Barcelona, 11 de novembro de 2017 Manifestación pola Liberdade dos Pres@s e pola República |
Por Inácio Martínez [*]
26.11.2017
Estimado José Picado, tenho lido com gratitude, vários dos seus artigos, pola correçom coa que escreve, a sua atualidade e o convite à reflexiom. E este nom cae em saco roto. Desde o contexto de Ferrol, as palavras que os dirigentes independentistas e republicanos catalans expressam, quedam desvirtuadas, sobre todo se o conhecimento que temos do conflito em Catalunya é o que percebemos desde os médios convencionais, tanto sejam audiovisuais como impressos. Para ter umha vissom mais acertada do conflito, melhor é achegar-se ao mesmo desde os médios catalans [1] que dam umha vissom mais objetiva, pola conta que lhes tem, pois as suas leitoras/consumidoras som as pessoas implicadas, que construem essa realidade que se relata; ademais a sensibilidade social está a flor de pel, polo que nom se perdoariam mentiras e manipulaçons -ou isso penso. Outra opçom é informar-se através das redes sociais, mas para isso é necessário um processo de aprendizagem para a construçom dum catalisador mental que nos ajude a navegar intentando discernir a veracidade da falsidade. Todos vimos intervir desde o poder do Estado as contas públicas da autonomia; decretos para facilitar que as empresas puderam deslocalizar as suas sedes sociais fora de Catalunya, (servindo isto para amossar que a oligarquia catalana está profundamente comprometida co estado monárquico e centralista, cousa que sempre se nos pretendia fazer ver o contrário); imputar a mais de 700 alcaldes e alcaldesas que se pronunciarom e mobilizarom a favor do Referéndum; violentar sedes governamentais e deter funcionarios que só cumpriam mandatos parlamentares; sequestrar urnas e papeletas de votaçom; arrincar urnas com violência dos colégios eleitorais; bater com dureza na gente que defendia os colégios eleitorais ou simplesmente ia votar, deixando mais de 800 pessoas feridas, só as atendidas no serviço público de saúde; umha ocupaçom policial com miles de policias e guardas civis levados desde outras partes do Reino, .... destituir um governo eleito e dissolver um parlamento; levar a prisiom a políticos membros dum governo legítimo e a membros da sociedade civil, baixo uns supostos delitos de rebeliom e sediçom, mas sem violência nem armas, sic ... sempre chamaram ás mobilizaçons pacificas e contra qualquer tipo de violência... As hemerotecas dos médios catalans e internacionais tenhem registado todo o sucedido. Por muito que se lhe intente dar volta, os feitos estam aí e quedaram para a história. As emoçons que experimentamos cada quem, mudam a forma em que vemos o mundo e como interpretamos as acçons dos demais. Vamos, que cada um de nós interpreta as cousas segundo a nossa ideologia e convicçons políticas, tamén segundo o carácter e pessoalidade, a qualidade humana de cada quem. Considero-me das pessoas que pensam que o Povo Catalam é um sujeito histórico (Mesmo reconhecido na Constituiçom Espanhola do 78), com vontade mui maioritária de ser e exercer como tal, e tem direito a decidir o seu futuro, isso que chamamos Direito de Autodeterminaçom ou da Libre Determinaçom dos Povos e que recolhem numerosas convençons, pactos e tratados internacionais que quase todos os países assinarom [2]. Antes do 78, todas as forças auto-qualificadas de esquerda levavam nos seus programas e plataformas este Direito[3]. Afirmas que "Los artífices del fracasado golpe de Estado soberanista vivido en Cataluña atribuyen su fracaso a que el Estado español actuó ejecutando un golpe de Estado hacia Cataluña desde Madrid",[4] nom duvido que alguém pudera dizer isso, mais ponho a mam no lume que desde o governo espanhol e umha numerosas ristra de tertulianos e políticos de estado, dixerom-no, mas ao revés, como Vostede afirma, que foram os independentistas e republicanos os que deram um golpe de estado,[5] mesmo se lhes acusa de rebeliom e sediçom. Mas o assunto de reflexiom nom é o do relato que acabo de fazer, senom polo de "democracia imperfecta" e pola afirmaçom de "... fugado Carlos Puigdemont, probablemente el político que más daño le ha hecho a la imagen de Cataluña y España desde la transición". Está claro que é umha afirmaçom discutível, mas sobre todo irreflexiva, mas rogo só que reflexione comigo um pouco, pense-o bem... O que chama democracia imperfeita, eu chamo-lhe democracia de baixa intensidade, a modo do tratado polo sociólogo Boaventura de Sousa Santos, onde a participaçom está sequestrada, as sociedades que estam submetidas ao Deus Mercado e que legislam para el (reforma express da Constituiçom espanhola para implantar o artigo 135) e por acima das pessoas, tribunais interferidos, o Ibex 35 marcando políticas,[6] as portas giratórias, ... som sociedades "democráticas" de baixa intensidade, som muitas e os exemplos no mundo abondam, ... Todas as democracias som imperfeitas, nom hai sociedades perfeitas, penso que nisso concordamos, digo eu, polo que dizer democracia imperfeita é como nom dizer nada. Vamos, "somos bos, mas a santos nom chegamos". Por desgraça, o mundo está cheio de governantes e dirigentes políticos com rasgos psicopatas e de desmesurada cobiça. Um observador como Vostede por mui pouco que mire, cos olhos de ver e compreender o mundo, dará-se conta das grandes injustiças que nos rodeiam e que se cometem. Hai umha organizaçom (rede) que loita polo cambio na governança mundial [7] e esgrime as contradiçons e proclama um cámbio, em cuja presidência está Federico Maior Zaragoza que mire por onde, tem o "pecado" de que perante uns meses foi Secretario de Educaçom, o ano no que morreu o Ditador, mas que a sua vida está cheia de generosidade e luita pola Paz e a Justiça Mundial, é público e notório. A visiom que se dá do Reino de Espanha desde esta rede mundial, nom é a dumha democracia imperfeita, mas bem é dumha democracia tocada e sequestrada, e o Reino de Espanha é umha dessas tantas democracias tocadas e sequestradas. Estamos governados por corruptos implicados até a medula [8]. Infinidade de casos salpicam às instituçons, mais de 800 cargos institucionais imputados; a sede do partido no poder pagada com dinheiro fazado; presidentes de comunidades corruptos e em prisiom, de diputaçons, alcaldesas e alcaldes, ... Só o que transluce a instrucçom judicial da Gürtel dá noxo, e isso que separarom a Baltasar Garzón, numha manobra de estado, … É alarmante e sospeitosa a sucessom de mortes súbitas (Já vam 11) de membros do Partido Popular a ponto de declarar nos julgados, declaraçons que poderiam prejudicar gravemente, mais que a imagem do partido e sobretudo a sua cúpula dirigente. O último em falecer de forma sorpresiva, foi o exvicepresidente de Castilla e León, Tomás Villanueva, o 7 de setembro deste ano 2017, dias dantes de declarar na "trama eólica" e no caso "La Perla Negra"… sem entrar noutras moitas instruçons sobre corrupçom abertas, como é o caso da Pokemon[9] que é a que leva a juiz de Lara e a que mais perto nos toca na Galiza. Á luz está o que fai dano á Democracia, a Catalunya e a o Reino de Espanha. Nom querero ver umha sociedade infetada polo consumismo e pola apatia social, onde políticos medíocres escalam, trepam ao poder desde o local até onde podam... Podo-lhe dizer que a justiça nom é igual para tod@s, sem dinheiro tes um 90% de possibilidades de que nom che poidas defender nos tribunais adequadamente, por moita justiça gratuita que dim que hai. As prisions estam cheias de pobres. Mas nem para defender a tua própia casa tés justiça. Tes só 10 dias para oponher-te a umha execuçom hipotecaria e moita gente nom chega a tempo, por desconhecimento, mas porque a legislaçom hipotecaria e bancaria só está feita para ricos e a favor dos bancos e especuladores, nem se queira o seu recente aprovado anteprojeto. Participo na Rede de Apoio Mutuo de Ferrolterra - Stop Desafiuzamentos. Todos os dias intercámbio com implicados moi perto da atividade bancaria, abusiva e de latrocínio feroz. O abuso bancário é tam descarado é evidente que o próprio Tribunal de Justiça da Unión Europea ditou até oito sentenças de condena à banca espanhola por clausulas abusivas e ilegais, nos convénios dos préstimos hipotecários que sentarom jurisprudência, mas centos de miles de pessoas já perderam injustamente as suas casas e milhons delas estám afectadas por estas clausulas que agora tenhem que reclamar individualmente, mas nom passa nada estamos numha “democracia imperfecta”... poderíamos coa pobreza infantil, ... seguir e seguir, mas que lhe vou dizer que nom saiba. Quedava-me um tema que nós afecta, pola sua proximidade, "as sentenças estam para cumpri-las", dim coa boca grande, mais quatro sentenças do Tribunal Supremo contra Reganosa, nom gostarom e se decretou umha eximiçom.[10] Quem fai dano à democracia? Que democracia? ah! esta de baixa intensidade... esta Democracia moi formal... É o senhor Puigdemont que obedeceu o mandado saído das urnas? O Presidente legitimamente investido que plantou cara a este estado corrupto? O Delito do Silêncio [11] deveria estar penado.
Notas.-
[1] As últimas novas do conflito catalam visto desde os principais jornais e médios de Catalunya
https://artabra21.blogspot.com.es/p/blog-page_23.html
[2] Compilaçom de documentos sobre a livre determinación dos povos nos tratados e pactos internacionais.
http://www.ohchr.org/Documents/Publications/Compilation1sp.pdf
[3] Ante la configuración del Estado español, integrado por diversas nacionalidades y regiones marcadamente diferenciadas, el PSOE manifiesta que:...
http://www.lavanguardia.com/politica/20130929/54390144664/cuando-psoe-decia-autodeterminacion-enric-juliana.html
[4] O artigo de José Picado, en "La Voz de Galicia".
https://www.lavozdegalicia.es/noticia/ferrol/ferrol/2017/11/26/calle-maria-136/0003_201711F26C4994.htm
[5] Simplemente com ponher no buscador google: "golpe de estado en Cataluña", saem mais de 600.000 resultados e ao menos os mais populares son dos membros do governo espanhol, de Josep Borrell, de Alfonso Guerra, de Albert Rivera, de Mayor Oreja,... e assim umha lista de miles... | Buscando em Google.
[6] El autor de ‘Ibex 35, una historia herética del poder de España’, analiza cómo la trama empresarial controla al Estado y lo usa como salvavidas.
https://www.lamarea.com/2017/03/05/el-poder-en-la-sombra-del-ibex-35/
[7] Fórum Mundial da Sociedade Civil, "UBUNTU", umha Rede de Redes para aunar comunicados, posicionamentos e propostas, que desde 2001 concentra boa parte da sua dedicaçom à reforma das Instituçons Internacionais.
http://www.ubuntu.org/es/
E a Fundación Culura de Paz
http://www.fund-culturadepaz.org/
[8] O documentário "Las cloacas de Interior" mostra as práticas e a corrupçom no Ministério do Interior a partir das gravaçons entre o daquela ministro Jorge Fernández Díaz e Daniel de Alfonso que revelou o diário Público em junho de 2016.
https://www.youtube.com/watch?v=pJL_uLs6TGg
[9] Auto da Juíza Pilar de Lara.
https://drive.google.com/file/d/0B_WBUU5o0En3TXpyRXpvc1prRVU/view
[10] Son xa catro as sentenzas favorábeis ao Comité Cidadá de Emerxencia, sentenzas que o goberno en funcións, intenta burlar eximindo a Reganosa de cumprir coa legalidade.
https://artabra21.blogspot.com.es/2016/08/un-amplo-respaldo-politico-acompanou.html
[11] O livro, O Delito do Silêncio, de Fedeico Mayor Zaragoza..
https://drive.google.com/file/d/155ZHWyXHq3iN1wVnE7uJr5Y8kB9FXAQP/view?usp=sharing
[*] Inácio Martínez Orero, Ferrol 1955, membro do Colectivo Ártabra 21, participa em Stop-Desafiuzamentos da Rede de Apoio Mutuo de Ferrol Terra, nas Marchas da Dignidade e na Plataforma na Defensa dos Servizos Públicos, pola Remunicipalización.
Enviado:
Inácio GZ
-inaciogz@gmail.com-
26 de novembro de 2017 12:43
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