domingo, febreiro 15, 2015

Aspaneps, por quê nos quedamos aí?, ... Por Lupe Ces

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Lupe Ces [*]
15.02.2015


Estes dias saiam em prensa novas relacionadas coa entidade que xestiona a saúde mental da nossa infáncia nas comarcas de Eume, Ortegal e Ferrolterra. Umha entidade sem ánimo de lucro, que nasceu pola iniciativa das famílias que nos anos 80 começarom a reivindicar umha saída diferente á problemática educativa e psicológica das suas crianças. Passarom logo mais de três décadas sem conseguir que essa atençom á saúde mental infantil, fosse assimilada polo sistema público de saúde.

Ao melhor é que nem o intentamos... Houvo oportunidades políticas de que umha cousa tam importante como é a saúde das nenas e nenos nom dependera dunha iniciativa privada, isso sim, sem ánimo de lucro, mas privada na gestom, contrataçom..., e preferimos, mais umha vez, deixar que a infáncia mais vulnerável nom seja o epicentro das políticas públicas. Assim temos nestes momentos a saúde dos nossos nenos e nenas, pendente dum convenio ou dunhas ajudas...

O caso de Aspaneps [1] nom é único na nossa cidade, nem tampouco o de Aspanaes [2]. Se seguimos o rastro a menores em risco, que passarom a ser tutelados pola administraçom, temos a entidades religiosas ou associaçons que regentam centros privados, onde se derivam a estes menores e estas menores, via convênios. E nom podemos esquecer o feche dos dous centros públicos emblemáticos na nossa cidade, “Virgen del Carmen” e “Soutomaior”, e posterior privatizaçom dos serviços que prestavam, para passar a mans da “Fundación Camiña Social”, que regenta também o "Punto de Encontro Familiar" da nossa cidade. Nom devemos esquecer tampouco, a privatizaçom do centro “Souto de Leixa”, em mans de Clece, pertencente á multinacional ACS de Florentino Pérez, que arrastra desde a sua privatizaçom umha estela de conflitividade e precarizaçom do serviço, como denunciam repetidamente as famílias.

O dinheiro público, e o que é mais importante, a responsabilidade social, de todas e todos, no coidado da infáncia, na custodia da sua integridade, segue em mans privadas. Realmente apenas a abandoou desde o franquismo, como se o coidado da infáncia, se reduzira ao ámbito privado ou assistencial da beneficência ou caridade.

As associaçons que acolhem à infáncia em situaçom de risco social e familiar, derivam também a matricula escolar a centros religiosos, "Cristo Rey", "Compañía de María", "Tirso de Molina". Salvo no caso da "Asociación Dignidad", de confessom evangélica, que deriva a matrícula a centros públicos por razons obvias. Eis o circulo pechado que gestiona os direitos da infáncia e o investimento público.

Por isso nom deixa de chamar a atençom que as organizaçons e partidos que defendem a sanidade pública, os serviços públicos, fiquem ai, numha simple reclamaçom de melhora dum convênio ou subsídios, na vez de reclamar que todo o que tem a ver coa saúde, maiormente da infáncia; todo o que tem a ver coa custodia, coidado, defesa dos direitos e interesse das menores e dos menores... fique a salvo da gestom privada e da provisionalidade dos convénios.

Questom a parte som os direitos laborais adquiridos polas trabalhadoras e trabalhadores destes centros, que num processo de recuperaçom para o sistema público, sempre haverá que respeitar. Luitar, reivindicar e conseguir o poder político suficiente para a recuperaçom destes serviços públicos vinculados aos direitos da infáncia e o direito universal à saúde, leva associado também a qualidade e a seguridade no emprego.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1958, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Consello Editorial de Altermundo e do Colectivo Ártabra 21. Participa nas Marchas da Dignidade. Blogue persoal: Caranza free opiniom.

[1] Asociación de Pais de Nenos con Problemas Psico-Sociais - Aspaneps.
[2] Asociación de Pais de Persoas con Trastorno do Espectro Autista - Aspanaes.


Enviado por:
Lupe Ces
lupeces@gmail.com
15 de fevereiro de 2015 13:31
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