamando indemnizaçons milionárias pola paralisaçom do projecto.
Devemos ver mais alá das proclamas desta caste política e olhar para os claros interesses de classe que determinam o desenvolvimento do conjunto das problemáticas em cena.

Porém, tendo em conta a própria conjuntura a nível local, a Assembleia Comarcal em Trasancos de NÓS-Unidade Popular quer fazer um chamamento ao conjunto do movimento popular para continuar a trabalhar nas diferentes problemáticas abertas a golpe de promotora imobiliária no Concelho de Ferrol (e por extensom aos demais municípios da comarca) desenvolvendo umha vissom global que seja quem de chegar a determinar a estratégia urbanística claramente planificada pola burguesia local e executada pola "classe" política, sem distinçom de signo (ontem BNG-PSOE e hoje PP-IF).

Neste sentido, apoiaremos todas aquelas iniciativas que se promovam desde a Plataforma Átabra 21 (as entidades e os colectivos que a componhem) para elevar o nível de descontente popular cara aos abusos desta estratégia urbanística e os seus ilógicos plantejamentos de cara ao enriquecimento da minoria social.