xoves, agosto 13, 2009

Acordo militar Colômbia - Estados Unidos cria tensão na cimeira sul-americana

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Cimeira de presidentes da União de Nações Sul-americanas (Unasur) em Quito, no Equador
11-Ago-2009

A decisão da Colômbia de permitir o uso de sete das suas bases militares pelo exército dos Estados Unidos criou profundas tensões na cimeira de presidentes da União de Nações Sul-americanas (Unasur) em Quito, no Equador. Os presidentes do Equador, da Bolívia e da Venezuela fizeram as declarações mais duras contra o acordo entre a Colômbia e os EUA. Na cimeira houve ainda uma condenação unânime do golpe militar nas Honduras.

A polémica promete continuar, pois foi convocada uma nova cimeira a realizar em Buenos Aires, mas desta vez com a presença de Álvaro Uribe, o presidente colombiano que não se dirigiu à capital equatoriana devido às más relações actuais entre os dois países.

A Bolívia propôs uma resolução de repúdio ao acordo militar entre os Estados Unidos e a Colômbia, mas a iniciativa não conseguiu o apoio da maioria – decidiu-se convocar uma reunião de ministros da Defesa do grupo a 24 de Agosto em Quito para voltar a tratar do tema.

Evo Morales disse que os EUA querem usar as bases colombianas “contra os processos revolucionários que estão em gestação na América” e não para combater as FARC ou o narcotráfico.

Hugo Chávez disse por seu lado que o uso de bases colombianas por parte dos Estados Unidos “pode ser o começo de uma tragédia para a região”. O presidente venezuelano sente-se ameaçado pelo acordo e disse que a Venezuela não permitirá que as tropas colombianas entrem no seu território como se passou no Equador. “Ventos de guerra começam a soprar na América Latina. A Venezuela está a preparar-se, porque nos têm na mira. E a razão é só uma... o petróleo”, disse Chávez.

O presidente do Equador, Rafael Correa disse também que o uso pelos americanos de bases militares na Colômbia é “uma provocação para a região”.

Os presidentes do Brasil, da Argentina e do Paraguai tiveram reacções mais prudentes. Lula da Silva disse: “Não concebo a possibilidade de aumentar os conflitos na região num momento em que tudo leva a crer que quanto mais paz tenhamos, mais oportunidade teremos de recuperar o tempo perdido e dar aos nosso povos o que eles precisam”. Lula apelou a “uma relação amistosa” entre os membros da Unasur, para “não sermos um clube de amigos rodeados de inimigos”. O presidente brasileiro propôs uma reunião com Barack Obama para fazer um debate profundo sobre a relação dos EUA com a América do Sul.

A vice-ministra colombiana para os assuntos externos, Clemencia Forero afirmou que “não houve nem haverá bases estrangeiras na Colômbia” e assegurou que o acordo com os Estados Unidos prevê “um acesso limitado para realizar acções coordenadas contra o tráfico de droga e o terrorismo”.

O ministro da Defesa equatoriano contestou aquilo a que chamou a “intenção da Colômbia de aplicar a teoria da extraterritorialidade, isto é, o direito de atacar qualquer outro país sobreano em nome do combate ao terrorismo”.

Também foi abordada a questão do golpe militar nas Honduras. Aqui sim houve aparente consenso - na condenação do golpe de Estado e o não reconhecimento de quaisquer eleições convocadas pelo actual governo considerado ilegítimo.

Fonte: esquerda.net

Enviado por:
esquerda.net 13 de agosto de 2009 17:56

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