xoves, febreiro 26, 2015

Syriza e Podemos, uma via cara ao poder do povo?, ... Por Eric Toussaint


Por Eric Toussaint [*]
27.02.2015


A experiência demonstra que os movimentos de esquerda podem chegar ao governo mas não chegam a conquistar o poder. A democracia ou seja o exercício do poder pelo povo e para o povo, requer muito mais. Hoje o problema coloca-se na Grécia com Syriza e no futuro surgirá na Espanha com o Podemos, se estes movimentos ganhassem as eleições gerais de finais de 2015. O problema colocou-se também na Venezuela a partir das eleições gerais ganhas por Hugo Chávez em 1998, na Bolívia com a de Evo Morales em 2005, no Equador com Rafael Correa em Dezembro de 2006, ou até algumas décadas antes com a eleição de Salvador Allende no Chile, em 1970. (1)

O problema surgirá para qualquer movimento de esquerda que chegue ao governo numa sociedade capitalista. Quando uma coligação eleitoral ou um partido de esquerda chega ao governo, não obtém o poder real porque o poder económico (que depende da posse e do controle dos grupos financeiros e industriais, dos grandes meios de comunicação privados, do grande comércio, etc.) permanece nas mãos da classe capitalista, ou seja do 1% mais rico, que até, com frequência é menos que o 1% da população. Assim, essa classe capitalista controla o Estrado, o poder judicial, os ministérios de Economia e Finanças, o banco central… Na Grécia e na Espanha como no Equador, Bolívia, Venezuela ou Chile, (2) um governo determinado a exercer mudanças estruturais reais deverá entrar em conflito com o poder económico para debilitar e acabar logo com o controle da classe capitalista sobre os grandes meios de produção, de serviços, de comunicação e sobre o aparelho de Estado.

Façamos uma comparação histórica. Em 1789, graças à Revolução Francesa, a burguesia tomou o poder político em França, mas já tinha o poder económico. Antes de conquistar o poder político, os capitalistas franceses eram os credores do rei de França e os proprietários das principais fontes de poder económico (a banca, o comércio, as fábricas e uma parte da terra). Depois da conquista do poder político, expulsaram do Estado os representantes das antigas classes dominantes (nobreza e clero), dominaram-nas ou fundiram-se com elas. O Estado transformou-se numa máquina bem oleada ao serviço da acumulação de capital e dos seus benefícios.

Ao contrário da classe capitalista o povo não tem capacidade para tomar o poder económico se previamente não aceder ao governo. Que o povo repita a ascensão progressiva para o poder que os burgueses realizaram no marco da sociedade feudal ou da pequena produção mercantil é impossível. O povo não acumula riquezas materiais em grande escala, não dirige empresas industriais, bancos ou grande comércio e outros serviços. É a partir do poder político (ou seja, do governo) que o povo pode conseguir a transformação da estrutura económica e iniciar a construção de um novo tipo de Estado baseado na autogestão. Ao dirigir um governo, a esquerda tem acesso às fontes institucionais, políticas e financeiras com o fim de iniciar mudanças profundas a favor da maioria da população. A auto-organização do povo, a sua auto-actividade na esfera pública e nos locais de trabalho é condição sine qua non para o conjunto do processo.

Porque para realizar mudanças estruturais reais é fundamental por em marcha uma relação interactiva entre o governo de esquerda e o povo. Este último deve reforçar o seu nível de auto-organização e construir desde a base estruturas de controlo e de poder popular. Essa relação interactiva, dialéctica, pode tornar-se conflituosa se o governo duvidar em tomar as medidas que a «base» reclama. O apoio do povo às mudanças prometidas e a pressão que possa exercer são vitais para convencer um governo de esquerda a aprofundar o processo de mudanças estruturais que implicam uma redistribuição da riqueza a favor daqueles que a produzem. É também vital para assegurar a defesa de um governo desse tipo perante os credores, do antigo regime, dos proprietários dos grandes meios de produção, de governos estrangeiros. Para realizar as mudanças estruturais, primeiro deve acabar-se com a propriedade capitalista nos sectores-chave da economia como as finanças e a energia, transferindo-as para o sector público (serviços públicos sob controle dos cidadãos) assim como apoiando ou reforçando outras formas de propriedade com função social; a pequena propriedade privada (especialmente na agricultura, na pequena indústria, comércio e serviços), a propriedade cooperativa e a propriedade colectiva baseada na livre associação (3).

Em dois dos três países sul americanos já mencionados (na Venezuela entre 2002 e 2003 (4) e na Bolívia entre 2006 e 2008 (5) o governo esteve em conflito aberto com a classe capitalista (6) mas as mudanças estruturais decisivas no plano económico ainda não foram realizadas. Essas sociedades continuam a ser claramente capitalistas (7) Evidentemente tem havido avanços reais a favor do povo como a adopção nos três países de novas constituições após uns processos constituintes profundamente democráticos (eleição por sufrágio universal de uma assembleia constituinte; elaboração de uma nova constituição adoptada pela assembleia constituinte após um amplo debate nacional, referendo de aprovação da nova constituição); uma ampla recuperação pelo controle público dos recursos naturais; (8) um aumento de impostos sobre os mais ricos (especialmente no caso do Equador) e sobre as grandes sociedades privadas nacionais ou estrangeiras; uma significativa melhoria dos serviços públicos; uma redução das desigualdades sociais; um reforço dos direitos dos povos originários; a recuperação da dignidade nacional perante as grandes potências, em particular perante os Estados Unidos.

Não poderemos compreender a política desses países se não consideramos as importantíssimas mobilizações populares que sofreu a sua história. No Equador, quatro presidentes de direita tiveram de fugir, deixando o poder entre 1997 e 2005 graças às mobilizações da população. Na Bolívia, houve importantes lutas contra a privatização da água em Abril do ano 2000 e nos finais de 2004. As mobilizações em torno da privatização do gás em Outubro de 2003 fizeram cair e fugir (para os Estados Unidos) o presidente Gonzalo Sanchez de Lozada. Na Venezuela houve desde 1983 importantes mobilizações que inauguraram as grandes lutas sociais contra o Fundo Monetário Internacional, que sacudiram o planeta nos anos 1990 e no início dos anos 2000. Houve também acontecimentos mais espectaculares com as enormes mobilizações populares de 12 de Abril de 2002, manifestações espontâneas para repudiar o golpe de Estado contra Hugo Chávez. Essas mobilizações tiveram como efeito o regresso de Hugo Chávez ao palácio presidencial de Miraflores, desde 13 de Abril de 2002.

Enquanto as mudanças políticas democráticas nesses três países são sistematicamente silenciadas na imprensa dos países mais industrializados, uma campanha de difamação, também sistemática, é orquestrada com o fim de apresentar esses chefes de Estado como dirigentes populistas autoritários.

As experiências desses três países andinos, em termos de adopção de novas constituições, são muito ricas. Deveriam inspirar os povos e as forças políticas de outros países. Basta comparar a situação da Europa com a ausência de um procedimento democrático na adopção do Tratado constitucional em 2005 ou do TSCG em 2014. Embora as experiências da Venezuela, Bolívia e Equador apresentem contradições e limites importantes que devemos analisar (9).

As grandes movimentações populares são um factor decisivo na existência e sobrevivência dos governos de esquerda. Poderíamos assim falar também das grandes mobilizações populares de 1936 na França que levaram Leon Blum — que se teria contentado em «gerir honestamente» a casa da burguesia — a iniciar verdadeiras medidas de esquerda, sem esquecer as mobilizações na Espanha no mesmo período, ou as que, em grande parte da Europa, se seguiram à II Guerra Mundial.

Voltamos a Syriza e Podemos

Se os governos, dirigidos actualmente por Syriza e amanhã por Podemos, querem realmente romper com as políticas de austeridade e de privatizações que se sucedem actualmente por toda a Europa entrarão imediatamente em conflito com as grandes forças conservadoras tanto a nível nacional como a nível europeu. E isso apenas pelo facto de afirmar que o seu governo deva aplicar as medidas que ditam à população que recusa massivamente a austeridade. Syriza agora, Podemos amanhã, encontra dura oposição nas instâncias europeias, na maioria dos governos na União Europeia, assim como nos dirigentes e nos grandes accionistas das principais empresas privadas, sem esquecer o FMI.

Mesmo autolimitando o seu programa de mudança Syriza continuará com forte oposição, já que, enfrenta as classes altas e as instâncias europeias (intimamente ligadas e solidárias) que querem levar ainda mais longe o maior ataque coligado, no âmbito europeu, contra os direitos económicos e sociais dos povos, sem esquecer a vontade de limitar fortemente o exercício dos direitos democráticos (10).

É ilusório pensar que se podem convencer as autoridades europeias e o patronato das grandes empresas (principalmente financeiras e industriais) a abandonar o curso neoliberal reforçado desde 2010. Lembremos que François Hollande e Matteo Renzi, que propõem timidamente afrouxar o cinturão da austeridade, procuram ao mesmo tempo aplicar o modelo alemão nos seus respectivos países. Uma precarização mais acentuada dos direitos de negociação colectiva e de protecção das conquistas dos trabalhadores (11). Esses não são os aliados de Syriza agora nem do Podemos amanhã.

Devemos também considerar outro elemento, quando se compara a situação do governo de esquerda da Grécia actual (ou outro amanhã) ao que encontraram Hugo Chávez (a partir de 2000), Evo Morales ou Rafael Correa. A partir de 2004, o importante aumento dos preços das matérias-primas (petróleo, gás, minérios…) que esses países exportavam permitiu aumentar fortemente a receita fiscal, que foi utilizada para por em marcha vastos programas sociais e grandes projectos de investimentos públicos. Os governos desses três países andinos aplicaram um projecto que poderíamos chamar neokeynesiano em evolução (12), grandes investimentos públicos, aumento do consumo popular; aumento dos salários baixos; nacionalizações (no caso da Venezuela e da Bolívia) compensadas por generosas indemnizações aos proprietários nacionais ou às sedes estrangeiras.

A parte mais pobre do povo teve uma melhoria considerável das suas condições de vida, a infra-estrutura desses países também melhorou e os lucros dos capitalistas locais não foram afectados no sistema financeiro, os lucros privados até aumentaram.

Evidentemente um governo de esquerda num país periférico da União Europeia não poderá dispor da mesma margem de manobra dos governos desses três países andinos. Os países europeus da periferia estão esmagados por uma dívida impossível. As autoridades europeias pensam exercer toda a pressão possível como mostra a reacção do Banco Central Europeu perante a Grécia no início de Fevereiro de 2015.

A conclusão que se impõe é que não haverá caminho fácil para iniciar um programa económico e social que quebre a austeridade e as privatizações. Os governos de esquerda deverão desobedecer aos credores, às autoridades europeias e ao FMI (uns e outros se confundem), para serem fiéis às suas promessas eleitorais. Tem uma legitimidade e um apoio muito considerável, tanto no seu país como no âmbito internacional, demonstrando que em que grau a austeridade e as políticas europeias são rechaçadas. A recusa a pagar uma parte substancial da dívida constituirá um elemento-chave na estratégia do governo, (13) assim como a decisão de não continuar com as privatizações e restabelecer plenamente os direitos sociais que foram afectados pelas políticas de austeridade. Essa combinação é vital já que da parte dos credores já se levantaram vozes que propõem reduzir o peso da dívida da Grécia em troca da continuação da política da reforma ou seja de contra-reformas, de privatizações, precarização dos contratos de trabalho, dos direitos sociais, etc.).

Vemos como é difícil um governo de esquerda evitar a socialização do sector bancário (ou seja, a expropriação das acções privadas e transformar os bancos num serviço publico sob controle dos cidadãos), tomar medidas estritas de controlo de movimento de capitais, arrecadar o imposto sobre o património de 1% mais rico, recusar os empréstimos da Troika condicionados pela perseguição da austeridade e das privatizações, recusar o pagamento de uma dívida amplamente legítima, ilegal, insustentável a partir do ponto de vista do exercício dos direitos humanos, odiosa até. Um dos numerosos instrumentos de que dispõe um governo de esquerda para favorecer a participação e o apoio popular reforçando ao mesmo tempo a sua posição perante os credores, é a auditoria da dívida com uma participação popular activa, com o fim de identificar a parte da dívida que não deverá ser paga e que será necessário repudiar. A partir daí, tudo se tornaria finalmente possível.

Notas:

(1) Para a experiência chilena consultar Frank Gaudichaud, Chile 1970-1973. Mil dias que abalaram o mundo. Presses Universitaires de Rennes, 2013.

(2) Cuba teve um processo diferente do da Venezuela, Equador, Bolívia ou Chile, já que a esquerda chegou ao governo como consequência de ganhar uma luta armada de vários anos apoiada, na sua fase final, por um enorme levantamento popular (fins de 1958, primeiros dias de 1959). Veja-se entre outros, Fernando Martinez entrevistado por Eric Toussaint. «Do Século XIX ao século XXI: uma perspectiva histórica sobre a revolução cubana, publicada a 24 de Dezembro de 2014.http://www.europe-solidaire.org/spip.php?article33911

(3) Nos três países andinos citados e principalmente no Equador e Bolívia, é também fundamental manter as formas de propriedade tradicional dos povos autóctones (que mantêm, geralmente, um alto grau de propriedade colectiva.

(4) Na Venezuela, as batalhas mais duras lideradas pela direita começaram depois dos três primeiros anos do governo de Hugo Chávez, ou seja no início de 2002. Transformaram-se em lutas maiores como o golpe de Estado de Abril de 2002, a greve geral de Dezembro de 2002-Janeiro de 2003, a ocupação da praça Altamira em Caracas por generais revoltados e chefes da oposição política. Começou a perder força depois de Agosto de 2004, graças à vitória do não no referendo revocatório do presidente Chávez. Desde aí, a direita procura ocasiões para retomar a iniciativa, mas a sua capacidade de mobilização reduziu-se consideravelmente. Desde 2013, um sector importante da classe capitalista participa activamente na desestabilização do governo mediante a criação de uma situação de penúria de muitos produtos de primeira necessidade, como medicamentos, e o mercado paralelo de divisas (no mercado negro, o dólar troca-se a quase 10 vezes o seu valor oficial).

(5) Na Bolívia, a direita liderou verdadeiras batalhas em 2007 e 2008 depois de menos de dois anos do governo de Morales. Utilizou a violência várias vezes e escolheu uma estratégia de batalhas frontais em 2008. A vitória de Evo Morales no referendo revocatório de Agosto de 2008 com 67,43% dos votos não produziu uma redução da violência da direita. Pelo contrário, essa violência foi crescendo durante varias semanas depois do seu fracasso no referendo, especialmente porque se sentia capaz de reunir uma maioria em várias províncias chave do sul do país. Uma forte reacção do governo e a mobilização popular perante o massacre de partidários de Evo Morales na província de Pando (houve também a condenação internacional especialmente da UNASUR, que se reuniu em sessão extraordinária em Setembro de 2008 para dar apoio ao governo de Evo Morales) conseguiram provocar um armistício (provisório). Após um ano de boicote, a direita comprometeu-se a aceitar a organização do referendo sobre a nova constituição. Isso acabou numa nova vitória de Evo Morales em fins de Janeiro de 2009, a nova constituição foi aprovada por 62% dos votos. Em Outubro de 2014, Evo Morales foi reeleito com 61% dos votos.

(6) No Equador não houve um período de choque entre o governo e a classe capitalista no seu todo, embora houvesse tensões consideráveis em 2008, especialmente em Guayaquil, o principal porto do país
.
(7) Analisei o processo que se estava a desenrolar nesses três países no estudo «Venezuela, Equador e Bolívia, a via da história em marcha» publicado a 2 de Novembro de 2009 http://cadtm.org/Venezuela-Equateur-et-Bolivie-la. A versão impressa apareceu na revista Inprecorem 2009. Veja-se também Eric Toussaint O Banco do Sul e a nova crise internacional. El ViejoTopo, Mataró (Barcelona), 2008, que contem uma análise da evolução da Venezuela, Bolívia e Equador até inícios de 2008. Veja-se também a obra colectiva intitulada O Vulcão Latino-Americano Esquerdas, movimentos sociais e neoliberalismo na América Latina, publicada sob a direcção de Frank Gaudichaud por Textuel em Paris, em Abril de 2008.

(8) A Bolívia nacionalizou o petróleo e a produção de gás em 2008. Evo Morales enviou o exército para controlar os campos petrolíferos, mas as multinacionais continuam activas já que são as responsáveis pela extracção de petróleo e do gás embora o Estado seja o proprietário das jazidas.

(9) Veja-se a posição do CADTM sobre a relação do governo equatoriano com a CONAIE e outros movimentos sociais do país http://cadtm.org/carta-a-Rafel-Correa-Presidente, publicada a 19 de Dezembro de 2014. Desde o fim de 2014, o governo equatoriano retrocedeu e a CONAIE não foi expulsa da sede.

(10) Ver: http://cadtm.org/la-Union-Europea-conculca-las, publicado a 19 de Dezembro de 2014.

(11) Ver: http://cadtm.org/el-modelo-aleman-exportado-al publicado a 9 de Janeiro de 2015.

(12) O adjectivo «em evolução» refere-se às políticas que se realizaram no período 1940-1970 numa série de países latino-americanos. Essas políticas consistiam em que o Estado desse um apoio importante ao desenvolvimento económico, mas sob a sua direcção. Ver a definição dada pelo economista argentino Claudio Katz, em castelhano: http://katz.lahaine.org/?p=232

(13) Os governos da Venezuela, Bolívia e Equador podiam continuar com o pagamento da dívida ao mesmo tempo que desenvolviam políticas anti-austeridade porque o peso da dívida era sustentável do ponto de vista do orçamento. O Equador que suspendeu unilateralmente o pagamento de uma parte da sua dívida depois de ter realizado a sua auditoria, conseguiu derrotar os seus credores embora do ponto de vista financeiro, pudesse ter continuado a pagar a dívida na sua totalidade. O interesse de recusar o pagamento de dívidas ilegítimas, em poupar na arrecadação fiscal destinada ao pagamento da dívida e em troca utilizar esse dinheiro em benefício do povo, foi o que levou o governo equatoriano a tomar a decisão legítima de se negar a pagar uma parte da sua dívida. A Venezuela, que seguiu outra política esta presentemente confrontada com graves problemas de refinanciamento da sua dívida.

[*] Eric Toussaint, Doutor em Ciências Políticas pela Universidade de Liège e Paris VIII, historiador de formação, EricToussaint é o porta-voz do CDTM Internacional. Luta há muitos anos pela anulação da dívida dos países do Sul e das dívidas públicas ilegítimas do Norte. Foi membro da Comissão de Auditoria Integral da dívida do Equador (CAIC) iniciada em 2007 pelo presidente Rafael Correa. Nesse ano foi ainda conselheiro do ministro das Finanças e do presidente do Equador sobre à criação do Banco do Sul. Em 2008, foi conselheiro do ministro de Desenvolvimento Económico e de Planificação da República Bolivariana da Venezuela.

Publicado no jornal português O Diario que a sua vez o toma do jornal digital espanhol Publico. | 25.02.2015 e 12.02.2015

Tradução para O Diario de Manuela Antunes.
_____________________

As Marchas da Dignidade apoian a Folga no Ensino Público do 26F e as mobilizacións por un ensino popular, científico, antipatriarcal e galego. - En Ferrol o Sindicato de Estudiantes e o sindicalismo estudantil nacionalista e convoca unha manifestación ás 12 do mediodía na Praza Amada Garcia, diante do Edificio da Xunta


Coa escusa da crise económica e da "austeridade" que nos queren impor os gobernos nacional, estatal e europeo en conxunto cos poderes económicos, a situación de miseria, explotación e recortes leva sendo moito tempo inaguantable e intolerable para o pobo. O desastre non deixa de medrar e só nós podemos paralo.

Esta situación chega tamén ao estudantado, que ve como os dereitos acadados polas xeracións anteriores están a ser destruídos en beneficio duns poucos. Porén, eses poucos non saben que estamos dispostas a saír a rúa para loitar polo noso presente e polo noso futuro, para dicir dunha vez por todas que xa abonda.

Xa abonda da destrución e privatización do ensino público e gratuíto coa escusa da xeración de beneficios. Xa non nos tragamos a súa grande estafa, que non busca outra cousa que manter os privilexios dunha minoría.

Xa abonda dunha educación patriarcal, que segrega por sexos e que oprime á muller en defensa dos seus valores retrógrados. Un ensino que eduque en igualdade non só é necesario, senón que é de xustiza.

Xa abonda de ataques á nosa lingua: mentres que as estatísticas mostran un alarmante descenso no número de galegofalantes, o goberno autonómico impón a redución do seu uso nas aulas, retrotraéndonos unha vez máis a eses tempos nos que falar galego era de bárbaros.

É hora de defender o que é noso, o que queremos que sexa de todas e non duns poucos; é hora de saír ás rúas para defender o público. Quérennos caladas pero nós imos alzar as nosas voces nun berro unitario: por iso, este 26 de febreiro apoiamos as mobilizacións galegas por un ensino popular, científico, antipatriarcal e galego.

Pola dignidade das estudantes!

Pan, traballo e teito!

---

En Ferrol convocan unha manifestación:

Sindicato de Estudantes, por unha banda e o  e o sindicalismo estudantil nacionalista por outra, contra o “Decreto 3+2” e en defensa da Universidade Pública e un ensino popular, científico, antipatriarcal e galego.

MANIFESTACIÓN:
Xoves, 26 de febreiro, ás 12 hs, na Praza Amada Garcia, diante do Edificio Administrativo da Xunta de Galicia.
_________

“Sionismo, limpeza étnica e infancia”, moi interesante mesa redonda e proxeccións no Ateneo Ferrolán, este Venres, 27 de Febreiro, ás 19:30hs


“Sionismo, limpeza étnica e infancia”, mesa redonda e proxeccións no Ateneo Ferrolán


A Asociación Galega contra o Maltrato a Menores (AGAMME), BDS-Galiza (Campaña Internacional de Boicote, Desinvestimentos e Sancións contra Israel) e o Ateneo Ferrolán organizan unha palestra para reflexionar e debater arredor do xenocidio que se está a cometer en Palestina e que, como sabemos, ten especial incidencia sobre a poboación infantil. Contarase coa presenza de Elvira Souto e Lucía Barros, activistas de BDS-Galiza que presentarán sendos relatorios arredor da situación da infancia en Palestina e a xornada completarase coa proxección da curtametraxe Película urgente por Palestina, do cineasta galego Alberte Pagán.

O acto terá lugar o vindeiro Venres 27 de febreiro ás 19:30 horas no Ateneo Ferrolán (Rúa Magdalena 202-204).

A sesión dará inicio coa proxección da fita do cineasta de Carballiño Alberte Pagán Película urgente por Palestina. A curtametraxe, gravada en Palestina polo propio director en 2012, preséntase no propio texto en off do filme como “un panfleto sobre o sufrimento cotiá, sobre o sufrimento histórico, sen imaxes, sen palabras”. Pero, a pesar dos seus escasos 15 minutos de duración, a obra de Pagán consegue ir máis aló da mera denuncia, reflexionando sobre os camiños nos que o cinema pode (e debe) representar o xenocidio.

Tras a proxección terán a palabra dúas representantes de BDS-Galiza, a Campaña Internacional de Boicote, Desinvestimentos e Sancións contra Israel que, segundo se le no seu lema fundacional, agroma como unha resposta á colonización, o apartheid e a ocupación israelí en terras de Palestina. Baixo o título “Sionismo, limpeza étnica e infancia” intervirán as dúas relatoras, por unha banda Elvira Souto, activista de longa traxectoria e actualmente unha das coordinadoras de Esculca, Observatorio para a Defensa dos Direitos e Liberdades, que explicará a historia, funcionamento e obxectivos de BDS-Galiza así como o xeito de participar da campaña. Pola súa banda, Lucía Barros falaranos da súa propia experiencia en Palestina a onde viaxou en 2012 coa ONG Sodepaz e que coñece de primeira man a vida cotiá da poboación palestina baixo a ocupación israelí. No seu relatorio, Barros incidirá naqueles aspectos que vulneran de xeito máis directo a vida dos nenos e as nenas.

Asociación Galega contra o Maltrato a Menores (AGAMME)

Web  oficial de Agamme:
http://www.agamme.org/

Conta no facebook:
https://www.facebook.com/Agamme.org


Enviado por:
Agamme
-agammeferrol@gmail.com-
23 de fevereiro de 2015 11:08

___________________

Syriza, Podemos e un libro dos oitenta, ... Por David Rodríguez

Por David Rodríguez [*]
28.01.2015

Tiven o pracer de ser convidado por Anticapitalistas Galiza ao segundo día das súas xornadas sobre “Grecia e as resistencias á austeridade en Europa”. Nesa charla, Jorge Costa, ex deputado do Bloco de Esquerdas, explicou marabillosamente por que en Portugal, a diferenza de España e Grecia, non aparecera ningunha alternativa partidaria que recollese o descontento da xente: o Partido Socialista soubera mudar a pel, unha vez máis, para aparecer, con caras renovadas, como firme opositor ao memorando que el mesmo asinou. Isto é: en Portugal o recambio bipartidista continúa a funcionar a pleno rendemento.

Porén, ao reflexionar sobre os casos de Syriza e Podemos -os novos fenómenos políticos que puxeron, ou parece que van pór, o bipartidismo en cuestión tanto en Grecia como en España- un non pode máis que verificar a grande diferenza que separa a estes dous proxectos políticos. Se o primeiro é unha coalición de esquerdas con referentes e linguaxe bastante clásicas o segundo precisou crear toda unha neolingua que o afastase da súa identificación coa tradición da esquerda para conseguir converterse no que hoxe é.

Syriza e Podemos son hoxe dous partidos de masas. O primeiro é, coas súas contradicións, claramente de esquerdas. O segundo, non o sabemos. No primeiro, o recente acordo de Varoufakis/Tsipras co Eurogrupo está a provocar un debate intenso no que parte dos integrantes do Comité Central e algún deputado non ocultan a súa indignación polo que entenden unha claudicación que impedirá cumprir o programa electoral polo que foron elexidos. No segundo, a hipertrofia do líder carismático cunha relación de excepcionalidade coas masas provoca que o lifting (por dicilo suavemente) aplicado ao programa co que Podemos se presentou ás eleccións europeas apenas xerase controversia interna.

Como posible explicación desta diferenza, sostiven na charla referida que, se cadra, a causa habería que buscala no proceso de desideoloxización ao que foi sometida a sociedade española desde que o Partido Socialista se convertera no pau de palleiro que sostería o réxime do 78 practicamente até os nosos días.

En 1986 Santiago Alba Rico e Carlos Fernández Liria escribiron un estupendo opúsculo titulado “Dejar de Pensar” que eu recomendaría a todos os simpatizantes e militantes de Podemos. Un alegato antiposmoderno, é dicir, anti cháchara da fin das ideoloxías e os grandes relatos, en pleno felipismo que, sen dúbida, anunciaba lucidamente o que os seguintes trinta anos non farían máis que profundizar: o total desarme ideolóxico e político da sociedade española.

No prefacio de 2008 dese mesmo libelo (no bo sentido desta palabra), os autores dicían:
"Foi unha época indigna para a filosofía e o pensamento político. Por suposto que houbo moitos intelectuais que conservaron a decencia. Moitos conservaron incluso a súa intelixencia intacta. Pero a eles foi, precisamente, aos que se deixou de oír".
Na actualidade, tanto Santiago Alba Rico como Carlos Fernández Liria apoian o proxecto Podemos. Sen entrar en polémicas sobre se o laclaunismo é máis, menos ou igual de posmoderno que a terceira vía, agardemos, pois, que desta volta a decencia intelectual sexa conservada e non se deixe de oír, polo mal uso do "ruído plebiscitario" que todo o tapa, a quen mereza ser oído.

O Funambulista Coxo

Publicado o 27 de Xaneiro de 2015 no blogue:

ofunambulistacoxo.blogspot.com.

[*] David Rodríguez Rodríguez (Vigo, 1975), deseñador gŕafico, activista social, escritor e articulista. Membro do Consello Editorial de Altermundo. Mantén o blogue Ofunambulistacoxo desde o ano 2005. Militante de Anova-IN. É autor das obras de teatro radiofónico 'O Bambán' e 'Nunca me esquecerei de ti' (gañadora e finalista respectivamente do I e IV Premio de Teatro Radiofónico do Diario Cultural). Escribiu o poemario 'Lapidarias. Os versos escuros' e participou no libro colectivo 'Non conciliados. Argumentos para a resistencia cultural'. E a escolma
'Retomando a palabra. Das guerras culturais ao crac financeiro'.O 17 de xaneiro de 2015, abre un novo blogue baixo nome de Lecturas Coxas que son traducións propias de textos interesantes ... @Ofunambulista, podese-lle contactar en ofunambulista[arroba]gmail.com.
_________________

A Columna de Ferrrolterra das Marchas da Dignidade participou na mobilización coordenada nas sete cidades da Galiza


A Columna de Ferrrolterra das Marchas da Dignidade participou na mobilización coordenada nas sete cidades da Galiza (Vigo, A Coruña, Lugo, Santiago de Compostela, Ourense, Pontevedra e Ferrol). Foi este mércores 25 de Febreiro de 2015.

Comezamos a quentar motores este 25F, pois o 21 de Marzo volvemos a Madrid, despois de pasado un ano, camiño da Folga Xeral convocada para o conxunto do territorio do Estado o 22 de Outubro. A mobilización simultanea tiña por obxecto ser o punto de saída a toda unha campaña de organización e concienciación da Columna Galega das Marchas da Dignidade.

En Ferrol o acto desenvolveu-se pola tarde, na Praza de Armas, diante do Palacio Municipal. Onde se reivindicou "un plan de choque contra o paro e pola renda básica" que vai ter a súa expresión concreta o vindeiro 5 de marzo , ás 11:30hs na Praza Amada Garcia, coa Marcha das Tarxetas (Levemos a tarxeta do paro ao concello - Temos que facernos ver). Que consistirá nunha marcha entre o edificio administrativo da Xunta de Galicia e o Palacio Municipal. Nas dúas administracións entregaran-se sinaturas onde se esixen as reivindicacións. Por outra banda pretende-se comezar unha loita contra o silencio, unha loita que desperte conciencias empoderando e repoñendo a autoestima perdida. Reivindicando o Dereito a un Traballo Digno, Decente e con Dereitos, na Nosa Terra. Reivindicou-se carga de traballo para o Naval e poñer os estaleiros a funcionar.

Posteriormente dúas compañeiras e dous compañeiros da Columna Ferrolterra, deron lectura ao comunicado galego: O 21M volvemos a Madrid - A Loita Continua.

Enlace do evento en facebook 'Marcha das Tarxetas' (Levemos a tarxeta do paro ao Concello - Temos que facernos ver):
https://www.facebook.com/events/1552724258347801

Fragmentos dun vídeo nun momento do acto de Ferrol

http://youtu.be/z6oFuNFZ9nk

Frgmento da lectura do comunicado galego

http://youtu.be/CisJljvRa7k


Publica, twitea, curte, gosta de:

O 25F #EuVou ás manifas de apoio a @GalizaMarcha22M.

#PanTraballoTeito.

#VolvemosaMadrid.

Enlace onde se pode acceder á Folla Informativa da campaña, para ler e difundir, pola rede ou imprimir: Acceder/Baixar.


TELÉFONO DE CONTACTO:
603 213 863

ENDEREZO DE CORREO-E:
marchasdadignidadeferrolterra[arroba]gmail.com





Enlaces de interese
.-
Ferrolterra:
http://marchas-da-dignidade-ferrolterra.blogspot.com.es/
Galego:
http://marchasdadignidade.blogspot.com/
Estatal:
http://marchasdeladignidad.org/
Redes da Columna Galega:
https://twitter.com/galizaMarcha22M
https://www.facebook.com/MarchasDignidade
https://www.facebook.com/groups/265451853621237/
https://www.youtube.com/channel/UCaOvAhPYKR43taxbOKCCreg


PAN, TRABALLO E TEITO !!
Á RÚA QUE XA É HORA !!

__________________

mércores, febreiro 25, 2015

Segundo datos oficiais do IGE e o INE, Ferrol xa baixa da cifra psicolóxica dos 70.000 habitantes, en concreto dá unha cifra de 69.259 correspondentes ao 1 de xaneiro de 2014.


Cifras poboacionais de referencia. | Ano 2014.

Segundo datos oficiais do IGE e o INE, Ferrol xa baixa da cifra psicolóxica dos 70.000 habitantes, en concreto dá unha cifra de 69.259 correspondentes ao 1 de xaneiro de 2014.

O Instituto Galego de Estatística (IGE) publica hoxe (24-02-2015) na súa web as Cifras poboacionais de referencia, correspondentes ao 1 de xaneiro de 2014.

As Cifras de poboación, estatística realizada polo Instituto Nacional de Estadística (INE), proporciona unha estimación da poboación residente no polo de agora Reino de España, en cada comunidade autónoma, provincia e illa (nas provincias insulares), desagregada segundo características demográficas básicas, coma o sexo e a idade. Estes datos son empregados como cifras poboacionais de referencia en todas as operacións estatísticas do INE (enquisas, Contabilidade Nacional, indicadores, etc.) e son transmitidas a nivel internacional como datos oficiais de poboación de España a todos os efectos.

A partir da información proporcionada polas Cifras de población, o IGE elabora a desagregación territorial das mesmas, até o nivel municipal, para o ámbito galego. Preséntan-se neste momento os resultados obtidos con data de referencia o 1 de xaneiro de 2014, por sexo e grupos quinquenais de idade, en todos os concellos, e por sexo e idades simples para os sete grandes concellos de Galicia.

Máis información e as táboas na web do IGE.

Acceso ao resumo de resultados da operación: Cifras e Poboación.

Cifras poboacionais de referencia de Ferrol.

O ano en que Ferrol chegou a ter máis habitantes foi en 1981 que dan unha cifra de 87.691 habitantes.

Algúns do datos que se poden atopar nas táboas citadas.

      Ano   Total     Homes   Mulleres

      2005  75.560  35.120  40.440
      2006  74.863  34.777  40.086
      2007  74.020  34.409  39.612
      2008  73.540  34.278  39.262
      2009  73.119  34.181  38.938
      2010  72.634  33.975  38.658
      2011  71.965  33.714  38.251
      2012  71.249  33.447  37.802
      2013  70.130  32.890  37.240
      2014  69.259  32.466  36.793

IGE. Cifras poboacionais de referencia.
Estas cifras están baseadas nas Estimacións intercensais de poboación do INE, até o ano 2012, e nas cifras de poboación do INE a partir de 2013
(24-02-2015)

Foto da Manifestación en Ferrol 24 de febreiro de 2013, de Fermín Goiriz Díaz. | Publicada (24.02.2013) en Álbum de fotos da manifestación polo futuro do sector naval en Ferrol.

Servizo de Difusión e Información Estatística
Complexo Administrativo San Lázaro s/n
Instituto Galego de Estatística
15703 Santiago de Compostela
Telf: 981 541589 de 9 a 14 horas, Fax: 981 541323
contacto: http://www.ige.eu/catalogo/peticioninfo.jsp
web: http://www.ige.eu

Información baseada na enviada por:
ige.novidades@ige.eu
-ige.novidades@ige.eu-
24 de fevereiro de 2015 10:00

_______________

martes, febreiro 24, 2015

Recortes na Lei de Interrupción do Embarazo e posición pública da Asociacion Galega para a Defensa da Sanidade Pública


AGDSP recortes Lei Interrupcion Embarazo


Ante a proposta do grupo parlamentario do Partido Popular nas Cortes Españolas de modificar a Lei de Interrupción Voluntaria do Embarazo desde a Asociación Galega para Defensa dá Sanidade Pública queremos manifestar:
  1. O noso rexeitamento á esixencia do consentimento expreso de quen exercen a patria potestade nas mozas de 16 a 18 anos, por que limita o acceso ao dereito ás mesmas á interrupción voluntaria do embarazo.
  2. Este cambio deixaría desprotexidas as mozas en situacións de risco social e familiar, ao atrasar a intervención ou a obrigalas a realizala na clandestinidade, poñendo en risco o seu saúde física e psicolóxica.
  3. O que fai a lei actual é facilitar que estas poidan acudir soas si existen motivos fundamentados, coa finalidade de protexelas ante situacións de desamparo familiar, malos tratos ou abusos sexuais no seo familiar.
  4. O Partido Popular mente ao afirmar que a lei vixente priva aos proxenitores da posibilidade de acompañar e orientar ás menores, dado que unicamente o 12% deste colectivo non lles informan.
  5. Ese cambio lexislativo baseado en falsidades pretende congraciar ao PP co seu electorado, a costa dos dereitos das mulleres máis novas e vulnerables.
  6. Desde a AGDSP esiximos ás autoridades sanitaria da Xunta de Galicia que se opoñan a este vergonzoso e vergonzante cambio lexislativo.
Asociación Galega para a Defensa da Sanidade Pública.

20 de febreiro do 2015

Enviado por:
Plataforma en Defensa da Sanidade Pública Ferrol
-plataformadspferrol@gmail.com-
24 de fevereiro de 2015 20:56

http://www.plataformadspferrol.blogspot.com/
_______________

Crear desde xa un contrapoder - Un poder múltiple, plural pero enmarcado nos valores e parámetros que definen a Unidade Popular - Unha Syriza Ibérica - Carta de Julio Anguita á fronte Cívica Somos Maioría


Desde Ártabra 21, convidamos a ler e difundir esta interesante carta de Julio Anguita en clave interna e mensaxe externa, pensamos que é unha análise con rigor e necesaria. Torna-se necesario e urxente crear desde xa un contrapoder, un contrapoder múltiple, plural pero enmarcado nos valores e parámetros que definen a Unidade Popular, crear unha Syriza Ibérica, onde a unidade popular galega (democrática, unitaria e diversa) sexa unha peza fundamental e imprescindíbel no tren de engrenaxes político, alternativo e transformador que desencadeen o proceso e os procesos constituíntes.

Por Julio Anguita González [*]
24.02.2015

Ante a opinión pública e algunha publicada, as malfeitorías do Goberno do PP colmaron o vaso da inhibición, a comodidade e o aguante. Aos clásicos despropósitos cara aos traballadores manuais uniran-se os que afectan a profesionais, pequenos empresarios e pensionistas. Por outra banda as operacións de encantamento como a do mito do europeísmo de salón termina por transformase nun estado de opinión totalmente contrario.

Aos tímidos conflitos laborais e ás folgas convocadas para cumprir co guión pero sen proxecto estratéxico algún, sumaran-se paulatinamente dous novos actores, ou mellor, un actor múltiple e plural e un medio identitario de reforzamento, a Rede. 15M, campamentos e marchas da dignidade, as mareas, as loitas contra os desafiuzamentos, as mobilizacións de carácter alternativo sobre a enerxía, a saúde, a educación , os estafados polos bancos, os pensionistas e até sectores enteiros que até entón nunca se mobilizaron estaban indicando un cambio profundo na composición do suxeito revolucionario e en consecuencia no discurso adecuado para unha resposta non só na rúa senón tamén no argumentario, a linguaxe, o discurso e no imaxinario colectivo.

No seo do que chamamos esquerda estase explicitando esa realidade. Uns falan de esquerda e outros de maioría. Non é soamente unha cuestión semántica senón de estar ou non estar na realidade. O que redacta estas liñas é consciente de que dereita e esquerda son dous conceptos con plena vixencia no quefacer cotián, pero o problema non estriba só no ser senón tamén no parecer, no asumir conscientemente. A realidade é o que é, mais tamén o que se pensa dela, é dicir, a unión do obxectivo e do subxectivo. A tarefa que as partidarias do cambio profundo teñen ante si, é conseguir o que aquel personaxe de Molière que falaba en prosa pero sen sabelo; ser capaces de que medidas de economía alternativa e de funcionamento democrático profundo sexan aceptadas pola evidencia da súa bondade e non pola etiqueta que as envolve.

Ese foi o sentido da Fronte Cívica, a súa oportunidade, a súa linguaxe e as súas propostas para o inmediato. Nestes momentos xorden as dúbidas achega de si aquel discurso, aquel proxecto, aquela convocatoria necesitaba dar un paso máis na oferta electoral inmediata. A expectación coa que foi acollida a creación da Fronte Cívica estábao indicando. Os riscos non eran máis que os que actualmente ten Podemos, o continuador por vía da lóxica daquela nova visión. Mais o caso é que esta dúbida o é a touro pasado, porque entón partiamos da convicción de que non debiamos engadir unha sigla política máis por varias e múltiples razóns.

Coa experiencia que dá o tempo transcorrido desde entón estamos en condicións de afirmar:
1. Podemos foi no discurso e nas propostas que marcan a súa aparición e fundación, o continuador do que a Fronte Cívica suscitou.

2. Os bos resultados electorais nas europeas e as máis que evidentes expectativas electorais do presente fixeron de Podemos e ante o imaxinario a encarnación da Alternativa.

3. E ao anterior debemos engadir algo extremadamente importantes e dunhas consecuencias determinantes: ao bipartidismo abrir unha brecha que vai ser difícil tapar ou manter no seu actual estado. A evidencia de que o famoso "sorpasso" de IU era posíbel, engade un plus de valoración crítica sobre aquela época.

4. Pero conforme Podemos ha ir consolidándose como partido político que ademais ve como máis que probábel a súa futura responsabilidade en tarefas de goberno ou polo menos de ser indispensábel para a gobernabilidade, tamén irá concretando, matizando e secuenciando as súas propostas. Todo iso é normal e lóxico pero expresa unha lei política que pode formularse así: Todo movemento político e social que se transforma en partido político como consecuencia dun apoio espectacular tende a limitar e reducir a esfera da súa irradiación por mor de concretar os seus mecanismos orgánicos e tamén e fundamentalmente por mor da necesidade de concretar, matizar, priorizar e pactar (sequera temporalmente) coa realidade. Non esquezamos que até as revolucións triunfantes, deben abordar a gobernabilidade mediante un pacto entre Utopía e a realidade do momento.

5. A anterior reflexión conduce a que a denominación Podemos ten dous ámbitos de significación e de mensaxe máis diferenciados (aínda que por agora non antagónicos). O primeiro é o que dimana da oferta electoral que suscita e a seu máis que probábel éxito na mesma; pero iso ten unha contrapartida: a prioridade en cuestións organizativas, electorais e os seus conseguintes problemas de interiorización aos que se suma a inexperiencia da organización. O segundo non é outro que a existencia aínda quente das expectativas levantadas entre sectores da poboación totalmente ineludíbeis para a tarefa do proceso constituínte e a subseguinte transformación da sociedade no sentido da aplicación consecuente dos DDHH nas súas tres xeracións. A manifestación de Madrid do pasado 31 de Xaneiro constitúe a visualización máis evidente da concreción multitudinaria desa esperanza. Mais moi difícil por non dicir case imposíbel manter en solitario a forza exhibida en Madrid cando os ataques brutais e de toda índole arreceren e tamén cando a gobernabilidade esixa uns tempos non coincidentes totalmente coa rúa. E iso co risco inherente dos pescadores fascistas en río revolto. Non nos podemos permitir ningún desencanto.

6. Nese consenso social e nesa ilusión coa irrupción de Podemos está o embrión do bloque social do cambio, ese espazo de articulación orgánica que autores como Gramsci, consideraron como imprescindíbel factor para o cambio. Trátase de transformar toda esa ilusión en construción do poder da maioría xunto a ATTAC, EQUO, Esquerda Unida, Mareas Cidadás, ... Un poder múltiple, plural pero enmarcado nos valores e parámetros que definen a Unidade Popular.

7. E é aí onde a Fronte Cívica ten a súa razón de ser. Recoñezo o protagonismo e a capacidade de Podemos en captar vontades, concitar soños e apoios fronte ao bipartidismo e o que este representa. Non formamos ningunha fronte anti-Podemos pero temos a vontade de construír en torno ao soño de cambio un bloque social capaz de nutrir política e organicamente á maioría social. Unha maioría social en cuxa cohesión, concienciación e centralidade para o cambio a Fronte Cívica xustificaba (e debe seguir xustificando) a súa razón de ser. Trátase de organizar un mañá que é case un hoxe. Si as organizacións e movementos que tantas veces citamos conflúen na creación de identidade en torno a un programa, uns valores e unhas formas de exercer o apoio e a crítica construtiva alternativa en cada momento, o bloque social do cambio (que sempre é plural e múltiple) verá no seu seo ao partido Podemos. A Fronte Cívica, seguindo os seus principios fundacionais debe exercer a paciente tarefa de conseguilo. Trátase de crear unha identidade xenética pluriforme que se proxecta moito máis alá do institucional e pretende articular un novo tecido social e unha nova cultura.
Nese sentido o discurso e a práctica da Fronte Cívica deben estar á marxe da conxuntura electoral e centrarse no día seguinte das eleccións sen abandonar tampouco o día de antes. Por razóns varias e atribuíbeis a tirios e a troianos non foi posible concretar en España unha Syriza Ibérica. Será unha cuestión de tempo e máis próximo do que parece. Si fanse realidade os prognósticos electorais o problema radicará no día seguinte. O Poder intensificará as súas presións de toda índole; e ante iso a Podemos só lle quedarán dúas alternativas: a claudicación ou a actitude numantina, heroica pero inútil. Por iso a tarefa de crear desde xa un contra poder non é, en absoluto, unha cuestión baladí, é a prioridade de hoxe. Todos os partidos, movementos e plataformas que tantas veces coinciden na mobilización deben asumir que a realidade a transformar esixe unha estratexia e unhas tácticas concordes coa fulgurante aparición de Podemos. Non se trata de ser gregarios ou auxiliares senón de saber situar a súa representatividade e organización nesta tarefa. A actualidade pre-electoral está marcando os discursos e os xestos dos dirixentes políticos; o noso como Fronte Cívica é preparar o día D+1.

Publicado o 24 de Febreiro de 2015 | Fronte Cívica 'Somos Maioría'.

Foto: Vista xeral da praza do Obradoiro polo 29N2014 - #OcupaObradoiro - Marchas da Dignidade da Galiza. | CC BY-SA - Praza Pública.


[*] Julio Anguita González, -Fuengirola, Málaga, 21 de novembro de 1941, é un mestre e profesor de Historia xubilado, e un activista político. | Un referente no pensamento de esquerdas. De convicción comunista, foi alcalde de Córdoba entre 1979 e 1986,(aí gañou o alcumo de "califa vermello"), secretario xeral do Partido Comunista de España entre 1988 e 1998, e coordinador xeral de Esquerda Unida entre 1989 e 2000. | Separado da política activa por unha afección cardíaca, Julio Anguita veu aparecendo en diferentes actos e alternativas para lograr os obxectivos ideolóxicos de esquerdas entre os que se atopa un estado republicano. Na actualidade forma parte do Colectivo Prometeo e da Fronte Cívica.

Sitio-e estatal:
http://www.frentecivicosomosmayoria.es/

Conta no Twitter:
https://twitter.com/Frente_Civico

Conta en Facebook:
https://www.facebook.com/FrenteCivicoSomosMayoria

______________

luns, febreiro 23, 2015

Pan, Traballo e Teito - Mobilización coordenada con outras das Marchas da Dignidade en toda Galiza - En Ferrol será, o mércores 25 de Febreiro, ás 7,30 da tarde, na Praza de Armas


Mobilización coordenada con outras das Marchas da Dignidade en toda Galiza.

Este mércores 25 de Febreiro manifestacións coordenadas en todas as cidades galegas (Vigo, A Coruña, Lugo, Santiago de Compostela, Ourense, Pontevedra e Ferrol).

En Ferrol concentraremo-nos, ás 7,30 da tarde, na Praza de Armas, logo decidiremos en Asemblea se nos desprazamos en marcha até a Praza Amada Garcia, diante do Edificio Administrativo da Xunta de Galicia, subindo pola rúa Galiano. Pretendemos quentar motores, pois o 21 de Marzo volvemos a Madrid camiño da Folga Xeral convocada para o conxunto do territorio do Estado o 22 de Outubro.

Este 25F manifestamos-nos por:
  • Por un plan de choque contra o paro e pola renda básica.
  • Carga de Traballo para o Naval. Poñer os estaleiros a funcionar.
  • Traballo Digno, Traballo Decente, Traballo con Dereitos!!
  • Por un traballo digno na Nosa Terra !!!
Participa !! Adiante !!

Evento da mobilización:
https://www.facebook.com/events/372104819627601

Publica, twitea, curte, gosta de:

O 25F #EuVou ás manifas de apoio a @GalizaMarcha22M.

#PanTraballoTeito.

#VolvemosaMadrid.

Enlace onde se pode acceder á Folla Informativa da campaña, para ler e difundir, pola rede ou imprimir: Acceder/Baixar.


TELÉFONO DE CONTACTO:
603 213 863

ENDEREZO DE CORREO-E:
marchasdadignidadeferrolterra[arroba]gmail.com

Enlaces de interese.-

Ferrolterra:
http://marchas-da-dignidade-ferrolterra.blogspot.com.es/
Galego:
http://marchasdadignidade.blogspot.com/
Estatal:
http://marchasdeladignidad.org/
Redes da Columna Galega:
https://twitter.com/galizaMarcha22M
https://www.facebook.com/MarchasDignidade
https://www.facebook.com/groups/265451853621237/
https://www.youtube.com/channel/UCaOvAhPYKR43taxbOKCCreg


PAN, TRABALLO E TEITO !!
Á RÚA QUE XA É HORA !!

__________________

Asemblea Xeral Ordinaria de Marea Ártabra no Centro Cultural Carvallo Calero


CONVOCATORIA ASSEMBLEA ORDINARIA

O vindeiro Mércores 25 de Febreiro ás 19,45 celebrarase Asemblea Xeral Ordinaria de Marea Ártabra no Centro Cultural Carvallo Calero.

Entre outros temas discutiranse os Estatutos de Marea Ártabra e o Código Ético da Organización.

Para solicitar os textos dos borradores de Estatutos e de Código Ético pídeos escribindo a:
mareaartabra[arroba]gmail.com.

---
Que é a Marea? Marea Ártabra quere alentar un proceso asembleario que rescate a esperanza e poña fin a esa indefensión na que se encontra a maioría social promovendo candidaturas de unidade para as vindeiras eleccións municipais, un proceso para un novo suxeito político do que saia un programa e unha candidatura do pobo e para o pobo. Facebook e Twitter.

Como asinar o manifesto e unirse á 'Marea Ártabra'

Pode-se asinar o manifesto de apoio cubrindo un formulario no seu sitio na rede: Acceder.

Para contactar
Presentou-se o manifesto que se pode ler nun blogue que abriron no seguinte enderezo: http://mareaartabra.blogspot.com.es/  ou mareaartabra.org. Tamén hai un enderezo de correo electrónico: mareaartabra[arroba]gmail.com.

A Marea Ártabra nas redes sociais:
Enlaces relacionados:

A 'Marea Ártabra' en Ártabra 21 | Acceder.
A 'Marea Ártabra' desde o buscador libre DuckDuckGo. | Ir a Web.

Enviado por
marea artabra
mareaartabra@gmail.com
23 de fevereiro de 2015 10:56
______________

Saneamento obsoleto en Ferrol según a Xunta de Galicia, ... Por Alexandre Carrodeguas


Por Alexandre Carrodeguas [*]

23.02.2015

E agora resulta que o director de Augas de Galicia, Gonzalo Mosqueira declara no parlamento, segundo a a Voz de Galicia que o saneamento da ría de Ferrol non se vai poder completar porque as tecnoloxías de depuración que se están a implantar na ría "poden estar xa obsoletas". Ou sexa que os veciños de Ferrol van a ter que pagar unhas taxas abusivas durante corenta anos por unha depuración obsoleta e deficiente.

Chegamos tarde mal e arrastro a depuración da ría, fai-se-nos pagar por unhas infraestruturas que debería financiar o propio estado e encima di-se-nos que non se vai poder completar o ansiado saneamento.

Non parecen pois neste caso moi serias a actuacións das administracións implicadas, non se pode levar vinte cinco anos falando de saneamento e depuración para finalmente virnos a dicir que vai haber que ir pensando en actualizar e mellorar as infraestruturas que apenas están entrando en funcionamento.

E para mais inri o actual goberno municipal de Ferrol en vez de denunciar e subsanar estes feitos reclamando un saneamento real e integral o único o que se aplica e a cobrar un taxa inxusta por un servizo inexistente na maior parte da cidade.

Os veciños e veciñas non merecemos este trato, non merecemos unha administración que nos humille, porque unha sociedade decente e civilizada como di Avishai Margalit e aquela que non humilla as persoas suxeitas o poder público. Iso é o que reclamábamos os veciños e veciñas de Ferrol o pasado xoves na concentración contra a taxa do saneamento. Simplemente non ser humillados polas administracións.

[*] Alexandre Carrodeguas, activista social de Ferrol Terra, promotor de plataformas cidadáns en defensa do patrimonio urbanístico e cultural; defensor dos espazos públicos e da rehabilitación dos cascos históricos; membro de Verdegaia, do Comité Cidadán de Emerxencia para a Ría de Ferrol e da Comisión Social de Seguimento da construción da infraestrutura de depuración e saneamento da marxe norte da ría de Ferrol. E un dos promotores da iniciativa cidadá pola xestión pública e social do ciclo da auga e do saneamento en Ferrol.


Enviado por:
Alexandre Carrodeguas
-republicadetraballadoras@gmail.com
20 de fevereiro de 2015 23:28
______________

domingo, febreiro 22, 2015

Concentración: "As Mulleres decidimos, as menores tamén", convocada pola Plataforma Galega de Ferrolterra polo Dereito ao Aborto


Concentración: As Mulleres decidimos, as menores tamén


Como en diferentes cidades da Galiza a Plataforma Galega polo Dereito ao Aborto, convoca unha mobilización co lema "As Mulleres decidimos, as menores tamén". Contra a reforma que o goberno do Partido Popular pretende facer da Lei do Aborto.

Este Lúns 23 de febreiro, ás 20 hs, diante da sede do Partido popular en ferrol.
CONCENTRACIÓN polo dereito ao aborto.

ABORTO LIBRE E GRATUÍTO, NOS PARIMOS NOS DECIDIMOS

Correo electrónico:
dereitoabortoferrolterra@gmail.com

Facebook: Ferrolterra Direito Aborto.
https://www.facebook.com/ferrolterra.aborto

Plataforma Galega de Ferrolterra polo Dereito ao Aborto
__________

venres, febreiro 20, 2015

Mobilización en Ferrol contra a Taxa de Depuración e Saneamento imposta polo goberno municipal do Partido Popula -PP- no Concello


Onte foi un día importante en Ferrol, unha numerosa concentración dixo NON ! á Taxa Abusiva de Depuración e Saneamento, dixo NON ! á política imposta polo goberno municipal do Partido Popula -PP- no Concello de Ferrol. A continuación transcribimos o comunicado unitario que leu o membro da Comisión Social de Seguimento da construción da infraestrutura de depuración e saneamento da marxe norte da ría de Ferrol; e un dos promotores da iniciativa cidadá pola xestión pública e social do ciclo da auga e do saneamento en Ferrol.


Comunicado á Cidadanía - Comunicado ao Pobo de Ferrol

Trinta mil veciños e veciñas mil veciños e veciñas estan a recibir estes días uns recibos totalmente fraudulentos e están a ser estafados polo actual goberno municipal. Trinta mil veciños e veciñas que queren tamén unha ría saneada, maltratada durante décadas por falta de vontade política en procurar unha solución sostible medioambientalmente.

Trinta mil veciños e veciñas que agora observan indignados como o sistema de saneamento que nos están a implantar ven cuberto de opacidade, falta de participación e información. Un saneamento cuestionable tamén dende o punto de vista da eficiencia, do custo enerxético e coa súa xestión entregada a unha empresa privada, a multinacional Urbaser, que vai obter un importante lucro coa taxa que nos pretenden cobrar, e que abafará aínda máis aos milleiros de ferroláns e ferrolás que están a vivir unha situación de emerxencia social.

Este goberno levou no seu programa a conxelación das taxas, sen embargo, o custo dos servizos básicos: auga, luz e gas, subiu o triple que os salarios. Temos o índice de pobreza e exclusión social máis alto do país, e seguen a falar de recuperación económica.

En maio de 2013 a instalación dun tanque de tormentas no parque Pablo Iglesias deu lugar a unha mobilización veciñal, que pretendía exercer algo tan simple como o dereito á información das obras públicas. Esta mobilización foi desprezada e ignorada. Non hai nada máis ditatorial que un goberno que dá as costas ao seu propio pobo, e que xestiona os cartos públicos como os balances dunha empresa privada, e que sanea a súa economía cunha imposición fiscal inxusta.

Non estamos aquí en representación de ningún partido político, asociación ou grupo de presión. Estamos a cidadanía indignada que demanda unicamente que a auga e a depuración non se poden convertir nun negocio privado.
Non se deu até o de agora a transparencia necesaria nun investimento millonario que, coa toma de decisións unilaterais, só lle deixa a veciciñanza coma única potestade a de pagar unha taxa de saneamento que nin está explicada nin xustificada.

O sistema de saneamento decidido para Ferrol e Narón non se axusta tampouco ás normativas europeas e españolas vixentes. Deixar de lado o deseño con colectores separativos (pluviais e residuais) requirido polo PXOM de Ferrol e cuns tanques de tormentas de reducido tamaño en lugares non idóneos, conducirán a perpetuar o estado actual da Ría de Ferrol.

Queremos tamén denunciar a avaliación dos custos utilizada para definir a taxa de saneamento, que quedou acreditada como moi pouco fiable, xa que temos constancia doutras valoracións técnicas que conclúen un custe do servizo moito máis baixo. Polo tanto, o informe oficial que se toma para fixar a tarifa é demasiado amplo e pouco rigoroso.

Tendo en conta que esta é unha obra de interese xeral o Estado teríase que facer cargo da súa financiación. Non pode ser que sexan os veciños e veciñas os que paguen a retribución do socio privado, é dicir, que contribuamos entre todos e todas ao beneficio dunha multinacional como ACS-Urbaser, que ten como beneficiario último o señor Florentino Pérez.

Nós si queremos un saneamento, o noso lema e saneamento si, pero non así, pero esiximos un saneamento integral, non intensivo en custos enerxéticos, e non toleramos que se fixe unha taxa de saneamento baseada en informes achegados pola propia empresa concesionaria, Emafesa. Estamos sendo estafados polo lema da maioría absoluta que é “primeiro as empresas, logo a xente”.

Sr. Alcalde: non só estamos ante un saneamento propagandístico que se ben vai aliviar os verquidos contaminantes da ría, non vai ser a solución definitiva, xa que é obsoleto, custoso e ineficiente. Tamén nos preocupa o esquecemento do rural e A malata.

Vivimos nunha cidade onde a taxa de paro, o empobrecemento, a emigración e a crise demográfica alcanzan cotas insostibles. Agora a veciñanza vaise ver gravada cunha taxa anual por fogar dun promedio de 76 euros, taxa que irá incrementándose ano a ano por mor da corruptela dos gobernos de facto, as multinacionais, que exercen a fraude sistemática na subasta eléctrica. E onde os pequenos negocios como bares e comercios se verán afogados, e as economías domésticas aínda máis lastradas.
Pedímoslle ao Sr. Rey Varela que por unha vez teña a dignidade de escoitar á cidadanía e retire o cobro desta inxusta e ilegal taxa de Depuración e Saneamento.

Imos reunir os recursos suficientes para que o concello se vexa obrigado a dar explicacións ante a veciñanza, e a auga volva a ser tratada como un dereito cidadán básico e non como unha simple mercadoría. Imos chegar ata o final, ata a última instancia xudicial, porque estamos convencidos que nos asiste a forza da razón. E non nós imos render, non queremos un saneamento electoralista, queremos un saneamento real, sostible, que respecte os recursos naturais da nosa ría.

Sr. Alcalde: Solicitámoslle que retire a taxa que ten remitido Emafesa, e que se dirixa aos veciños e veciñas a explicar polo miúdo, desglosado e baseado en datos certos porqué teñen que pagar esa cantidade abusiva para un saneamento cun modelo intensivo enerxeticamente, non separativo, totalmente obsoleto, e contrario ao que se está a facer noutras ciudades como así o dixo hoxe mesmo o director de Augas de Galicia no Parlamento galego.
¿Porqué que a maior parte da cidade ten que pagar unha taxa sin tan siquera estar rematadas as obras do saneamento? Porque pretente recaudar tres millóns de euros dunha forma inxusta e ilegal?

Sr alcalde: retire a taxa, escoite ao pobo de Ferrol, que é a quen esta a representar, e centre o seu traballo en menos cartaces propagandísticos e máis saneamento real.

Reivindicamos a remunicipalización do servizo porque só dende a xestión pública e integral do ciclo da auga poderemos garantir a necesaria transparencia e eficiencia, e non se volvan repetir episodios vergonzosos como o cobro desta taxa.
É, polo tanto, hora de acadar o mellor para a nosa xente. Saneamento, si, pero non así. Taxa-estafa non! Non debemos, non pagamos!


Enlaces de interese:

Sitio-e da Iniciativa cidadá pola xestión pública e social do ciclo da auga e do saneamento en Ferrol:
http://augaesaneamentodeferrol.blogspot.com.es/

Sitio-e da Comisión de Medio Ambiente da Asocición Veciñal de Recimil:
http://www.cidadansversustanquesdetormentas.blogspot.com.es/

Grupo no Facebook Sobre o Saneamento e Depuración de Augas Residuais na cidade - Indignados co recibo do auga en Ferrol:
http://www.cidadansversustanquesdetormentas.blogspot.com.es/

Enviado por:
marea artabra
-mareaartabra@gmail.com-
19 de fevereiro de 2015 20:21
http://mareaartabra.blogspot.com.es/

______________

xoves, febreiro 19, 2015

Xa circula pola rede o modelo de recurso contra o recibo que está pasando ao cobro o Concello de Ferrol, pola nova taxa de depuración e saneamento - Hoxe xoves, 19 de Febreiro, Concentración na Praza do Concello de Ferrol


A Comisión Técnica que emanou da Asemblea de organizacións sociais, veciñais, sindicais e políticas de Ferrol contra o cobro da nova taxa de depuración e saneamento do Concello de Ferrol -imposta polo goberno municipal do Partido Popular, presidido por José Manuel Rey Varela, elaborou un modelo de recurso contra o cobro da nova taxa de depuración, documento, que xa circula pola rede. Desde Ártabra 21 queremos contribuír a súa difusión.  É por iso que a continuación transcribimos o documento -que nos enviou a Marea Ártabra hai unhas horas, mas tamén publicamos os enlaces ao mesmo en diferentes formatos, para o seu fácil acceso, poder baixar/imprimir, para cubrir cos datos persoais de cada titular do recibo que nos chegou a casa; e entregalos no rexistro de Ferrol antes de que comece o mes de marzo. Tamén se poden imprimir e distribuír entre a veciñanza máis próxima ou enviar pola rede a veciñ@s coñecid@s, ou mesmo o enlace a este sitio-e.

Hoxe xoves, 19 de Febreiro, non faltar á Concentración na Praza do Concello de Ferrol, diante do Pazo Municipal [+ Info no  Evento en Facebook].


MODELO DE RECURSO:

AO SR. ALCALDE DO CONCELLO DE FERROL

D/D.ª ######## ######## ########, con DNI #########, maior de idade e veciño/a de Ferrol, co enderezo que figura a seguir para os efectos de notificación:
Rúa ###################,  Número: ####, ## -###, Código Postal: #####.

EXPÓN:
Que con data do 24/01/2015 recibiu unha factura da Empresa Mixta de Augas de Ferrol, SA (EMAFESA), polos conceptos de "depuración cota de servizo" e "depuración cota variable por consumo".

Que non pode estar de acordo coa devandita factura, polo que presenta recurso de reposición con base nas seguintes

ALEGACIÓNS

1. Irretroactividade das taxas. Nulidade da Ordenanza fiscal reguladora da taxa por depuración de augas residuais para o ano 2014 (Boletín Oficial da Provincia da Coruña do 03/09/2014)
As taxas non se poden aplicar con efectos retroactivos.

O artigo 83.b) da Constitución española (CE) prohibe que incluso os decretos lexislativos poidan incluír normas con carácter retroactivo, a pesar do seu valor de lei, pola circunstancia de que estas normas, en definitiva, son aprobadas polo Goberno.

Así mesmo, o artigo 57.3 da Lei 30/1992, do 26 de novembro, de réxime xurídico das administracións públicas e do procedemento administrativo común (LRXPAC), enumera os únicos supostos nos que cabe a retroactividade dos actos da Administración: cando se ditaren en substitución de actos anulados e cando produciren efectos favorables ás persoas interesadas.

Pola súa vez, o artigo 62.2 da LRXPAC establece a nulidade de pleno dereito dos regulamentos que estableceren a retroactividade de disposicións sancionadoras non favorables ou restritivas de dereitos individuais, en liña co que determina o artigo 9.3 da CE: "A Constitución garante (...) a irretroactividade das disposicións sancionadoras non favorables ou restritivas de dereitos individuais".

O mesmo criterio se aprecia na xurisprudencia do Tribunal Supremo, en cuxa Sentenza do 22 de xaneiro de 2009 (recurso de casación 6612/2004) advirte que, salvo que expresamente o autorizar unha lei, non cabe a aplicación retroactiva das ordenanzas fiscais.

O Concello de Ferrol aprobou con data do 03/09/2014, data da publicación no BOP da Coruña da Ordenanza fiscal reguladora da taxa por depuración de augas residuais para o ano 2014, unha taxa cuxo período de liquidación se establece desde a posta en servizo e explotación das instalación da estación depuradora de augas residuais (EDAR) correspondente, feito que se produce no mes de xullo de 2014. Confirma este dato que o período de liquidación da factura emitida por EMAFESA vaia desde xullo de 2014 a decembro de 2014.

Por todo o exposto, fica claro que este acto administrativo e a norma (ordenanza fiscal) que o sustenta son totalmente contrarios a dereito, e, polo tanto, deben declararse nulos todos os recibos confeccionados por EMAFESA con base nesta ordenanza fiscal.

2. Con carácter subsidiario, para o dubidoso suposto de que se considere que a taxa non ten carácter retroactivo e, xa que logo, debe comezar a aplicarse no momento da súa publicación no BOP (como se indicou, 03/09/2014), cómpre notar que as facturas emitidas por EMAFESA son incorrectas, xa que debería ratearse a cota de servizo por depuración do mes de setembro de 2014, de tal xeito que se cobrasen tan só 26 días e non os 30 que recolle a factura.

É máis, dado que a taxa se cobra en función do consumo de auga potable, está pagándose pola depuración da auga consumida nos meses de xullo, agosto e setembro, aplicando de novo a retroactividade da taxa.

3. Vulneración do estipulado na Ordenanza fiscal reguladora da taxa por depuración de augas residuais para o ano 2014 (BOP da Coruña do 03/09/2014)

O artigo 8 da mencionada norma obriga a que a taxa polos servizos de recollida e depuración de augas residuais sexa xestionado mediante padrón, o cal deberá ser sometido a exposición pública coa mención expresa dos recursos a que haxa lugar e o período para exercitar o dereito aos devanditos recursos. Así o establece tamén a propia Lei 8/1989, do 13 de abril, de taxas e prezos públicos no seu artigo 15.

No entanto, o Concello de Ferrol aínda hoxe non publicou o edito de exposición pública do mencionado padrón, inculcando de forma grave,non xa o exposto na súa ordenanza, senón tamén a Lei 58/2003, do 17 de decembro, xeral tributaria, que establece no artigo 213 e seguintes o dereito á revisión en vía administrativa dos actos tributarios, polo que deixa nunha clara indefensión as persoas administradas ao lles negar o dereito aos recursos que corresponderen.

4. Dupla imposición

Co establecemento desta taxa estase a producir unha dupla imposición no tocante á depuración das augas residuais no Concello de Ferrol, dado que este feito impoñible, a depuración de augas residuais, xa está gravado pola Lei 9/2010, do 4 de novembro, de augas de Galicia, que no seu artigo 67establece unha taxa polo servizo de depuración de augas residuais urbanas, a cal indica que será destinada ao «financiamento dos gastos de explotación e, de ser o caso, de investimento das infraestruturas de depuración que xestione a Administración hidráulica de Galicia».

5. Cobro da taxa sen se producir o feito impoñible

O Concello de Ferrol establece a taxa, tal e como se indica no artigo 2 da Ordenanza fiscal reguladora da taxa por depuración de augas residuais para o ano 2014, pola prestación do servizo de recepción obrigatoria de recollida e depuración de augas residuais. Este servizo inclúe (sic) os conceptos de «mantenemento e explotación da EDAR de Cabo Prioriño e do emisario submarino» e de «mantenemento e explotación da EBAR de A Malata, emisario terrestre de Brión, emisario submariño de A Malata, colector-interceptor cos seus bombeos intermedios, tanques de tormentas e alivios (en adiante, servizo de interceptación)».

Pois ben, o colector-interceptor cos seus bombeos intermedios e os tanques de tormenta non están finalizados nin foron recepcionados polo Concello de Ferrol, polo que a prestación do servizo de recepción obrigatoria de recollida e depuración de augas residuais non se está producindo e, polo tanto, o feito impoñible non se está a ter lugar. Así pois, a taxa non pode cobrarse, tal e como se indica no artigo 15 da citada Lei 8/1989, do 13 de abril, de taxas e prezos públicos, e no fundamento de dereito 4 da Sentenza do Tribunal Supremo 4106/2014, do 16 de outubro de 2014, que resolve o recurso 818/2013.

Por todo isto, D/D.ª ######## ######## ######## SOLICITA:

1. Que o Concello de Ferrol declare a nulidade da Ordenanza fiscal reguladora da taxa por depuración de augas residuais para o ano 2014 (BOP da Coruña do 03/09/2014).

2. A anulación do recibo emitido por EMAFESA con data do 24/01/2015, por ser contrario ao ordenamento xurídico tal e como foi exposto nos apartados anteriores.

3. A suspensión cautelar do pagamento da factura emitida por EMAFESA en tanto se resolva este recurso, para o que se compromete a presentar aval suficiente de acordo co establecido no artigo 224.2.C da Lei 58/2003, do 17 de decembro, xeral tributaria.

Ferrol, 20 de febreiro de 2015

Asdo.

##################

---

Enlaces onde se pode Acceder/Baixar o Modelo de Recurso en diferentes formatos:
  • Modelo de Alegacións en formato libre odt de GNU-Linux:
    Acceder/Baixar.
  • Modelo de Alegacións en formato pivativo doc de microsoft-windows:
    Acceder/Baixar.
Enviado por:
Marea Ártabra
mareaartabra@gmail.com
18 de fevereiro de 2015 18:54

http://mareaartabra.blogspot.com.es/

_____________