sábado, abril 24, 2010

Direitos humanos e direitos da natureza são da mesma dignidade


Eduardo Galeano [*]
24.04.2010

Lamentavelmente, não poderei estar com vocês. Um pau atravessou na roda, o que me impede de viajar. Mas quero acompanhar de alguma maneira esta reunião de vocês, esta reunião dos meus, já que não tenho outro remédio do que fazer o pouco que posso e não o muito que quero.

E por estar assim, ao menos lhes envio estas palavras. Quero dizer-lhes que oxalá se possa fazer todo o possível, e o impossível também, para que a Cimeira da Mãe Terra seja a primeira etapa para a expressão colectiva dos povos que não dirigem a política mundial, mas a sofrem.

Oxalá sejamos capazes de levar adiante estas duas iniciativas do companheiro Evo, o Tribunal da Justiça Climática e o Referendo Mundial contra um sistema de poder baseado na guerra e no desperdício, que despreza a vida humana e põe bandeira de remate em nossos bens terrenos.

Oxalá sejamos capazes de falar pouco e fazer muito. Graves danos nos fez, e continua a causando, a inflação de palavras, que na América Latina é mais nociva do que a inflação monetária. E também, e sobretudo, estamos fartos da hipocrisia dos países ricos, que estão a deixar-nos sem planeta enquanto pronunciam pomposos discursos para dissimular o sequestro.

Há quem diga que a hipocrisia é o imposto que o vício paga à virtude. Outros dizem que a hipocrisia é a única prova da existência do infinito. E a discurseira da chamada “comunidade internacional”, esse clube de banqueiros e guerreiros, prova que as duas definições são correctas.

Quero comemorar, por outro lado, a força de verdade que irradiam as palavras e os silêncios que nascem da comunhão humana com a natureza. E não é por acaso que esta Cimeira da Mãe Terra acontece na Bolívia, esta nação de nações que está a redescobrir-se ao fim de dois séculos de vida mentirosa.

A Bolívia acaba de comemorar os dez anos da vitória popular na guerra da água, quando o povo de Cochabamba foi capaz de derrotar uma todo-poderosa empresa da Califórnia, dona da água por obra e graça de um governo que dizia ser boliviano e era muito generoso com o alheio.

Essa guerra da água foi uma das batalhas que esta terra continua a travar em defesa dos seus recursos naturais, ou seja: em defesa da sua identidade com a natureza.

Há vozes do passado que falam ao futuro.

A Bolívia é uma das nações americanas onde as culturas indígenas souberam sobreviver. E essas vozes ressoam agora com mais força do que nunca, apesar do longo tempo da perseguição e do desprezo.

O mundo inteiro, aturdido como está, perambulando como cego em tiroteio, teria de ouvir essas vozes. Elas nos ensinam que nós, os humanitos, somos parte da natureza, parentes de todos os que têm pernas, patas, asas ou raízes. A conquista europeia condenou por idolatria os indígenas que viviam essa comunhão, e por acreditar nela foram açoitados, degolados ou queimados vivos.

Desde aqueles tempos do Renascimento europeu, a natureza se converteu em mercadoria ou em obstáculo ao progresso humano. E até hoje esse divórcio entre nós e ela persiste, a ponto de ainda existir gente de boa vontade que se comove pela pobre natureza, tão maltratada, tão lastimada, mas vendo-a de fora.

As culturas indígenas a vêem de dentro. Vendo-a, me vejo. O que faço contra ela, faço contra mim. Nela me encontro, minhas pernas também são o caminho que a anda.

Celebremos, pois, esta cúpula da Mãe Terra. E oxalá os surdos ouçam: os direitos humanos e os direitos da natureza são dois nomes da mesma dignidade.

Voam abraços, desde Montevideu.

[*] Eduardo Galeano é jornalista e escritor uruguaio, autor do livro "As veias abertas da América Latina".


Fonte: IPS/Envolverde
Para o Artigo:
http://www.envolverde.com.br/index.php?edt=36#

Para o sítio web:
http://www.envolverde.com.br/index.php?
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
___________________

A Mãe Terra exige seus Direitos - Alerta vinda de Tiquipaya


Por Nidia Díaz [*]
24.04.2010

Não seria arriscado aventurar que Tiquipaya, a pequena localidade da não redimida Cochabamba vai fazer história. Lá reuniram-se mais de 20 mil pessoas aferradas à última esperança de salvar o Planeta, isto é salvar a Mãe Terra.

Cinco Chefes de Estado e dois prêmios Nobel pela Paz os acompanham nesta nobre cruzada, onde se dirime a existência mesma do mundo atual.

A mídia apenas dedica algum espaço, com sorte colocarão alguma nota superficial e de intencionada subestimação do que lá acontecerá. Os presidentes do Norte rico e desenvolvido seguramente não pediram a seus assessores que ponham o tema nas suas agendas de trabalho, se em definitiva eles não se interessam com isso. As grandes multinacionais, agressoras em boa medida da natureza e do meio ambiente, possivelmente nem sequer ouviram falar do assunto. Suas casas matrizes, situadas nos enormes arranha-céus, símbolos de seu poder e da mal chamada modernidade, estão muito longe de Tiquipaya. O que é Tuquipaya?, poderiam perguntar, caso comentarem alguma coisa a respeito disso.

Contudo, lá, na até agora preterida e esquecida Bolívia, iniciou-se uma batalha que nos interessa a todos e, embora não acreditassem, até a eles mesmos, os responsáveis por que estejamos aqui e por provocarem com seu sistema de consumo extremo o aquecimento global, causa das piores catástrofes naturais das últimas décadas, responsáveis também pela dívida climática que hoje nos atinge, sobretudo aos países do Sul, onde o subdesenvolvimento, o atraso, a pobreza e a abulia dos governos neoliberais impediram construir uma infraestrutura que em tempos de desastres naturais ajude os mais necessitados e salvaguarde a segurança coletiva.

Pôr um alto e começar a respeitar e a cuidar da Mãe Terra é o alerta que a partir de Tiquipaya se envia ao Planeta. Não é casual que a Bolívia seja o palco desta batalha decisiva pela vida. Como também não é casual que seja seu presidente, o indígena Evo Morales, o líder principal.

Em carta enviada à Primeira Conferência dos Povos sobre Mudança Climática e à de Direitos da Mãe Terra, o escritor Eduardo Galeano diz aos participantes, procedentes de 129 nações e dos cinco continentes ali reunidos, que "(...) o mundo todo... deveria escutar essas vozes".

"Elas nos ensinam -acrescentou- que nós, os humanos, fazemos parte da natureza, parentes de todos os que têm pernas, asas, pes ou raízes (...) A conquista européia condenou por idolatria os indígenas que viviam essa comunhão, e por crerem nela foram açoitados, decapitados ou queimados vivos".

E precisamente por manter aceso esse fogo eterno de amor pela Mãe Terra é que Evo Morales e seu povo se apresentam hoje como ícones desta luta. Manter o culto ao que eles denominam a "Pachamama" lhes dá autoridade moral para serem os líderes e exigirem pôr fim às lamentações eternas e aprovarem em benefício de todos dois instrumentos indispensáveis: um Tribunal de Justiça Climática que julgue os depredadores da natureza, ua casa que ue estipaya em defesa da inacional e de um governo submisso aos ditames do governo dquer sejam governos, quer empresas, e a criação dum organismo mundial que defenda os direitos da Terra, porque se não há uma organização que controle as normas que se estabeleçam nas cúpulas internacionais, jamais haverá nada nem ninguém que obrigue as indústrias e os países desenvolvidos a cumpri-las.

Ambas as propostas foram feitas por Evo Morales, que responsabilizou o sistema capitalista pela deterioração acelerada do ecossistema, provocado pelas emissões de dióxido de carbono à atmosfera e pelo aquecimento global.

No discurso inaugural da Primeira Conferência Mundial dos Povos sobre Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra (Cmpcc), Evo expressou que "a causa principal da destruição do planeta Terra é o capitalismo e, como povos que habitamos, que respeitamos esta Mãe Terra, temos o direito, a ética e a moral para dizer aqui que o inimigo principal da Mãe Terra é o capitalismo".

"O sistema capitalista busca a máxima obtenção de lucros, promovendo um crescimento ilimitado, um planeta finito. O capitalismo é fonte de assimetrias e de desequilíbrio do mundo", afirmou Evo ao denunciar a pobreza em que vive metade da população mundial.

Acrescentou que "mais de 2,8 bilhões de pessoas vivem com menos de dois dólares ao dia. Para o capitalismo os seres humanos somente somos consumidores e força de trabalho, as pessoas valem pelo que têm e não pelo que são". Nesse sentido denunciou que o sistema econômico mundial imperante mercantiliza a água, a terra e até a cultura.

Finalmente salientou que "enquanto não mudemos o sistema capitalista, as medidas que adotemos terão um caráter limitado e precário", o qual estabelece um dilema existencial: "continuar pelo caminho do capitalismo ou a morte, ou empreender o caminho da harmonia com a natureza e o do respeito à vida para salvar a humanidade".

Com tais argumentos inaugurais, iniciaram as jornadas de trabalho onde milhares de participantes se dividiram em 17 mesas de trabalho para analisarem igual número de temas, entre os que destacam as causas estruturais da mudança climática, os direitos da Mãe Terra, um referendo mundial sobre mudança climática, os refugiados climáticos, a dívida ambiental, o protocolo de Kyoto, a transferência de tecnologias e estratégias de ação, entre outros,

A Declaração Final e as conclusões de todos e cada um destes temas serão entregues à Cúpula da Mudança Climática que terá lugar no México, que dá continuidade à de Copenhague e sobre a qual não poucos expressaram cepticismo, levando em conta o fracasso da anterior.

Tal e como explicou o presidente boliviano, "não teria sido necessário convocar para a Conferência Mundial dos Povos na Bolívia, se na Cúpula de Copenhague se tivessem tomado acordos para contribuir para a preservação da natureza e para eliminar políticas irracionais de industrialização".

"Queremos revelar as pretensões imperialistas do chamado Acordo de Copenhague, um entendimento elaborado por uma minoria de países que busca aumentar a temperatura global do planeta acima dos 4 ºC, fato que traria consequências catastróficas para a humanidade".

Nesse sentido, lembrou que "em Copenhague os industrializados queriam impor um documento não para salvar a vida, mas sim para alentar a política contaminadora do meio ambiente".

Com este pano de fundo e convictos de que somente a força da luta dos povos poderá conseguir que se respeite a vida no Planeta e o Planeta mesmo, decorreram as primeiras jornadas desta reunião que, quando este jornal esteja circulando, terá terminado com um grande ato de massas no estádio de Cochabamba, segundo o previsto pelos organizadores.

Tal e como aconteceu há uma década lá, quando se desencadeou a chamada "guerra da água", onde os bolivianos se enfrentaram com sucesso ao poder de uma multinacional e de um governo submisso aos ditames do governo dos EUA, tornando possível, meses depois, a vitória de Evo Morales nas urnas, as jornadas de Tiquipaya em defesa da Mãe Terra terminarão no triunfo da vida sobre um sistema condenado à morte.

Os acordos que surgirem desta Primeira Conferência Mundial dos Povos sobre Mudança Climática e em Defesa da Mãe Terra não serão esquecidos. Serão monitorados por aqueles que já são muitos, empenhados em salvar sua casa que é o habitat de todos. Tomara, como expressara Galeano, que os surdos de sempre escutassem.

Publicado en Granma Internacional

[*] Nidia Díaz [Antes o seu nome era María Marta Valladares], excomandante guerrilleira, escritora e activista da esquerda salvadoreña, deputada e vicepresidenta do Parlamento Centroamericano (PARLACEN), en representación do Salvador e pertencente ao FMLN [Frente Farabundo Martí para la Liberación Nacional].
_________________

Declaración da Conferencia Mundial sobre o Cambio Climático e os Dereitos de Nai Terra

En Bolivia na pequena localidaded de Tiquipaya no territorio de Cochabanba, foi asinada a Declaración "Acordo dos Pobos" sobre o "Cambio Climático e os Dereitos da Nai Terra" subscrita o Xoves 22 de Abril de 2010,  logo de tres días de deliberacións na Conferencia Mundial dos Pobos.

ACORDO DOS POBOS

Conferencia Mundial dos Pobos sobre o Cambio Climático e os Dereitos da Nai Terra

Hoxe, a nosa Nai Terra está ferida e o futuro da humanidade está en perigo.

De incrementarse o arrequecemento global en máis de 2º C, ao que nos conduciría o chamado "Entendemento de Copenhague" existe o 50% de probabilidades de que os danos provocados á nosa Nai Terra sexan totalmente irreversibles. Entre un 20% e un 30% das especies estaría en perigo de desaparecer. Grandes extensións de bosques serían afectadas, as secas e inundacións afectarían diferentes rexións do planeta, estenderíanse os desertos e agravaríase o derretimiento dos polos e os glaciares en Ándelos e os Himalayas. Moitos Estados insulares desaparecerían e o África sufriría un incremento da temperatura de máis de 3º C. Así mesmo reduciríase a produción de alimentos no mundo con efectos catastróficos para a supervivencia dos habitantes de vastas rexións do planeta, e incrementaríase de forma dramática o número de famentos no mundo, que xa excede a cifra de 1.020 millóns de persoas.

As corporacións e os gobernos dos países denominados "máis desenvolvidos", en complicidade cun segmento da comunidade científica, ponnos a discutir o cambio climático como un problema reducido á elevación da temperatura sen cuestionar a causa que é o sistema capitalista.

Confrontamos a crise terminal do modelo civilizatorio patriarcal baseado no sometemento e destrución de seres humanos e natureza que se acelerou coa revolución industrial.

O sistema capitalista impúxonos unha lóxica de competencia, progreso e crecemento ilimitado. Este réxime de produción e consumo busca a ganancia sen límites, separando ao ser humano da natureza, establecendo unha lóxica de dominación sobre esta, convertendo todo en mercancía: a auga, a terra, o xenoma humano, as culturas ancestrais, a biodiversidade, a xustiza, a ética, os dereitos dos pobos, a morte e a vida mesma.

Baixo o capitalismo, a Nai Terra convértese en fonte só de materias primas e os seres humanos en medios de produción e consumidores, en persoas que valen polo que teñen e non polo que son.

O capitalismo require unha potente industria militar para o seu proceso de acumulación e o control de territorios e recursos naturais, reprimindo a resistencia dos pobos. Trátase dun sistema imperialista de colonización do planeta.

A humanidade está fronte a unha gran disxuntiva: continuar polo camiño do capitalismo, a depredación e a morte, ou emprender o camiño da harmonía coa natureza e o respecto á vida.

Requirimos forxar un novo sistema que restableza a harmonía coa natureza e entre os seres humanos. Só pode haber equilibrio coa natureza se hai equidad entre os seres humanos.

Expomos aos pobos do mundo a recuperación, revalorización e fortalecemento dos coñecementos, sabedorías e prácticas ancestrais dos Pobos Indíxenas, afirmados na vivencia e proposta de "Vivir Ben", recoñecendo á Nai Terra como un ser vivo, co cal temos unha relación indivisible, interdependiente, complementaria e espiritual.

Para enfrontar o cambio climático debemos recoñecer á Nai Terra como a fonte da vida e forxar un novo sistema baseado nos principios de:
  • harmonía e equilibrio entre todos e con todo
  • complementariedad, solidariedade, e equidad
  • benestar colectivo e satisfacción das necesidades fundamentais de todos en harmonía coa Nai Terra
  • respecto aos Dereitos da Nai Terra e aos Dereitos Humanos
  • recoñecemento do ser humano polo que é e non polo que ten
  • eliminación de toda forma de colonialismo, imperialismo e intervencionismo
  • paz entre os pobos e coa Nai Terra.
O modelo que propugnamos non é de desenvolvemento destrutivo nin ilimitado. Os países necesitan producir bens e servizos para satisfacer as necesidades fundamentais da súa poboación, pero de ningún xeito poden continuar por este camiño de desenvolvemento no cal os países máis ricos teñen unha pegada ecolóxica 5 veces máis grande do que o planeta é capaz de soportar. Na actualidade xa se excedeu en máis dun 30% a capacidade do planeta para rexenerarse. A este ritmo de sobreexplotación da nosa Nai Terra necesitaríanse 2 planetas para o 2030.

Nun sistema interdependiente do cal os seres humanos somos un dos seus compoñentes non é posible recoñecer dereitos soamente á parte humana sen provocar un desequilibrio en todo o sistema. Para garantir os dereitos humanos e restablecer a harmonía coa natureza é necesario recoñecer e aplicar efectivamente os dereitos da Nai Terra.

Para iso propomos o proxecto adxunto de Declaración Universal de Dereitos da Nai Terra no cal consígnanse:
  • Dereito á vida e a existir;
  • Dereito a ser respectada;
  • Dereito á continuación dos seus ciclos e procesos vitais libre de alteracións humanas;
  • Dereito a manter a súa identidade e integridade como seres diferenciados, auto-regulados e interrelacionados;
  • Dereito ao auga como fonte de vida;
  • Dereito ao aire limpo;
  • Dereito á saúde integral;
  • Dereito a estar libre da contaminación e polución, de refugallos tóxicos e radioactivos;
  • Dereito a non ser alterada xeneticamente e modificada na súa estrutura ameazando a súa integridade ou funcionamento vital e saudable.
  • Dereito a unha restauración plena e pronta polas violacións aos dereitos recoñecidos nesta Declaración causados polas actividades humanas.
A visión compartida é estabilizar as concentracións de gases de efecto invernadoiro para facer efectivo o Artigo 2 da Convención Marco das Nacións Unidas sobre Cambio Climático que determina "a estabilización das concentracións de gases de efecto invernadoiro na atmosfera a un nivel que impida interferencias antropogénicas perigosas para o sistema climático". A nosa visión é, sobre a base do principio das responsabilidades históricas comúns pero diferenciadas, esixir que os países desenvolvidos comprométanse con metas cuantificadas de redución de emisións que permitan retornar as concentracións de gases de efecto invernadoiro na atmosfera a 300 ppm e así, limitar o incremento da temperatura media global a un nivel máximo de 1°C.

Salientando a necesidade de acción urxente para lograr esta visión, e co apoio dos pobos, movementos e países, os países desenvolvidos deberán comprometerse con metas ambiciosas de redución de emisións que permitan alcanzar obxectivos a curto prazo, mantendo a nosa visión a favor do equilibrio do sistema climático da Terra, de acordo ao obxectivo último da Convención.

A "visión compartida" para a "Acción Cooperativa a longo prazo" non debe reducirse na negociación de cambio climático a definir o límite no incremento da temperatura e a concentración de gases de efecto invernadoiro na atmosfera, senón que debe comprender de xeito integral e equilibrada un conxunto de medidas financeiras, tecnolóxicas, de adaptación, de desenvolvemento de capacidades, de patróns de produción, consumo e outras esenciais como o recoñecemento dos dereitos da Nai Terra para restablecer a harmonía coa natureza.

Os países desenvolvidos, principais causantes do cambio climático, asumindo a súa responsabilidade histórica e actual, deben recoñecer e honrar a súa débeda climática en todas as súas dimensións, como base para unha solución xusta, efectiva e científica ao cambio climático. Neste marco esiximos aos países desenvolvidos que:
  • Restablezan aos países en desenvolvemento o espazo atmosférico que está ocupado polas súas emisións de gases de efecto invernadoiro. Isto implica a descolonización da atmosfera mediante a redución e absorción das súas emisións.
  • Asuman os custos e as necesidades de transferencia de tecnoloxía dos países en desenvolvemento pola perda de oportunidades de desenvolvemento por vivir nun espazo atmosférico restrinxido.
  • Fáganse responsables polos centos de millóns que terán que migrar polo cambio climático que provocaron e que eliminen as súas políticas restritivas de migración e ofrezan aos migrantes unha vida digna e con todos os dereitos nos seus países.
  • Asuman a débeda de adaptación relacionadas aos impactos do cambio climático nos países en desenvolvemento provendo os medios para previr, minimizar e atender os danos que xorden das súas excesivas emisións.
  • Honren estas débedas como parte dunha débeda maior coa Nai Terra adoptando e aplicando a Declaración Universal dos Dereitos da Nai Terra nas Nacións Unidas.
O enfoque debe ser non soamente de compensación económica, senón principalmente de xustiza restaurativa, é dicir restituíndo a integridade ás persoas e aos membros que forman unha comunidade de vida na Terra.

Deploramos o intento dun grupo de países de anular o Protocolo de Kioto o único instrumento legalmente vinculante específico para a redución das emisións de gases de efecto invernadoiro dos países desenvolvidos.

Advertimos ao mundo que no entanto estar obrigados legalmente as emisións dos países desenvolvidos en lugar de reducir, creceron nun 11,2% entre 1990 e 2007.

Estados Unidos a causa do consumo ilimitado aumentou as súas emisións de GEI en 16,8% durante o período 1990 ao 2007, emitindo como media entre 20 e 23 toneladas anuais de CO2 por habitante, o que representa máis de 9 veces as emisións correspondentes a un habitante media do Terceiro Mundo, e máis de 20 veces as emisións dun habitante de África Subsahariana.

Rexeitamos de xeito absoluto o ilegitimo "Entendemento de Copenhague", que permite a estes países desenvolvidos ofertar reducións insuficientes de gases de efecto invernadoiro, baseadas en compromisos voluntarios e individuais, que violan a integridade ambiental da Nai Terra conducíndonos a un aumento de ao redor de 4ºC.

A próxima Conferencia sobre Cambio Climático a realizarse a fins de ano en México debe aprobar a emenda ao Protocolo de Kioto, para o segundo período de compromisos a iniciarse en 2013 a 2017 no cal os países desenvolvidos deben comprometer reducións domésticas significativas de polo menos o 50% respecto ao ano basee de 1990 sen incluír mercados de carbono ou outros sistemas de desviación que enmascaran o incumprimento das reducións reais de emisións de gases de efecto invernadoiro.

Requirimos establecer primeiro unha meta para o conxunto dos países desenvolvidos para logo realizar a asignación individual para cada país desenvolvido no marco dunha comparación de esforzos entre cada un deles, mantendo así o sistema do Protocolo de Kioto para as reducións das emisións.

Os Estados Unidos de América, no seu carácter de único país da Terra do Anexo 1 que non ratificou o Protocolo de Kioto ten unha responsabilidade significativa ante todos os pobos do mundo por canto debe ratificar o Protocolo de Kioto e comprometerse a respectar e dar cumprimento aos obxectivos de redución de emisións a escala de toda a súa economía.

Os pobos temos os mesmos dereitos de protección ante os impactos do cambio climático e rexeitamos a noción de adaptación ao cambio climático entendida como a resignación aos impactos provocados polas emisións históricas dos países desenvolvidos, quen deben adaptar os seus estilos de vida e de consumo ante esta urxencia planetaria. Vémonos forzados a enfrontar os impactos do cambio climático, considerando a adaptación como un proceso e non como unha imposición, e ademais como ferramenta que sirva para contrarrestalos, demostrando que é posible vivir en harmonía baixo un modelo de vida distinto.

É necesario construír un Fondo de Adaptación, como un fondo exclusivo para enfrontar o cambio climático como parte dun mecanismo financeiro manexado e conducido de xeito soberana, transparente e equitativa polos nosos Estados. Baixo este Fondo débese valorar: os impactos e os seus custos en países en desenvolvemento e as necesidades que estes impactos deriven, e rexistrar e monitorear o apoio por parte de países desenvolvidos. Este debe manexar ademais un mecanismo para o resarcimiento por danos por impactos ocorridos e futuros, por perda de oportunidades e a reposición por eventos climáticos extremos e graduais, e custos adicionais que poderían presentarse se o noso planeta excede os limiares ecolóxicos así como aqueles impactos que están freando o dereito a Vivir Ben.

O "Entendemento de Copenhague" imposto sobre os países en desenvolvemento por algúns Estados, máis aló de ofertar recursos insuficientes, pretende en se mesmo dividir e enfrontar aos pobos e pretende extorsionar aos países en desenvolvemento condicionando o acceso a recursos de adaptación a cambio de medidas de mitigación. Adicionalmente establécese como inaceptable que nos procesos de negociación internacional inténtese categorizar aos países en desenvolvemento pola súa vulnerabilidade ao cambio climático, xerando disputas, desigualdades e segregacións entre eles.

O inmenso desafío que enfrontamos como humanidade para deter o arrequecemento global e arrefriar o planeta só se logrará levando adiante unha profunda transformación na agricultura cara a un modelo sustentable de produción agrícola campesiño e indíxena/orixinario, e outros modelos e prácticas ancestrales ecolóxicas que contribúan a solucionar o problema do cambio climático e aseguren a Soberanía Alimentaria, entendida como o dereito dos pobos a controlar as súas propias sementes, terras, auga e a produción de alimentos, garantindo, a través dunha produción en harmonía coa Nai Terra, local e culturalmente apropiada, o acceso dos pobos a alimentos suficientes, variados e nutritivos en complementación coa Nai Terra e profundando a produción autónoma (participativa, comunitaria e compartida) de cada nación e pobo.

O Cambio Climático xa está producindo profundos impactos sobre a agricultura e os modos de vida dos pobos indíxenas/orixinarios e campesiños do mundo e estes impactos iranse agravando no futuro.

O agro negocio a través do seu modelo social, económico e cultural de produción capitalista globalizada e a súa lóxica de produción de alimentos para o mercado e non para cumprir co dereito á alimentación, é unha das causas principais do cambio climático. As súas ferramentas tecnolóxicas, comerciais e políticas non fan máis que profundar a crise climática e incrementar o fame no planeta. Por esta razón rexeitamos os Tratados de Libre Comercio e Acordos de Asociación e toda forma de aplicación dos Dereitos de Propiedade Intelectual sobre a vida, os paquetes tecnolóxicos actuais (agroquímicos, transxénicos) e aqueles que se ofrecen como falsas solucións (agrocombustibles, geoingeniería, nanotecnoloxía, tecnoloxía Terminator e similares) que unicamente agudizarán a crise actual.

Ao mesmo tempo denunciamos como este modelo capitalista impón megaproyectos de infraestrutura, invade territorios con proxectos extractivistas, privatiza e mercantiliza a auga e militariza os territorios expulsando aos pobos indíxenas e campesiños dos seus territorios, impedindo a Soberanía Alimentaria e profundando a crise socioambiental.

Esiximos recoñecer o dereito de todos os pobos, os seres vivos e a Nai Terra a acceder e gozar da auga e apoiamos a proposta do Goberno de Bolivia para recoñecer ao auga como un Dereito Humano Fundamental.

A definición de bosque utilizada nas negociacións da Convención Marco das Nacións Unidas sobre Cambio Climático, a cal inclúe plantacións, é inaceptable. Os monocultivos non son bosques. Polo tanto, esiximos unha definición para fins de negociación que recoñeza os bosques nativos e a selva e a diversidade dos ecosistemas da terra.

A Declaración da ONU sobre os Dereitos dos Pobos Indíxenas debe ser plenamente recoñecida, implementada e integrada nas negociacións de cambio climático. A mellor estratexia e acción para evitar a deforestación e degradación e protexer os bosques nativos e a selva é recoñecer e garantir os dereitos colectivos das terras e territorios considerando especialmente que a maioría dos bosques e selvas están nos territorios de pobos e nacións indíxenas, comunidades campesiñas e tradicionais.

Condenamos os mecanismos de mercado, como o mecanismo de REDD (Redución de emisións pola deforestación e degradación de bosques) e as súas versións e, que está violando a soberanía dos Pobos e o seu dereito ao consentimento libre, previo e informado, así como á soberanía de Estados nacionais, e viola os dereitos, usos e costumes dos Pobos e os Dereitos da Natureza.

Os países contaminadores están obrigados a transferir de xeito directo os recursos económicos e tecnolóxicos para pagar a restauración e mantemento dos bosques e selvas, en favor dos pobos e estruturas orgánicas ancestrales indíxenas, orixinarias, campesiñas. Isto deberá ser unha compensación directa e adicional ás fontes de financiamiento comprometidas polos países desenvolvidos, fóra do mercado de carbono e nunca servindo como as compensacións de carbono (offsets). Demandamos aos países a deter as iniciativas locais en bosques e selvas baseados en mecanismos de mercado e que propón resultados inexistentes e condicionados. Esiximos aos gobernos un programa mundial de restauración de bosques nativos e selvas, dirixido e administrado polos pobos, implementando sementes forestais, froiteiras e de flora autóctona. Os gobernos deben eliminar as concesións forestais e apoiar a conservación do petróleo baixo a terra e que se deteña urxentemente a explotación de hidrocarburos nas selvas.

Esiximos aos Estados que recoñezan, respecten e garantan a efectiva aplicación dos estándares internacionais de dereitos humanos e os dereitos dos Pobos Indíxenas, en particular a Declaración das Nacións Unidas sobre os Dereitos dos Pobos Indíxenas, o Convenio 169 da OIT, entre outros instrumentos pertinentes, no marco das negociacións, políticas e medidas para resolver os desafíos expostos polo cambio climático. En especial, demandamos aos Estados a que recoñezan xuridicamente a preexistencia do dereito sobre os nosos territorios, terras e recursos naturais para posibilitar e fortalecer as nosas formas tradicionais de vida e contribuír efectivamente á solución do cambio climático.

Demandamos a plena e efectiva aplicación do dereito á consulta, a participación e o consentimento previo, libre e informado dos Pobos Indíxenas en todos os procesos de negociación así como no deseño e implementación das medidas relativas ao cambio climático.

Na actualidade a degradación ambiental e o cambio climático alcanzarán niveis críticos, sendo unha das principais consecuencias a migración interna así como internacional. Segundo algunhas proxeccións en 1995 existían ao redor de 25 millóns de migrantes climáticos, ao presente estímase en 50 millóns e as proxeccións para o ano 2050 son de 200 a 1000 millóns de persoas que serán desprazadas por situacións derivadas do cambio climático. Os países desenvolvidos deben asumir a responsabilidade sobre os migrantes climáticos, acolléndoos nos seus territorios e recoñecendo os seus dereitos fundamentais, a través da firma de convenios internacionais que contemplen a definición de migrante climático para que todos os Estados acaten os seus determinaciones.

Constituír un Tribunal Internacional de Conciencia para denunciar, facer visible, documentar, xulgar e sancionar as violacións dos dereitos dos(s) migrantes, refuxiados(as) e desprazados nos países de orixe, tránsito e destino, identificando claramente as responsabilidades dos Estados, compañías e outros actores.

O financiamiento actual destinado aos países en desenvolvemento para cambio climático e a proposta do Entendemento de Copenhague son ínfimos. Os países desenvolvidos deben comprometer un financiamiento anual novo, adicional á Axuda Oficial ao Desenvolvemento e de fonte pública, de polo menos 6% do seu PIB para enfrontar o cambio climático nos países en desenvolvemento. Isto é viable tomando en conta que gastan un monto similar en defensa nacional e destinaron 5 veces máis para rescatar bancos e especuladores en quebra, o que cuestiona seriamente as súas prioridades mundiais e a súa vontade política. Este financiamiento debe ser directo, sen condicionamento e non vulnerar a soberanía nacional nin a autodeterminación das comunidades e grupos máis afectados.

En vista da ineficiencia do mecanismo actual, na Conferencia de México débese establecer un novo mecanismo de financiamiento que funcione baixo a autoridade da Conferencia das Partes da Convención Marco das Nacións Unidas sobre cambio Climático rendendo contas á mesma, cunha representación significativa dos países en desenvolvemento para garantir o cumprimento dos compromisos de financiamiento dos países Anexo 1.

Constatouse que os países desenvolvidos incrementaron as súas emisións no período 1990 - 2007, no entanto manifestar que a redución veríase substancialmente coadxuvada con mecanismos de mercado.

O mercado de carbono transformouse nun negocio lucrativo, mercantilizando a nosa Nai Terra, isto non representa unha alternativa para afrontar o cambio climático, posto que saquea, devasta a terra, a auga e ata a vida mesma.

A recente crise financeira demostrou que o mercado é incapaz de regular o sistema financeiro, que é fráxil e inseguro ante a especulación e a aparición de axentes intermediarios, polo tanto, sería unha total irresponsabilidade deixar nas súas mans o coidado e protección da propia existencia humana e da nosa Nai Terra.

Consideramos inadmisible que as negociacións en curso pretendan a creación de novos mecanismos que amplíen e promovan o mercado de carbono tendo en conta que os mecanismos existentes nunca resolveron o problema do Cambio Climático nin se transformaron en accións reais e directas na redución de gases de efecto invernadoiro.

É imprescindible esixir o cumprimento dos compromisos asumidos polos países desenvolvidos na Convención Marco de Nacións Unidas sobre Cambio Climático respecto ao desenvolvemento e transferencia de tecnoloxía, así como rexeitar a "vitrina tecnolóxica" proposta por países desenvolvidos que soamente comercializan a tecnoloxía. É fundamental establecer os lineamientos para crear un mecanismo multilateral e multidisciplinario para o control participativo, a xestión e a avaliación continua do intercambio de tecnoloxías. Estas tecnoloxías deben ser útiles, limpas, e socialmente adecuadas. De igual xeito é fundamental o establecemento dun fondo de financiamiento e inventario de tecnoloxías apropiadas e liberadas de dereitos de propiedade intelectual, en particular, de patentes que deben pasar de monopolios privados a ser de dominio público, de libre accesibilidade e baixo custo.

O coñecemento é universal, e por ningún motivo pode ser obxecto de propiedade privada e de utilización privativa, como tampouco as súas aplicacións en forma de tecnoloxías. É deber dos países desenvolvidos compartir a súa tecnoloxía con países en desenvolvemento, crear centros de investigación para a creación de tecnoloxías e innovacións propias, así como defender e impulsar o seu desenvolvemento e aplicación para o vivir ben. O mundo debe recuperar, aprender, reaprender os principios e enfoques do legado ancestral dos seus pobos orixinarios para deter a destrución do planeta, así como os coñecementos e prácticas ancestrais e recuperación da espiritualidade na reinserción do vivir ben juntamente coa Nai Terra.

Considerando a falta de vontade política dos países desenvolvidos para cumprir de xeito efectivo os seus compromisos e obrigacións asumidos na Convención Marco das Nacións Unidas sobre o Cambio Climático e o Protocolo de Kioto, e fronte á inexistencia dunha instancia legal internacional que preveña e sancione todos aqueles delitos e crimes climáticos e ambientais que atenten contra os dereitos da Nai Terra e a humanidade, demandamos a creación dun Tribunal Internacional de Xustiza Climática e Ambiental que teña a capacidade xurídica vinculante de previr, xulgar e sancionar aos Estados, as Empresas e persoas que por acción ou omisión contaminen e provoquen o cambio climático.

Apoiar aos Estados que presenten demandas na Corte Internacional de Xustiza contra os países desenvolvidos que non cumpren cos seus compromisos baixo a Convención Marco das Nacións Unidas sobre o Cambio Climático e o Protocolo de Kioto incluíndo os seus compromisos de redución de gases de efecto invernadoiro.

Instamos aos pobos a propor e promover unha profunda reforma da Organización das Nacións Unidas (ONU), para que todos os seus Estados membros cumpran as decisións do Tribunal Internacional de Xustiza Climática e Ambiental.

O futuro da humanidade está en perigo e non podemos aceptar que un grupo de gobernantes de países desenvolvidos queiran definir por todos os países como o intentaron facer infructuosamente na Conferencia das Partes de Copenhague. Esta decisión compétenos a todos os pobos. Por iso é necesaria a realización dun Referendo Mundial, plebiscito ou consulta popular, sobre o cambio Climático no cal todos sexamos consultados sobre: o nivel de reducións de emisións que deben facer os países desenvolvidos e as empresas transnacionales; o financiamiento que deben prover os países desenvolvidos; a creación dun Tribunal Internacional de Xustiza Climática; a necesidade dunha Declaración Universal de Dereitos da Nai Terra e; a necesidade de cambiar o actual sistema capitalista.

O proceso do Referendo Mundial, plebiscito ou consulta popular será froito dun proceso de preparación que asegure o desenvolvemento exitoso do mesmo.

Co fin de coordinar o noso accionar internacional e implementar os resultados do presente "Acordo dos Pobos" chamamos a construír un Movemento Mundial dos Pobos pola Nai Terra que se baseará nos principios de complementariedad e respecto á diversidade de orixe e visións dos seus integrantes, constituíndose nun espazo amplo e democrático de coordinación e articulación de accións a nivel mundial.

Con tal propósito, adoptamos o plan de acción mundial adxunto para que en México os países desenvolvidos do Anexo 1 respecten o marco legal vixente e reduzan as súas emisións de gases de efecto invernadoiro nun 50 % e asúmanse as diferentes propostas contidas neste Acordo.

Finalmente, acordamos realizar a 2ª Conferencia Mundial dos Pobos sobre o Cambio Climático e os Dereitos da Nai Terra no 2011 como parte deste proceso de construción do Movemento Mundial dos Pobos pola Nai Terra e para reaccionar fronte aos resultados da Conferencia de Cambio Climático que se realizará a fins de ano en Cancún, México.
___________

Todo sobre o envento mundial -documentos, videos, fotos, noticias, conferencias-, na interesante web:
http://envivo.cmpcc.org.bo/

Sitio desenvolvido en Bolivia con software e coñecimento libres compartidos polos pobos do mundo.
http://www.softwarelibre.org.bo/
____________________

Esquerda Unida e a Manifestación deste sábado 24 de Abril "a prol da xustiza universal e as vítimas do franquismo"


  • O CONSELLO COMARCAL DE ESQUERDA UNIDA APOIA A MOBILIZACIÓN POLA XUSTIZA UNIVERSAL E CONTRA A IMPUNIDADE DO FRANQUISMO
  • EU ESIXE QUE CESE A PERSECUCIÓN CONTRA O XUÍZ GARZÓN POLO SEU AUTO PARA ESCLARECER OS CRIMES DA DITADURA

O Consello comarcal de Esquerda Unida manifesta o seu respaldo a mobilización convocada para mañá sábado, ás 12:00 horas , na Praza de Armas, para esixir a xustiza universal e a reparación ás vítimas da ditadura.

Esquerda Unida fai un chamado á cidadanía progresista e de esquerdas a non deixar de participar nesta acción colectiva e cívica para esixir o que na Europa democrática é unha normalidade instaurada hai máis de 60 anos.

Semella inconcebible que nun Estado democrático se poida sentar nun banquillo a un xuíz por tentar esclarecer os milleiros de crimes da ditadura que aínda hoxendía restan sen esclarecer en fosas anónimas. O auto de Garzón é unha peza xurídica que nos devolve unha parte da dignidade que como sociedade aínda nos resta por recuperar namentras non haxa unha reparación plena para todas as vítimas do franquismo.

A nosa organización vai participar activamente nesta mobilización como o vimos facendo na súa preparación, ao obxecto de sumar forzas para acadar a fin da persecución a un xuíz. Temos que facer unha fonda crítica da acción da fiscalía que ao opoñerse a acción investigadora do xuíz abriu á porta a denuncia de organizacións de nula calidade democrática.

Ferrol, Venres 23 de abril de 2010
Comunicado do Consello Comarcal de EU

Web de Esquerda Unida:
http://www.esquerdaunida.org/


Enviado por:
eu-ferrolterra@esquerdaunida.org
23 de abril de 2010 15:20
Ola amig@s: remitimos un comunicado do Consello Comarcal de EU chamando á cidadanía a participar na concentración que haberá mañá sábado, ás 12:00 horas, en Armas, a prol da xustiza universal e as vítimas do franquismo e para esixir que cese o acoso ao xuíz Garzón pola súa actuación no auto no que tenta abrir a investigacións dos crimes do franquismo. Un saúdo, Ramiro Marier
___________________

O Domingo 25 de Abril está convocada unha manifestación en Santiago contra a privatización dos Servizos Públicos

25 de abril, manifestación en Santiago contra a privatización dos Servizos Públicos

Este domingo, día 25 de abril, haberá unha manifestación en Santiago para protestar contra a privatización dos Servizos Públicos. A manifestación partirá ás doce da mañá da alameda compostelana. Haberá servizo de autobuses. Os autobuses sairán do Local Comarcal da CIG en Esteiro ás 10:30 horas. Podédesvos anotar chamando ao Local Comarcal ao 981358750.

A aposta pola privatización e mercantilización de todo tipo de servizos públicos implica diminuír a calidade do servizo ou prestación e precarizar e reducir o emprego. A empresa privada pretende o máximo beneficio co mínimo custe, a conta do rebaixe da calidade do servizo da redución do persoal, de baixos salarios, contratos temporais e precariedade laboral dos seus traballadores e traballadoras. Non hai mellor proposta para defender o público fronte ao privado que ampliar a xestión directa dos servizos e non recorrer a órganos ou empresas con menos garantías para prestar o servizo e con traballadores/as que teñen os seus dereitos laborais reducidos.

Non hai sociedade do Benestar nin xustiza social sen uns servizos públicos universais de calidade, xa que significan unha garantía para reducir as desigualdades sociais e reforzar a cohesión social. A súa calidade e eficiencia soamente é posíbel mediante a xestión pública, xa que esta busca exclusivamente o ben público e social. O público é garantía de calidade, o privado é negocio e beneficio.

Resulta inxustificábel que, neste momento de crise motivada pola aplicación de políticas neoliberais, se liquiden servizos, se despidan traballadores e traballadoras e se deixe de atender sectores sociais máis desfavorecidos que sofren de xeito máis duro as consecuencias desta situación. Por iso, rexeitamos o desmantelamento das oficinas I+B co despedimento de 61 traballadoras/es, a privatización dos centros de día e a pretensión de eliminar o carácter público do Consorcio Galego de Servizos de Igualdade e Benestar,como instrumento de xestión interadministrativa entre a Xunta e os entes locais para o desenvolvemento de servizos sociais comunitarios específicos comarcais acaídos ao País, asi como a entrega total á empresa privada de SOGASERSO, destinada a xestionar as Residencias de maiores.

A aposta do Partido Popular pola mercantilización do ensino, lévaos a privilexiar modelos educativos retrógrados mediante concertos educativos que segregan o alumnado por razón de xénero. A Xunta destina 259 millóns de euros, o 11% dos orzamentos de Educación, ao ensino privado, mentres o ensino público continúa con carencia de profesorado e de recursos suficientes para facer fronte ao fracaso escolar e non garante a demanda de prazas escolares de 0 a 3 anos. Esta xenerosidade do PP coa patronal do ensino concertado contrasta coa redución do orzamento da Consellaría de Educación, coa supresión da gratuidade dos libros de texto, coa negativa a reducir o número de alumnado por aula, a universalizar o servizo de comedores escolares e á gratuidade das actividades extraescolares.

A redución dos orzamentos dedicados á sanidade pública para o ano 2010 constatan a continua aposta polo financiamento da sanidade privada coa introdución do modelo de financiamento privado de obra pública para a construción do hospital de Pontevedra e Vigo que veñen a completar a privatización de numerosos servizos que hoxe xa están externizados. As listas de espera fanse insufríbeis e intolerábeis, os servizos sanitarios teñen múltiples deficiencia e carencias, mais isto non lle impide á Xunta amortizar prazas e perpetuar a precariedade laboral. A aposta pola sanidade pública comporta impedir que a saúde se converta nun negocio, ter control público, garantía e calidade.

Un capítulo á parte é a privatización e eliminación dos servizos ás explotacións agrícolas e gandeiras. As oficinas de asesoramento e de apoio ás explotacións comarcais sufriron dende hai anos recortes de persoal e de medios, perdendo o seu carácter de dinamizadoras para quedarlles encomendada só unha parte dos trámites burocráticos.

Mención à parte merece o desmantelamento da empresa pública SEAGA, privatizando a xestión agroforestal e encomendando a empresas privadas a extinción de incendios forestais, atención veterinaria, atención telefónica ao agro, etc, que comportaron o despedimento de máis de 2000 traballadores/as. Así mesmo persiste unha total incerteza na extinción de incendios de cara ao verán onde traballan arredor de 2000 persoas. Así mesmo ficaron paralisados os proxectos UXFOR e o BANTEGAL actúa co mínimo persoal.

A xestión privada tamén se apoderou dos parques comarcais de bombeiros. Desde as administracións non se rescata ningunha privatización e continúase coa vontade de que todos os que abran de novo sexan de xestión privada.


scigasf@sergas.es

www.cig-saude.org/ferrol


Enviado:

Cig-Saúde
-cig-saude.asf@sergas.es-
20 de abril de 2010 10:27
_________________________

venres, abril 23, 2010

Concentración, o Sábado 24 de Abril de 2010, na Praza de Armas de Ferrol: Pola xustiza universal, contra a impunidade do franquismo



Concentración o 24 de abril ás 12.00 na Praza de Armas de Ferrol



O sábado 24 de abril ás 12.00 horas


Os que convocamos esta concentración temos todo o dereito a considerar que a ofensiva contra o xuíz Garzón para apartalo da carreira xudicial ten a súa orixe na última actuación deste xuíz: a investigación dos crimes do franquismo cualificados como crimes contra a Humanidade e plan premeditado de xenocidio.

Polo tanto, exercemos o noso dereito democrático a opinar publicamente e a criticar a calquera poder do Estado, incluído o Poder Xudicial, porque nunha Democracia non hai vasalos senón cidadáns libres e non hai poderes nin institucións intocables. Consideramos especialmente grave que o Poder Xudicial –que se controla a se mesmo- pida que non exerzamos o noso dereito a opinar sobre os seus actos.

Consideramos insólito que un xuíz poida ser xulgado por investigar os asasinatos de máis de 200.000 persoas pola ditadura franquista e por investigar as desaparicións de miles de nenos e nenas que foron arrebatadas ás súas familias para entregalos en adopción.

O acoso a Garzón abriuse a instancias de asociacións e partidos herdeiros do franquismo, cun amplo historial delitivo no caso da Falange, que participou activamente na represión durante e despois da Guerra Civil, sendo responsable de miles de asasinatos. A causa contra Garzón ábrese para impedir que se artelle unha resposta penal axeitada ás demandas dos familiares das vítimas do franquismo, demandas esquecidas durante décadas, na procura de restaurar a dignidade das vítimas e facilitar a apertura das fosas diseminadas por todo o país para enterrar dignamente os seus restos.

Invocase a “Lei de Amnistía de 1977" para xustificar a acusación de prevaricación, cando precisamente as normas internacionais de Dereitos Humanos –subscritas tamén polo estado español- din claramente que o crime de desaparición forzada NON prescribe e entorpecer a súa investigación é un delito. Polo tanto ningunha “Lei de Amnistía” ten vixencia xurídica e temos o caso de Arxentina, onde a denominada Lei de Punto Final, foi abolida e os membros da ditadura están a ser procesados.

Se este xuízo se produce, será a primeira vez en todo o mundo que un maxistrado, en democracia, é sentado no banco dos acusados por intentar acadar Verdade, Xustiza e Reparación para as vítimas de crimes contra a Humanidade. Ademais, enviará unha mensaxe tremendamente negativa para outros xuíces que intenten investigar os crimes do franquismo. E isto xa está tendo efectos; 28 dos 46 xulgados pecharon as causas, sen sequera investigar nin citar aos familiares das vítimas, sumíndoas nunha situación de indefensión. No que vai de ano, non houbo unha soa providencia. Os xuíces, asustados, fan deixación das súas funcións.

A importancia deste caso non residepolo tanto- na actuación dun xuíz determinado, senón en que revela unha cuestión do máis inquietante e de mais fondo calado: na España do século XXI, aínda hai liñas vermellas que non se poden cruzar. Lembremos que en Europa xamais foi perseguido e xulgado ningún xuíz por investigar os crimes da Alemaña nazi ou da Italia fascista.

E isto acontece mentres a Falanxe continua montando con total impunidade actos de enaltecemiento da ditadura. A nosa democracia coxea pola persistencia de moi poderosos intereses que queren oficializar unha visión amable e de gran placidez da ditadura franquista, o que non se corresponde coa súa violentísima represión. A nosa sociedade necesita, investigar, profundar, coñecer, divulgar e xulgar o seu pasado franquista, de maneira serena e honesta e -por suposto-, reparar as súas consecuencias e non permitir que funcionen dentro da legalidade partidos políticos que fan apoloxía do xenocidio e insultan a memoria das vítimas.

Queremos unha Xustiza que persiga aos delincuentes e non persiga a quen investiga os delitos, queremos unha Xustiza da que podamos estar orgullosos. Non estamos sós. Son moitas as prazas e rúas que están vivindo concentracións semellantes á nosa, para lembrarlle aos servidores públicos, que nunha sociedade democrática, eles serven a cidadanía e non ao revés.

Fonte: http://memoriahistoricademocratica.org/
__________________

Convocan: Asociación Cultural Fuco Buxán, Asociación Veciñal de Esteiro, Asociación Veciñal "O Prioriño", Ateneo Ferrolán, Bloque Nacionalista Galego -BNG-, CCOO, Esquerda Unida -EU-, Memoria Histórica Democrática, Ospaal, Terra Galega, UGT e USTG.
_____________________

Na madrugada do Martes 20 de Abril de 2010, mentras o “LNG Madrid Spirit” descargaba gas para Reganosa, producia-se, apenas a 200 metros, un incendio en "Forestal del Atlántico", no que tiveron que intervir os bombeiros de Ferrol

O pasado Luns 19 de Abril de 2010, o buque gaseiro “LNG Madrid Spirit”, tivo que adiar a súa entrada na Ría até a marea de pola tarde, dado que á hora de entrada prevista, que era ás 8 da mañá non o puido facer, pois a néboa reinante deitada sobre a Ría no llo permitía, a visibilidade era moi escasa. Unha vez atracado o buque, reunia-se a Coordenación de descarga do buque, segundo o xefe de mantemento de Reganosa, Jesús Losada Maseda que o pasado 14 de Abril, nunha conferencia titulada “Operación dunha planta regasificadora de gas natural licuado” na Escola Universitaria Politécnica de Serantes, dixo manter unha reunión de coordinación na planta -de dúas horas de duración- cada vez que se realiza unha operación de descarga, e que o transvase de gas dura aproximadamente 24 horas.


Por que é importante o dato que mencionamos con anterioridade
?

Pois porque o xornal "La Voz de Galicia" publica na edición local impresa [Na dixital non hai rastro ningún] do 21 de Abril de 2010, nas páxinas só de Ferrol, en concreto na L19, nun "Breve" unha noticia moi importante e interesante que intentaron minimizar todo o que puideron, para que quedara desapercibida. A noticia ocupa uns poucos centímetros. Mais estamos a falar de algo moi importante, nin máis nin menos que dun "Incendio en Forestal del Atlántico", a empresa do "Grupo Tojeiro", socio e promotor de Reganosa que ocupa xunto a esta e outra do mencionado grupo Imegasa, o que se ven chamar para os efectos de Seguridade "Complexo de Punta Promontorio".

Se de por si o incendio en "Forestal del Atlántico" é un asunto grave, non digamos ao producir-se este no momento en que se encontraba descargando o buque gaseiro a escasos douscentos metros, como é o caso.

"La Voz de Galicia" sitúa o incendio fisicamente nun "cuadro eléctrico", e temporalmente arma unha pequena confusión, pois di textualmente: "Pasadas las doce de la noche del pasado lunes", hai que sobreentender que está falado das primeiras horas da madrugada do Martes 20 de Abril de 2010. E a cualificación do accidente é de "pequeno incendio".

A Radio Galega só por unha vez deu conta da noticia, na mañá do día 20 de Abril. Mais a cualificación era de "incendio" e o situaba fisicamente "nos transformadores eléctricos da empresa".


Foi informado do accidente
Carlos García Touriñán ?

Mais quen é Carlos García Touriñán ?

Pois nin máis nin menos que o Xefe de Protección Civil e Bombeiros d'A Coruña,  responsábel do Posto de Mando Avanzado (PMA), centro desde onde se coordinarían as diferentes actuacións “in situ”, en caso de accidente en Reganosa.

Pois seguro que non, pois como Reganosa é outra empresa aínda que estexa xusto ao lado, encostada con Forestal del Atlántico, ...




No complexo petroquímico chamado Forestal do Atlántico S.A. hai almacenados uns 300.000 metros cúbicos de combustíbeis e unha serie de produtos químicos tóxicos e perigosos. Tamén hai instalada unha Planta de Coxeneración Eléctrica [24.800 KW de Potencia] que traballa queimando fuel óleo desde 1999.




Na Galiza hai un total de 28 instalacións afectadas pola normativa europea e estatal que esixen ter un Plan de Emerxencias Exterior, das cales só 10 teñen o nivel superior, mais casualidade que desas 10, 3 conforman o Complexo Petroquímico de Punta Promontorio localizado no concello de Mugardos. Segundo a propia normativa non todas as empresas químicas están afectadas por Plans de Emerxencia Exterior, tan só aquelas que, "en función das sustancias coas que operan, poden xerar risco para o home ou o medio ambiente en caso de accidente". No corazón da Ría temos unha auténtica bomba de reloxería, mesmo xunto a núcleos de poboación onde moramos miles de persoas. A corrupción política e económica son as que posibilitaron tal despropósito. A mobilización social, a concienciación da poboación e a acción xurídica-administrativa, son as que van a posibilitar o seu desmantelamento.

Queremos unha explicación pública xa, do acontecido nesa madrugada do 20 de Abril de 2010.

Queremos unha información veraz do accidente.

Seguiremos informando deste importante asunto.

  • POLA DEFENSA DA VIDA, A NOSA SEGURIDADE E A RÍA !!
  • CESE DA ACTIVIDADE E DESMANTELAMENTO DE REGANOSA !!
  • PLANTA DE GAS FORA DA RÍA !!
--
Para apoiar e colaborar co Comité Cidadán:


Comité Cidadán de Emerxencia para a Ría de Ferrol
comitecidadan@gmail.com
www.comitecidadan.org

_______________________

xoves, abril 22, 2010

Despois das denuncias dos colectivos ecoloxistas, por fin a fiscalía atreve-se a actuar contra ENDESA por delito ecolóxico contra o Río Eume


Desde hai tempo os colectivos e organizacións ecoloxistas veñen denunciando a sobre explotación empresarial dun dos nosos patrimonios naturais máis importantes das comarcas do noroeste: o Río Eume. ENDESA é a empresa que máis contamina o Río e a que máis o sobre-explota, xa sexa directa ou indirectamente por empresas que traballan para ela. Por outra banda está a présa que teñen por encher o Lago Artificial da Mina entre outras actuacións, ... Desta vez o Seprona presentou denuncia ante a fiscalía de medio ambiente, o pasado 27 de Xaneiro de 2010, por un presunto delito ecolóxico no encoro que ten ENDESA no Río Eume n'A Capela. ENDESA exerce unha especie de dereito de pernada sobre o Eume, a fiscalía denuncia que esta seca o Río "ao non realizarse ningunha vertedura polo desaugadoiro interior e o encoro non obter o 100% de capacidade, este tampouco verte pola súa banda superior". ... Pola importancia da noticia que elabora Carmela López, publicada no día de hoxe no xornal comarcal Diario de Ferrol, transcribimo-la a continuación.
A Fiscalía denuncia a Endesa por un presunto delito contra o medio ambiente
Por Carmela López - As Pontes
22.04.2010

O fiscal coordinador de Medio Ambiente, Álvaro García Ortiz, interpuxo unha denuncia contra Endesa SA, Endesa Xeración SA e os responsables das mesmas en materia ambiental por un presunto delito contra os recursos naturais, en relación co encoro do río Eume na Capela. O representante do Ministerio Público conclúe que, do actuado ata o momento, despréndese que "desde fai 50 anos un tramo do río Eume non recibe un achegue constante de auga para garantir a vida e o ecosistema no seu seo, que iso é consecuencia da existencia dunha presa e de que, desde a súa construción, non se garante tal achegue".

A denuncia da Fiscalía é consecuencia dun escrito do Seprona de Pontedeume, de data 27 de Xaneiro de 2010, a raíz do que se acordou a apertura de dilixencias de investigación penal por un presunto delito contra os recursos naturais e o medio ambiente. Nesta liña, sinálase que o encoro existente no río Eume, á altura do termo municipal da Capela, "non cumpre co caudal ecolóxico establecido" e achéganse datos no sentido de que "ao non realizarse ningunha vertedura polo desaugadoiro interior e o encoro non obter o 100% de capacidade, este tampouco verte pola súa banda superior".

Segundo Endesa, que é a que ten a concesión sobre o encoro, non existe ningún dispositivo específico para a solta de caudal ecolóxico, porque en ningún punto da concesión consta tal requirimento, pero que, no entanto, de forma voluntaria, realízase unha solta de caudal mínimo en dous puntos do salto. Por un deles, situado ao pé da presa, libéranse entre 275 e 350 litros por segundo de caudal de forma permanente, mentres que polo outro, situado augas abaixo, vértense 4.100 litros por segundo á canle, ata naqueles momentos nos que a central reduce a produción a mínimos. Endesa asegura, para rematar, non ter constancia da existencia de danos ambientais no tramo do Eume.

Pola súa banda, Augas de Galicia contradi abertamente o manifestado por Endesa, no sentido de que non recoñece a existencia de ningún achegue permanente, senón "dunha fuga na válvula do propio desaguadoiro de fondo", sen que a situación variase nas diferentes visitas á zona. A Consellería de Medio Rural coincide co organismo anterior, e contesta de "xeito rotundo" -recolle a denuncia da Fiscalía- que do encoro do Eume "non se ten constancia de que solte caudal ecolóxico ao longo destes 50 anos", polo que, o tramo de río que se atopa entre a presa e a central hidroeléctrica, duns 3,4 quilómetros, "permaneceu seco, salvo pequenos achegues dalgún regacho existente, fóra dos momentos en que o encoro sobordou polo aliviadoiro, provocando a perda do ecosistema acuático".

Publicado en: diariodeferrol.com

Fotográfia de: Ferroliño
_______________________

Enlaces relacionados:
_____________________

Evo Morales e a homosexualidade


Por Pascual Serrano
22.04.2010

Vaia rifa que lle montaron a Evo Morales por un fragmento do seu discurso na Conferencia Mundial dos Pobos sobre o Cambio Climático e os Dereitos da Nai Terra, celebrada onte en Cochabamba. Os medios acusáronlle de homófobo tomando textos de axencia. El País titulaba "Evo Morales atribúe a homosexualidade e a calvicie aos transxénicos" e Público "Morales culpa aos transxénicos da homosexualidade e a calvicie". Ata El País recollía a reacción dun portavoz da Confederación Española de Lesbianas, Gais, Bisexuais e Transexuais (COLEGAS) que "esixiu unha rectificación pública ao presidente de Bolivia e anunciou que transmitirá o seu malestar á embaixada do país en España". "Este tipo de afirmacións sen base científica algunha, son ademais de insidiosas e falaces, unha mensaxe de odio e rexeitamento á poboación homosexual, sobre todo cando quen as fai é o presidente dun país", declarou un representante de Colegas.

O presidente de Bolivia estaba falando sobre os polos criados de forma intensiva en granxas, e afirmou textualmente: "O polo que comemos está cargado de hormonas femininas. Por iso, cando os homes comen eses polos, teñen desviacións na súa ser como homes". Como se pode apreciar non nomeou a palabra homosexualidade. É máis, eu entendo que por desviación pretendía referirse -quizais sen utilizar o vocábulo máis adecuado- a disfunción ou esterilidad, de todos é sabido que a concentración de espermatozoides diminuíu no seme dos homes dos países desenvolvidos. Ou quizais se refería á alternación do proceso de maduración sexual dos nenos debido a esas hormonas. É curioso que quen acusan a Evo Morales de homófobo sexan os que relacionaron desviación con homosexualidade. Por que o portavoz do colectivo Colegas dáse por aludido cando escoita a palabra desviación se ninguén estaba falando de homosexualidade?

É oportuno recordar a sintonía entre o colectivo Colegas e o Partido Popular, así como os servizos prestados por esta organización para atacar á revolución cubana. En xaneiro de 2008 Colegas coordinou, con fondos da Comunidade de Madrid e o apoio do Partido Popular, unhas xornadas denominadas "Cuba: Revolución e Homosexualidade". O 4 de novembro de 2009, Colegas emitiu en Madrid un comunicado de prensa na que denunciaba o suposto arresto de seis homosexuais cubanos, ademais dunha cifra de miles de detencións similares entre 2007 e 2008. Foron os propios gais e lesbianas de Cuba quen mediante un comunicado do Centro de Educación Sexual de Cuba desmentiron esa información. A relación de Colegas co Partido Popular é dabondo coñecida, en xuño de 2009, a asociación asinou un contrato-programa co PP de Sevilla de face ás eleccións de 2011, e que contemplaba tamén o rexeitamento á Cabalgata do Orgullo Gai que esta cidade, gobernada polo PSOE e EU, celebraba ese ano por primeira vez con financiamento municipal.

Independente do maior ou menor rigor científico de Evo Morales, creo, sinceramente, que os cegos intentos por desprestixiar a un líder campesiño e indíxena desde o noso etnocentrismo levou a xornalistas e algún membro do colectivo homosexual a ver xigantes onde só había muíños.

Pascual Serrano é xornalista. Acaba de publicar o libro "O xornalismo é noticia" Icaria, abril 2010

En Rebelión

Fonte: pascualserrano.net

[*] Pascual Serrano (Valencia, 1964) é un xornalista e ensaísta español moi crítico cos medios de comunicación como grandes grupos empresariais. Colabora con varios medios españois e latinoamericanos abordando medios de comunicación e política internacional. [Fonte: A Wikipedia]

______________________

Cambio Climático, Inauguración conferencia mundial dos pobos - Evo Morales 1/3



Cambio Climático, Inauguración conferencia mundial dos pobos - Evo Morales 2/3



Cambio Climático, Inauguración conferencia mundial dos pobos - Evo Morales 3/3


_____________________

Cobertura especial do Cume sobre o cambio climático que se celebra en Tiquipaya - Cochabamba - Bolivia: "Conferencia Mundial dos Pobos sobre o Cambio Climático e os Dereitos da Nai Terra"

Organizacións sociais que participán na Conferencia Mundial dos Pobos sobre o Cambio Climático e os Dereitos da Nai Terra (CMPCC) comezaron a dar pautas do que serán os Dereitos Universais da Nai Terra, que serán aprobados en Cochabamba e serán presentados no Cume de Cancún, México, a fin de ano.

"A Terra é a nosa nai e como todos debe ter os seus dereitos, por exemplo, non ser contaminada, ten dereito á biorregeneración, ten dereito a que non lle extraia recursos naturais de forma irresponsable, só en forma sostible e equilibrada, e tampouco pode danar-lla con agroquímicos", explicou o dirixente do Consello Nacional de Ayllus e Markas do Qullasuyu (Conamaq) Rafael Quispe. O campesiño comparou estes feitos coa Declaración Universal de Dereitos Humanos, do 10 de Decembro de 1948, aos catro meses de finalizada a Segunda Guerra Mundial. "Igual ten que ser, porque a Nai Terra ten dereitos que todos debemos respectar", insistiu o dirixente, quen hoxe se trasladará a Cochabamba.

Polo seu lado, Dionisio Cabrera, da Confederación Sindical Única de Traballadores Campesiños de Bolivia (CSUTCB), engadiu que, unha vez que sexa redactado este documento, o próximo paso será a socialización. "Para que teña incidencia mundial, debemos tratala como á nosa nai, que ten fillos, eles son os seus bosques, os seus ríos e os seus animais, para iso tamén imos recoller suxestións doutros países" [*].


Pola redacción de Democracy New
Mércores, 21 de abril de 2010


AVISO: Mañá xoves, 22 de abril, Amy Goodman será entrevistada en vivo desde Cochabamba, con tradución ao español, pola televisión pública ecuatoriana Ecuador TV. A entrevista será emitida en vivo entre as 9 e as 10 da mañá, hora de NY, Cochabamba e Quito, e poderá verse en liña en www.ecuadortv.ec

Síguenos por Facebook e Twitter


21 de abril de 2010 - Boaventura de Sousa Santos fala sobre modelos de alternativa post-petroleira para superar o cinismo dos países desenvolvidos na conferencia de Cancún sobre o cambio climático, o significado do cume de Cochabamba e outros temas
Escoitar

Boaventura de Sousa Santos, un académico de prestixio mundial e un dos principais organizadores do Foro Social Mundial, fala desde Chochabamba sobre os modelos post-petroleiros, que teñen en conta os principios indíxenas de conección entre o home e a natureza. Estes modelos apuntan á superación da dependencia da mono-cultura da exportación de recursos naturais como base da económia capitalista dos países en vías de desenvolvemento e oponse aos procesos de desenvolvemento de infraestrutura que non teñen en conta ás comunidades indíxenas orixinarias desas terras.

21 de abril de 2010 - Voces dos participantes da Conferencia Mundial dos Pobos sobre o Clima
Escoitar: Carlos Arien- Organización Bolivia Sol
Escoitar: Kety Esquivel–Latinos in Social Media
Escoitar: Linda Velarde

Miles de activistas, organizacións sociais, académicos e medios de comunicación déronse cita esta semana en Tiquipaya, Cochabamba, Bolivia, para facer un chamado ao mundo acerca das problemáticas relacionadas co cambio climático e os problemas ambientais causados polo modelo económico actual. A continuación algúns deles comparten connosco as súas loitas locais, o por que están en Cochabamba e cales son as expectavias que teñen sobre o resultado deste encontro.


20 de abril de 2010 - Mario Palacios, presidente da coordinadora indíxena CONACAMI de Perú, fala sobre como as dinámicas extractivas das multinacionais mineiras no Perú obedecen a unha lóxica non de "libre comercio" senón de "libre saqueo".
Escoitar

No marco da Conferencia Mundial dos Pobos sobre o Cambio Climático e os Dereitos da Nai Terra, Mario Palacios presidente da Confederación Nacional de Comunidades Afectadas pola Minería en Perú, fala sore o impacto que tivo esta industria, no contexto das políticas neoliberais, para as comundiades indíxenas no Perú. Palacios describe o xeito en que estas comunidades organizáronse para propor modelos alternativos de sociedade e un movemento indíxena continental, onde a idea dun Estado plurinacional emerxe como unha posibilidade para reivindicar os dereitos das comunidades orixinarias en todo o continente, como sucedeu en Ecuador e Bolivia.


19 de abril de 2010 - Entrevista a Pablo Solón, embaixador boliviano ante as Nacións Unidas: "Para salvar o planeta necesítase unha organizacion mundial dos pobos"
Escoitar

Este luns comezou en Tiquipaya, Bolivia a Conferencia Mundial dos Pobos sobre o Cambio Climático e os Dereitos da Nai Terra, convocada polo Presidente boliviano Evo Morales logo do fracaso do Cume de Copenhague, onde os líderes do mundo non lograron arribar a un acordo global para deter o arrequecemento global. Entrevistamos a Pablo Solón, embaixador boliviano ante as Nacións Unidas e un dos principais responsables da organización do cume, para coñecer os motivos da convocatoria, os obxectivos principais da conferencia e a postura que o goberno boliviano vén sostendo nas Nacións Unidas en relación co cambio climático e a súa proposta de recoñecer a existencia dunha "débeda climática".


VocesPopulares/Retratos: Novo proxecto de vídeo de Democracy Now! en español

Escoitar/Ver

Democracy Now!, o Informativo de Guerra e Paz é un programa independente de noticias internacionais que se produce diariamente en Nova York e trata os acontecementos máis importantes do mundo e da política exterior estadounidense. Interésanos establecer un conexión sen fronteiras, por medio das nosas noticias con todas as radio de América Latina. Todos os nosos servizos ofrécense sen ningún custo. Contáctar a spanish@democracynow.org. Queremos saber como funciona a túa radio.


Democracy Now!
http://www.democracynow.org
Democracia Xa!
Difundindo Democracy Now! desde Galiza
http://democracia-xa.blogspot.com


Enviado por:
"Democracy Now! en español"
spanish@democracynow.org
21 de abril de 2010 22:45
____________________________

Mario Palacios Presidente da Confederación Nacional de Comunidades Afectadas por la Minería – CONACAMI - Pouco máis de 9 minutos moi interesantes e de grande valor, paga a pena escoitar




[*] Conferencia Mundial dos Pobos sobre Cambio Climático e Dereitos da Nai Terra - En vivo desde Cochabamba, Bolivia. 19 ao 22 de Abril 2010
http://envivo.cmpcc.org.bo
________________________________

mércores, abril 21, 2010

O “LNG Madrid Spirit”, tivo que adiar a súa entrada na Ría até a marea de pola tarde - O Comité Cidadán concentrou-se ante a entrada do gaseiro 64


O “LNG Madrid Spirit”, tivo que adiar a súa entrada na Ría até a marea de pola tarde, dado que á hora de entrada prevista que era ás 8 da mañá non o puido facer, dado que a néboa reinante deitada sobre a Ría no llo permitía, a visibilidade era moi escasa. E as Normas da Capitanía Marítima, no apartado sobre as Condicións Meteorolóxicas, fala de que ten que haber unha visibilidade de ao menos 1.200 metros.

O buque gaseiro, “LNG Madrid Spirit”, é un dos buques gafados no intento de arribar ao Porto de Mugardos, ten un historial de adiadas moi importante, xa son cinco as veces, as últimas os pasados 29 e 30 de Marzo de 2010, as outras o 29 de Agosto de 2009 e o 20 de Outubro de 2008.

Galería de Diapositivos



[Clicar acima da imaxe para entrar na Galería de Diapositivos]

O Comité cidadán, como fai sempre que anuncian a entrada dun buque cargado con GNL, de novo realizou unha concentración diante do Edificio Administrativo da Xunta de Galicia, na Praza Amada García, para denunciar e protestar ante semellante imprudencia que ameaza a nosa seguridade, á Ría e as nosas vidas.

Non só a presencia da Planta de Gas de Reganosa construída, ao amparo da corrupción polítia e económica, no corazón da nosa Ría é un enorme potencial perigo, senón que a entrada, atraque e descarga dos gaseiros con GNL-LNG, aumentan o perigo exponencialmente. Isto foi o que denunciou o Comité na concentración sonora deste pasado Luns 19 de Abril de 2010. Ademais mencionou-se o intento de procesamento de 60 persoas, xente do mar, por, supostamente, participar nas accións de protesta ante o intento de entrada do primeiro gaseiro cargado con gas natural licuado, en Maio de 2007. Na intervención do Coordenador do Comité quedou claro a responsabilidade do propio Comité Cidadán de Emerxencia que foi o que fixo o chamado á cidadanía para que se mobilizara ante o atropelo, o perigo, a inxustiza e a ilegalidade que supuña a entrada do "Galicia Spirit" na Ría de Ferrol [07.05.2007] e a descarga do GNL nunha planta que non reunía nin reúne os condicionandos de seguridade esixidos pola Lei, nin daquela os permisos de funcionamento, sen Plan de Emerxencias Exterior aprobado [19.07.207], e a tan só 10 días de ser redactadas as Normas de Seguridade para a entrada, atracada, desatraque e saída de grandes buques gaseiros na Ría de Ferrol [27.04.2007], pola Capitanía Marítima de Ferrol, sen que transcorrera tempo suficiente para a presentación de alegacións, ...

Fonte das Fotografías: http://picasaweb.google.es/reganosa.ferrol
______________________

Actos de Lefre de Caldereta pola conmemoración da Revoçolución dos Cravos en Portugal: 25 de Abril Sempre !!


25 DE ABRIL SEMPRE.
Actos de Lefre de Caldereta


Actos que Lefre de Caldereta vai levar a cabo pola conmemoración da Revolução dos cravos.
  • Día 23/04 ás 20.30h, no local da asociación de veciños/as de Recimil (Casas Baratas), rúa Euzkadi fronte ao nº6; proxección da película "Capitanes de Abril" presentada por Vicente Couce.
  • Día 24/04 ás 13.00h, no bar Taxonera (Esteiro), sesión de música e poesía "Micro Aberto".

Saúde!

Asociación Cultural Lefre de Caldereta
www.lefredecaldereta.com
lefre@lefredecaldereta.com

Enviado por:
A.C Lefre de Caldereta
-lefre@lefredecaldereta.com-
20 de abril de 2010 20:25
______________

Pequena secuencia do Filme "Capitaes de abril", realizado por Maria de Medeiros, en 2000.


____________________