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xoves, xaneiro 14, 2016

Erades Companheiras, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
14.01.2016


Agora sei o motivo polo que ti Marina, nom querias utilizar as palavras que puderam sair dos meus dedos para enlaçar-te na longa ringleira que formais todas vós, neste Feminicídio, reconvertido neste sítio, em Santa Companha que nos interpela aló onde imos, para sentir-mo-nos ainda mais ocas de palavras e de ideias suficientes para dar-vos justiça e acougo, e pôr definitivamente o último elo nesta grande cadeia.

Nom querias começar a andar porque che faltava ela, Caridad. O 29 de Dezembro o vento soprou para as duas, dumha esquina a outra do país, de Narom a Mos. O seu corpo e o teu. O teu sangue e o dela. O ruído do teu corpo roto e o ruído batendo do coraçom dela, até apagar-se, coma o teu. O 29 de Dezembro fostes duas, a um tempo. O 29 fizestes-vos companheiras.

Nos rueiros e caminhos de Narom escoitam-se frases de alivio. A tinta do jornal fala do golpe mitigado na povoaçom ao constatar que ninguém de fora vinhera fazer o mal. Paradoxa! O mal está dentro, e tam enraizado entre nós, que semelha que é menos mal que outros afastados ou alheios.

Nota.- Caridad Pérez Calderón (Narón) e Marina Rodríguez Barciela (Mos) forom assassinadas o 29 de dezembro de 2015.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1958, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Consello Editorial de Altermundo e do Colectivo Ártabra 21. Participa nas Marchas da Dignidade. Blogue persoal: Caranza free opiniom.

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sábado, decembro 19, 2015

A Contrarreforma em campanha..., por Lupe Ces

Por Lupe Ces [*]
19.12.2015



Era de esperar que irromperam na campanha as forças que levam botando um pulso no seio da sociedade desde que se aprovou a Lei Integral contra a Violência Machista no 2004. Um pulso que mantém o movimento feminista, entendido este em toda a sua amplitude, coa Contrarreforma que organiza ao seu redor colectivos masculinos, religiosos, do mundo judicial e político.
A violência machista segue cobrando dia a dia vidas de mulheres, e segue sendo anecdótica a compreensom da sua complexidade como expressom dum sistema social, o patriarcado, que seguimos estudando como se construiu e intentando alternativas para o deconstruir.

No médio desta realidade, a Contrarreforma instala-se no negacionismo, e fai-se acompanhar da cadena de tópicos e crenças que pretende tingir de estudos sociológicos umha realidade nom significativa, que é elevada a generalidade. Esta Contrarreforma tem, para o seu desenvolvimento viral, um corpo novo, forte e moi dinamizado mediaticamente, concretado na opçom eleitoral de Ciudadanos. A Contrarreforma tem no autoritarismo das maneiras deste partido, na leitura simplificada e uniformizada da realidade, o impulso que precisa para frear o avance social feminista destas últimas décadas. Avance ante o que o próprio PP dobrou coma um bímbio, lembremos a pressom exercida por amplos sectores sociais, liderados polo Feminismo, contra a Reforma da Lei do Aborto.

Ciudadanos pom voz no seu programa a esta Contrarreforma que se sente ameaçada polas conquistas sociais do Feminismo, num dos pontos mais concretados no médio dumha redacçom ambigua em temas fundamentais como o trabalho, a emigraçom, a educaçom... Ciudadanos é o burato de ozono que pretende colocar a Contrarreforma dentro do governo do estado, e levar a termo o que nom foi quem de fazer Ruíz Gallardón. Veremo-lo se este 20D nom som suficientes os apoios às forças de esquerda das naçons e do estado, onde as feministas levam anos fazendo labores de conscienciaçom e educaçom popular, e elaborando alternativas para deconstruir este sistema transversal que chamamos patriarcado.

O Feminismo foi umha a umha desmontando todas as lanças que desde o 2004 a Contrarreforma intentava chantar para parar a aplicaçom da Lei Integral, incluindo o recurso ante o Tribunal Constitucional. As lanças que conseguirom achegar-se mais ao seu objectivo fórom a irrupçom do SAP (Sindrome de Alineacion Parental) e da Terapia da Ameaça na prática judicial, cumha clara influência nas sentencias, e o ruxe-ruxe das denúncias falsas, que os distintos informes anuais venhem desmentindo, indicando que este tipo de denuncias som moito mais baixas que noutro tipo de delitos (estatisticamente irrelevantes). Outra ladainha forom os supostos privilégios acadados no processo de divorcio se se interpom umha destas denúncias, tristemente contestado polas próprias mulheres afetadas cumha reduçom considerável do número de denuncias interpostas, a pesar do pequeno aumento deste final de trimestre, ou co dato aterrador de que mais da metade das vitimas mortais nom tinham apresentado denúncia nengumha.

Intentando esquecer o ruido da Contrarreforma e os seus partidos-altofalantes, cumpre depois do 20-D fazer a necessária reflexom sobre a Lei, a sua aplicaçom e os seus resultados. Cumpre fazê-lo porque o número de denúncias diminuiu, analisando os datos dos ultimos anos, mas nom o delito,  porque as mulheres seguem morrendo polo feito de exercerem a sua liberdade. Cumpre fazê-lo porque os julgados específicos estám desbordados. Cumpre fazê-lo porque as novas geraçons estám repetindo estas condutas violentas e o modelo de relaçons afetivo-sexual que as sustenta e alenta.

A Contrarreforma tem um novo muro que tumbar. Umha morea de propostas que nos programas eleitorais ocupam um espaço cada vez mais prominente, o das propostas para rematar coa violência machista. Reformar a Lei para incluir todas as formas de violências contra as mulheres; aumentar a dotaçom dos Julgados Específicos; campanhas de educaçom popular; formaçom do pessoal sanitário e das forças de seguridade... e o Estatuto de Vítima de Feminicídio. Esta proposta intenta amparar também como vítimas da violência machista a aquelas crianças e a aqueles homes vítimas pola sua relaçom coa mulher sobre a que o machista quer exercer o controlo. Um Estatuto que se tem que redigir para melhorar, ao incluir a especificidade destes delitos, o Estatuto Jurídico da Vítima que entrou em vigor em setembro deste ano. Uns delitos com tanta particularidade como que case o 40% dos assassinos acabam suicidando-se.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1958, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Consello Editorial de Altermundo e do Colectivo Ártabra 21. Participa nas Marchas da Dignidade. Blogue persoal: Caranza free opiniom.

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mércores, decembro 16, 2015

O voto decisivo, ... Por Lupe Ces

Por Lupe Ces [*]
16.12.2015


Nunca foi para mim tam difícil decidir o voto. O veram arrecendia a unidade. O optimismo prendia em muitas vontades. O outono veu murchar essas esperanças e adiantar um inverno que no meteorológico nom se deixou ver ainda. Agora cumpre decidir, arranxar o coraçom partido e situar-se, cada quem como se o seu voto fosse o decisivo.

Aí intentei colocar-me eu para saber que era o que eu devera fazer este domingo. E no impulso comunicativo, coa sua pinga de arriscado exibicionismo, que impulsa todo o que escrivo, quero argumentar o que é que vou fazer nesta cita eleitoral, das mais importantes que levo vivido.

Cumha mistura de medo e vertigem, acolhim as enquisas que asseguram o êxito da candidatura En Marea, e uns moi malos resultados para NÓS Candidatura Galega. Medo a que só umha das partes que estavam chamadas a construir um processo de unidade popular acade representaçom. Vertigem ao nom ter a seguridade de que só sejamos o punto 277 [1] dum programa eleitoral. Vertigem ao nom reconhecer-me no país que querem construir comigo. Medo a desaparecer no médio dumha estratégia, que coa melhor das vontades, quere colocar-mo-nos como povo numha táboa de surf que nom colhe a onda que precisamos. Medo a que essa táboa nom tenha o suficiente contrapeso e acabemos afogando em mares alheios.

O êxito de En Marea está assegurado, contam coas camas elásticas das televisons e os lideres mediáticos. Mas eu quero que também todo o capital político, de resistência cultural, social e humano que representa NÓS Candidatura Galega, tenha umha parte no poder político que se reparte o domingo no Estado. Porque quero ajudar a impulsar todo o processo de transformaçom e novos liderados que conseguiu o nacionalismo de esquerdas neste país, o meu, e que nom está completado. Um cámbio na metodologia política, no discurso, nos programas e propostas, que nom esta rematado, e nom se pode frustrar. Um cambio generacional que assegura um jeito de vê-lo mundo que tem no epicentro Galiza, a vontade de ser e exercer como naçom. Umha oportunidade de desembaraçar-se de servidumes a poderes económicos, que souberom, em ocassons, mechar às estruturas e influir em estratégias que os beneficiavam.

Se hai algumha possibilidade de que Galiza conte cum grupo parlamentar próprio nas Cortes, e que exerça essas funçons, vai ser coa palanca da representaçom de NÓS Candidatura Galega. Ademais pensar que a representaçom que pudera acadar NÓS, facendo-lhe caso a algumha das enquisas, pudera ser a costa de sacarlhe diputados ao PP, também é umha morbosa e saudável motivaçom a ter em conta.

Quero ir votar o domingo como se o meu voto fosse o decisivo, o que marque que a candidatura de NÓS tenha representaçom ou nom. Por mim nom vai ser. Eu vou botar NÓS Candidatura Galega.

Ferrol, 15 Dezembro 2015

[1] Programa de Podemos (Punto. 277 das páginas 188 e 189 - Direito a Decidir).
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[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1958, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Consello Editorial de Altermundo e do Colectivo Ártabra 21. Participa nas Marchas da Dignidade. Blogue persoal: Caranza free opiniom.

Enviado por:
Lupe Ces
-lupeces@gmail.com-
16 de dezembro de 2015 11:36
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Relacionado:
Programa de Podemos (Punto. 277 das páxinas 188 e 189 - Dereito a Decidir, onde nin sequera se nos nomea, só a Catalunya - Galiza aparece nomeada nos puntos 368, 369 370 da páxina 249, onde se tratan tres asuntos: "Paralización de la A-57 para salvar los montes gallegos, Saneamiento de la ría del Burgo y Recuperación de la ría de Pontevedra"; e na páxina 321  para dicir que Breogán Rioboo é o Secretario Xeral Autonómico. Dun total de 322 páxinas que consta o citado Programa).
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mércores, outubro 07, 2015

O armário, ... por Lupe Ces

Olhavas aquel armário quando precisavas acobilho, quando o monstro aparecia, justo polo mesmo caminho, polos mesmos olhos, nos que noutros momentos agromava o amor, a paixom ou as migalhas de alegria. Umha alegria que axinha passou a ser só alivio, e logo, um longo e lousado silencio tenso.

Olhavas aquel armário e sentias um desejo irreparável de que te resgatasse de todo, daquela vida, dos paus, dos gritos, da vergonha... meter-te naquel armário e meter a cabeça entre as maos... e que o tempo parara, e que te deixaram em paz. Descansar, descansar até do sol, descansar del, descansar do horror...

Aquel armário nunca se abriu para ti... Nunca atopaches um armário para ti... Nem quando estiveste ante o juiz, nem quando estiveste nos médicos..., nem quando fuches ao salom a amanhar o cabelo, onde maquilharom as pegadas do monstro.

Aquel armário só se abriu para o teu corpo já sem vida, vida roubada no último arrebato da fera que bramia, polo mesmo caminho que saiam os beijos e as caricias. E ali estivo teu corpo dous dias, Silvina, naquel armário que quixo dar-te em morte o que nom te dera em vida.

Sodes moitas. Refugiadas fugindo do país do amor-trampa. Refugiadas entrando na terra do esquecimento. Sodes moitas.  Um mar de refugiadas de feridas abertas, de ossos rotos, de colos esganados, de carne desgarrada... Sodes moitas, derrotadas nesta guerra. Sodes moitas, e nom chega um só coraçom, nem partido em mil anacos, para ter-vos.

* Silvina, foi assassinada em Vigo, o 4 de outubro de 2015

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[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1958, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Consello Editorial de Altermundo e do Colectivo Ártabra 21. Participa nas Marchas da Dignidade. Blogue persoal: Caranza free opiniom.
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martes, xuño 30, 2015

Marea para quê?, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
30.06.2015


É bem verdade que o jeito de participaçom política cambiou e ainda vai cambiar mais nos tempos acelerados que nos toca viver. Cumpre reflexionar e nom há muito tempo. Cumpre escoitar e a urgência da acçom política fai-nos mover na linha espaço-tempo, quando todo parece magma baixo os nossos pés.

Alguém me tem dito nestes días que se está a escrever pouco sobre o que hai que fazer. Pouco artigo de opiniom, pouco trabalho de reflexom compartilhado... E é de entender, pois o que era onte, hoje já nom o é, e anda todo em mudança, polo que, o que hoje se escreve, amanhá perdeu vigência.

Neste contexto hai cousas que se agradecen, como o artigo publicado em Praza Pública por Denis Fernandez, ou um recente documento sobre o proxecto estratégico de Anova, que marca algumas claves sobre esse novo jeito de participaçom. Asegura-se nesse documento que o compromisso político das maiorias sociais já nom é o gerado ao redor dunhas siglas ou dum modelo social moi elaborado e alcançável só a moi longo prazo. A cidadania está-se mobilizando, comprometendo-se na transformaçom social, em base a objectivos concretos. A confiança e a comunicaçom volvem-se ativos imprescindíveis nestes novos contextos.

Temos que cruzar o rio. O rio que nos separa da realidade que todas e todos padecemos, e chegar á outra beira, onde nos aguardam os direitos individuais e colectivos, roubados, conculcados ou nunca reconhecidos. Aí queremos pisar firme. A maioria recua ante o perigo de escorregar, isso está permitido só para as minorias apaixonadas das ideias e da açom política que nos permitimos umha e outra vez cair no rio e nos erguer. Agora, a maiores, a realidade aprema mais que nunca, e a urgência, impulsora desta possibilidade histórica de cambio, pode também atraiçoar-nos nas pedras resvaladiças.

Confiança e comunicaçom. A confiança cada dia está mais longe das forças políticas sistémicas que trapicheam cos votos e a representaçom, protagonistas de espetáculos bochornosos como os destes dias, onde com mais claridade que nunca, mostrarom as suas entranhas como o que verdadeiramente som: ninhos de poder, instrumentos para acapará-lo e exercé-lo desde umha minoria.

A confiança estase tecendo ao redor dos novos atores institucionais, que contagiam novos jeitos de fazer, e estam oxigenando a vida municipal. A confiança está viva nos movimentos sociais que dia a dia tecem redes de apoio mútuo. A confiança está nas redes familiares que, extenuadas, sustentam o dia a dia evitando o desastre humanitário de consequências imprevisíveis.

Começamos a cruzar o rio, e novembro é umha pedra mais nesta travessia sem retorno. Marea galega, para quê? Grupo Parlamentar galego, para quê? Estamos falando de objectivos políticos a curto prazo, desses que podem arrincar o compromisso político dumha maioria social que nos impulse á outra beira. Aí entra em jogo a comunicaçom. Explicar bem explicadinho para que vai servir, em que vai beneficiar e fortalecer essas redes de confiança das que falávamos.

Se nom está explicado até agora será porque quem o estám artelhando ainda se situam na porcentualidade da democracia da representaçom e a delegaçom, e nom na urgência de manter a vida, de sobreviver a este andaço de pobreza e exclusom, polo tanto na necessidade da democracia da participaçom e no espaço da ruptura para cambia-lo todo.

Comunicaçom. Expliquemos bem, logo, que a Marea Galega é a expressom genuína deste país, da vontade da maioria para unir-se. Expliquemos que a Marea Galega é a expressom máxima de generosidade por parte de quem leva toda a vida trabalhando por umha sociedade mais justa, e por quem acaba de incorporar-se á cidadania ativa. É o encontro entre diferentes que componem num caleidoscópio o prisma necessário. É a síntese possível e necessária, entre a experiencia, e a criatividade do que acaba de nascer, entre a regeneraçom do velho e o impulso do novo.

Comunicaçom. Expliquemos que essa unidade é imprescindível para estarmos todas e todos. Que o diverso nom colhe num molde rígido ou forneado noutra realidade, por moi boa vontade que se lhe reconheça ao forneiro. Expliquemos que para acometer os cámbios necessários que nos assegurem pam, trabalho, teito, saúde, educaçom, precisamos todas as mans, toda a força da Marea.

Comunicaçom. Expliquemos que nom queremos um Grupo Parlamentar Galego que se adique a impulsar iniciativas que só valham para engordar estatísticas de atividade parlamentar. Queremos um Grupo Parlamentar Galego numhas Cortes Constituintes, que seja decisório para formar o novo governo do estado, e polo tanto que nos coloque como território e identidade nacional no centro da decisom política, do processo de cambio. Um Grupo Parlamentar Galego que se alinhe coas forças rupturistas do estado para assegurarmo-nos os direitos nacionais, sociais e individuais.

Somemo-nos a esta estrategia brilhante, a esta oportunidade histórica, com generosidade, com humildade... Que nom no-lo bote a perder ninguém coas suas cozinhadas. Aqui nom sobra niguém, aqui ninguém se tem que apartar, construamos a Marea, e fagamos realidade este novo objectivo político: Grupo Parlamentar Galego de Mam Comúm.

Publicado no seu blogue pessoal Caranza free opiniom | 27 de Junho de 2015.

Foto o 29N de 2014 #OcupaObradoiro das Marchas da Dignidade.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1958, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Consello Editorial de Altermundo e do Colectivo Ártabra 21. Participa nas Marchas da Dignidade. e na Marea Artabra . Blogue persoal: Caranza free opiniom.
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sábado, maio 09, 2015

Mil vezes mortas! Para Isabel Fuentes,...Por Lupe Ces


Que razom tem a tua vizinha falando na prensa de que te matou duas vezes. A tua morte, a tua trágica morte, vai envolta em celofane vermelho e nos entra polos olhos como a mais real das series televisivas.

A tua morte Isabel. Ti, que só aspiravas a ser feliz, que ansiavas os momentos de tranquilidade passo a passo coa tua vizinha, confidencia a confidencia, que iam narrando unha historia, um modelo de vida e de amor que nom era o teu. Ti nom contavas nada, nem o bom nem o malo. Porque sempre hai cousas boas e malas Isabel, a vida é assim, as relaçons som assim, ... O que nom deve haver é controle, humilhaçom, tortura, submissom, maltrato... que construíam o teu silencio, o teu frio e mortal silencio.

Por isso ti e mais eu sabemos que nom te matou duas vezes. Sabemos que ti, que todas vós, sodes mil vezes mortas! Mortas em vida, coa morte do silencio, coa morte do medo das noites, coa morte do medo dos dias, coa morte que impom a ira, coa morte que impom a humilhaçom, coa morte que impom a vergonha...

E mil vezes mortas na morte, pola morte que impom a cumplicidade, pola morte que impom a impunidade, pola morte que impom a indiferença, pola morte que impom o machismo que se disfarça, que se agocha, que nos engana... ate que se abalança sobre algumha de nós para lançar-nos a um caminho sem retorno, onde conformades umha estela de dor, que parece aumentar ate o infinito.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1958, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Consello Editorial de Altermundo e do Colectivo Ártabra 21. Participa nas Marchas da Dignidade. e na Marea Artabra . Blogue persoal: Caranza free opiniom.
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domingo, febreiro 15, 2015

Aspaneps, por quê nos quedamos aí?, ... Por Lupe Ces

Lupe Ces [*]
15.02.2015


Estes dias saiam em prensa novas relacionadas coa entidade que xestiona a saúde mental da nossa infáncia nas comarcas de Eume, Ortegal e Ferrolterra. Umha entidade sem ánimo de lucro, que nasceu pola iniciativa das famílias que nos anos 80 começarom a reivindicar umha saída diferente á problemática educativa e psicológica das suas crianças. Passarom logo mais de três décadas sem conseguir que essa atençom á saúde mental infantil, fosse assimilada polo sistema público de saúde.

Ao melhor é que nem o intentamos... Houvo oportunidades políticas de que umha cousa tam importante como é a saúde das nenas e nenos nom dependera dunha iniciativa privada, isso sim, sem ánimo de lucro, mas privada na gestom, contrataçom..., e preferimos, mais umha vez, deixar que a infáncia mais vulnerável nom seja o epicentro das políticas públicas. Assim temos nestes momentos a saúde dos nossos nenos e nenas, pendente dum convenio ou dunhas ajudas...

O caso de Aspaneps [1] nom é único na nossa cidade, nem tampouco o de Aspanaes [2]. Se seguimos o rastro a menores em risco, que passarom a ser tutelados pola administraçom, temos a entidades religiosas ou associaçons que regentam centros privados, onde se derivam a estes menores e estas menores, via convênios. E nom podemos esquecer o feche dos dous centros públicos emblemáticos na nossa cidade, “Virgen del Carmen” e “Soutomaior”, e posterior privatizaçom dos serviços que prestavam, para passar a mans da “Fundación Camiña Social”, que regenta também o "Punto de Encontro Familiar" da nossa cidade. Nom devemos esquecer tampouco, a privatizaçom do centro “Souto de Leixa”, em mans de Clece, pertencente á multinacional ACS de Florentino Pérez, que arrastra desde a sua privatizaçom umha estela de conflitividade e precarizaçom do serviço, como denunciam repetidamente as famílias.

O dinheiro público, e o que é mais importante, a responsabilidade social, de todas e todos, no coidado da infáncia, na custodia da sua integridade, segue em mans privadas. Realmente apenas a abandoou desde o franquismo, como se o coidado da infáncia, se reduzira ao ámbito privado ou assistencial da beneficência ou caridade.

As associaçons que acolhem à infáncia em situaçom de risco social e familiar, derivam também a matricula escolar a centros religiosos, "Cristo Rey", "Compañía de María", "Tirso de Molina". Salvo no caso da "Asociación Dignidad", de confessom evangélica, que deriva a matrícula a centros públicos por razons obvias. Eis o circulo pechado que gestiona os direitos da infáncia e o investimento público.

Por isso nom deixa de chamar a atençom que as organizaçons e partidos que defendem a sanidade pública, os serviços públicos, fiquem ai, numha simple reclamaçom de melhora dum convênio ou subsídios, na vez de reclamar que todo o que tem a ver coa saúde, maiormente da infáncia; todo o que tem a ver coa custodia, coidado, defesa dos direitos e interesse das menores e dos menores... fique a salvo da gestom privada e da provisionalidade dos convénios.

Questom a parte som os direitos laborais adquiridos polas trabalhadoras e trabalhadores destes centros, que num processo de recuperaçom para o sistema público, sempre haverá que respeitar. Luitar, reivindicar e conseguir o poder político suficiente para a recuperaçom destes serviços públicos vinculados aos direitos da infáncia e o direito universal à saúde, leva associado também a qualidade e a seguridade no emprego.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1958, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Consello Editorial de Altermundo e do Colectivo Ártabra 21. Participa nas Marchas da Dignidade. Blogue persoal: Caranza free opiniom.

[1] Asociación de Pais de Nenos con Problemas Psico-Sociais - Aspaneps.
[2] Asociación de Pais de Persoas con Trastorno do Espectro Autista - Aspanaes.


Enviado por:
Lupe Ces
lupeces@gmail.com
15 de fevereiro de 2015 13:31
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