Reproduzimos o manifesto feito público na tarde de hoje por 8 organizaçons da esquerda soberanista galega perante o próximo 6 de dezembro.
O documento assinado por AGIR, BRIGA, Causa Galiza, Ceivar, Coletivo Nacionalista de Marim, Mulheres Nacionalistas Galegas, NÓS-Unidade Popular e o Partido Comunista do Povo Galego afirma que “a única via possível para abordar com vocaçom de superaçom definitiva as problemáticas sócio-económicas, laborais, ambientais, identitárias, etc. que aqueixam o povo galego segue a ser separarmo-nos definitivamente de Espanha e conquistar a plena soberania política”.
Eis o manifesto na integra.
6D Galiza nom tem nada que celebrar | Pola independência nacional | Contra a Constituiçom espanhola | Contra a ‘Segunda Transición’.
Neste 6 de dezembro, o regime celebra na Galiza o 36º aniversário do referéndum de 1978 em que aprovara a sua Constituiçom. Justo é rememorar agora que naquela altura o povo galego virou maioritariamente as costas ao projeto, apoiando-o apenas 44% do recenseamento eleitoral. Em idêntica situaçom de ilegitimidade encontrou-se tempo após o atual Estatuto de Autonomía, que apesar de contar com a promoçom das principais forças e poderes políticos, empresariais e financeiros espanhóis, foi recebido em 1980 com umha fria abstençom geral e o voto afirmativo de tam só 20% das eleitoras e eleitores galegos.
No entanto, Constituiçom espanhola e Estatuto de Autonomía som desde entom, apesar desta congénita falta de legitimidade democrática, as pedras angulares da arquitetura institucional espanhola na Galiza.
Agora que se cumprem 36 anos da implementaçom deste quadro legal contamos com a experiência coletiva necessária para certificarmos que as prediçons que no seu dia figeram o nacionalismo e o independentismo galegos foram acertadas. O tempo verificou de modo incontestável que a operaçom político-económica baptizada como Transición Española foi umha fraude colossal contra este país e os princípios mais elementares da democracia. O seu único fim era perpetuar os traços básicos do regime chantado na Galiza com as armas e o Genocídio desde 1936, isto é, a subordinaçom político-económica ao Estado espanhol, a vulneraçom do direito de autodeterminaçom, a desmobilizaçom e desestruturaçom da sociedade galega e a preservaçom na Galiza dos privilégios da oligarquia espanhola e as suas instituiçons associadas -monarquia, Igreja Católica, Exército, etc.-.
36 anos após aquel referéndum fraudulento aprofundou-se e agravou-se ao limite a dependência do país e os sintomas negativos a ela associados: desemprego e emigraçom estruturais, empobrecimento crescente da populaçom apesar de sermos umha naçom rica em recursos, sobre-exploraçom da força de trabalho, espólio e degradaçom do território e dos recursos energéticos, biológicos e minerais, avelhentamento demográfico e éxodo da mocidade, involuiçom legal e social nas conquistas das mulheres, retrocesso permanente da presença social da língua e a cultura próprias, etc. Todo sob a manto protetor e promotor da direita neofranquista e clientelar, que fijo do extermínio do país a sua missom histórica. A experiência constatou que o genocida Francisco Franco dizia a verdade quando assegurou que o regime espanhol que o sucederia estaria atado y bien atado.
Sob este quadro constitucional, e no marco das luitas políticas e sociais dos últimos 36 anos, centenas de galegas e galegos fôrom, e som, retaliados, espancadas, multados, detidas, encarcerados e mesmo torturadas a maos das Fuerzas de Seguridad del Estado.
Hoje, com o Estado espanhol devorado pola corrupçom e submetido a umha tripla crise de modelo territorial, de modelo económico-produtivo e de legitimidade, os poderes fáticos aprestam-se para reeditar com novas modalidades a fraude perpetrada em 1978. Falam, de fato, de Segunda Transición Española. Como daquela, pretendem mudar algo para que todo continue na mesma, reproduzindo o espólio do povo e do território com as sequelas conhecidas. Contam nesta tarefa com a cumplicidade ativa, e imprescindível, da auto-denominada esquerda federalou esquerda ruturista espanhola, que igual que figeram PSOE e PCE na altura se oferecerám para dar à operaçom a necessária pátina de legitimidade. Como daquela, também, o regime reserva a repressom e a persecuçom para quem denunciem e enfrontem estrategicamente esta fraude que se prepara.
Nesta conjuntura, com umha aceleraçom dramática dos processos de exploraçom social e perda de auto-reconhecimento e capacidade de decisom como naçom, com um povo sob estado de choque e umha confusom notável na direçom do nacionalismo hegemónico a respeito do caminho a seguir, as forças políticas e setoriais independentistas galegas abaixo assinadas queremos proclamar alto e claro três questons ao do presente:
1ª Hoje, quando se fragua a Segunda Transición Española, a única via possível para abordar com vocaçom de superaçom definitiva as problemáticas sócio-económicas, laborais, ambientais, identitárias, etc. que aqueixam o povo galego segue a ser separarmo-nos definitivamente de Espanha e conquistar a plena soberania política, isto é, a independência nacional e a constituiçom do nosso próprio Estado ao serviço da maioria social do país. Toda folha de rota que persiga o “encaixe” ou a “integraçom harmónica” da Galiza em Espanha situa-se, objetivamente, ao serviço da oligarquia.
2º Qualquer quadro jurídico-político constitucional espanhol é a garantia da perpetuaçom da situaçom atual. Neste sentido, queremos explicitar que a eventualidade da participaçom de forças nacionais galegas num futuro processo de reforma da Constituiçom espanhola ou do Estatuto de Autonomía suporia retornar sobre umha via morta, que nega o direito de autodeterminaçom, e trair o processo de liberaçom nacional. Espanha é a nossa ruína, efetivamente, sabemo-lo, à margem do regime político que postule para perpetuar a nossa dependência.
3º Os setores populares nacionalistas, independentistas e soberanistas e o conjunto deste povo enfrentaremo-nos em breve, quando o regime inicie a reestruturaçom programada, a um dilema estratégico entre impulsionar a meio e longo prazo um conflito político e um processo independentista de massa rumado à definitiva rutura com Espanha, ou a cumplicidade com a sua readpataçom cosmética. As e os independentistas tendemos as nossas maos a todos os setores populares dispostos a enfrentar a fraude em curso da Segunda Transición Española e por proa sem ambigüidades, sem duplos jogos e com honestidade face a conquista da plena capacidade de decisom e a independência como povo.
Denantes mortos e mortas que escravos!
Viva Galiza ceive, socialista e antipatriarcal!
Independência e socialismo!
Agir, Briga, Causa Galiza, Ceivar, Coletivo Nacionalista de Marim, Mulheres Nacionalistas Galegas, NÓS-Unidade Popular e Partido Comunista do Povo Galego.
Enviado por:
NÓS-Unidade Popular NÓS-UP
-nosup.imprensa@gmail.com-
5 de dezembro de 2014 18:54
http://www.nosgaliza.org/
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O documento assinado por AGIR, BRIGA, Causa Galiza, Ceivar, Coletivo Nacionalista de Marim, Mulheres Nacionalistas Galegas, NÓS-Unidade Popular e o Partido Comunista do Povo Galego afirma que “a única via possível para abordar com vocaçom de superaçom definitiva as problemáticas sócio-económicas, laborais, ambientais, identitárias, etc. que aqueixam o povo galego segue a ser separarmo-nos definitivamente de Espanha e conquistar a plena soberania política”.
Eis o manifesto na integra.
6D Galiza nom tem nada que celebrar | Pola independência nacional | Contra a Constituiçom espanhola | Contra a ‘Segunda Transición’.
Neste 6 de dezembro, o regime celebra na Galiza o 36º aniversário do referéndum de 1978 em que aprovara a sua Constituiçom. Justo é rememorar agora que naquela altura o povo galego virou maioritariamente as costas ao projeto, apoiando-o apenas 44% do recenseamento eleitoral. Em idêntica situaçom de ilegitimidade encontrou-se tempo após o atual Estatuto de Autonomía, que apesar de contar com a promoçom das principais forças e poderes políticos, empresariais e financeiros espanhóis, foi recebido em 1980 com umha fria abstençom geral e o voto afirmativo de tam só 20% das eleitoras e eleitores galegos.
No entanto, Constituiçom espanhola e Estatuto de Autonomía som desde entom, apesar desta congénita falta de legitimidade democrática, as pedras angulares da arquitetura institucional espanhola na Galiza.
Agora que se cumprem 36 anos da implementaçom deste quadro legal contamos com a experiência coletiva necessária para certificarmos que as prediçons que no seu dia figeram o nacionalismo e o independentismo galegos foram acertadas. O tempo verificou de modo incontestável que a operaçom político-económica baptizada como Transición Española foi umha fraude colossal contra este país e os princípios mais elementares da democracia. O seu único fim era perpetuar os traços básicos do regime chantado na Galiza com as armas e o Genocídio desde 1936, isto é, a subordinaçom político-económica ao Estado espanhol, a vulneraçom do direito de autodeterminaçom, a desmobilizaçom e desestruturaçom da sociedade galega e a preservaçom na Galiza dos privilégios da oligarquia espanhola e as suas instituiçons associadas -monarquia, Igreja Católica, Exército, etc.-.
36 anos após aquel referéndum fraudulento aprofundou-se e agravou-se ao limite a dependência do país e os sintomas negativos a ela associados: desemprego e emigraçom estruturais, empobrecimento crescente da populaçom apesar de sermos umha naçom rica em recursos, sobre-exploraçom da força de trabalho, espólio e degradaçom do território e dos recursos energéticos, biológicos e minerais, avelhentamento demográfico e éxodo da mocidade, involuiçom legal e social nas conquistas das mulheres, retrocesso permanente da presença social da língua e a cultura próprias, etc. Todo sob a manto protetor e promotor da direita neofranquista e clientelar, que fijo do extermínio do país a sua missom histórica. A experiência constatou que o genocida Francisco Franco dizia a verdade quando assegurou que o regime espanhol que o sucederia estaria atado y bien atado.
Sob este quadro constitucional, e no marco das luitas políticas e sociais dos últimos 36 anos, centenas de galegas e galegos fôrom, e som, retaliados, espancadas, multados, detidas, encarcerados e mesmo torturadas a maos das Fuerzas de Seguridad del Estado.
Hoje, com o Estado espanhol devorado pola corrupçom e submetido a umha tripla crise de modelo territorial, de modelo económico-produtivo e de legitimidade, os poderes fáticos aprestam-se para reeditar com novas modalidades a fraude perpetrada em 1978. Falam, de fato, de Segunda Transición Española. Como daquela, pretendem mudar algo para que todo continue na mesma, reproduzindo o espólio do povo e do território com as sequelas conhecidas. Contam nesta tarefa com a cumplicidade ativa, e imprescindível, da auto-denominada esquerda federalou esquerda ruturista espanhola, que igual que figeram PSOE e PCE na altura se oferecerám para dar à operaçom a necessária pátina de legitimidade. Como daquela, também, o regime reserva a repressom e a persecuçom para quem denunciem e enfrontem estrategicamente esta fraude que se prepara.
Nesta conjuntura, com umha aceleraçom dramática dos processos de exploraçom social e perda de auto-reconhecimento e capacidade de decisom como naçom, com um povo sob estado de choque e umha confusom notável na direçom do nacionalismo hegemónico a respeito do caminho a seguir, as forças políticas e setoriais independentistas galegas abaixo assinadas queremos proclamar alto e claro três questons ao do presente:
1ª Hoje, quando se fragua a Segunda Transición Española, a única via possível para abordar com vocaçom de superaçom definitiva as problemáticas sócio-económicas, laborais, ambientais, identitárias, etc. que aqueixam o povo galego segue a ser separarmo-nos definitivamente de Espanha e conquistar a plena soberania política, isto é, a independência nacional e a constituiçom do nosso próprio Estado ao serviço da maioria social do país. Toda folha de rota que persiga o “encaixe” ou a “integraçom harmónica” da Galiza em Espanha situa-se, objetivamente, ao serviço da oligarquia.
2º Qualquer quadro jurídico-político constitucional espanhol é a garantia da perpetuaçom da situaçom atual. Neste sentido, queremos explicitar que a eventualidade da participaçom de forças nacionais galegas num futuro processo de reforma da Constituiçom espanhola ou do Estatuto de Autonomía suporia retornar sobre umha via morta, que nega o direito de autodeterminaçom, e trair o processo de liberaçom nacional. Espanha é a nossa ruína, efetivamente, sabemo-lo, à margem do regime político que postule para perpetuar a nossa dependência.
3º Os setores populares nacionalistas, independentistas e soberanistas e o conjunto deste povo enfrentaremo-nos em breve, quando o regime inicie a reestruturaçom programada, a um dilema estratégico entre impulsionar a meio e longo prazo um conflito político e um processo independentista de massa rumado à definitiva rutura com Espanha, ou a cumplicidade com a sua readpataçom cosmética. As e os independentistas tendemos as nossas maos a todos os setores populares dispostos a enfrentar a fraude em curso da Segunda Transición Española e por proa sem ambigüidades, sem duplos jogos e com honestidade face a conquista da plena capacidade de decisom e a independência como povo.
Denantes mortos e mortas que escravos!
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Agir, Briga, Causa Galiza, Ceivar, Coletivo Nacionalista de Marim, Mulheres Nacionalistas Galegas, NÓS-Unidade Popular e Partido Comunista do Povo Galego.
Enviado por:
NÓS-Unidade Popular NÓS-UP
-nosup.imprensa@gmail.com-
5 de dezembro de 2014 18:54
http://www.nosgaliza.org/
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