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Data: 1 de novembro de 2008 19:01
Asunto: Posiçom de NÓS-Unidade Popular diante da ruptura do pacto de governo entre o PSOE e IU em FerrolPosiçom de NÓS-Unidade Popular diante da ruptura do pacto de governo entre o PSOE e IU em FerrolFoi a notícia local da semana e provocou inúmeras reacçons dos mais diversos sectores da vida social e política ferrolana. Também a esquerda independentista organizada em NÓS-Unidade Popular tem algo a dizer sobre a ruptura do chamado “governo de progresso” que presidia Vicente Irisarri e integravam o PSOE e IU.
Porém,
a nossa análise nom se centra em lamentar que essas forças políticas, que governárom conjuntamente no último ano e meio, decidissem romper o seu pacto. É claro que a volta da direita espanholista representada polo PP e por IF ao poder municipal seria umha má notícia. Já os padecemos no passado e sabemos que só estám em política para roubar e defender interesses alheios à maioria social, nomeadamente os ligados às grandes construtoras e a outros negócios privados que os patrocinam.
Mas o problema de fundo, em nossa opiniom, nom é se governa a direita ou os que dim que som “a esquerda” e acabam por representar só umha versom ‘branda’ de aquela. A questom nom é, para entender-nos, se Vicente Irisarri e Yolanda Díaz se dam melhor ou pior, se rompem ou mantenhem o pacto.
A questom é porquê ganhou umha maioria de candidaturas autodefinidas como “progressistas” e, num ano e meio, nom levárom à prática as medidas que milhares de ferrolanos e ferrolanas lhes demandárom com o seu voto.
Estamos a referir-nos a assuntos fundamentais como:
- A situaçom das obras da Porta Nova, onde o PP e IF estavam a ponto de levantar um edifício em plena praça e onde o novo governo foi incapaz de levar a cabo umha alternativa social para esse espaço urbano. As obras continuam sem concluir, e o PSOE, IU e BNG concordárom em levantar um edifício, ainda que de menor volume que o previsto anteriormente.
- A praça de Sartanha, onde IF e o PP previam dedicar um espaço público a um negócio privado relacionado com o desporto para uns poucos, continua sem contar com umha alternativa como a que a vizinhança reclama. A praça continua abandonada e à espera de que o PP e IF voltem ao poder e retomem o seu irracional projecto.
- O bairro de Recimil, ameaçado de demoliçom no quadro de umha mega-operaçom de pura especulaçom urbanística polo PP-IF, continua a ser um bairro degradado graças à inoperatividade do governo de coligaçom PSOE-IU. Em concreto, Miguel Reimúndez, de Izquierda Unida, limitou-se a lançar mensagens grandiloqüentes sobre o futuro do bairro, enquanto o início da necessária restauraçom continua adiada sine dia.
- A fraga de Menáncaro, onde Juan Fernández pretendia fazer um suculento negócio urbanístico à custa de um espaço natural de grande valor e carente de protecçom, continua igual de desprotegida que com o governo da direita.
A todo o anterior,
compromissos adquiridos e nom efectuados polo governo do PSOE e de IU, deve-se acrescentar o continuísmo na política económica, incluindo a intençom de privatizar serviços como o de obras menores, em maos de Izquierda Unida, ou umha proposta de Ordenança de Convivência repressiva, que esse mesmo grupo político copiou de um modelo aplicado polo PP noutras cidades. Também em matéria de língua houvo continuísmo, nomeadamente no caso dos membros do PSOE, com Vicente Irisarri à cabeça.
É verdade que em áreas como Cultura assistimos a umha tentativa, por parte de Yolanda Diaz, de mudar a trajectória elitista e clientelar de todos os governos anteriores, sem excepçom. Porém, é essa umha mínima bagagem que nom permite definir como verdadeira política de esquerda a aplicada polo PSOE e IU nos últimos 16 meses.
Sobretodo se a todo o anterior somarmos a inaudita decisom de inaugurar a actual legislatura subindo os soldos de todos os membros da corporaçom, e especialmente o do presidente da Cámara, Vicente Irisarri.
Por todo o anterior, NÓS-Unidade Popular fica à margem de pedir qualquer recomposiçom do pacto que o PSOE e IU rompêrom em dias passados. Em lugar disso,
reclamamos que, seja o PSOE em solitário, seja reconciliado com IU, as forças políticas que se apresentárom como alternativa ao governo anterior do PP e IU cumpram os seus compromissos com a maioria social e eleitoral de Ferrol.
Caso nom o fagam, como nom o figérom na primeira parte da actual legislatura,
deverám encontrar em frente o movimento social ferrolano, independentemente das etiquetas “progressistas” que cada partido queira colocar-se. A esquerda demonstra-se na acçom de governo e, até hoje, nem o PSOE, nem IU demonstrárom ser umha alternativa sólida e de esquerda aos reaccionários PP e IF.
A política concreta de cada qual é, para NÓS-Unidade Popular, a linha divisória entre a esquerda e a direita, por isso a esquerda independentista continuará a fazer oposiçom nom só ao neoliberalismo do PP e de IF, mas também ao do PSOE, IU e BNG. Na luita por um modelo social diferente, socialista e galego, esperamos continuar a coincidir com os diversos sectores que configuram a esquerda social ferrolana.
Ferrol, 1 de Novembro de 2008
Assembleia Comarcal de NÓS-Unidade Popular em Trasancos_____________________________