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venres, xaneiro 22, 2016

Fórum de Davos e a desigualdade social , ... Por Flavio Aguiar


Com seu progressivo esvaziamento, o fórum, que já era pobre em matéria de criação de vetores de ação, ficou mais pobre ainda, o que compromete sua eficácia frente aos muitos desafios das nações.

Por Flavio Aguiar [*]
22.01.2016


Na quarta-feira (20 de Janeiro), começou mais uma edição do Fórum Econômico de Davos, na Suíça. O fórum já teve mais prestígio e proeminência. Mas ainda continua sendo um espaço de importância geo-política e econômica.

No dia 19, o jornalista Graeme Wearden listou no The Guardian oito temas que ele considera chaves para o encontro deste ano (a lista é dele, os comentários são meus):
1. A robotização (automação) do trabalho e da economia. A tsunami da automação no mundo, que já vem cobrindo o território do chamado "trabalho de colarinho azul" (o operariado) está chegando rapidamente ao abdômen do chamado "trabalho de colarinho branco", o mundo dos serviços, dos executivos e até dos dirigentes de empresas e serviços públicos.

É crescente a automação dos processos de tomada de decisão em bolsas de valores, empresas financeiras, agências de governo, até mesmo de protocolos hospitalares e outras áreas da vida econômica e social.

2. A crise dos refugiados e o terrorismo na Europa e no mundo. O tema dos refugiados têm alcance mundial. O Brasil invocou nesta área, ao definir a criação de categorias como o "refugiado econômico" e o "refugiado de catástrofes ambientais".

O tema é particularmente sensível na Europa, devido à vinculação que políticos de direita vêm fazendo sistematicamente entre o aumento dos refugiados e o aumento potencial de ataques terroristas ou de episódios como o arrastão sexual em Colônia, na Alemanha, durante a noite de Ano Novo.

3. A turbulência das bolsas e mercados. O ano de 2016 abriu com enormes turbulências nas bolsas do mundo inteiro. Na China a situação tem níveis dramáticos, indicando fuga de capitais e provocando reações e efeitos negativos em todas as economias do mundo, inclusive na brasileira. O preço das commodities despenca. Mas nada de importante ocorrerá nesta área enquanto não houver a disposição de criar mecanismos internacionais de controle destes mercados.

4. As mudanças climáticas. O mundo atingiu um outro patamar, mais positivo, nesta área com a celebração do acordo ao final da COP21. Porém, há fatores de risco quanto a este tema, sendo o principal deles a eleição de algum dos pré-candidatos republicanos à presidência dos Estados Unidos, já que todos eles prometem jogar o acordo no lixo, junto com o acordo sobre o programa nuclear do Irã e o reatamento de relações diplomáticas com Cuba.

Além de que provavelmente não só reabririam a prisão de Guantánamo (se o presidente Obama cumprir a promessa de fecha-la até o final do seu mandato), como abririam outras pelo mundo afora e retomariam a prática das torturas.

5. A sempiterna crise econômica europeia. O que fazer para dinamizar a combalida economia europeia? Bom, enquanto prevalecer a atual hegemonia neoliberal no continente e na formação de seus economistas não haverá muito o que fazer. As economias do continente têm muitas vezes seus dados sobre desemprego parcialmente maquiados pela fuga de emigrantes para outros países. Como a chegada dos milhões de refugiados incidirá sobre esta realidade? A ver.

6. A desigualdade social planetária. Trato deste tema ao final deste artigo.

7. A produção de vacinas e remédios. O biênio 2014/2015 trouxe à tona a necessidade de respostas mais rápidas e organizadas a catástrofes como o surto do vírus Ebola no Ocidente da África. Mas há outros fenômenos endêmicos, como a malária, a dengue, agora o zika no Brasil. Ao lado deles, há a crescente consciência da necessidade de combater preventivamente cânceres e doenças vasculares. Tudo isto depende do melhor controle público sobre a produção de remédios e vacinas.

8. A relação entre crimes cibernéticos e liberdades civis. A multiplicação dos crimes (até da guerra) nos espaços virtuais e das violações de direitos civis (como o da privacidade) demonstrou a necessidade de se abrir o caminho para uma atualização da legislação internacional a respeito. Com a adoção de seu novo Marco Regulatório, o Brasil mostrou o caminho. Mas isto não chega. Um Brasil só não faz verão no mundo.

Sobre a desigualdade:

A Oxfam (sigla para The Oxford Committee for Famine Relief, uma confederação fundada na Inglaterra em 1942 e que hoje reune 17 organizações que atuam em 94 países) vai levar seu relatório anual sobre a desigualdade ao Fórum. O relatório aponta índices dramáticos.

As 62 pessoas mais ricas do mundo detém tanta riqueza quanto metade da população mundial, cuja estimativa, segundo o The Economist é de 7,4 bilhões de pessoas. 1% da população detém a mesma riqueza que o restante 99%.

Entre 2010 e 2015 a desigualdade aumentou vertiginosamente. Os 50% mais pobres do planeta viram suas posses diminuirem em 41%, apesar do número de habitantes do planeta ser acrescido em 400 milhões de pessoas. Já aqueles 62 mais ricos acresceram seu patrimônio em 500 bilhões de dólares, atingindo a marca de 1,76 trilhões de dólares.

Para comparar, o PIB brasileiro, em seu auge, algum tempo atrás, passou um pouco dos três trilhões de dólares anuais, e agora deve andar pelos 2,4 trilhões. Para completar este quadro devastador, a Oxfam revela que 30% da riqueza africana é mantida "offshore", isto é, fora do continente, o que implica uma evasão anual de 14 bilhões de dólares em impostos sonegados, cuja aplicação poderia, entre outros efeitos, garantir escola para todas as crianças do continente.

A propósito: a única região do globo onde, neste período, a desigualdade diminuiu, foi a América Latina, Brasil inclusive. Para desespero dos nossos "impichadores".

Seria possível acrescentar mais dois ítens à lista do blogueiro da área econômica do Guardian: o combate à fome e a paz mundial - sobretudo, hoje, na Síria e Iraque, mas também em outras regiões. O primeiro tema está ligado ao do combate à desigualdade. O segundo também, mas depende da revalorização e reforma de organismos internacionais, como a ONU.

Estará o Fórum de Davos à altura de tais desafios? Com seu progressivo esvaziamento, o fórum, que já era pobre em matéria de criação de vetores de ação, ficou mais pobre ainda, o que compromete sua eficácia.

Seria de esperar uma maior eficácia de outros fóruns, como o Fórum Social Mundial, ora reunido, sob forma temática, em seu berço, Porto Alegre. Mas o FSM também vem passando por um processo de esvaziamento, com sua transformação em espaço de intercâmbio de ideias tão somente.

Mesmo assim, também não se pode subestimar sua importância, inclusive como contraponto ao mundo estratificado de Davos.

Publicado no Blogue de Miro "Uma trincheira na luta contra a ditadura mediática" | 21.01.2016 | Rede Brasil Atual.

[*] Flávio Wolf de Aguiar (Porto Alegre, 1947) é professor, autor, jornalista, tradutor brasileiro, organizador e colaborador de dezenas de livros. Seu nome de autor mais comum é Flávio Aguiar. Atualmente vive em Berlim, onde é correspondente de publicações brasileiras, impressas ou na internet, fazendo reportagens também para TV e rádio. Pesquisador e professor de Literatura Brasileira da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, tem mais de trinta livros de crítica literária, ficção e poesia publicados. Ganhou por três vezes o prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, sendo um deles com o romance Anita (1999), publicado pela Boitempo Editorial. Também pela Boitempo, publicou a coletânea de textos que tematizam a escola e o aprendizado, A escola e a letra (2009), finalista do Prêmio Jabuti, Crônicas do mundo ao revés (2011) e o recente lançamento A Bíblia segundo Beliel. Colabora com o Blog da Boitempo quinzenalmente, às quintas-feiras.
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xoves, xaneiro 23, 2014

Entre Davos e Porto Alegre, ... Por Marco Piva

Por Marco Piva [*]
23.01.2014

No início do século XXI, o embate era nítido. De um lado, os defensores da globalização a qualquer custo; de outro, aqueles que acreditavam que “um outro mundo é possível”. Geograficamente, Davos, na Suíça, e Porto Alegre, no sul brasileiro, explicitavam a enorme distância entre essas duas ideias.

Quatorze anos depois, o Fórum Social Temático, uma atividade militante bianual, entre um Fórum Social Mundial e outro, acontece na mesma Porto Alegre, mas sem o mesmo comparecimento de outras edições, que agitavam corações e mentes mundo afora. Para se ter uma ideia, na edição de 2003, quando Lula marcou presença na condição de presidente eleito, o centro de imprensa credenciou mais de 2.300 jornalistas de diferentes veículos locais e globais. Hoje, as informações sobre o Fórum Social Mundial se resumem a sites e blogues ligados às questões que comovem os movimentos sociais e ambientais, mas carecem de ampla participação. A próxima edição do Fórum Social Mundial em 2015, na Tunísia, dirá se a articulação global mantem força suficiente para enfrentar os grandes temas mundiais.

Já Davos, parece ter crescido em número e importância. São quase 40 chefes de estado e de governo que darão o ar da graça nas montanhas geladas da Suíça, além de uma centena de CEOs das maiores multinacionais do mundo, especialmente do sistema financeiro. Dilma Rousseff é a segunda presidente brasileira a comparecer – sucede Lula, que pretendeu levar a Davos, em 2003, a mensagem de Porto Alegre.

Mas essa vitalidade de Davos, que ganha as páginas dos principais jornais e revistas de economia do planeta, tem mais a ver com a contradição de base que um encontro desse tipo promove. Alertados pela desigualdade galopante em boa parte do mundo, já há anos os organizadores se debruçam sobre estatísticas que, de alguma forma, sensibilizem os investidores e os donos do capital a mudarem suas estratégias de ganho total e permanente. Na prática, é uma espécie de cruzada para que governos e empresas entendam que pobreza não combina com desenvolvimento social e, a médio prazo, se pode estar produzindo uma bomba relógio global.

Não é à toa que até o Papa Francisco enviou uma mensagem aos organizadores pedindo que os participantes do Fórum reflitam sobre as consequências de um sistema injusto como o capitalismo. Já Dilma Rousseff vai falar sobre aquilo que acredita, ou seja, dos avanços sociais de seu governo e da mão sempre estendida para os investimentos externos. Aliás, apesar do tom pessimista que cerca os analistas econômicos em relação ao Brasil, repercutidos diária e incansavelmente pela grande imprensa verde-amarela, o certo é que o país não está tão mal na fita.

Com a palavra, Stephen Rose, diretor da LatinCo, empresa britânica que auxilia instituições europeias a investir no Brasil e presença constante em Davos: “O pessimismo com o Brasil é um pouco exagerado, mas investidores estão certos em questionar a capacidade do governo de trabalhar com a iniciativa privada. O problema maior é que todo mundo fala em pessimismo o tempo todo. Para as pessoas que estão interessadas em investir, que é o meu negócio, isso é o que fica". Porém, ele acredita que os investidores internacionais estão abertos a mudar de opinião. "Eu acho que há o começo do sinal de mudanças. Há o começo de um pequeno otimismo no Brasil", diz. "Há pessoas indo a Davos que pensam: 'será que o pessimismo atual não é exagerado?'".

Para Irene Mia, diretora de América Latina e Caribe da consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), "o fato de Dilma ir a Davos é bastante importante. É um sinal de um certo desespero do Brasil de dizer ao mundo que o país está aberto para negócios e que há bom potencial para investimentos. E sendo sincero, ainda há muitas oportunidades".

Por outro lado, as expectativas criadas pelas grandes manifestações de rua de junho passado, parecem sonolentas diante da magnitude que alcançaram naquele momento onde tudo era possível de se reivindicar, à esquerda e à direita. Assim, a realização de um Fórum Social Temático revela que a sociedade civil e, principalmente, os movimentos organizados andaram mais devagar do que os organizadores de Davos, mais preocupados agora em buscar saídas onde ofereçam os dedos mas não percam as mãos. A mesma mão invisível do mercado.


Publicado no Blogue do Miro | 22 de janeiro de 2014
'Uma tricheira na luta contra a ditadura midiática'
http://altamiroborges.blogspot.com.es/

[*] Marco Piva, coordenador de Comunicação e Imprensa do FSM,  jornalista, especializado em educação,  ex-correspondente da Rádio França Internacional na América Central e autor de “Nicarágua – um povo e sua história” (Edições Paulinas Paulinas).

Enviado por:
Inácio GZ
-inaciogz@gmail.com
23 de janeiro de 2014 09:00



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xoves, maio 09, 2013

FSM 2013: O modelo de desenvolvemento - Maria Saludas por attactv - Vídeo


FSM 2013: O modelo de desenvolvemento / Maria Saludas por attactv

O crecemento de América Latina séguese medindo con indicadores como o PIB, un indicador que nada di sobre como se produce, para quen e que se produce. O modelo de inserción global coloca a América Latina no rol de productor de materias primas, onde prolifera entre outros o extractivismo salvaxe para a exportación onde os únicos beneficiados son as grandes corporacións. María Elena Saludas reflexiona sobre un modelo de crecemento infinito dentro dun planeta finito e sobre as relacións entre poder político e poder económico. María Elena Saúdas é membro de Attac Arxentina.


FSM 2013 - O modelo de desenvolvemento / Maria... por attactv

Fonte: http://www.attac.tv/

Enviado por:
ATTAC.TV
attactv@gmail.com
8 de maio de 2013 20:47
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xoves, marzo 28, 2013

Marcha no comezo do Foro Social Mundial en Tunisia - Vídeo


Reportaxe en imaxes do primeiro día do Foro Social Mundial en Tunisia, o 26 de marzo de 2013. O Foro Social Mundial reúne-se coa Revolución da primavera.

O primeiro día do Foro Social Mundial comeza cunha forte e multicultural manifestación, que implica todo tipo de persoas, de personalidades da sociedade civil, as representantes mundiais de todo tipo de movimento social, persoas do común de todo o mundo. As imaxes mostran o mitin de apertura e entrevistas dalgunha personalidade da sociedade civil do mundo árabe e persoas clave da revolución tunisina. Saida Garrach avogada e feminista tunesina, Haucine Abassi secretaro xeral da Tunisian General Union of Workers, Sergio Bassoli CGIL international department, Samir Amin, Brasilian Indigenous, Tom Goldtooth director executivo da Indigenous Environmental Network headquartered at Bemidji, Minnesota. Realizado por Antonio Pacor e Manuel Bellino.


http://youtu.be/Bq8Oja5aUaE

A web galega do altermundismo:
http://www.altermundo.org/

A web do evento:
http://www.fsm2013.org/es
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martes, marzo 26, 2013

O Foro Social Mundial deste ano realizarase desde o 26 e até o 30 de marzo na capital tunisiana, onde naceu a chamada Primavera Árabe. Paralelamente tamén se realizará a terceira edición do Foro Mundial de Medios Libres

Un outro mundo non só é posíbel senón que é necesario

Hoxe comeza o Foro Social Mundial en Tunez. O FSM, xunto ao movimento 15M, é o encontro mundial que inspira ao movimento social desta comarca que tece a Rede Social de Ferrol Terra, cos seus tres alicerces básicos: o Encontro Social, o Foro Social e a Rede de Apoio Mutuo de Ferrol Terra.

Desde hai ano e medio, desde setembro de 2011, que foi cando realizamos a primeira edición do Foro Social de Ferrol Terra, comezamos unha andaina de organización da sociedade civil no ámbito comarcal. Inspirando-nos na Carta de Principios do FSM, comezamos a organización en rede do movimento social que compartilla no fundamental conceptos, prácticas e principios  que fomos tecendo e asimilando na construción da rede. A práctica e demanda da democracia participativa; a defensa da democracia radical; o exercicio da toma de decisións de forma colectiva; a horizontalidade e as asembleas e espazos abertos; o compartillar e socializar a información; as políticas en defensa da liberdade, de transparencia, e das de colaboración e cooperación; a promoción da economía social e o cooperativismo; as relacións solidarias e o compartir recursos e coñecementos; o apoio mutuo; a defensa do medio natural e a soberanía alimentaria; a defensa dos espazos públicos para uso e goce da cidadanía; o dereito a unha vivenda digna e a defensa da sanidade, ensino e servizos públicos; o construtivismo social e o que se chama construción do Socialismo do Século 21, en toda a súa diversidade, son as bases sociais e políticas, nas que se asenta a rede social na que participa o Colectivo Ártabra 21.


O Foro Social Mundial deste ano realizarase desde o 26 e até o 30 de marzo na capital tunisiana, onde naceu a chamada Primavera Árabe. Paralelamente tamén se realizará a terceira edición do Foro Mundial de Medios Libres

Máis de 30 mil persoas pertencentes a unhas 4.600 organizacións sociais, políticas e alternativas, de polo menos 127 países, estarán presentes desde este martes (26.03.2013) na inauguración do Foro Social Mundial (FSM) Túnez 2013, o maior expoñente actual dos movementos que impulsan un desenvolvemento alternativo á globalización dominante no mundo, baixo un lema común: "Outro Mundo é posible".

A enviada especial de teleSUR ao evento, Esther Yañez, confirmou que se esperan máis de 30 mil persoas de pouco máis dun centenar de países, quen participarán en máis de mil talleres sobre cambio climático, economía, política e primaveras árabes, entre outros temas de índole social.

A xornalista destacou, a través da conta na rede social Twitter (@EstherteleSUR), que ás 16:00hs locais (15:00 GMT) darase inicio ao Foro cunha gran marcha de apertura desde a chamada Praza 14 de Xaneiro da cidade capital.

Así mesmo adiantou que a primeira actividade que se emprenderá este martes será a Asemblea de Mulleres, no Campus Universitario do Manar.

O evento estenderase até o venres 30 de marzo e preséntase como unha iniciativa para tratar temas como os dereitos das mulleres, a mocidade e a cultura, a importancia da Primavera Árabe na conxuntura actual, ademais das consecuencias e posibles solucións da crise económica global e a ecolóxica.

A páxina web do evento precisa que, ademais de realizarse onde naceu a Primavera Árabe, o FSM deste ano será significativo porque se discutirá en detalle o seu futuro como encontro de multitudes.

@s organizadores da cita recoñecen que outras mobilizacións sociais, como o Movimento Ocupemos, teñen agora un papel trascendente. Para eles, ese feito implica a necesidade evolucionar e integrarse a outras iniciativas mundiais que perseguen o mesmo obxectivo.

Simultáneo ao FSM, realizarase a terceira edición do Foro Mundial de Medios Libres, onde centos de representantes de medios participarán en talleres e debates, coa finalidade de crear un área de medios libres, cunha participación preponderante dos medios comunitarios e alternativos sen fins de lucro.

Así mesmo, outro foro paralelo será o Campamento da Mocidade, que congregará a persoas con idades comprendidas entre 18 e 30 anos, e ofrecerá un espazo para deportes, bailes, competencias gastronómicas e debates..

Francia e Túnez encabezan a lista de participantes, posto que cada un estará representado por uns 300 grupos. Brasil, Bélgica, Italia e Marruecos tamén terán unha importante presenza cunhas 50 organizacións cada un.

teleSUR-PL-Euroexpress/MARL

A web galega do altermundismo:

http://www.altermundo.org/
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domingo, marzo 03, 2013

O Foro Social Mundial: de Porto Alegre (2001) a Túnez (2013). Unha interesante entrevista a Chico Whitaker, ... Por Sergio Ferrari

"A sociedade civil planetaria percorre o seu propio camiño que non é simple nin lineal" - O Outro mundo posible de Chico Whitaker

Por Sergio Ferrari [*]
03.03.2013


Neste proceso en marcha de apenas doce anos de vida, hai xa tantos logros alcanzados como desafíos pendentes. Así o expresa Francisco (Chico) Whitaker Ferreira(1931), activo cofundador-activista-pensador do Foro Social Mundial (FSM) desde a súa primeira edición en 2001 en Porto Alegre e membro desde entón do Consello Internacional, a instancia facilitadora. Aos seus case 83 anos, o Premio Nobel alternativo da paz 2006 actúa, reflexiona, conceptualiza e mira cara ao futuro deste espazo altermundialista. Próxima parada no camiño: a edición 2013 de Túnez (26-30 de marzo), tema desta entrevista a escasas semanas da súa realización.

P: O próximo foro realizarase por primeira vez no Magreb, rexión de intensos cambios políticos e sociais nos últimos anos. Como se decidiu o lugar?

Chico Whitaker: Foi o resultado de diversas proposicións anunciadas por organizacións e movementos sociais. O Consello Internacional, que non é nin un órgano de Goberno nin un Consello de Administración senón unha instancia facilitadora, foi construíndo a decisión do lugar de xeito consensual. Resulta obvio que un Foro en Túnez neste momento pareceu moi propicio en razón do significado positivo da primavera árabe para todas as loitas mundiais. Non podemos esquecer que foi ese movemento social o que inspirou a miles e miles de mozos que ocuparon -e nalgúns casos ségueno facendo- centenares de prazas en todo o mundo esixindo cambios. Nin tampouco se pode esquecer o rol protagónico da mobilización das sociedades civís tunisiana e exipcia para derrotar as ditaduras neses países.

O FSM nunha rexión explosiva

Pregunta: O asasinato do dirixente opositor Chukri Belaïd o 6 de febreiro pasado relanzou unha intensa mobilización social en Túnez. A súa lectura desta situación de face ao FSM 2013?


Chico Whitaker: Os sucesos da primeira parte de febreiro conmovéronnos enormemente. O crime brutal espertou unha reacción cidadá moi intensa. O gran desafío de Túnez hoxe é non saír de ningún modo da democracia. Os integrantes do Comité de Organización do FSM hanse inmediatamente mobilizado para condenar ese crime. Un comunicado asinado por máis dun centenar dos membros do Consello Internacional do FSM sinala que este feito non poderá frear o proceso iniciado polos demócratas tunisianos con quen somos solidarios. Estamos convencidos que as forzas democráticas saberán manter a convicción profunda de elixir a resolución pacífica dos conflitos como vía para avanzar no proceso democrático. Estamos máis que nunca convencidos, tamén, da necesidade da mobilización internacional para asegurar o logro do FSM 2013 e que sexa un momento forte de apoio ao proceso democrático en Túnez.

P: En que medida as forzas activas do Magreb en xeral e de Túnez en particular -refírome a movementos sociais, sindicatos etc- están involucrados realmente na preparación, na concepción deste FSM?

Chico Whitaker: Durante a ditadura de Ben Alí a sociedade civil tunisiana contou cun núcleo de organizacións activas. Destas, pódese dicir que todas están directamente involucradas na preparación do FSM e constitúen o seu comité organizador. Entre elas a gran central sindical, os movementos por dereitos humanos, os das mulleres etc. É importante recordar que o acto de lanzamento do proceso do FSM foi promovido polo Sindicato dos Traballadores Tunisianos na cidade mineira en que a revolución empezou , de feito, en 2008. Logo da caída da ditadura xurdiron novas organizacións que se han involucrando no proceso. E moitas delas participan das diferentes comisións que se crearon para realizar o Foro. De igual forma a sociedade civil organizada dos outros países do Magreb está igualmente presente.

P: As mulleres, que xogaron un rol fundamental na primavera árabe, pero que son un sector *perdedor* na post-primavera, poderían recuperar un certo hexemonismo no marco do FSM?

Chico Whitaker: As organizacións que loitaban polos dereitos das mulleres xa eran fortes durante a ditadura e foron fundamentais na súa caída. Non creo que se tornen agora hexemónicas, pero serán igualmente importantes. Ata no Foro haberá un espazo "mulleres" que estou convencido ocupará un lugar crave e será vibrante.

P: O FSM 2013 é entendido como unha oportunidade de achegar aínda máis as experiencias locais cos participantes chegados dos recunchos máis diversos?

Chico Whitaker: Sen dúbida. Irá xente de todo o mundo. Unha ocasión para falar directamente cos actores da revolución ? tal como eles chaman ao seu movemento; para comprender mellor que pasou na rexión; de coñecer mellor como os actores sociais participaron e seguen facéndoo; para constatar a coraxe, a tenacidade e a esperanza dos que promoveron a primavera árabe e séguena impulsando, aínda ao costo do seu propio sacrificio.

P: Un Foro novamente universal? si analízanse os once eixes temáticos propostos- pero cunha acento local, nacional, rexional?

Chico Whitaker:  En efecto. Si vense as máis de 2?700 organizacións rexistradas para participar e o número de actividades auto-xestionadas propostas que se achegan ás 1.500, non hai dúbida que Túnez ofrecerá un marco de debate mundial con problemáticas e temáticas das máis diversas que se pode imaxinar. Pero, si comprendemos a impronta do proceso histórico de cambio que vive a rexión do Magreb, entenderemos que un dos principais desafíos desta edición será o de reforzar lóitaa tunisiana e rexional a favor dun país e dunha rexión máis igualitaria. E que esta sinerxía entre o global e o rexional sirva como un paso máis no camiño de todos os que aspiran a "outro mundo posible". Especialmente na procura de formas de abordar con novas proposicións e articulacións os enormes desafíos que confronta hoxe a Humanidade.

P: Prevese unha participación numerosa?

Chico Whitaker:  Fálase modestamente de 50.000 participantes. Pero isto nunca é posible prever con exactitude. A metodoloxía participativa segue sendo a mesma que noutros foros: os participantes foron invitados a inscribir actividades auto-organizadas, sobre os temas que eles mesmos deciden traballar. Incluso as Asembleas de Converxencia ao final son auto-organizadas e poden ser moitas. O resto depende da capacidade da xente de intercambiar e articularse.

Avances positivos, retos pendentes

P: Mirando os escasos doce anos de existencia deste proceso denominado Foro Social Mundial e tendo en conta algunhas críticas escéptico-altermundialistas existentes, cal é o seu balance en canto a obxectivos e resultados do FSM?

Chico Whitaker:  En 2001, e a xeito de síntese, barallabamos catro obxectivos para o FSM. Facer escoitar no mundo un grito de esperanza. En segundo lugar, reflexionar-promover unha nova forma de facer a política e de entender a cultura política. Ademais, recoñecer, evaluar, integrar un novo actor político emerxente, a "sociedade civil" autónoma de partidos e goberno. E en cuarto lugar entender que neste momento histórico da humanidade non é suficiente resistir e protestar, senón avanzar na construción de alternativas concretas ao sistema. Para facer o balance deberiamos avaliar onde estamos hoxe en canto a eses retos?

P: Podería rapidamente avaliar cada un dos catro?

Chico Whitaker:  Como alternativa ao Foro Económico de Davos, que difundía o pensamento hegemónico, xurdiu o ?Outro Mundo é Posible?, como contestación e resposta. En certo xeito logrouse ese obxectivo, e aseguramos que se alce unha voz de esperanza. Os Foros sociais nos seus diferentes niveis -mundiais, nacionais, rexionais, temáticos- promoveron a posibilidade da alternativa, confrontaron a visión hexemónica. Hai que recoñecer, con todo que a mensaxe de esperanza non chegou aínda a cada país e a todas as rexións.

A idea dunha nova cultura política, anticipada xa nos noventa polos zapatistas de México, baseada na diversidade, a horizontalidade e a unidade de todos os actores sociais, tamén forxou pasos importantes nesta última década. Reforzouse neste tempo a comprensión que esa nova cultura é imprescindible para cambiar o mundo. Pero tampouco neste caso, todo é fácil e lineal. Esta visión alternativa ao verticalismo e o piramidal debe seguir avanzando nun camiño que será longo.

O rol emerxente da sociedade civil se ha ir tamén consolidando. Moitas das mobilizacións paralelas ás grandes conferencias da ONU e doutros organismos internacionais dan proba diso. As experiencias dos movementos -ocupas- en Estados Unidos e dos indignados en diversas rexións do mundo, expresan esa forza da autonomía cara a gobernos e partidos na construción dun poder político diferente.
Para terminar, nesta mirada retrospectiva, o tema das alternativas. Avanzouse na identificación das expresións do sistema capitalista. Algunhas alternativas foron propostas nos espazos creados no proceso do foro. Novas cuestións e temáticas incorporáronse con maior énfases ao debate, en particular as relativas ao medio ambiente, que xa é unha preocupación case xeneralizada no mundo.

Pero, hai que recoñecer, que a aplicación desas alternativas é moito máis difícil que a súa identificación. Por que? Porque para facer posible os cambios estruturais, é necesario a acción de Gobernos e Estados, ata no relativo ao cambio das leis. E a relación de forzas a nivel global segue sendo, aínda, desfavorable para a sociedade civil, aínda moi fragmentada. Sumando a isto, o papel da maquinaria dos medios de información e comunicación dominantes, monopólicos, frean ou retardan o proceso de tomas de conciencia xeneralizada. En síntese, nestes doce anos houbo avances significativos, pero mantéñense abertos retos non menos importantes para construír esoutro mundo posible.

A confianza na mocidade

P: Malia idas e voltas, de avances e retrocesos, aos seus 83 anos, mantén a confianza, case utópica, desoutro mundo posible?

Chico Whitaker:  Sen dúbida non é fácil, particularmente no que se refire a esa nova forma de concibir e facer a política, é dicir os cambios culturais na actividade política. Pero nese sentido debo recoñecer que estou aprendendo moito cos movementos de indignados e *ocupas? e intento que as súas experiencias axuden ao proceso do Foro. Aínda máis: eses mozos aumentan a miña confianza na posibilidade de cambiar o mundo. E co andar do tempo e o transcorrer da vida uno vai descubrindo realidades que nunca imaxinaba. Que obrigan a lanzarse a compromisos completamente novos. Un exemplo é o que ocorreu comigo e a miña compañeira despois do desastre atómico de Fukushima. Ao intentar comprender máis e mellor o que a aventura nuclear implica, non terminamos de sorprendernos dos riscos que esta significa. Realidades que descoñeciamos, moi influenciados pola desinformación reinante que nos transformaba en cegos. Todo isto para dicir que mentres teñamos as forzas non deixaremos de lanzarnos a novos retos de compromiso, para axudar a espertarnos e espertar a outros ... Con este espírito imos participar a Túnez nunha actividade auto-organizada sobre ese tema tan esencial.

[*] Sergio Ferrari en colaboración con E-CHANGER, ONG suiza de cooperación solidaria, sostida pola FEDEVACO e a Federación Ginebrina de Cooperación

Fonte: http://www.fsm2013.org/es
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