Amosando publicacións coa etiqueta O Funambulista Coxo. Amosar todas as publicacións
Amosando publicacións coa etiqueta O Funambulista Coxo. Amosar todas as publicacións

domingo, setembro 17, 2017

Quem tem um plam? ... Por Lupe Ces - Reflexions, experiências e desafios da esquerda


Por Lupe Ces [*]
17.09.2017


Galiza e a sua realidade no espaço geopolítico


Reflexionar sobre o futuro da esquerda, os resultados desa reflexom, vam estar sempre marcados polas coordenadas geopolíticas do lugar onde se fai essa reflexom. Asim, hoje, aqui na Galiza podemos fazer este debate, e resulta necessário e interessante, mas resultaria de todo estranho fazé-lo em Siria, onde o Império está golpeando co útil maço do yihadismo, para levar adiante os seus planos de destruçom dos estados de medio-oriente. Está aplicando um modelo de guerras, nom para ganhá-las, senom para manté-las vivas como armas de destruçom definitiva, que deixa aos povos indefensos. Iste é o caso de  Afganistam, Irak, Libia, Yemem... Esta é também a estrategia que se quere aplicar em Venezuela, e verémo-lo co tempo, ampliado a mais países.

Mas nós vivemos nestes tempos, nessa zona de conforte, onde as guerras, co sofrimento de milhos de pessoas, nom formam parte da nossa realidade, por mais que a solidariedade, a empatia que sentimos polos povos do mundo, permita por uns segundos, por uns dias mesmo, que se nos encolha o coraçom diante de cada nova que nos chega desses territórios. Ou mesmo, que Europa experimente por segundos, a realidade das pessoas que vivem submetidas a situaçons de guerra, em forma de atentados, case sempre realizados em tempo de eleiçons ou em médio dum conflito político relevante, como é o caso de Barcelona.

Umha zona de conforte situada na área geopolítica denominada Ocidente, nom eximida de contradiçons e problemas, mesmo onde esses problemas aumentam. Porque estamos a assistir a um aumento das desigualdades; um incremento da pobreza; um recorte de liberdades; o enraizamento do patriarcado; umha perda de soberania dos estados a favor das multinacionais, e um processo de centralizaçom e uniformizaçom que afoga os anceios de soberania dos povos a quem lhes é negada.

Unha zona de conforto, mas que descobre cada dia como se degrada o seu território e como se pom em perigo a vida das especies e a saúde das pessoas, num delirante caminho cara a destruçom da vida.

Aqui pois, toca-nos reflexionar sobre o futuro da esquerda. E quero dar dous dados a respeito do nosso país que penso que podem servir para centrar-nos sobre o tipo de sociedade á que pertencemos. Som dados bem conhecidos. Por umha banda, na Galiza existe um processo de avelhentamento da povoaçom moi acusado, com um saldo vegetativo negativo que se prolonga no tempo, morremos mais dos que nascemos, ainda que temos umha esperança de vida moi alta, de mais de 85 anos no caso das mulheres.

Associemos a esses dados que as pessoas coa idade (por pura biologia), tendemos a ser menos ativas e participativas. Acrescentemos a isso que Galiza é um país de proprietários e, em menor medida, de proprietárias. Um 36% desses proprietários na Galiza, som-no  de mais de 10 bens imoveis; que hai case 250.000 vivendas que funcionam como segunda vivenda, e case dous milhos de veículos. Somemos a isso que hai máis de 300.000 vivendas baleiras; que o 61% da populaçom tem conexom a Internet e a cobertura educativa, sanitária e farmacêutica, polo de agora, cobre praticamente a toda a povoaçom.

Poderíamos estender-nos nas implicaçons que estes dados tenhem á hora de elaborar e levar adiante um projeto de transformaçom social, mas, de fazé-lo eu, nom seria moi rigorosa porque careço dum estudo sério e tam só  podo aportar intuiçons sobre o que isso supom. Intuiçons e conclusons tiradas dos anos de experiencia, e do trato e observaçom de muitas pessoas ao longo dos anos de ativismo e de vida. Só, e para resumir, atrévo-me a dizer:
- O conservadurismo na Galiza, que debe ser contrastado por um projeto da esquerda, tem umha importante base material, e nom só está vinculado à rede caciquil, à ignoráncia ou aos restos do franquismo.

- A perda de povoaçom, a maiores das situaçons criadas pola crise, é também produto do auto-ódio e papanatismo cara ao de fora. Um auto-odio e papanatismo, que padecemos e imos herdando geraçom tras geraçom. Póde-se entender assim que muita mocidade, mesmo podendo contar co apoio familiar para emprender mais de um projeto, prefira mal viver no estrangeiro.

- O país perde o seu sangue novo. Polo que conheço, só algumhas atividades económicas coma a vitivinícola, e nalgumha medida, o sector de gando de carne, conseguiram relevo geracional, mentres os sectores económicos como agricultura, pesca, sector naval, continuam desmantelando-se sem pausa. Salientar que é verdade que hai iniciativas económicas novas,como o sector relacionado coa produçom ecológica, ainda pouco significativo, que tem gente nova ao frente de múltiplos projetos que batalham todos os dias contra a grande industria alimentária.

Temos as bases para umha transiçom ao socialismo como modelo económico de raparto da riqueza


As características da Galiza permitiriam umha transiçom bastante doada a umha economía socialista. Somos um país cumhas bases econômicas onde poderiamos permitir-nos esse transito sem maiores dificuldades. Temos infraestruturas que garantizariam a educaçom, a sanidade e a vivenda. Temos povoaçom preparada, e terra, agua e mar para garantir a soberania alimentaria. Temos vivendas para garantir o direito residencial. Só haveria que recuperar desde o público sectores estratégicos como a energia, as telecomunicaçons, a banca e o transporte. Acompanhemos todo isto dumha política internacional onde busquemos alianças para garantir o aceso á tecnología e bens de equipo e temos a Galiza socialista que sonhamos. Nom está tam longe como pensamos a possibilidade dum reparto mais justo da riqueza e dum outro jeito de organizar a economia.


Novas formas de vida e interesses das geraçons post-transiçom

Hai outros dados que devemos manejar para orientar as nossas reflexons. Eu nom os vim nunca recolhidos, seguramente existam, seguramente alguém os tem estudados, ou mesmo, poda que permaneçam interessadamente ocultos, porque sabemos agora que os sociólogos converteram-se  nos grandes gurus dos partidos sistémicos.

Som dados referidos á forma de vida e interesses das geraçons post-transiçom. Umha informaçom moi valiosa, porque quem saiba conectar cos interesses das pessoas e entenda os resortes que movem o seu jeito de vida, captará o seu interesse e moverá as suas vontades.

Na minha experiencia, a saúde e a estética do corpo, a imagem pessoal, as emoçons, as relaçons sociais e o ócio, centrado sobre todo nas viagens, som, os interesses prioritários destas geraçons post-transiçom. Geraçons que tenhem um moi alto nível de autoexigencia, que vivem a formaçom, nom importa em que profissom, cumha disciplina estoica, que reflicte umha capacidade importante para realizar esforços, que antes nom se nos requeriam, máxime se todos estes esforços, nom se traduzem, na maioria dos casos em estabilidade laboral. Umha estabilidade à que já lhes figeram renunciar.

As mulheres destas geraçons sofrem umha especie de desdobramento da personalidade associado a altos níveis de stress. Tenhem que ser nais perfeitas, entrenadoras e inversoras nas carreiras cara ao estrelato das suas crianças, activas sexualmente, coidadoras, com intensas relaçons sociais, eficientes no seu trabalho e, à sua vez, monstrar-se também como  seres livres e sem ataduras que  brilham por si mesmas. Bem está que a maioria nom consegue estes objectivos. Acrescentemos entom, ao stress, a frustraçom.

Outra caraterista destas geraçons que me interessa ressaltar é a sensibilidade. Umha sensibilidade ainda nom transformada em consciência política e açom, a respeito da preservaçom do meio ambiente e dos direitos dos animais. Um dos rasgos mais diferenciadores em relaçom às geraçons anteriores, que fomos educadas na frase bíblica “ crecede e multiplicade-vos e dominade a Terra”, ainda que isso supunha estender a morte pola própria Terra.

Esa sensibilidade cara outras especies, e pola preservaçom ambiental,mesmo podería parece associada ao instinto colectivo da supervivência. Como se a nível coletivo , ou do subconsciente colectivo, estas geraçons ativassem umha alerta do perigo que como especie temos que afrontar. Porque esta vai ser umha das batalhas definitivas que estas geraçons tenhem por diante, cos desafios do cambio climático e a contaminaçom das águas e da terra.

Enquanto as geraçons anteriores, registraram antes e agora, umha alta participaçom na militáncia partidária e o associacionismo,  motivada case maioritariamente por intentar plasmar umhas ideias, melhorar e transformar a vida da comunidade, ou mesmo pola conviçom de ter que liderar e protagonizar esses cámbios, o sentimento colectivo nestas novas geraçons, passa pola peneira do principio de reciprocidade “eu dou se ti me das”, “eu dou na medida que recebo”, e a implicaçom em movimentos e associaçons é, em consequência, moi reduzida. Valora-se muito o tempo pessoal. As reunions, o trabalho político... semelha tempo perdido. Assim, ficam na política aquelas pessoas que a vem como um campo profissional, onde quem se tem que esforçar é quem vive dela. A política para quem a trabalha. A esquerda político-institucional passou a ser, para os olhos da maioria social, umha alternativa profissional que, no caso da esquerda, vai fazer às instituiçons “o que se poda”.

Nom vou cair na soberbia, nem na ignoráncia, de valorar do mesmo jeito a todas as pessoas que se comprometem para fazer política de esquerdas desde as instituiçons, nem negar o compromisso transformador de muitas delas, mas a visom geral que se tem é ista. Eu compartilho responsabilidades. Isto é o que conseguimos co caminho andado até agora. O caminho institucional converteu-se numha agencia de colocaçom , e  o PP é o paradigma do que falo. Foi o partido que conseguiu, depois das crises do Prestige e da Guerra do Irak, umha renovaçom geracional sem precedentes, porque claramente oferecia um posto de trabalho e umha oportunidade para medrar económica e socialmente. A maiores, gera umha ocupaçom indireta significativa, mesmo se temos em conta que moitas pessoas, muita rapazada também, o seu primeiro contato coa política som os 150€ que o PP lhes paga por ser interventores nas mesas eleitorais. Temos que reconhecer que a todo isto ajuda desde logo o participar no chamado “jogo político”, coas cartas marcadas. Os jeitos da mafia som moi efetivos.

Mentres, a esquerda partidária tinha e tem grandes dificuldades para conseguir participaçom, porque as expectativas sempre som moi limitadas, “saem poucos da lista e nom se cria trabalho indireto”. Começa mesmo a ser moi habitual que rematado um processo eleitoral, os e as candidatáveis nom elegidas, aleguem falta de tempo para continuar coa atividade na organizaçom ou nos movimentos sociais onde se lhes convida a participar.

Cumpre também encontrar as razons polas que concelhos onde se tem aplicado políticas de esquerda ao longo dos últimos anos, onde se melhoraram as infraestruturas, o desenvolvimento económico e cultural, onde se dam melhores serviços, onde as instituiçons estam governadas por pessoas honradas e singelas, o Partido Popular segue a ser o mais votado nas convocatórias que nom som eleiçons municipais. É o caso de Allariz, Sam Sadurninho, e seguramente outros que nom alcanço a conhecer tam bem. Hai que perguntar-se por quê, as nossas políticas nom alcançam a transformar o pensamento colectivo. Porque a esquerda, nom é mais infraestruturas, melhores serviços, boa gestom... A esquerda é o pensamento e a vontade colectiva de preservar o bem comum, de transformar a realidade para acadar maiores cotas de bem-estar para as pessoas e as suas comunidades, de construir modelos de governança local e mundial baseados nos valores da liberdade, a igualdade e o respeito à diversidade. As políticas que temos que implementar, devem estar logo orientadas para fazer hegemónico esse pensamento e unir o maior número de vontades para conseguir esses objectivo.


O impulso para os cámbios sempre vem da maioria organizada


Os Movimentos Sociais na Galiza nom passam polo seu melhor momento. As razons penso, quedaram enumeradas no apartado anterior (envelhecimento da povoaçom, interesses e formas de vida diferentes das novas geraçons…), porque ser, som mais necessários que nunca.

O movimento sindical perdeu cotas moi altas de confiança e sofre as consequências dunha profissionalizaçom das suas direçons que o levam, na maioria dos casos, a ser meras gestorias de despedimentos e expedientes de regulaçom ou liquidaçom de empresas.

Seguem tendo reconhecimento social o Feminismo e o Ecologismo. O primeiro porque os  seus logros som patentes, e mesmo para as novas geraçons, é patente também a necessidade de luitar por defender esses logros e aumenta-los. Ademais, conseguiu um tímido, ainda que constante relevo geracional, com cámbios no discurso e nas formas de ativismo. O segundo, o Ecologismo, porque se ajusta á sensibilidade incipiente das novas geraçons com todo o que tem a ver coa defensa dos animais e o planeta, e porque consegue associar o ativismo com a pratica dum ócio alternativo.

A historia ensina-nos que as necessidades e sobre todo as demandas da sociedade organizada, cristalizam em movimentos sociais e políticos que a sua vez produzem os cámbios reais, bem a través de cámbios institucionais, ou bem destruindo as instituçons caducas e dando passo a novas instituçons e formas de governo.

Na Galiza cumpre investir muita energia na organizaçom social, incorporando os cámbios nesses processos organizativos, que permitam a participaçom das novas geraçons, cos seus jeitos e interesses. Isto é totalmente necessário e condiçom sine qua non para que a participaçom nas instituçons reflita e permita transformaçons do sistema político-económico.

Dessa energia e desses processos sairam os novos liderados.


Os caminhos andados, de éxito ao fracasso, do fracasso ao éxito

Moi rapidamente sinalar, a groso modo, quais forom os caminhos andados nos últimos tempos. Queria sinalar dous momentos onde estivemos moi perto de conseguir que algo cambia-se:

- Em primeiro lugar na crise do Prestige. Moita gente na rua mobilizando-se durante meses, combinando ativismo, critica política, superando ao estado na responsabilidade de recuperar as zonas afetadas… Todo um capital humano e político que cristalizou num segundo movimento “Hai que botá-los” e que propiciou um governo bipartito. Mas este governo,  governou, salvo exceçons, de costas aos movimentos que o pariram e se permitiu cumplicidades co poder econômico e mediático que o destruirom.

- Em segundo lugar, o impulso político retomado coa irrupçom de Age, que bebia diretamente dos processos internacionais da nova esquerda altermundista e do 15M. Um novo discurso que propunha um processo constituinte, horizontalidade, transparência, participaçom,…., e que foi criando frustraçom na medida em que nom existia coerência entre o discurso e a acçom; que nom conseguiu superar o maior obstáculo da esquerda, a necessidade da unidade. Na Galiza sempre falta algumha pata quando se quer construir umha mesa. Um projeto, que na sua última expressom, frustrou, baixo o meu ponto de vista, as aspiraçons que puséramos nela moitas pessoas, porque estava chamada a ser a nova representaçom nacional nas instituçons espanholas. O caminho presenta-se incerto.


Construçom, destruçom. Responsabilidades na liquidaçom do capital humano e político que nos pertence

Cumpre sinalar, a responsabilidade que existe no processo de  liquidaçom da herdança depositada nas organizaçons políticas e sociais por milheiros de pessoas que dedicaram, tempo e esforço para erguer expressons organizadas da esquerda na Galiza. Um processo levado adiante por pessoas e interesses que desde a acomodaçom e o exercício das ridículas cotas de poder, mas poder a fim de contas, que existem dentro das organizaçons, criaram divissom, frustaçom e cansaço.

Nom quero esquecer, a parte que lhe corresponde nesse processo de liquidaçom,  aos esforços levados adiante por parte dos serviços de inteligencia do estado. Instituiçons moi ativas, ao serviço dos interesses da preservaçom do sistema, que intentam controlar e minar os movimentos e associaçons alternativos. Esta atividade e estas instituiçons, deveram ter algúm interesse para a esquerda, pola conta que nos tem, e investigar e analisar as suas estrategias, ou quando menos ser conscientes de que existem.

A herdança é valiosa, nom podemos destragá-la.


Um plano para Galiza, um plano para o cambio económico e social

Dim que hai que fazer moitas cousas porque algumha sairá bem. Também dim que os éxitos venhem dum longo caminho de ensaio e error. Eu digo que na Galiza hai umha visom minifundiária das estrategias. Que desde a esquerda neste país, soesse confundir a naçom coa organizaçom, e como tal, as estrategias fracaram, porque nom se pensa a longo praço. Cumpre pensar como definir esse obxectivo comum de efeito multiplicador que permita a recuperaçom da soberania nacional. Porque é vital multiplicar o efeito de miles de acçons que muitas organizaçons e coleitivos estam a realizar,  e mostrar um poder constituinte em formaçom.

Em muitas ocasions,  as iniciativas políticas na Galiza semelham secundar as iniciativas ou processos que se estam a dar noutras naçons do estado. Se em Catalunya questionam o Concerto Económico, nós também. Se em Euskalerria elaboram o discurso de mais competências, nós também. Mesmo os processos de luita armada que se deram neste país, tiveram umha grande dose de mimetismo. E nestes últimos anos, intuímos um hipotético processo constituinte no estado, e aló fomos, a aproveitar as sinerxias a ver como nos ia…,e foi-nos mal. Erramos na analise. A realidade monstra um novo cenário onde a possibilidade de ruptura democrática, de processo constituinte, esta a dar-se em Catalunya, cumha resposta muito autoritária e repressiva por parte do estado, e umha possiçom nada rupturista, por parte de quem íam ser os nossos companheiros de viagem constituinte.

Se quadra, por ser umha naçom diferente, há ser algo diferente o nosso processo político. Mas sabemos que quando temos um problema temos que ir na busca da soluçom, quando estamos ante um perigo ou ameaça, imos buscar como defender-nos. Assim, levámo-lo fazendo ao longo de muitos séculos nesta velha naçom Europea, marcada no seu adn por múltiples fracassos. Polo tanto ergueremo-nos para construir o que precisamos, as novas geraçons também o faram, ao seu jeito.

Se fomos o primeiro reino suevo; fixemos a primeira revoluçom europeia contra o poder feudal; construímos a primeira resposta de masas contra umha agressom medioambiental como no caso do Prestige, ninguém pode negar-nos a possibilidade de que sexamos num futuro próximo, a primeira república socialista do noroeste europeo. A República Socialista da Galiza, garante da vida e da defesa do território. 

Como conclusom e para finalizar:

Para reflexionar sobre o futuro da esquerda, nom podemos esquecer a situaçom da Galiza na zona de conforto que o Império limitou, fronte a destruçom por guerras permanentes, de extensos territórios da periferia do Império.

Na Galiza hai umhas geraçons chamadas a conformar o projeto da esquerda do século XXI que tenhem formas de vida e interesses diferentes e precisam espaços de ensaio e error para levar adiante esse projeto.

Umhas geraçons que tenhem que dar a batalha na defensa do território, e fazer hegemónico um novo modelo humano nom depredador, que preserve a vida no planeta.

---

Acceder/Baixa ao escrito en formato pdf, de 7 páxinas.

Nota.-
Intervençom na jornada de reflexom e coloquio celebrado o 15 de setembro de 2017, na Facultade de Filosofía de Compostela, sobre os desafíos aos que se enfronta a esquerda a nivel mundial. O acto foi organizado pola eurodeputada galega Lídia Senra, integrada no Grupo Confederal da Esquerda Unitaria Europea/Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), onde ademais da participación da propia diputada, presentou o compañeiro David Rodríguez (O Funambulista Coxo); e interviron também  o sociólogo portorriqueño, membro fundador de Europa Decolonial, Ramón Grosfoguel; a Comandante Guerrilleira nicaragüense, presidenta tamén da Fundación Popol Na, Mónica Baltodano; ou a activista do Movemento Autónomo de Mulleres de Nicaragua e integrante do Foro de Mulleres para a integración centroamericana e do Caribe, Haydee Castillo. +info.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1958, é mestra, feminista e activista social. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.  Blogue persoal: Caranza free opiniom.
Facebook e Twitter.
---

mércores, xaneiro 28, 2015

Que é Grecia?, ... Por David Rodríguez

Por David Rodríguez [*]
28.01.2015

Que é Grecia hoxe? É o lugar da UE onde as contradicións xeradas polo enésimo intento alemán ao longo da historia de converterse no hexemón europeo son máis agudas. Que se está a evidenciar nos primeiros pasos do goberno Syriza (homenaxe a fusilados gregos polos nazis, inclusión dun partido de dereitas euroescéptico...)? Que o novo goberno grego está a concebir o campo de batalla como un proceso de liberación nacional e de recuperación de soberanía. (Así o entende tamén Jacques Sapir).

Que pode desbaratar esta estratexia? Non levar até as últimas consecuencias o proceso de emancipación política a respecto da UE se esta apenas ofrece un pequeno alivio da débeda grega en forma de adiamento de pagamentos,
"Se é que hai algún, o problema cos plans de Syriza pode ser que non son o suficientemente radicais. O alivio da débeda e unha flexibilización da austeridade poderá reducir o sufrimento económico, pero é dubidoso que sexa suficiente para producir unha forte recuperación. Por outra banda, non está claro que outra cousa podería facer calquera goberno grego a non ser que estea preparado para abandonar o euro." (Paul Krugman onte no NY Times).
un risco de desbaratamento que aniña precisamente na vaporosa ideoloxía europeísta que existe na propia Syriza.

Por que calquera comparación co proceso catalán é unha coña? Porque o proceso catalán, hexemonizado e conducido pola dereita, non só non afronta o que neste momento é o principal problema de todos os pobos sureuropeos (a súa condición de subalternos no reparto de traballo na UE) senón que -como única estratexia xeopolítica- o proceso catalán apela de facto ao amparo da propia UE como xeito de acadar a súa independencia.

Cal debería ser a tarefa de todas as esquerdas do Estado Español? Xa o dixen moi claramente noutra ocasión. Basicamente: decidir se son parte de Vichy/Saló ou dos aliados (nunca mellor traído o exemplo hoxe que se celebra o 70 aniversario da liberación de Auschwitz polo Exército Vermello).

En resumo, asumir o que o exemplo grego indica: a política concreta para a situación concreta, hoxe, ten que afrontar a cuestión da falta de democracia para os pobos dentro da UE. Unha Fronte Popular (que non populista) que recoñeza a pluralidade nacional do Estado Español, como a artellada contra a ameaza nazi-fascista durante os anos 30 do século XX (non por casualidade noutro momento de expansionismo alemán), segue a ter todo o sentido.

O Funambulista Coxo


Publicado o 27 de Xaneiro de 2015 no blogue:

ofunambulistacoxo.blogspot.com.

[*] David Rodríguez Rodríguez (Vigo, 1975), deseñador gŕafico, activista social, escritor e articulista. Membro do Consello Editorial de Altermundo. Mantén o blogue Ofunambulistacoxo desde o ano 2005. É autor das obras de teatro radiofónico 'O Bambán' e 'Nunca me esquecerei de ti' (gañadora e finalista respectivamente do I e IV Premio de Teatro Radiofónico do Diario Cultural). Escribiu o poemario 'Lapidarias. Os versos escuros' e participou no libro colectivo 'Non conciliados. Argumentos para a resistencia cultural'. E a escolma
'Retomando a palabra. Das guerras culturais ao crac financeiro'.O 17 de xaneiro de 2015, abre un novo blogue baixo nome de Lecturas Coxas que son traducións propias de textos interesantes ... @Ofunambulista, podese-lle contactar en ofunambulista[arroba]gmail.com.
_________________

venres, xuño 20, 2014

Hipóteses dun día de xuño, ... Por David Rodríguez

Por David Rodríguez [*]
20.06.2014

Nas décadas marabillosas da burbulla inmobiliaria nas que España aparecía coma o país-milagre capaz de afastarse do pasado grisallento de dentes podres e sopa de polo cara os grandes éxitos deportivos e os cociñeiros de deseño, a presenza de ETA e, en xeral, o conflito vasco, era o gran polarizador político que todo o condicionaba. Naquela altura, a Constitución era unha sorte de valado de contención que articulaba o confronto formulado polo stablishment político-mediático hispano mediante a oposición: demócratas vs. non-demócratas. Euskal Herria era o epicentro do confronto pero este salpicaba continuamente ás outras esquerdas periféricas non afectas ao "Patriotismo Constitucional" en que acabaran derivando os "Pactos da Moncloa". A esquerda federal, naquela altura, facía a súa peregrinaxe do vergonzante consenso da Transición á recuperación aberta do republicanismo e da tricolor. O debate económico, naquela España de novas clases medias financiarizadas encantadas de se coñeceren, non pasaba dos balances fiscais entre territorios ou de dilucidar se as baixas de impostos eran ou non de esquerdas.

A case coincidencia do anuncio de cese da actividade armada por parte de ETA e da emerxencia do 15M -coa súa demanda de democracia real e o seu cuestionamento da representación- dinamitaron, coa axuda subterránea dunha crise económica que fixo emerxer de novo á vella toupa, a antiga separación entre demócratas e non demócratas. Pero lonxe de isto significar a "normalización" do País Vasco, un ten a impresión de que o que se está a dar é a euskaldunización de España. Novamente, como antes da entrada das esquerdas non nacionalistas no redil consensual da Transición, na España que non é vasca, catalá ou galega a fenda entre demócratas e non demócratas reábrese para vertebrar un renovado antagonismo entre as elites e o pobo (ou os pobos). E a batalla por significantes como Democracia, Patriotismo ou Soberanía lembra cada vez máis á que se leva dando -coa salvedade de que en xeral o europapanatismo, verdadeiro cepo de toda soberanía popular, fixo fortuna en case que todas partes- nas "nacións periféricas" dende a morte do ditador.

Ao éxito de Podemos, co seu patriotismo nacional-popular español e á cada vez maior exhibición de tricolores opóñenselle as declaracións de Cristina Cifuentes "Podemos quere acabar coa nosa democracia" tratando de manter a chama acesa do antagonismo noventeiro entre democratas e non demócratas ou as de Esperanza Aguirre reclamando unha marea patriótica que encha as rúas de Madrid na coroación do rei, tratando de que o item "patria" non fuxa do marco conceptual acuñado polo bloque hexemónico (así como tratando de reconceptualizar o item "marea") ou o mesmo feito de que no día de hoxe en que Felipe VI foi nomeado rei a tricolor semellase, nas rúas de Madrid, unha bandeira tan perigosa como o foi, durante as últimas décadas, a ikurriña, a estelada ou a estreleira.

O mesmo que nos noventa, hoxe a Constitución volve ser un corsé infranqueable que tanto serve para selar con sangue e lume a dependencia dos pobos do Estado ao "Consenso de Berlín" mediante o artigo 135, como para coutar todo debate sobre a monarquía ou sobre o recoñecemento nacional reclamado por eses patriotas "Outros" da "periferia".

Como antes dos Pactos da Moncloa, hoxe no Estado Español albíscanse dous grandes bloques non exentos das súas propias contradicións internas. Por unha banda, o réxime, conformado pola grande empresa, os grandes medios, PP-PSOE (e satélites), o resto dos aparatos de Estado e o imperio-UE. Da outra, o groso social agredido polas políticas neoliberais e as demandas democráticas das nacións sen estado coas súas particulares decantacións políticas e sociais. No medio, como demostrou a abstención a respecto da lei de abdicación de Juan Carlos, á espera, a burguesía catalá e vasca.
Dada esta inestabilidade e imprevisibilidade é probable que o réxime decida actuar rápido. Será entón cando este volva poñer a proba a súa capacidade de cooptación mediante a oferta de novos consensos. Juan Luis Cebrián deixaba entrever hoxe mesmo que o plan do réxime para a súa relexitimación e perpetuación podería pasar por unha reforma constitucional con posterior referendum que, cabe pensar, dese encaixe principalmente a Cataluña e que introducise, agora pola porta grande, a suxección da soberanía popular do estado-nación-España á tecnocracia antidemocrática europea. Nesa hora da verdade, nesa nova "Reforma vs. Ruptura", veremos non só por quen optan as burguesías vasca e catalá senón tamén que farán as distintas esquerdas, especialmente as de ámbito estatal, que terán que optar por sumarse ao consenso ou, de non facelo, por procurar (ou non) un marco de convivencia entre o novo patriotismo español-republicano e os outros patriotismos "periféricos" que permita algún tipo de unidade de acción tamén no medio prazo.

O Funambulista Coxo
Publicado o 20 de Xuño de 2014 no blogue:
ofunambulistacoxo.blogspot.com.
[*] David Rodríguez Rodríguez (Vigo, 1975) mantén o blogue http://ofunambulistacoxo.blogspot.com desde o ano 2005. É autor das obras de teatro radiofónico O Bambán e Nunca me esquecerei de ti (gañadora e finalista respectivamente do I e IV Premio de Teatro Radiofónico do Diario Cultural). Escribiu o poemario Lapidarias. Os versos escuros e participou no libro colectivo Non conciliados. Argumentos para a resistencia cultural.
_________________

xoves, xullo 25, 2013

Non deamos nada por sentado, ... Por David Rodríguez


Por David Rodríguez [*]
25.07.2013


Podería parecer razoable, desde o punto de vista de quen pasa todo o ano comprometido cos valores solidarios e denunciando os múltiples problemas que esta nosa sociedade na que os valores mercantís priman sobre calquera outro tipo de lóxica, reaccionar con indignación e mesmo con cinismo á avalancha de bos sentimentos, xestos empáticos, accións simbólicas e declaracións benintencionadas que nos inundan neste negro día nacional de Galiza no que centos de persoas feridas e máis de setenta persoas mortas volveron, coa súa descougante materialidade, situarnos no lugar que nos corresponde, e no que tantas veces esquecemos estar, a causa da segunda natureza cultural e tecnolóxica na que se desenvolve a nosa vida: o lugar dunha criatura estremadamente débil e suxeita á intemperie e aos vaivéns da fortuna. E máis razoable podería semellar, neste tempo no que asistimos a diario ao desmantelamento do marco legal que, mal que ben, contribuía a que en tantos outros casos tráxicos relacionados coa inequidade socioeconómica e coas consecuencias que esta ten en todos os ámbitos da vida, a reacción de pasividade do groso da poboación clama ao ceo. Porén, como tantas veces levo feito neste blog para outras coxunturas, penso que, desde un punto de vista político, cómpre resaltar tamén, neste caso, o significado de todo o que vén sucedendo desde que a máquina do Alvia envorcou e se estomballou contra un muro deixando en tanta xente un estado shock físico ou psicolóxico imborrable. E por político non falo de causas, neglixencias ou despropósitos que se poidan vencellar ao caso do accidente do tren, á súa utilización nos media ou ao comportamento das institucións -cuestións que, naturalmente, haberá que investigar e depurar- senón que me refiro ao caracter totalmente político, como sabemos desde que nolo ensinara Antonio Gramsci, que ten o chamado "sentido común", isto é, os valores hexemónicos nunha sociedade dada. E por máis que isto poida parecer pouca cousa, cómpre non dar nada por sentado. Neste país de moi recentes desertores do arado no que por veces semella que todo ese pouso de valores comunitarios e solidarios desaparecesen como se nunca tivesen existido é unha cuestión política de primeira orde saber que aquela mutación que tanto preocupaba a Pasolini nos valores das clases populares aínda non se levou a cabo totalmente. E aínda é máis importante se temos en conta que vimos dun ciclo histórico dominado culturalmente polo neoliberalismo e a súa aversión á idea de sociedade e o seu canto ao individualismo egoísta. Que o primeiro impulso dos veciños do lugar do sinistro fóse socorrer ás vítimas lixando as súas mans co sangue dun estraño, que tantos profisionais sanitarios se prestasen a traballar arreo para dar os primeiros auxilios, que houbese bombeiros que renunciasen a continuar cunha folga para colaborar nas tarefas de excarcelación, que houbese un completo colapso popular dos puntos de doazón de sangue e que tanta xente seguise todo a través das redes sociais cunha implicación emocional sincera podería parecer que forma parte da paisaxe normal. Que non hai nada de relevante no feito de que as persoas reaccionen así ante unha catástrofe como esta. E porén, eu creo que non debemos dar nada por sentado. Cando tratamos de pensar friamente cal é o chan (porque eu teño asumido que nesta cuestión partimos do chan) a partir do que debe volver xurdir ese suxeito político que volva pór a andar, como realidade organizada para a transformación, os vellos valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade, esta cuestión, a cuestión de cal é o sentido común da nosa sociedade nun contexto de percepción xeralizada de emerxencia, non é algo menor, nin algo que se deba dar por descontado sen facer reflexión algunha do mesmo.

O Funambulista Coxo

Publicado o 25 de Xullo de 2013 no blogue ofunambulistacoxo.blogspot.com.

[*] David Rodríguez Rodríguez (Vigo, 1975) mantén o blogue http://ofunambulistacoxo.blogspot.com desde o ano 2005. É autor das obras de teatro radiofónico O Bambán e Nunca me esquecerei de ti (gañadora e finalista respectivamente do I e IV Premio de Teatro Radiofónico do Diario Cultural). Escribiu o poemario Lapidarias. Os versos escuros e participou no libro colectivo Non conciliados. Argumentos para a resistencia cultural.


__________________

mércores, marzo 27, 2013

Esquerda partidaria en Galiza. Un escenario aberto , ... Por David Rodríguez

Por David Rodríguez [*]
27.03.2013


Na camapaña das eleccións autonómicas de 2012 Xosé Manuel Beiras, o histórico dirixente do nacionalismo galego, citaba unha e outra vez ao Castelao da Fronte Popular para xustificar a coalición que Anova —organización nacionalista de esquerdas formada polos exBNG Encontro Irmandiño e outras forzas como a independentista e comunista FPG ou Movemento pola Base— viña de selar coas franquicias galegas de Izquierda Unida e Equo así como co pequeno grupo Espazo Ecosocialista. Aludía Beiras, fronte aqueles que consideraban a aposta pola transversalidade identitaria unha deriva perigosa, á situación de excepcionalidade provocada polo novo fascismo financeiro que, a diferenza do dos anos trinta, non precisa de desfiles de masas e histrións con casaco militar para manter aos pobos subxugados senón que lle basta o control da moeda e o movemento irrestricto de capitais.

200.000 votos e a posibilidade futura de desputar ao PSdG-PSOE  o posto de principal partido da oposición parecen un  bo indicativo de que a aposta, por máis arriscada que parecese nos círculos políticos nacionalistas, foi moi ben comprendida e refrendada eleitoralmente por unha cidadanía agredida que decidiu premiar a unión de forzas ante o que consideraba un inimigo común.

E porén, non está nada claro cal pode ser a continuidade desta coalición. Se o sentido común chamaría a reeditala (se é ampliada mellor que mellor) a outras escalas territoriais como poida ser a municipal, o certo é que Anova, que celebrará a súa primeira Asemblea Nacional en xuño, aínda non se posicionou claramente, alén dalgunha que outra declaración individual, sobre o futuro da mesma. Así, a día de hoxe, pode dicirse que dentro de Anova coexisten, de maneira máis ou menos explícita, dúas visións sobre este asunto. A de aqueles que apostan por seguir explorando a vía da cooperación con forzas da esquerda estatal sempre que, desde esta, se recoñeza a realidade nacional do pobo galego e o seu carácter de suxeto político (ao cal no axudaron, certamente, as recentes declaracións de Cayo Lara nas que consideraba que na cuestión do dereito a decidir catalán tamén se debía escoitar o que ten que dicir "o resto de España") e os que seguen cun ollo posto no BNG, que celebrou a súa Asamblea Nacional  este 17 de marzo cunha renovación importante da súa executiva e coa emerxencia na mesma dalgunhas caras que poden tender pontes de diálogo con Anova.

No Parlamento galego os nove deputados da Alternativa Galega de Esquerdas están a traballar coma un grupo cohesionado e a súa presenza no mesmo supuxo a entrada dunha corrente de vento fresco que forzou ao BNG a adoptar algunhas maneiras menos domesticadas das que viña utilizando  nesa institución. Pero mentres isto sucede n'O Hórreo a recomposición de todo o mapa da esquerda partidaria galega fai que o futuro das distintas organizacións e as súas estratexias estean no aire.

Polo que respecta a Anova estase vivindo no seu interior a pugna non só pola política de alianzas senón tamén a pugna polo modelo de organización que se quere para o futuro. Así, se moitos dos militantes máis activos apostan por un modelo de partido-movemento, cunha maior participación das bases, menos rixidez xerárquica, liderados compartidos, vontade de experimentación política e relevo xeracional; outra parte da organización móstrase máis cauta á hora de probar novas fórmulas organizativas e máis en liña coas vellas formas da política partidaria institucionalizada. O posicionamiento público de Xosé Manuel Beiras, por paradoxal e incluso incoherente que resulte nunha organización que fai bandeira do horizontalismo, será decisivo á hora de aclarar se Anova será ese partido da esquerda soberanista para os próximos 25 anos que o propio Beiras dixo desexar ou se esta non pasará de ser un estadio pasaxeiro para un regreso, coma fillo pródigo, á nave nodriza do BNG, xa sexa mantendo esa marca ou con outra que no futuro se poida acuñar.

Esquerda Unida, que celebrará Asamblea Nacional en abril, xa fixo pública a vontade da súa dirección de profundizar a relación con Anova arredor da coalición AGE, algo lóxico nun partido que até este momento apenas tiña presenza institucional en Galiza. Porén, entre os retos desta organización para que AGE poida ser un proxecto con futuro está conformarse como partido nacional galego, acadando unha autonomía orgánica que hoxe aínda non ten a respecto da estrutura federal de Izquierda Unida e asumindo sen medias tintas o dereito de autodeterminación dos pobos.

En canto ao BNG é obvio que a aparición de AGE está a condicionar toda a súa acción. Desde a postulación de Xavier Vencepersoa moi crítica, por exemplo, co proceso de fusión das caixas de aforros que o BNG avalou no seu momento— ao cargo de Portavoz Nacional, á reconsideración, polo menos retórica, da súa relación con movimientos sociais coma o 15M, até o de agora considerados polo Bloque pouco menos que coma metástasis españolistas e falsamente revolucionarios;  a asunción de certos prantexamentos que enarbolaba o Encontro Irmandiño cando aínda estaba integrado no BNG son indicativos de que, aínda que sexa de maneira implícita, estanse a recoñecer algúns erros. Pero ao tempo que isto sucede, a posible entrada no BNG dalgunhas forzas minoritarias independentistas coma Nós-UP  e parte do que foi Causa Galiza, ambas moi críticas con calquera tipo de colaboración con EU, parecen presaxiar o posible enroque do BNG nun soberanismo ensimismado —que xa está a provocar friccións entre aqueles que desde dentro do BNG observan esta estratexia coma o camiño máis corto á irrelevancia política—  e pouco proclive a unha política de alianzas amplas co resto da esquerda.

Tempo pois de impass o que se respira na esquerda partidaria galega nunha conxuntura política na que a excepcionalidade que Beiras describía na campaña electoral de 2012 non só segue vixente senón que probablemente se agudizará conforme o estado de putrefacción do réximen da segunda restauración borbónica siga avanzando e as exixencias da Troika continúen esganando aos pobos de Europa.

Nota.-Este artigo é a versión en galego dun artigo escrito a requerimento do xornal Diagonal e publicado na súa edición en papel da segunda quincena deste mes.

O Funambulista Coxo

Publicado o 27 de Marzo de 2013 no blogue ofunambulistacoxo.blogspot.com.

---

[*] David Rodríguez Rodríguez (Vigo, 1975) mantén o blogue http://ofunambulistacoxo.blogspot.com desde o ano 2005. É autor das obras de teatro radiofónico O Bambán e Nunca me esquecerei de ti (gañadora e finalista respectivamente do I e IV Premio de Teatro Radiofónico do Diario Cultural). Escribiu o poemario Lapidarias. Os versos escuros e participou no libro colectivo Non conciliados. Argumentos para a resistencia cultural.

Ártabra 21: David Rodríguez: Palabras para a guerra en curso - Retomando a Palabra (Libro) - Descarga:
______________

Outro interesante artigo relacionado:

Ártabra 21: As falsas polarizacións, ... Por David Rodríguez
__________________

martes, marzo 26, 2013

As falsas polarizacións, ... Por David Rodríguez

" ... non hai mudanza sen sociedade civil organizada e coñecedora da súa forza, é dicir, sen suxeito político consciente e articulado ... "

De entre as trifulcas máis recorrentes no seo do bizantinismo interno da esquerda política ningunha é tan aborrecida e habitual como aquela que establece a polarización ideolóxica dentro da organización entre unha pola gradualista socialdemócrata e outra vangardista revolucionaria. Estas foron, co permiso dos libertarios, as dúas grandes estratexias históricas da esquerda, polo menos en Europa, para transformar politicamente a realidade.

A estratexia vangardista revolucionaria triunfou, á hora de tomar o poder e dirixir o Estado, na revolución do 1917; pero a incapacidade de levar á práctica as promesas dun mundo mellor chegaría ao paroxismo co colapso da URSS en 1989. Por outra banda, a imposibilidade de que a revolución se propagase tamén por Europa occidental demostrou, xa naquel incipiente século XX, que a experiencia rusa sería máis unha excepción ca unha norma.

A estratexia socialdemócrata conseguiu os seus propios triunfos, sobre todo despois da segunda guerra mundial e en boa medida pola existencia como ameaza xeopolítica e polo de atracción utópico para as clases traballadoras occidentais da Unión Soviética, pero este triunfo provocou a condición de posibilidade da súa propia derrota futura: a integración material e ideolóxica das clases traballadoras no capitalismo. Derrota hoxe incuestionable cando asistimos ao espectáculo patético que ofrecen uns partidos socialdemócratas impotentes para evitar o desmantelamento do estado do benestar.

E é que como dicía o historiador Josep Fontana nunha entrevista recente:
"Rematou unha época, a da vella política máis ou menos socialdemócrata, nas que as cousas se negociaban. É difícil darse de conta de ata que punto, durante 200 anos houbo efectivamente uns medos que xustificaron que quen tiñan os recursos nas súas mans aceptasen negociar. Eran uns medos irracionais. Pero eran medos. Agora, a exixencia á xente para que baixe os seus soldos estase a converter nunha cousa sistemática. Rematou negociar. Decidiron que as cousas teñen que mudar e que imos a un proceso de crecemento da desigualdade".
Pero se esas categorías que hoxe polarizan absurdamente ás esquerdas políticas non son máis ca falsas polarizacións produto da incapacidade da propia esquerda para pensarse de xeito crítico a si mesma, cales son as categorías que deberían actuar coma verdadeiros estremos polarizantes na vida interna das organizacións? Na miña opinión a polarización real no seo da esquerda política radica nestas dúas contraposicións:

A primeira, a que se dá entre os que saben que non hai mudanza sen sociedade civil organizada e coñecedora da súa forza, é dicir, sen suxeito político consciente e articulado, e os que pensan que, sexa na modalidade reformista socialdemócrata ou sexa na modalidade vangardista revolucionaria, é posible seguir a exercer de representantes sen representados. De vangarda sen masas. De partido sen movemento.

A segunda das contraposicións é aquela que se dá entre os que apostan pola democracia radical no seo das organizacións e os que seguen a concebir estas coma coutos pechados, a modo de altos mandos militares, nos que pairan pequenos grupos dirixentes e fontaneiros de medio pelo. Nesta cuestión é especialmente absurda a contraposición entre reformistas e revolucionarios se tanto dentro dos herdeiros dunha tradición como nos da outra é posible atopar inimigos da democracia radical, dos liderados compartidos, da toma de decisións colectivas, da socialización da información e da apertura total á participación social.

O Funambulista Coxo

Publicado o 24 de Marzo de 2013 no blogue ofunambulistacoxo.blogspot.com.

Ártabra 21: David Rodríguez: Palabras para a guerra en curso - Retomando a Palabra (Libro) - Descarga: David Rodríguez Rodríguez (Vigo, 1975) mantén o blogue http://ofunambulistacoxo.blogspot.com desde o ano 2005. É autor das obras de teatro radiofónico O Bambán e Nunca me esquecerei de ti (gañadora e finalista respectivamente do I e IV Premio de Teatro Radiofónico do Diario Cultural). Escribiu o poemario Lapidarias. Os versos escuros e participou no libro colectivo Non conciliados. Argumentos para a resistencia cultural.
______________

martes, marzo 19, 2013

Apuntamento sobre a XIV A.N. do BNG, ... Por David Rodríguez


Onte (17.03.2013) celebrouse a XIV Asamblea Nacional do BNG na que unha palabra foi a grande protagonista do día: soberanía. E porén, se o discurso do recén electo Portavoz Nacional é indicativo do proxecto que se pretende poñer a andar un ten a impresión de que, malia ser a palabra soberanía citada unha e outra vez, o problema real da soberanía non se debateu a fondo preferíndose camiñar, en todo momento, pola afirmación independendista a respecto de Madrid (ante a cal quen isto escribe non ten o maior reparo, distinto será calibrar se iso é, como dicía Vence citando a Lenin, ir un pasiño por diante do pobo ou ir a un ano luz do mesmo) ao tempo que se era máis ambiguo a respecto do que o propio Vence chamou o eixe: Bruxelas-Frankfurt-Berlín. E é que malia recoñecerse que "en realidade España desapareceu coa peseta" e que "están agora entregando servilmente a capacidade de decisión a institucións para-democráticas da Eurozona" a única proposta estratéxica que se albisca na folla de rota do BNG é a confrontación Galiza-España (entendidas ambas realidades coma dous todos indivisos) deixando a cuestión europea, polo menos nese discurso do Portavoz Nacional, no limbo da indefinición cando non presentándoa, implicitamente, como a terra prometida á que están conseguindo acceder outros procesos independentistas coma o catalán, o vasco ou o escocés (nacións todas elas nas que, a diferenza da nosa, si hai burguesías autóctonas ás que o espírito neoliberal da eurozona lles puidese interesar moito). Vence relatou no seu discurso unha listaxe de agresións centralistas. Pero se un as analiza ben, pode ver que, salvo pequenas excepcións, só nas que teñen que ver co aparato institucional e coa esfera cultural non está detrás o diktat da Troika. Un aparato institucional e cultural, o da Transición, que preparou ao Estado para a financiarización, para o ingreso na UE e para a asunción de Maastricht e Lisboa, e que, agora que o sistema financeiro quebrou, entrou en crise tamén en España e está a servir para agredir, ademais de ás clases populares galegas, tamén ás clases populares españolas.

Xusto porque neste momento a política económica xa non depende desa España que morreu coa peseta algúns pensamos que é necesaria unha estratexia política para outros niveis que sobardan o estado- nación (e non creo que isto sexa troskismo enaxenado nin toninegrismo flower power como ironizou Vence). Poderase debatir se o que compre é formular directamente a saída da eurozona con todos os males e apocalipsis que disque provocaría ou artellar unha política de alianzas para tratar de reformala. Unha eurozona, por certo, na cal o eixo esquerda-dereita tamén está fortemente imbricado no eixo centro-periferia e na que o Estado Español no seu conxunto -coma Portugal ou Grecia- é periferia; aparecendo os seu movementos emancipadores, polo tanto, máis coma potenciais aliados nesta conxuntura que coma inimigos a batir.

O que desde logo entendo que non se pode é eludir o tema dicindo que iniciar un proceso como o que está a iniciar Escocia ou Catalunya xa chega para acadar a arelada soberanía, porque a teimuda realidade estanos a dicir que iso non é certo.

Na mesma Asamblea de onte, un dos momentos máis emotivos foi o da intervención de Joana Mortágua, delegada do Bloco de Esquerdas. Polo que puiden seguir nos medios e redes sociais -non sei se antes ou despois da convidada falar- a militancia do BNG comezou a entoar o Grândola Vila Morena. Algo que debeu resultar ben emocionante. Pero para min o verdadeiramente significativo de todo o acontecido nesta intervención da dirixente do Bloco de Esquerdas foi a súa afirmación de que "Portugal é hoje um país colonizado. Nós não temos apenas uma dívida que pagar mais temos um regente, um colonizador que nos diz quando pagar essa dívida (...) e portanto o povo portugués tambem luta hoje pela sua soberania". Isto é, veu dicir Mortágua, Portugal é hoxe unha nación que, malia contar formalmente cun aparato de Estado (o mesmo ca Chipre, Grecia, España e Italia) está a ver como as súas elites desangran o país (tal como fai, por certo, CIU en Catalunya co apoio de ERC) e a comprobar que tampouco é soberana no económico; o cal, estaremos de acordo, é a cerna de calquera caste de soberanía.

Persoalmente penso que o estado das autonomías colapsou. Comprendo logo que o soberanismo (termo que prefiro con moito a nacionalismo) sexa o camiño a seguir. Pero porque entendo que o colapso é do Estado Español en conxunto considero que hai marxe de manobra para establecer alianzas coa esquerda española tanto na procura dun proceso constituínte que inclúa o dereito a decidir das nacións sen estado e que deixe aberta a forma final que democraticamente tomará ese estado (é dicir, que recupere o que era o proxecto da ruptura democrática previo á Transición), como na procura de crear un gran polo europeo antineoliberal e soberanista que ou ben reforme a eurozona -se é que esa proeza é posible- ou ben devolva aos pobos a capacidade de decisión sobre as cuestións económicas.

O Funambulista Coxo

Publicado o 18 de Marzo de 2013 no blogue ofunambulistacoxo.blogspot.com


Ártabra 21: David Rodríguez: Palabras para a guerra en curso - Retomando a Palabra (Libro) - Descarga: David Rodríguez Rodríguez (Vigo, 1975) mantén o blogue http://ofunambulistacoxo.blogspot.com desde o ano 2005. É autor das obras de teatro radiofónico O Bambán e Nunca me esquecerei de ti (gañadora e finalista respectivamente do I e IV Premio de Teatro Radiofónico do Diario Cultural). Escribiu o poemario Lapidarias. Os versos escuros e participou no libro colectivo Non conciliados. Argumentos para a resistencia cultural.

_______________