mércores, marzo 09, 2022

Mui interessante intervenção sobre a guerra em Ucraína de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do Partido Comunista Português, no Comício 'O Futuro tem partido. Liberdade, Democracia, Socialismo'


Detalhe da mui interessante intervenção sobre a guerra em Ucraína, de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do Partido Comunista Português, no Comício "O Futuro tem partido. Liberdade, Democracia, Socialismo", com motivo do 101 Aniversário do PCP, celebrado o 6 de Março de 2022 em Campo Pequeno (Lisboa).

As consequências de um sistema iníquo e predador vêem-se também quando olhamos para o seu dramático rasto de morte e destruição, porque a guerra surge cada vez mais como a resposta à crise em que o sistema capitalista mergulhou. Da Palestina à Síria, do Iraque à Líbia, da Juvoslávia ao Afeganistão, os povos conheceram o drama da destruição e da guerra, pela mão dos que hoje se fazem passar por pombas inofensivas e amantes da paz.

Vivemos no Leste da Europa, na Ucrânia, uma situação de guerra. Uma guerra que urge parar e que nunca deveria ter começado.

São acontecimentos dramáticos os que se vivem ali, que causam compreensiva e legítima consternação e apreensão.

Acontecimentos com trágicas consequências, que comportam sérios perigos e importantes repercussões por todo o mundo e que têm sido pretexto para uma nova campanha anticomunista, assente em grosseiras falsificações por parte daqueles que foram cúmplices com a política de ingerência e agressão que está na origem da grave situação que se vive na Europa e no mundo.

O PCP não apoia a guerra. Dizer o contrário é uma vergonhosa calúnia. O PCP tem um património inigualável na luta pela paz. O PCP não tem nada a ver com o governo russo e o seu presidente. A opção de classe do PCP é oposta à das forças políticas que governam a Rússia capitalista e dos seus grupos económicos. O PCP opõe-se à estratégia de escalada armamentista e de dominação imperialista que os EUA há muito puseram em marcha.

Não caricaturem a posição do PCP que sem equívocos, e ao contrário de outros, condena todo um caminho de ingerência, violência e confrontação, o golpe de Estado de 2014, promovido pelos EUA na Ucrânia, que instaurou um poder xenófobo e belicista, a recente intervenção militar da Rússia na Ucrânia e a intensificação da escalada belicista dos EUA, da NATO e da União Europeia.

O PCP não apoia – e condena – a violação dos princípios do direito internacional, da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia, princípios que o PCP sempre defendeu e que continua em coerência a defender hoje com a mesma convicção.

O posicionamento do PCP é ditado, como sempre foi, pela defesa da paz e pela solidariedade com os povos que sofrem a violência e as consequências da guerra.

É por nunca abdicar destes princípios que o PCP alerta há muito para os sérios perigos que representam a política de contínuo alargamento da NATO para o Leste da Europa, de provocatórias manobras e instalação de cada vez mais forças e meios militares junto às fronteiras da Rússia, de abandono de importantes tratados de desarmamento e de rejeição de propostas visando a paz e a segurança na Europa e no mundo.

Vale a pena perguntar a quem serve a guerra!

Não serve os ucranianos, nem os russos, tão pouco os restantes povos europeus. Serve sim a administração norte-americana e o seu complexo militar-industrial para desviar atenção dos problemas internos, para vender armas em larga escala, para se aproveitar económica e militarmente de uma guerra a milhares de quilómetros das suas fronteiras.

O PCP está do lado da paz, não da guerra!

O PCP apela ao povo português para a mobilização e a acção pela paz e não para a escalada da guerra, e apela à solidariedade e ajuda humanitária às populações, que não se pode confundir com o apoio a grupos fascistas e neonazis.

É urgente parar a política de instigação do confronto que só levará ao agravamento do conflito, à perda de mais vidas humanas, a maior sofrimento.

São necessárias iniciativas que contribuam para a desescalada do conflito na Ucrânia, para o cessar fogo e para um processo de diálogo com vista a uma solução negociada para o conflito, à resposta aos problemas de segurança colectiva e do desarmamento na Europa, ao cumprimento dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia, no interesse da paz e cooperação entre os povos.

É da maior importância o reforço da luta contra o fascismo e a guerra, contra a escalada de confrontação, as agressões e as ingerências do imperialismo, contra o alargamento da NATO e pela sua dissolução, contra a militarização da União Europeia, pelo fim das sanções e dos bloqueios, pela paz e o desarmamento no mundo, pelo fim das armas nucleares, pelo respeito dos direitos e da soberania dos povos.

✅ Comício "O Futuro tem partido. Liberdade, Democracia, Socialismo", com motivo do 101 Aniversário do PCP, celebrado o 6 de Março de 2022 em Campo Pequeno (Lisboa). | Transmissão integral em Youtube | Web.(Textos, Vídeos, Fotos, ...)

Enviado por:
Inácio GZ
-inaciogz@gmail.com-
9 de março de 2022 09:12

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