Quem  assegura que o PP nom tem proxecto, quem fala de “
nom-governo”, ou “
dum  governo sem rumbo”, equivoca-se e pode estar enviando à cidadania umha  mensagem confusa, que nom ajuda a organizar umha boa defesa num contexto  moi agressivo, onde os direitos fundamentais estám postos à venda e som  questionados e violados diariamente.
O anteproxecto de “
Lei de Família”, elaborado pola Xunta de Galicia, que  vai ser posto a aprovaçom polo Parlamento Galego, depois das eleiçons  municipais, é toda umha declaraçom programática de qual é o modelo  social que nos tem preparado esta nom-maioria política, que se afixo  cumha raquítica maioria parlamentária, e aspira a converter-se na  maioria social, tendo para elo toda a maquinaria ao seu dispor: poder  econômico, hegemonia mediática, poder legislativo (
tanto na cámara  galega, como, se nom ponhemos remédio, nas cámaras locais), e poder  religioso.
O anteproxecto de Lei de Família, é umha volta aos episódios mais grises  da nossa História contemporánea. Esta Lei nega a igualdade das  distintas formas de convivência, como o matrimonio homossexual, e  inventa direitos inexistentes, como os direitos do feto, para roubar  direitos conquistados, exercidos e reconhecidos, entre outros, o direito  ao aborto.  Esta Lei nom apoia à maternidade, senom que a converte  numha penitencia obrigatória, um caminho de espinas a percorrer, para ao  final, entregar “
o fruto do nosso ventre” a instituiçons afins. Todo um  perverso ideário, que entre outros, nega o direito de todos os nenos e  nenas a ser desejados. 
Quem tenha dúvidas de até onde nos pode levar esta Lei, que consulte o  proxecto de nova constituiçom húngara, aprovado polo Parlamento. País  que preside nestes momentos a Uniom Europeia e que está sendo noticia  polas acçons e actitudes racistas e xenófobas, que atentam nomeadamente  contra o Povo Cigano. Todo este ódio, teria que entrar em contradiçom  cos valores que supostamente    se auto-outorga a hierarquia católica, e  que aparecem como marco inspirador da sua nova constituiçom. Valores  por outra banda, que nom podem ser considerados propriedade de nengumha  confessom religiosa.
Que difícil situaçom para as pessoas que honradamente seguem  o legado  de Cristo “
amádevos os uns aos outros...”, ”
é mais difícil que um rico  acade o reino dos ceos...”, ou “
bem aventurados os que tenhem fame e  sede de justiça...”!!! Mais bem semelha que o partido que governa  Hungria e que esta imponhendo o integrismo católico na sua constituiçom,  está cheio de “
sepulcros branqueados”.
Esta constituiçom húngara que abre brecha na Europa e onde se inspiram  os sectores do PP que promovem a Lei de Família, ademais de considerar o  aborto como inconstitucional, outorga ao pai de família o direito ao  voto dos filhos ou filhas menores. Igual que pretende o PP imponher o  direito a decidir por parte dos progenitores, se umha nena tem que ser  nai ou nom. Umha vez mais, inventam-se direitos nom existentes, como o  direito ao voto na minoria de idade, para roubar ou negar direitos  conquistados. Outorgará o parlamento galego o direito a exercer duas  vezes o voto às mulheres gestantes? Terá o pai de família direito a  votar três vezes no nome da sua filha menor e do feto em gestaçom?  Chegaremos a ver ao feto participando de debates públicos?
A este esperpento de sociedade nos está levando o avance do Partido  Popular na Galiza e do conservadorismo em geral na Europa, num terreio  aboado, temos que reconhecê-lo, por a entrega dumha parte das forças  progressistas, aos ditados do poder financeiro. 
A pobreza e a marginaçom emergentes polo efeito destas políticas  impostas, tenhem aguardando às estruturas católicas, e também em menor  medida, doutras confesións religiosas, para volver a encher os seus  templos. A caridade suplindo à solidariedade e à justiça social, umha  vez que os sectores públicos de assistência social sejam depauperados e  privatizados. Eis o controlo social mais perverso, o exercido polo prato  de comida quente.
Neste rio revolto, aparecem iniciativas de protesta e denuncia que,  intentando defender posicionamentos laicos, entram num terreio que  converte em vitimas aos verdugos. Os ataques às igrejas, ou a irrupçom  em espaços de culto, som ataques à liberdade religiosa que é um direito  humano, e como tal deve ser respeitado. 
Para visualizar ou simbolizar todas estas manifestaçons e protestas, hai  edifícios vinculados à hierarquia católica, departamentos nas  universidades, mesmo entidades financeiras,... que nom som lugares de  culto, e que sinalam a diferença entre o que é a espiritualidade e a  instituiçom patriarcal e antidemocrática que pretende imponher o seu  proxecto a toda a sociedade, utilizando o seu poder econômico e os seus  diferentes lobbys.
Estamos às portas de fortes convulsons sociais, nom deixemos de  consultar a brúxula. É preciso nom perder o rumo e que o tsunami social  nom acabe movendo os muinhos da direita para volver a proxectar a nossa  vida em branco e preto.
22.04.2011
Lupe Ces
Enviado por:
Lupe Ces
-lupeces@gmail.com-
22 de abril de 2011 15:43
http://lupeces.blogspot.com/
___________________________