luns, agosto 20, 2012

NÓS-Unidade Popular responde à proposta eleitoralista da ‘Syriza galega’ de Izquierda Unida: Nom, obrigad@s!

Nom é hábito de NÓS-UP interferir em debates que consideramos alheios à dinámica da esquerda revolucionária e independentista de que a nossa corrente política fai parte. Porém, a insistência com que diferentes agentes políticos com implantaçom na Galiza venhem lançando a proposta de umha suposta “frente comum de esquerda” contra o PP merece umha resposta, considerando que a nossa organizaçom está entre as interpeladas, como parte dessa esquerda a que Izquierda Unida e outras organizaçons aludem.

Nom é umha novidade afirmarmos que a esquerda independentista galega tem como projeto histórico a articulaçom de um amplo movimento de massas que luite em todas as frentes possíveis pola conquista da independência nacional e do socialismo, por umha Galiza livre de patriarcado.

Esse é o eixo da açom política de NÓS-Unidade Popular e a ele se subordinam todas as decisons que tomamos em cada momento, tendo em conta também as inegáveis dificuldades que acarreta assumir umha coerente posiçom revolucionária e o empenho sincero na tarefa da superaçom do atual sistema, o capitalismo.

Se bem a esquerda independentista galega deve estar aberta à colaboraçom com outras expressons da esquerda social e política galega, e de facto assim o demonstramos participando em plataformas amplas sempre que se dam as condiçons mínimas exigíveis, devemos afirmar também que existem princípios irrenunciáveis que tornam impossível a concreçom da proposta lançada, em plena pré-campanha eleitoral para as autonómicas de 2013, pola sucursal galega de Izquierda Unida.

Sintetizamos a seguir os princípios em que baseamos a nossa resposta negativa à proposta lançada por Izquierda Unida.

1. É um princípio irrenunciável, que dá sentido à existência da Galiza como povo diferenciado, anecessidade de construirmos, coletivamente, ferramentas sociopolíticas próprias para a intervençom no seio da sociedade galega. A proposta de Izquierda Unida supom a liquidaçom desse princípio, incorporando essa suposta “frente comum” à orbita orgánica da espanhola Izquierda Unida. De pouco serve o reconhecimento retórico da autodeterminaçom dos povos se a própria organizaçom, neste caso Izquierda Unida, evita exercer a sua soberania no caso da Galiza.

2. A proposta de IU apresenta claros tintes eleitoralistas, umha vez que responde ao anúncio realizado polo Partido Popular de que irá modificar a Lei eleitoral para dificultar o acesso de novas forças ao Parlamento autónomo. Naturalmente, NÓS-UP rejeita essa medida antidemocrática do PP, mas também queremos lembrar que, antes disso, a própria Izquierda Unida via diferenças insalváveis com algumhas das forças que agora convida a umha aliança. Trata-se, portanto, de umha iniciativa oportunista que nasce do mais puro imediatismo eleitoral, por mais que se anuncie como proposta “de longo percurso”.

3. Ao anterior devemos somar umha terceira objeçom, que nom por ir em terceiro lugar é menos importante: Tanto Izquierda Unida como as restantes forças que já mostrárom interesse na criaçom da “Syriza galega” (fundamentalmente Anova, formada por Encontro Irmandinho e FPG) som hoje por hoje organizaçons reformistas que, como a própria Syriza em que se inspiram, só pretendem humanizar o capitalismo, suavizando os efeitos da agressiva crise terminal que esse sistema atravessa. Por isso se limitam a apresentar a sua “batalha” no ámbito institucional e fam do acesso ao Parlamento a única razom de ser dessa “frente comum”.

Tampouco esquecemos que a Syriza proposta por IU pretende incorporar forças do centro e da direita mais ou menos galeguista, como Mais Galiza, Açom Galega ou EcoGaleguistas, mas também outras claramente sucursalistas como IZAN, ou de orientaçom abertamente espanholista, como Equoo ou o Partido Humanista.

4. Respondendo diretamente à própria Izquierda Unida, quando pede que se evitem “preconceitos” na hora de atender a sua proposta de unidade eleitoral, NÓS-Unidade Popular quer lembrar que Izquierda Unida já ocupou alguns espaços de poder municipal na Galiza, além de fazer parte na atualidade de governos autonómicos como o da Andaluzia.

Em todos os casos, a política de governo de IU, quase sempre aplicada em aliança com o PSOE, tem consistido nas receitas neoliberais que critica quando está na oposiçom: privatizaçons, subida de salários para os políticos, financiamento público direto à Igreja Católica e, nos atuais tempos de crise, planos de austeridade como os que venhem sendo aplicados na Andaluzia polo governo PSOE-IU. Nom cremos que poda considerar-se um preconceito, portanto, afirmarmos que Izquierda Unida fai parte da institucionalidade sistémica atual, constituindo parte do problema e nom da soluçom.

Em conclusom, e com a mesma clareza com que Izquierda Unida e outras forças social-democratas proponhem umha aliança eleitoral oportunista e reformista, NÓS-Unidade Popular quer fazer pública a sua negativa a participar numha proposta dessa natureza.

NÓS-UP vai continuar a apoiar umha resposta de massas à ofensiva reacionária em curso e a trabalhar na base social galega pola construçom de ferramentas sociopolíticas de intervençom na autodefesa popular contra o capitalismo espanhol. Nesse caminho, coincidiremos com outras correntes da esquerda social até onde for possível em cada momento concreto, sabendo que a luita pola emancipaçom é longa e nom se resolverá como resultado da aritmética eleitoral.

Essa é a única perspetiva que o povo trabalhador galego pode albergar para a superaçom com êxito do desafio lançado polas forças do grande capital espanhol contra o nosso povo.

Convidamos todos o setores afetados pola crise à verdadeira confluência, no dia a dia, para a luita pola independência nacional e o socialismo, numha Galiza livre de patriarcado.

Direçom Nacional de NÓS-Unidade Popular

Galiza, 18 de agosto de 2012

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Enviado por:
NÓS-Unidade Popular NÓS-UP
-nosup.imprensa@gmail.com-
18 de agosto de 2012 21:33

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