martes, xullo 06, 2010

Os Estados Unidos e a ameaça iraniana

A capacidade de dissuasão do Irã é vista por Washington como um exercício ilegítimo de soberania que interfere nos desígnios globais dos Estados Unidos. Ameaça, especialmente, o controle dos EUA sobre os recursos energéticos do Oriente Médio, uma alta prioridade dos estrategistas desde a Segunda Guerra Mundial, recursos que rendem frutos como o “controle do mundo”. Além disso, o Irã também estaria buscando expandir sua influência, o que provocaria a desestabilização da região. A invasão e ocupação militar do Irã seriam a estabilização. O artigo é de Noam Chomsky.

Por Noam Chomsky [*]
04/07/2010


A ameaça calamitosa do Irã é largamente reconhecida como a crise política mais séria da administração Obama. O Congresso dos EUA acaba de ratificar as sanções contra o Irã, com medidas ainda mais severas contra as empresas do país. A administração Obama tem expandido rapidamente sua capacidade ofensiva na ilha de Diego Garcia, território da Grã Bretanha, que expulsou a população do local para que os EUA pudessem erguer a grande base militar que usa para atacar o Oriente Médio e a Ásia Central. A Marinha informa da oferta de envio de um submarino equipado com mísseis teleguiados de potência nuclear e com mísseis Tomahawk, os quais podem carregar ogivas, à ilha. Cada submarino desses é reportado como tendo o poder de fogo de uma frota de guerra.

De acordo com um documento descritivo de carga obtido pelo Sunday Herald (Glasgow), o equipamento militar que Obama despachou inclui 387 “bunker busters” [bombas destruidoras de bunkers] usadas para atacar estruturas subterrâneas fortificadas. Os preparativos para esses “ataques maciços de bunker busters”, as mais poderosas bombas no pequeno arsenal de armas nucleares, foram iniciados na administração Bush, mas se enfraqueceram. Ao tomar posse, Obama imediatamente acelerou os planos, e eles devem ser desenvolvidos por vários anos ainda, visando especificamente o Irã.

Eles estão em marcha acelerada para a destruição do Irã”, diz Dan Plesch, diretor do Centro de Estudos Internacionais e Diplomacia na Universidade de Londres. “Bombardeiros e mísseis de longo alcance estão prontos hoje para destruir 10.000 alvos no Irã em poucas horas”, afirmou. “O poder de fogo das forças dos EUA quaduplicaram desde 2003”, tendo sido acelerado durante a administração Obama.

A imprensa árabe reporta que uma frota norteamericana (com um navio israelense) atravessou o Canal de Suez em direção ao Golfo Pérsico, onde sua missão é “implementar as sanções contra o Irã e supervisionar os navios que chegam e partem do Irã”. A mídia israelense e a britânica reportam que a Arábia Saudita está providenciando um corredor para o bombardeio israelense do Irã (negado pela Arábia Saudita). Em seu retorno do Afeganistão para reassegurar aos aliados da OTAN que os EUA continuam no comando depois da substituição do General McChrystal por seu superior, General Petraeus, o chefe de Estado-Maior conjunto, almirante Michael Mullen visitou Israel para se encontrar com o chefe das Forças Armadas e militar sênior do staff de inteligência e planejamento de unidades de combate, Gabi Ashkenazi, continuando o diálogo estratégico anual entre Israel e EUA, em Tel Aviv. O encontro esteve focado “na preparação de ambos, Israel e EUA para a possibilidade de o Irã tornar-se uma potência nuclear”, de acordo com o Haaretz, o qual reporta, além disso, que Mullen disse: “eu sempre tento ver os desafios da perspectiva israelense”. Mullen e Ashkenazi estão em contato permanente por telefone.

O aumento das ameaças de ações militares contra o Irã está, é claro, violando a Carta das Nações Unidas, e especificamente violando a Resolução 1887 de setembro de 2009 do Conselho de Segurança, que reafirmou a convocação de todos os estados para resolver as questões nucleares pacificamente, em acordo com a Carta, que bane o uso ou a ameaça do uso da força.

Alguns analistas respeitados descrevem a ameaça iraniana em termos apocalípticos. Amitai Etzioni alerta que “Os EUA terão de se confrontar com o Irã ou desistir do Oriente Médio”, nada menos. Se o programa nuclear iraniano prosseguir, ele diz, Turquia, Arábia Saudita e outros estados vão “se mover em direção” à nova “superpotência” iraniana. Numa retórica menos fervorosa, uma aliança regional pode tomar forma independentemente dos EUA. No jornal das forças armadas dos EUA, o Military Review, Eztioni defende um ataque dos Estados Unidos que mire não apenas as instalações nucleares iranianas, mas também alvos não nucleares, inclusive da infraestrutura – quer dizer, na sociedade civil. “Esse tipo de ação militar é semelhante às sançõescausando 'pânico' para mudar o comportamento, embora por meios muito mais poderosos”.

Deixando de lado esse tipo de pronunciamento estreito, qual é exatamente a ameaça iraniana? Uma resposta autorizada foi dada em abril deste ano, no estudo do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, Balanço Militar 2010. O regime clerical brutal é sem dúvida uma ameaça ao seu próprio povo, embora não seja particularmente mais alta em comparação aos aliados dos EUA na região. Mas não é isso o que preocupa o Instituto; o Instituto está preocupado com a ameaça que o Irã oferece à região e ao mundo.

O estudo torna claro que a ameaça iraniana não é militar. O gasto militar iraniano é “relativamente baixo em comparação com os demais gastos na região”, e menos de 2% do estadunidense. A doutrina militar do Irã é estritamente defensiva ... desenhada para protelar uma invasão e forçar uma solução diplomática às hostilidades”. O Irã tem apenas “uma capacidade limitada de projetar forças para além das suas fronteiras”. No que concerne à opção nuclear, “o programa nuclear iraniano e sua vontade de manter aberta a possibilidade de desenvolvimento de armas nucleares são parte central de sua estratégia de dissuasão”.

Mesmo que a ameaça iraniana não seja militar, isso não significa que deva ser tolerável para Washington. A capacidade de dissuasão do Irã é um exercício ilegítimo de soberania que interfere nos desígnios globais dos EUA. Especificamente, ameaça o controle dos EUA dos recursos energéticos do Oriente Médio, uma alta prioridade dos estrategistas desde a Segunda Guerra Mundial, recursos que rendem frutos como o “controle substancial do mundo”, segundo um influente conselheiro (A.A. Berle).

A ameaça do Irã vai além da dissuasão, contudo. O país também está buscando expandir sua influência. Como o Instituto de Estudos formula a ameaça, o Irã está “desestabilizando” a região. A invasão e ocupação militar estadunidense do Irã é “estabilização”. Os esforços do Irã para expandirem sua influência nos países vizinhos é “desestabilização”, logo, é claramente ilegítima. Deve ser anotado que esse tipo de uso revelador dessas expresssões é rotineiro. Então, o proeminente analista de política externa, James Chace, ex-editor do principal jornal do establishment, o Foreign Affairs, estava usando o termo “estabilidade” adequadamente, em seu sentido técnico, quando explicou que, para se obter “estabilidade” no Chile seria necessário “desestabilizar” o país (por meio da derrubada do governo eleito de Allende e da instalação da ditadura Pinochet).

Além desses crimes, o Irã está dando apoio ao terrorismo, segundo o informe do mesmo Instituto; por meio do suporte ao Hezbollah e ao Hamas, as mais importantes forças políticas no Líbano e na Palestina –como se eleições importassem. A coalizão do Hezbollah venceu facilmente as eleições no Líbano no último (2009) pleito. O Hamas venceu a eleição de 2006 na Palestina, levando os EUA e Israel a instituírem o rude e brutal bloqueio de Gaza, para punirem os infiéis por terem votado errado nas eleições livres. Essas foram as únicas eleições relativamente livres no mundo árabe. É normal a opinião da elite temer a ameaça da democracia e agir para dissuadi-la; mas este é, antes, um caso notável, particularmente porque se dá junto ao forte apoio dos EUA às ditaduras regionais, e particularmente notável diante do forte elogio de Obama ao ditador brutal do Egito, Mubarak, a caminho de seu famoso discurso ao mundo islãmico, no Cairo.

Os atos terroristas atribuídos ao Hamas e ao Hezbollah tornam-se opacos em comparação com o terrorismo estadunidense e israelense, na mesma região, mas ainda assim eles merecem mais atenção.

Em 25 de maio o Líbano celebrou seu feriado nacional, o Dia da Liberação, comemorando a retirada israelense do sul do Líbano depois de 22 anos de ocupação, como um resultado da resistência do Hezbollah – descrita pelas autoridades israelenses como “agressão iraniana” contra Israel na área ocupada pelo Líbano (Ephraim Sneh). Este também é um uso imperial comum. Assim, o presidente John F. Kennedy condenou o “ataque a partir de dentro, manipulado pelo Norte”. O ataque da resistência sul-vietnamita contra os bombardeiros de Kennedy, armas químicas que levaram camponeses a virtuais campos de concentração, e outras medidas benignas do gênero foram denunciados como “agressões internas” pelo embaixador dos EUA de Kennedy, o herói liberal Adlai Stevenson. O apoio dos norte-vietnamitas aos seus compatriotas no sul ocupado pelos EUA é agressão, interferência intolerável na honrada missão de Washington.

Os conselheiros de Kennedy, Arthur Schlesinger e Theodore Sorenson, considerados pombas da paz, também elogiaram a intervenção de Washington para reverter a “agressão” no Vietnã do Sul – da resistência indígena, como eles ficaram sabendo, ao menos se se lê os informes da inteligência dos EUA. Em 1955 a Junta dos Chefes das Forças Armadas estadunidense definiu vários tipos de “agressões”, incluindo “agressões que não as armadas, isto é, ações políticas ou subversão”. Por exemplo, um levante interno contra uma política de estado imposta pelos EUA, ou eleições cujos resultados deram errado. O uso também é comum nos comentários de acadêmicos e analistas políticos, e faz sentido com base na aceitação da tese de que Nós Temos o Mundo.

O Hamas resiste à ocupação militar israelense e a suas ações ilegais e violentas nos territórios ocupados. É acusado de se recusar a reconhecer Israel (partidos políticos não reconhecem estados). Em contraste, os EUA e Israel não só não reconhecem a Palestina como têm agido por décadas para assegurar que ela nunca venha a existir em qualquer forma que tenha sentido; o partido do governo em Israel na sua plataforma de campanha de 1999 barrava a existência de qualquer Estado palestino.

O Hamas é acusado de lançar foguetes nos assentamentos israelenses da fronteira com Gaza, atos sem dúvida criminosos, embora uma fração da violência de Israel em Gaza, isolada num outro lugar. É importante ter em mente, nessa conexão, que os EUA e Israel sabem exatamente como eliminar o terror que eles deploram com tanta paixão. Oficialmente Israel concede que, não haveria foguetes do Hamas caso Israel cumprisse parcialmente com o acordo de trégua de 2008. Israel rejeitou a oferta do Hamas de renovar a trégua, preferindo lançar o ataque assassino e destrutivo na Operação Chumbo Fundido contra Gaza em dezembro de 2008, com pleno apoio dos EUA, uma exploração da agressão assassina sem o menor pretexto crível ou mesmo bases legais ou morais.

O modelo de democracia no mundo muçulmano, a despeito das falhas graves, é a Turquia, que tem eleições relativamente livres, e também tem sido alvo de críticas severas nos EUA. O caso mais extremo foi quando o governo seguiu a posição de 95% da sua população e se recusou a participar da invasão do Iraque, obtendo a condenação brusca de Washington por seu fracasso em compreender como um governo democrático deve se comportar: sob nosso conceito de democracia, a voz do Mestre determina a política, não a quase unânime voz da população.

A administração Obama ficou mais uma vez enfurecida quando a Turquia se juntou ao Brasil na tentativa de acordo com o Irã para que o país restrinja seu enriquecimento de urânio. Obama elogiou a iniciativa numa carta ao presidente Lula, do Brasil, aparentemente dando de barato que o acordo fracassaria, fornecendo assim armas de propaganda contra o Irã. Quando a tentativa ocorreu, os EUA ficaram furiosos, e rapidamente minaram o acordo, chamando através do Conselho de Segurança uma resolução com novas sanções contra o Irã, que eram tão sem sentido que a China concordou alegremente pela primeira vez – reconhecendo que ao menos as sanções iriam impedir os interesses do Ocidente em competirem com a China pelos recursos iranianos. Mais uma vez, Washington agiu diretamente para assegurar que ninguém interferisse no controle dos EUA sobre a região.

Não foi uma surpresa o voto de Turquia e Brasil contra às sanções propostas pelos EUA no Conselho de Segurança; o outro membro regional do Conselho, o Líbano, absteve-se. Essas sanções levantaram novas preocupações em Washington. Philip Gordon, o diplomata da administração Obama para assuntos europeus alertou a Turquia de que as suas ações não tinham sido entendidas nos EUA e que o país deve “demonstrar seu compromissode parceria com o Ocidente”, reportou a AP, “uma rara advertência de um aliado crucial da OTAN”.

A classe política entende da mesma maneira. Steven A. Cook, um acadêmico do Conselho de Política Externa, observou que a questão crítica agora é “como mantemos a Turquia no seu lugar?” - seguindo as regras, como um bom democrata. Uma manchete do New York Times capturou o ânimo geral: “O Acordo do Irã é visto como uma marca do legado da liderança brasileira”. Em resumo, faça o que eu digo, ou arque com as consequências.


Não há sinais de que outros países na região estejam mais favoráveis às sanções dos EUA do que a Turquia. No lado dos opositores ao Irã, por exemplo, o Paquistão e o Irã, reunidos na Turquia recentemente assinaram um acordo para a construção de um novo oleoduto. Ainda mais preocupante para os EUA é que esse oleoduto deve se estender até a Índia. O Tratado de 2008 dos EUA com a Índia apoiando seus programas nucleares –e indiretamente seus programas de armas nucleares– visava impedir que a Índia fizesse parte do acordo para esse oleoduto, segundo Moeed Yusuf, um conselheiro do sul da Ásia para o United States Institute of Peace, expressando uma interpretação comum. A Índia e o Paquistão são duas das três potências nucleares que se recusaram a assinar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, o terceiro é Israel. Todos os três países desenvolveram armas nucleares com o apoio dos EUA, e ainda o fazem.

Nenhuma pessoa em sã consciência quer que o Irã desenvolva armas nucleares; nem o Irã nem ninguém. Uma maneira óbvia de mitigar ou eliminar essas ameças é estabelecer uma Zona Livre de Armas Nucleares [NFWZ em sua sigla em inglês] no Oriente Médio. A questão foi levantada (mais uma vez) na Conferência de Exame do Tratado de Não Proliferação Nuclear na sede das Nações Unidas no início de maio de 2010. O Egito, como representante de 118 nações do Movimento Não-Alinhado propôs que a conferência apresentasse um plano para dar início às negociações em 2011 ou uma NWFZ no Oriente Médio, como foi acordado pelo Ocidente, inclusive pelos EUA, na Conferência de Exame de 1995.

Washington concorda formalmente, mas insiste que Israel se mantenha isento –e não tem dado pistas de que esses dispositivos sejam aplicados a si mesmo. Ainda não chegou o momento de se criar uma zona, disse a Secretária de Estado Hillary Clinton nessa Conferência. Ao mesmo tempo, o Washington insistia que nenhuma proposta voltada para que o programa nuclear israelense se sujeite aos auspícios da Agência Internacional de Energia Atômica [IAEA em sua sigla em inglês] poderia ser aceita. Também não aceitou as exigências de que os signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, especialmente os EUA, liberassem informações sobre “as instalações e atividades nucleares israelenses, incluindo informações pertencentes a transferências nucleares prévias a Israel”. A técnica de evasão de Obama visa adotar a posição israelense segundo a qual uma proposta dessas deve estar condicionada por um amplo acordo de paz, que os EUA podem adiar indefinidamente, como vem fazendo há 35 anos, com raras e temporárias exceções.

Ao mesmo tempo, Yukiya Amano, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica pediu aos ministros de relações exteriores de seus 151 países-membros que trocassem opiniões a respeito de como implementar uma resolução demandando a Israel que “faça parte” no Tratado de Não-Proliferação Nuclear e que deixe suas instalações nucleares abertas à supervisão da IAEA, reportou a AP.

Raramente é registrado que os EUA e a Grã Bretanha têm uma responsabilidade especial em trabalhar para estabelecer uma NWFZ no Oriente Médio. A fim de concederem alguma aparência legal para sua invasão do Iraque em 2003, eles apelaram à Resolução 687 do Conselho de Segurança (1991), que exijiu do Iraque que desse fim ao desenvolvimento de suas armas de destruição em massa. Os EUA e a Grã Bretanha disseram que não fizeram isso. Não precisamos esperar os pedidos de desculpas, mas essa Resolução obriga os seus signatários a se engajarem na constituição de uma NWFZ no Oriente Médio.

De maneira patente, podemos acrescentar que a insistência dos EUA em manter instalações nucleares na ilha Diego Garcia mina a Zona Livre de Armas Nucleares (NFWZ) estabelecida pela União Africana, bem como Washington continua a bloquear a constituição de uma NFWZ ao excluir suas dependências.

O compromisso retórico de Obama com a não-proliferação tem recebido muitos elogios, até um prêmio Nobel da Paz. Um passo prático no estabelecimento dessa direção é o estabelecimento de uma NFWZ. Outro é a retirada do apoio a programas nucleares dos três não-signatários do Tratado de Não-Proliferação [Paquistão, Índia e Israel]. Como sempre, retórica e ações raramente se alinham, de fato estão em contradição direta neste caso, fatos que ocorrem com pouca atenção.

Em vez de dar passos práticos na direção de reduzir a verdadeiramente calamitosa ameaça de proliferação de armas nucleares, os EUA devem dar passos maiores na direção do reforço do seu controle das regiões produtoras de petróleo no Oriente Médio, por meio da violência, caso outros meios não sejam bem sucedidos. Isso é compreensível e até razoável, sob a prevalência de uma doutrina imperial.

Tradução: Katarina Peixoto

Noam Chomsky's ZSpace Page

Fontes: ZNET - cartamaior.com.br

[*] Noam Chomsky é Professor Emérito no Massachussetts Institute of Technology MIT
______________

domingo, xullo 04, 2010

Non lle digas á miña nai que son sindicalista

"A paciencia dos cidadáns cara aos abusos sindicais terminou para sempre. Hai un antes e un despois do réxime sindical". -David Pérez, portavoz do PP na Asemblea de Madrid-

Por Isaac Rosa [*]
04.07.2010


Hai que reescribir o vello chiste de "non lle digas á miña nai que son xornalista; ela pensa que traballo de pianista nun bordel". Hoxe sería máis exacto se dixésemos: "Non lle digas á miña nai que son sindicalista ..." Se es dirixente sindical, liberado, delegado ou simplemente militante, mellor que non se decate a túa nai, nin os teus veciños, non sexa que che retiren o saúdo ou algo peor. E é que a campaña antisindical, que xa vén de lonxe, volveuse incriblemente virulenta nas últimas semanas.

Non hai máis que ler as portadas, editoriais e columnas da maioritaria prensa de dereita estes días, que dispara con canón aproveitando a folga do Metro. E outro tanto nos faladoiros radiofónicos e televisivas, aparte de por suposto o goberno rexional madrileño. Mafia, matóns, chantaxistas, casarío, aristocracia, burócratas ou parásitos son algúns dos motes cariñosos aplicados aos sindicatos, e non só aos do Metro. O diario La Razón puña o xoves a guinda, titulando en portada: "Kale borroka sindical". Aí está, sen complexos, que lles apliquen lei antiterrorista.

Como digo, a campaña vén de lonxe. Pero segundo se quenta o clima social, se recrudecen os ataques, que xa non pararán ata a folga xeral de setembro. O relato resultante é terrorífico: os sindicalistas son uns morros, chupones, viven do conto, móntanllo co goberno e rinse dos seus propios afiliados, só buscan conservar os seus privilexios ... Entre eles, o peor do peor, os liberados, sobre cuxa vida regalada fabulase todo o posible e máis.

Quen segue esta columna sabe que non son precisamente compracente cos maioritarios UGT e CCOO, e discrepei varias veces da súa estratexia durante a crise. Tamén sei que hai outras organizacións que pelexan na sombra. Mais me dá medo a actual guerra sucia contra os sindicatos, que no fondo o é contra os traballadores e a súa capacidade de loita. E se a alternativa é, como desexan algúns, o combate corpo a corpo entre o currante e o seu patrón, virxenciña que me quede como estou.

Publicado no xornal estatal "Público", ao que recomendamos entrar onde poden-se ler interesantes comentarios.

[*] Isaac Rosa (Sevilla, 1974) publicou as novelas A malamemoria (1999), posteriormente reelaborada en ¡Outra maldita novela sobre a guerra civil! (2007), O van onte (2004) e O país do medo (2008). Co van onte obtivo o Premio Rómulo Galegos, o Premio Ollo Crítico e o Premio Andalucía da Crítica, e foi levada ao cine por Andrés Linares co título da vida en vermello. A súa última novela, O país do medo, recibiu o Premio Fundación José Manuel Lara á mellor novela de 2008.
_______________

Zapatero xa ten a súa reforma laboral

Por José María Zufiaur [*]
27/06/10

Durante seis anos Zapatero deu a impresión de que quería que unha dos acenos de identidade do seu paso pola Presidencia do Goberno fose a de diferenciarse dos seus predecesores González e Aznar El non ía impor ningunha reforma laboral sen o consenso dos interlocutores sociais e, xa que logo, tampouco a el íanlle a declarar os sindicatos unha folga xeral. Ao final entrou a formar parte do mesmo club. Agora si que se pode dicir que Zapatero non está só. Arróupanlle quen no PSOE fixeron as anteriores reformas laborais e recibe os parabéns de Obama, do Fondo Monetario Internacional, do Consello Europeo. De tal xeito que, moi acorde coa súa tendencia a ser o campión mundial do que emprenda, parece decidido a chegar máis aló que ninguén na reforma laboral, na da negociación colectiva, na do desemprego e na das pensións.

Esta reforma, aprobada xa por Real Decreto Lei, terá, máis aló dos seus contidos concretos (que seguramente acentuarán o seu carácter regresivo no trámite do decreto como proxecto de Lei), cinco características comúns coas anteriores que se viñeron sucedendo desde 1984. Tampouco nisto Zapatero vaise a diferenciar dos seus predecesores.

A primeira, que os ultraliberais vana a considerar insuficiente. Os demandantes da "verdadeira reforma laboral" en España non van a cesar no seu empeño. Nunca van estar satisfeitos con nada que non sexa o despedimento case gratis e sen xustificación, a redución do dereito laboral á súa mínima expresión e a individualización das relacións laborais. Mostraranse insatisfeitos con esta reforma -aínda que sexan os seus inspiradores- e insistirán en que non hai que chegar a unha próxima crise para volver á carga. Non fixo falta esperar moito para comprobalo: o Gobernador do Banco de España, tras haberse erixido durante meses no adaíl dos traballadores temporais e de xustificar a reforma na necesidade de acabar coa dualidade do noso mercado laboral, critica agora a máis mínima modificación da actual regulación dos contratos temporais. Non lle preocupa, a pesar dos catro millóns seiscentos mil parados, abaratar e facilitar o despedimento pero descualifica con dureza que se estableza un prazo de catro anos para os contratos de obra ou servizo e se amplie -ao longo de cinco anos!- de 8 a 12 días a indemnización dos temporais.

Como noutras ocasións, esta reforma vaise a engadir e a superponer ás anteriores e non vai arranxar os defectos que as mesmas tiñan. Nin, por suposto, vai arranxar os males que arrastra o noso modelo laboral. Non hai máis que ver como tras as sucesivas reformas, recortes e abaratamentos, en cada crise son máis graves os nosos problemas. Unha vez máis, o que conseguirá é abaratar e facilitar máis o despedimento e precarizar máis as relacións de traballo.

Tampouco espero, polo tanto, que esta reforma colme os obxectivos que proclama. O resultado de todas as grandes reformas anteriores -en 1984, en 1994, en 2002- foi totalmente distinto ao que expresaban as súas exposicións de motivos. A de 1984, fundamentada no demoledor principio de que -é mellor un emprego precario que ningún- pretendía ser conxuntural e, con todo, a precariedade laboral converteuse nun cancro estrutural. A do 94, inspirada nun modelo italiano que xa había periclitado en Italia dez anos antes, quería debilitar a lei para fortalecer a negociación colectiva e someter a temporalidade ao principio de causalidad. Pero a lei debilitouse sen apenas fortalecer a negociación colectiva e a temporalidade seguiu campando por encima do 30%. O Decretazo de Aznar, en 2002, dicía buscar unha modernización do mercado de traballo, evitar a segmentación laboral e reducir a temporalidade. Auque, en realidade, o que conseguiu foi propiciar os despedimentos improcedentes e lograr (mediante o chamado "despedimento exprés", facilitado pola eliminación dos salarios de tramitación) que o volume de despedimentos dos traballadores fixos achegásese ao das finalizacións de contrato dos eventuais. Non só os traballadores españois son máis precarios que antes e o desemprego, en momentos de crises, crece máis que en ningún lado. Ademais, e a título de exemplo, o 11% dos traballadores españois (tres puntos máis que a media europea) teñen ingresos por baixo do limiar de pobreza e o 60% non chega a ser "mileurista"; o noso, é un dos países europeos nos que máis aumentou a xornada real de traballo; e a temporalidade entre os mozos menores de 30 anos alcanzou porcentaxes do 53% antes do inicio da crise e a taxa de paro deste colectivo alcanza actualmente o 40%.

En cuarto lugar, todas as reformas, incluída a actual, teñen en común que responden máis á esixencia dun apriorismo ideolóxico que ao resultado dunha análise repousada, documentado, contrastado e compartido da realidade do noso mercado laboral. Sobre todo, son froito de esquemas teóricos que, contra o que manteñen os seus autores, descoñecen e son alleos á realidade do noso mercado de traballo. Pártese de premisas apriorísticas que son, cando menos, moi discutibles. A título de exemplo, a idea de que España mantivo durante os anos de expansión unha maior taxa de paro, como consecuencia do modelo laboral. Non se repara noutras causas, como a forte incorporación de persoas á nosa poboación activa, moi superior á de calquera dos países da nosa contorna. Ou a afirmación de que o noso mercado de traballo é moi ríxido, cando o último informe sobre o Emprego en Europa, de 2009, sinala que somos os primeiros en taxas de contratación, os terceiros en taxa de despedimentos e os segundos en taxa de rotación do emprego. Na mesma liña enmárcase a idea de que as empresas están absolutamente encorsetadas e condicionadas polos ámbitos de negociación superiores aos da empresa. Cando, en realidade, en moitos sectores non existe convenio estatal e os contidos dos convenios supraempresariales son absolutamente exiguos (unha táboa de salarios mínimos moi afastados dos que pagan as empresas, delimitación da xornada máxima anual e un curto repertorio de cuestións que, por xenéricas, non condicionan apenas a xestión empresarial).

En fin, o problema de todas as reformas laborais, sobre todo das impostas, foi que, obsesionados polo custo monetario do despedimento, desvían a atención das cuestións reais que lastran a nosa produtividade: a insuficiente formación dos nosos traballadores; a escasa capitalización das nosas empresas; a deficiente modernización nos procesos produtivos; a falta dunha política de innovación, sobre todo no sector privado; a ausencia de política industrial; a inflación de prezos no sector de servizos, inflación que tamén hai que achacar ás incomparables marxes de beneficios das nosas empresas; o raquitismo das nosas políticas activas de emprego; o propio carácter precario, mal retribuido, segmentado do noso modelo laboral. E, especialmente, a crenza de que se pode separar radicalmente o modelo laboral do modelo produtivo e do modelo social. Se os países escandinavos teñen un modelo produtivo máis competitivo e un modelo social máis cohesionado é porque a presenza de sindicatos realmente fortes levou desde o inicio a aposta por un modelo laboral máis estable, igualitario e con poder na empresa e na sociedade. A práctica inmutabilidad dese modelo laboral facilitou unha poderosa negociación cooperativa entre empresas e traballadores e un gran esforzo de ambas as partes para conseguir un alto grao de competitividade. Unha vez máis, a maior equivocación desta reforma laboral vai consistir en crer que é posible desenvolver unha economía sostible, competitiva e de primeira división cun modelo laboral cada vez máis precario e terceiromundista. Considerar que o modelo laboral e o modelo produtivo non se interrelacionan mutuamente é un grave e oneroso erro que nos persegue ao longo de moitas décadas.

Tres son, de momento, os grandes apartados da reforma que se acaba de aprobar: 1) rebaixa drasticamente o prezo do despedimento, nas súas distintas formulaciones; 2) modifica de xeito moi significativo as causas para os despedimentos obxectivos por causas económicas, tecnolóxicas, organizativas ou de produción; 3) permítese a entrada das Empresas de traballo temporal (ETT) en sectores sensibles e de risco, como a construción e as Administracións públicas e se liberalizan as axencias privadas de colocación.

O despedimento / os despedimentos, abarátanse. O custo para as empresas das distintas modalidades de despedimento dos contratos fixos reducirase en 8 días. Esa rebaixa pagaraa o Fondo de Garantía Salarial. Nominalmente os traballadores seguirán cobrando as mesmas indemnizacións que antes. Pero, ao xeneralizarse os contratos de fomento da contratación indefinida, todos os novos contratados percibirán no futuro unha indemnización por despedimento improcedente moi inferior á actual.

Os improcedentes de 45 días por ano e un tope de 42 mensualidades -que coa generalización dos improcedentes cun custo de 25 días iranse amortizando co tempo ou, simplemente, na seguinte reforma eliminaranse- custarán 8 días menos. Os contratos de fomento da contratación indefinida, de 33 días de indemnización, custarán 25 días, cun tope de 24 mensualidades. O "despedimento exprés" -é dicir, a aceptación polo empresario da improcedencia do despedimento e o adianto do montante da indemnización, evitando os salarios de tramitación e convertendo en superflua a intervención xudicial- mantense. Os despedimentos obxectivos do art. 52 c do Estatuto dos Traballadores pasarán a custarlle ao empresario 12 días por ano. Tamén nos despedimentos colectivos redúcese a indemnización de 20 a 12 días. Conclusións: o abaratamento do despedimento para as empresas favorecerá que haxa máis despedimentos; e aínda que, formalmente, o traballador seguirá cobrando 45, 33 ou 20 días, polo menos para un 40% do mercado de traballo a indemnización por despedimento será no futuro moito menor.

Ademais, modifícanse as causas do despedimento, recollidas no art. 51 do ET, para todos os traballadores, tanto antigos como novos. Non se chega a establecer, como demandan algúns, que "as causas da extinción do contrato por causas obxectivas sexan as que determine o empresario". Pero se avanza nesa vía. Nas causas económicas á "situación negativa" engádese a doutrina da "mínima razonabilidade". O que, probablemente, reducirá a marxe de interpretación dos xuíces para impedir que teñan en consideración situacións continuadas de perdas, volume dos despedimentos, etc. Este mesmo principio da "mínima razonabilidade" aplícase nos supostos de despedimentos obxectivos por causas tecnolóxicas, organizativas ou de produción. Aínda que os medios de comunicación non se centraron niso, as modificacións neste tipo de despedimentos -xa non se van a vincular estes supostos á situación económica negativa das empresas e bastará con que se produzan neses conceptos simplemente "cambios" moi indeterminados- poden ter consecuencias máis devastadoras que no caso dos despedimentos por causas económicas.

Neste apartado -en realidade adiantando aspectos moi vinculados coa reforma da negociación colectiva que se reclama- hai que sinalar a posibilidade engadida de que, por acordo a nivel de empresa, se poida producir o descolgue do convenio de ámbito superior. Na reforma do 94 estableceuse que fose o convenio sectorial o que establecese os requisitos para un descolgue das condicións salariais pactadas. Agora posibilítase facelo, por acordo, no ámbito da empresa, onde a intervención sindical será moito máis problemática. Esta desvinculación poderá agora afectar a practicamente todas as materias relevantes do convenio sectorial (horarios e distribución da xornada, traballo a quendas, sistemas de remuneración e sistemas de traballo e rendemento). Afortunadamente, o precedente dalgunhas sentenzas do Tribunal Constitucional botou por terra a idea da arbitraxe obrigatoria, que se debilita aínda máis a negociación colectiva.

O terceiro bloque da reforma afecta ás Empresas de Traballo Temporal e ás Axencias de colocación. Permítese a actuación de ETT en sectores sensibles, tanto para a saúde como para os principios que rexen as administracións públicas, liberalizando por completo a súa actividade. E introdúcese o ánimo de lucro e, tal e como se fixo, a "selección adversa" dos traballadores na intermediación laboral: o que teña menos posibilidades de colocación será rotundamente rexeitado por estas empresas.

En suma, a reforma non vai eliminar a precariedade, a temporalidade e a segmentación do mercado de traballo: vainas a aumentar. En efecto, non é nada convincente que as medidas adoptadas sobre a contratación temporal vaian reducir sensiblemente a porcentaxe de temporalidade laboral no noso país. A segmentación preténdese "solucionar" facendo a todos os traballadores máis precarios. En cinco anos, o custo do despedimento dos fixos e da finalización do contrato dos temporais será o mesmo: 12 días. E as diferenzas para extinguir un contrato ou para finalizalo non serán moi grandes. Chégase, así, ao "contrato único" por vía de aproximación.

Ademais, coa reforma vanse a crear outras formas de segmentación. Polo menos tres. A segmentación entre os vellos contratos indefinidos ordinarios (en torno ao 60% do conxunto, e decrecendo por amortización da figura) e os novos contratos indefinidos de fomento (ao redor dun 40%; o ministro de traballo falou de 12 millóns e de 8 millóns, para diferenciar un e outro colectivo). A segunda segmentación producirase entre aquelas empresas que despiden pouco e teñen pouca temporalidade pero que cotizan para subvencionar o despedimento e o desemprego e aqueloutras que, cotizando o mesmo, despiden moito e teñen alta temporalidade e xeran, xa que logo, máis gasto en prestacións por desemprego, aproveitándose do maior esforzo das primeiras. E, terceiro, a segmentación entre os traballadores "empreables", intermediados polas axencias privadas, e os traballadores "pouco empreables", xestionados polos servizos públicos de emprego.

A reforma ten algúns aspectos positivos, como as axudas ao emprego dos mozos, e a implementación do chamado "modelo alemán". Aínda que neste caso, teríase que adoptar antes e, en todo caso, terá menos efectos positivos que en Alemaña. Por dúas razóns: pola propia estrutura do noso modelo produtivo, cun maior número de empresas pequenas; e, sobre todo, porque en Alemaña é moito máis difícil despedir que en España e a cultura das empresas é alí moito máis proclive a manter o saber facer dos traballadores nas empresas. A reforma española non vai precisamente a reforzar eses factores, senón que irá en sentido totalmente oposto. Desde este punto de vista habería que preguntarse pola coherencia dunha reforma que impulsa ao mesmo tempo medidas que favorecen despedir máis e medidas para reducir os despedimentos.

En fin, a reforma (moito máis se a ela segue o rosario de reformas e axustes aos que se comprometeu Zapatero) ten todos os ingredientes para un enorme desgaste político do Goberno. Primeiro porque é moi dura, a máis dura, en si mesma, da democracia, sen contar co feito de que se engade ás anteriores. Ademais, porque é inverosímil, e moi desacreditable, que o Goberno diga todo o contrario do que dixo durante os últimos tres anos. Non é tampouco impensable que os mercados sigan acurralando a España pola enorme débeda privada que acumula, co que quedará ao descuberto o nulo valor da reforma como pararraios contra o ataque dos especuladores. Así mesmo, a recuperación do emprego vai tomar bastante tempo, entre outras cousas grazas ás medidas de axuste, o que evidenciará a nula relación positiva -seguramente pode ter algunha negativa- entre a reforma e a redución das taxas de paro. A feixes, non é en absoluto crible esta repentina fe inquebrantable do Goberno nas virtudes, a conveniencia e a urxencia desta reforma. Se un crese os argumentos con que o Executivo está defendendo a reforma ten que chegar, loxicamente, á conclusión de que se fose o PP quen a realizou desde o Goberno, o PSOE estaríaa apoiando sen obxección ningunha desde a oposición. Conclusión que pode resultar demoledora para o que os franceses chaman "o pobo de esquerdas". Finalmente, para sacar adiante a reforma, o Goberno vai ter que conciliar cunha oposición que pode, ao mesmo tempo, esixir máis, seguir desgastando ao Goberno e deixar que se consolide a nova regulación coa súa opinión en contra, aínda que co seu absentismo ou voto a favor. Un panorama, en suma, ruinoso

Artigo de Zufiaur sobre a Reforma Laboral publicado en "Sin Permiso"

[*] José María Zufiaur foi un dirixente da central sindical UGT e actualmente é director de Labour, director técnico do Departamento de Relacións Laborais e Internacionais do IERI da Universidade Complutense de Madrid e conselleiro do Comité Económico Social da Comunidade Europea.

fuco buxán, a.c.
Aptdo Correos 240 C.P. 15400 Ferrol
Telef. 981325492
www.fucobuxan.com
fucobuxan@yahoo.es


Enviado por:
Fuco Buxán Asoc. Cultural - Ferrol
-fucobuxan@gmail.com-
3 de julho de 2010 20:14
________________________

sábado, xullo 03, 2010

Os G-8 / G-20: Unha mala e custosa obra de monicreques

Un artigo de Carlos Iaquinandi Castro que paga a pena parar-se a ler. Se agora non tedes tempo, tomade nota e ler noutro momento. Desde o noso ponto de vista é unha reflexon moi interesante e actual, necesaria para acción, .. para a construción do noso argumentario na loita por outro modelo social, por un outro mundo posíbel.

Carlos Iaquinandi Castro
02.07.2010

Non é que as anteriores sexan útiles para o futuro da humanidade. Pero este dobre conclave celebrado o pasado fin de semana superou en pobreza de resultados e en custo de escenografía a todas as precedentes. Por "razóns de aforro", esta vez acordaron facer coincidir os dous "cumes" en tempo e lugar: un fin de semana e Canadá como país anfitrión. Os mandatarios dos países teoricamente "máis desenvolvidos": EE.UU; Reino Unido, Alemaña, Francia, Xapón, Rusia, Canadá e Italia que constitúen o chamado "Grupo dos 8" ou "G-8" reuníronse na cidade de Huntsville, e horas máis tarde, a 200 Km., en Toronto, o "G-20". Neste último, aos países anteriormente citados, súmanse China, Turquía, India, Brasil, México, Arxentina, Australia, Indonesia, Arabia Saudita, Corea do Sur e alternativamente son "convitados" outros países como o caso de España ou Holanda.

Mal empezamos

Antes de comezar as deliberacións xa transcendía a primeira mentira: o "aforro" esgrimido polos organizadores quedou nunha cifra sen precedentes: un gasto próximo aos 1.200 millóns de dólares. Este custo inclúe o despregamento de 20 mil policías, a construción e mantemento dun valo de seis quilómetros para protexer o Centro de Convencións e os principais hoteis onde se aloxarían os mandatarios e as súas comitivas, e a compra de material antidisturbios de reforzo. Hai outros gastos que deberán pagar os contribuíntes canadenses: un lago artificial construído ex-profeso, ou o centro de prensa, cun custo de dous millóns de dólares. As reunións ocuparon bastante menos das 72 horas do fin de semana.

O primeiro ministro canadense, resumiu o que finalmente, sería o adorno retórico sobre as deliberacións. Stephen Harper sinalara en maio: "En Toronto necesitamos cumprir os nosos pasados compromisos para asegurar a recuperación da economía mundial e restaurar postos de traballo en todo o mundo". E referíndose ao G-20 prognosticaba que ese grupo "ten tamén a responsabilidade de marcar o inicio dunha nova era de cooperación económica, que resultará nun crecemento global máis forte, equilibrado e sustentable". Se concluídos os "cumes" percorremos os erráticos e abstractos titulares dos diarios, comprobamos que unha vez máis a pirotecnia verbal é unha cousa e os resultados son outra completamente distinta.

Cal seguridade?

Os obxectivos dos máis industrializados (G-8) era considerar as ameazas para a seguridade mundial. Para eles esa ameaza non son as fames negras, as inxustizas, as invasións armadas contra pobos e territorios, ou a desigualdade estrutural. Eles están preocupados pola posibilidade de que Irán dispoña de recursos nucleares como os teñen outros países como Estados Unidos, China, Francia, Reino Unido, Rusia ou Israel. Tamén lles preocupa "o terrorismo internacional", etiqueta que segundo as épocas agrupa a determinados gobernos, países, ideas políticas, ou colectivos sociais que están fóra do seu control. Ou lles inquieta "a piratería". Este último cualificativo aplícano non aos buques factoría que incursionan devastando ata con procedementos ilegais mares e costas afastadas, senón aos cidadáns de países afectados por eses atropelos que intentan desesperadamente resarcirse do saqueo. Mozos cuxas xeracións anteriores viviron da pesca artesanal e costeira, hoxe decimada polas factorías flotantes das multinacionais, son os "piratas" a combater. E para iso, e para protexer ás empresas privadas que practican o saqueo, utilizan fragatas e outros navíos das armadas dos países desenvolvidos. Iso si, fixéronse eco timidamente da terrible situación do millón e medio de palestinos cercados na súa propia terra polo exército israelí, unha das máis flagrantes violacións aos dereitos humanos afirmando que "as disposicións actuais (refírese ao bloqueo e cerco de Gaza) non son sostibles e deben cambiar". Unha exquisitez de linguaxe. Non son nin inxustas, nin intolerables, nin inadmisibles. Simplemente, "non son sostibles". Referiranse ao custo que lle significa aos cidadáns israelís o mantemento do cerco, os chek-point, muros, mísiles intelixentes, bombardeos, tanques, bull-dozers, etc? A declaración do G-8 non xerou por suposto ningunha reunión de urxencia nin gabinete de crise dos ultras que gobernan Israel. Se desde fai tanto tempo ignoran e incumpren resolucións das Nacións Unidas con total impunidade, esta vaguedade dos seus amigos americanos e europeos non chega sequera a preocuparlles. Saben que tamén forma parte da posta en escena dos "líderes mundiais".

As promesas repítense tan facilmente como se esquecen ou se incumpren

O incremento da pobreza, as crecentes desigualdades ou o aumento dos refuxiados no planeta non foron mencionados como temas fundamentais das reunións. Canadá elixira como obxectivo do cume a mellora da saúde das mulleres e nenos das rexións máis pobres do mundo, onde cada ano morren 500.000 mulleres durante a xestación ou o alumeamento e 9 millóns de nenos falecen antes de cumprir os cinco anos. Pero estas frases quedarán no esquecemento, como aquela promesa de fai cinco anos no Cume de Gleneagles, de garantir ata o 2010 o acceso universal ao tratamento, prevención e coidado a todos os infectados con VIH no mundo. Hoxe, dúas terceiras partes dos necesitados carecen dese acceso. O Banco Mundial, admitiu que o G-8 apenas proporcionou 11 mil millóns de dólares, menos da metade da suma comprometida para África. A crise económica recortou aínda máis as axudas e as clínicas africanas teñen que tomar dramáticas decisións á hora de de entregar medicamentos entre os enfermos de sida, determinando quen debe seguir vivindo e quen non. Ao concluír os cumes do fin de semana, Jörn Kalinski membro dunha organización humanitaria internacional expresaba o seu pesimismo sobre o resultado das reunións. "Os estados esqueceron as axudas millonarias prometidas fai cinco anos aos países máis pobres e nin sequera mencionáronas. Os fondos quedan así enterrados" E pechou a reflexión cun lapidario: "É un escándalo".

Que quixeron dicir? Nin os expertos se poñen de acordo

Un Centro de Prensa construído ex-profeso e a lexión de xornalistas dos grandes medios e axencias de todo o mundo, non foron suficientes para desentrañar os resultados verdadeiros das reunións de Canadá. Pero a domesticación de moitos deses xornalistas fai que a crítica profunda e incisiva non sexa unha das súas ferramentas habituais. Se tiña que "saír ben" e foi un desastre, hai que maquillar os resultados. E desas plumas sumisas e a linguaxe técnica e pouco concreto das comunicacións oficiais, xurdiron crónicas e titulares abstractos e contraditorios. Non é para menos, xa que nin os expertos ponse de acordo. A frase "consolidación afín con crecemento" que moitos presentaron como elemento común dos países participantes, deixa no aire o debate ao redor de se privilexiar o crecemento económico ou os recortes do déficit orzamentario. O compromiso incluído na declaración final do cume non logrou pór de acordo aos analistas que afirman que é unha mensaxe económica "xenuíno" cos que opinan que a frase é unha contradición en si mesma. Imaxinen o que queda para o resto dos mortais se os expertos teñen interpretacións tan antagónicas. Mark Weisbrot, que é economista do CEPR (Centre for Economic and Policy Research) resúmeo cunha gráfica frase: "é como unha desas dietas nas que comes de todo o que sempre comías e agrégaslle unha ensalada. En realidade non funciona. Están tratando de conciliar cousas irreconciliables".

Resumo, recorrendo á filosofía popular: "cando che explican algo que che din que está claro e non o entendes, volve preguntar. Se á terceira vez segues sen comprendelo, estanche enganando".

Memoria, non nos abandones

É importante que os pobos conserven a memoria colectiva. É o que nos pode preservar de tropezar coas mesmas pedras, de cometer os mesmos erros ou admitir que nos sigan mentindo ou enganando con falsas promesas. Individualmente, como parte desa Gran Memoria, temos que valernos tamén dos recursos que nos proporcionan os novos medios tecnolóxicos. Un deles, elemental, constitúeno as hemerotecas, ou as bases de datos que rexistran expresións textuais, titulares, artigos. Esa posibilidade, por exemplo, permítenos recordar que hai pouco máis dun ano, en abril do 2009, tras a reunión en Londres, os titulares indicaban: "O G-20 acorda a reforma máis profunda do sistema financeiro desde 1945". En realidade, pactaran destinar un billón de dólares aos organismos financeiros internacionais. Tras esa reunión anunciábase tamén "o fin dos paraísos fiscais", aos que definían como elementos perversos que había que erradicar definitivamente. Gordon Brown, e Nicolás Sarkozy anunciaban así mesmo "o fin do segredo bancario". Sen ningún rubor, proclamaban a necesidade de "refundar o capitalismo" (nunca explicaron con claridade que querían dicir con iso). O Fondo Monetario Internacional era sinalado (como antes en solitario fíxoo o premio Nobel Josep Stilglitz) como un organismo irresponsable que había mal aconsellado reiteradamente aos países en vías de desenvolvemento, levándoos a verdadeiros desastres.

Ao pouco tempo, estes conceptos desapareceron como pompas de xabón, e nuns meses, o sistema bancario e financeiro internacional, xerador da crise, foi asistido con enormes cantidades de diñeiro público, ou sexa fondos achegados polos cidadáns de cada país co seu traballo e co seu esforzo. E coma se nada ocorrese é o FMI quen ditamina o que deben facer os gobernos. Máis do mesmo, o que resulta inexplicable para case todos, e xera condenas e rexeitamentos. Os "expertos", adoitan atallar estas xustas e indignadas críticas, afirmando que facer estas afirmacións é demagóxico e que a economía "é algo moi complexo". Si, o será, pero os resultados das políticas económicas adoitan ser bastante sinxelos de comprender e sobre todo, moi concretos. Disto saben bastante os asalariados, os pensionistas, os desocupados, ou sexa a maioría dos cidadáns.

O propio Stiglitz, que recordo foi ata fai uns anos funcionario de alto nivel do Banco Mundial, afirma a necesidade dunha regularización global do sistema bancario e financeiro, "porque non serve para nada actuar en casos illados e puntuais, porque a evasión fiscal é dinámica e busca outros horizontes" E explica o porqué dos paraísos fiscais. Afirma que "a súa existencia non é unha lagoa xurídica froito da casualidade. Os norteamericanos e os europeos ricos -así como os bancos que os representan- querían ter un paraíso fiscal, libre do escrutinio ao que as súas actividades podían verse sometidas no seu país, e os reguladores e os lexisladores permitíronlles telo"

E engade Stiglitz outro tema crave: a corrupción. "Aos países en desenvolvemento critícaselles con razón porque non fan o suficiente para loitar contra a corrupción, pero eles tamén teñen razón cando critican aos países industrializados por facilitar a corrupción ofrecendo paraísos fiscais aos políticos corruptos e contas secretas nos bancos para o seu diñeiro". Verdade que non é tan difícil de comprender? E se non, recordemos por exemplo ao fillo de Duvalier, o tirano haitiano ao que Francia outorgou "asilo humanitario" (a el e ao diñeiro que roubou no seu país) ou a Gonzalo Sánchez de Lozada, aquel presidente boliviano que no 2003 escapou dun levantamento popular asilándose en EE.UU ou a tantos outros ditadores do noso continente latinoamericano, capataces do neoliberalismo ou das multinacionais que se enriqueceron entregando os recursos e servizos estratéxicos dos seus países.

Palabras, máis palabras

O enjuiciamiento ao Fondo Monetario Internacional, ou ao Banco Mundial diluír como azucre nunha cunca de café. Durante esa reunión dos "líderes mundiais" que custou máis ou menos uns 16 millóns de dólares por hora, díxose que o cambio nestes organismos internacionais radica en que os seus dirixentes non deberían provir exclusivamente de Europa e Estados Unidos. Como se sabe, desde a fundación de ambos os organismos tras a Segunda Guerra Mundial, o BM foi tradicionalmente encabezado por estadounidenses e o FMI por europeos. Agora suxiren que desde os "países emerxentes" poden xurdir persoas que ocupen eses cargos. Seguro que si. Pero nós criamos que o que había que cambiar é o seu funcionamento, os seus obxectivos, os seus manejos, e non simplemente os personaxes da súa xestión directiva.

E a taxa para as operacións interbancarias? Aquel recurso exposto por ATTAC de impor un tributo global sobre cada operación comercial dos mercados financeiros foi tema de conversacións e por alí menciónase nalgún artigo. Pero seguen sendo palabras. A chamada Taxa Tobin que apunta ás operacións especulativas "en curto", admítese que é "unha proposta interesante". En realidade non é algo novo, porque xa Keynes, o famoso economista norteamericano propuxera algo parecido en 1936. Pero son propostas que -como tantas outras- para ter a efectividade desexada deben aplicarse globalmente. Algo practicamente imposible, porque non todos os países teñen o mesmo grao de crise, nin pasaron polas mesmas dificultades. Polo menos, eses son os argumentos.

A pelota pesa máis que o planeta

A preocupación dos Merkel, Obama, Cameron ou Sarkozy pola gravidade dos temas que debían tratar en poucas horas nos cumes de Canadá, tivo polo menos unha tregua. Con algunha discreción, Obama ausentouse dos debates durante a prórroga do partido que empataba a selección de fútbol do seu país con Ghana. E só regresou cando terminou o lance coa vitoria 2 a 1 dos africanos. Máis visible foi a ausencia de Merkel e Cameron, que abandonaron a reunión a portas pechadas para recluírse nun salón anexo ante unha xigantesca pantalla para seguir o duelo entre as seleccións dos seus respectivos países: Alemaña e Inglaterra. Isto pode parecer anecdótico, pero é todo un síntoma. Se estes debates fosen realmente "en serio", é difícil pensar que un dirixente de tamaña responsabilidade poida abandonar o escenario para entregarse á contemplación dun espectáculo deportivo, por máis apaixonante e cargado de simbolismo que puidese ser. Pero é que en realidade, o que se nos presenta como un esforzo dos "líderes para encausar ao mundo nunha nova era de cooperación económica e avanzar cara a un crecemento global máis forte, equilibrado e sustentable", non é máis que unha mala e custosa obra de monicreques. Unha comedia de entretemento, que nin sequera conseguiu o seu obxectivo de entreter. E monicreques, porque moitos dos presentes en realidade non actúan en nome dos seus pobos senón en representación dos grandes poderes económicos. Os titiriteros non están presentes, están representados.

Por onde imos

As comedietas con estes "primeiros actores" intentan xerar novas expectativas de que "para o 2015 as cousas mellorarán", pero nos reiteran como unha ladaíña que agora é necesario "sacrificarse, aceptar recortes, baixas salariais, peores condicións laborais". Mentres tanto, a realidade segue golpeando aos sectores populares en cada un dos países, en cada recuncho do planeta. "Eles", cos seus argumentos e a súa coral de medios de comunicación demolen esa realidade e a trituran a través da manipulación e a mentira. Van ocultando aos verdadeiros responsables da crise. Inventan "inimigos", aínda que para iso teñan que apelar ao perigoso recurso de exacerbar o receo cara ao inmigrante. Ese mesmo ser humano que ata fai uns meses era "unha peza fundamental do avance económico" coa súa forza de traballo nos lugares e tarefas indesexables para os "nacionais", convértese en alguén incómodo, un competidor para os improbables postos de traballo cuxos fillos e familiares -dinnos- "ocúpannos as prazas escolares ou as atencións sanitarias". Pero fundamentalmente, "eles" van abrindo camiño a novas medidas que significan retroceso en dereitos laborais e sociais. Salarios que se recortan, plusvalías que aumentan os beneficios de grandes empresas, bancos, industrias.

Como pequenos furóns nunha roda, cada día intentamos ir máis rápido, esforzarnos máis, pero o único que conseguimos é cansarnos e vivir a vida cada día un pouco menos, porque a supervivencia come o noso tempo e as nosas ganas.

Case sen que nos deamos conta, cada día rexístranse novos retrocesos nos dereitos e nas condicións de traballo e de vida da xente. Si, xa se que isto non é de onte, nin sequera nace coa crise. No Estado Español desde o Estatuto dos Traballadores do 82 ata agora, cantos pasos ou saltos demos cara atrás, en dereitos laborais?

E non só as dereitas conservadoras e as grandes patronais son as que alentaron este rumbo, goberne quen goberne. Hai complicidades por acción ou por omisión. E cada un de nós, cando non reaccionamos a tempo, tamén o somos, aínda que nos desbasta.

Mais sempre estamos a tempo. Iso esixe implicarnos, pasar da queixa á resistencia, ao debate, á organización. Á procura de información alternativa e independente. A descreer da coral mediática que intenta resignarnos a "isto é inevitable".

Termino este "racconto" cun pequeno pero significativo apunte que nos axude a comprender por onde imos. A tal hora, 3.500 traballadores da planta FIAT en Pomigliano D'Arco na Campania italiana, viven a incerteza da continuidade do seu posto laboral. O conselleiro delegado da multinacional ameazoulles: ou aceptan un convenio leonino ou FIAT pecha a fábrica e leva a produción do novo Panda a Polonia. O persoal votou en referendo, e unha maioría do 62% aceptou o convenio que lles obriga a renunciar a numerosos dereitos, entre eles, o dereito de folga. Os vellos traballadores que pelexaron tantas conquistas, choraban en silencio.

Se isto segue adiante, hai posibilidades de que poidan manter o seu posto. Pero, que virá despois? ... Como frearán outra abusiva esixencia patronal?... Cun petitorio? Lentamente volvemos a formas feudais, extorsionadoras, impensables anos atrás.

O retroceso dos sectores populares só é comparable, antagónicamente, co incremento e a concentración do poder económico e o control político e social. Esa globalización, é a de "eles". Nada ten que ver con ese mundo posible, máis xusto, máis equitativo, máis libre, máis solidario ao que temos dereito.

Mais haberá que facelo. Desde abaixo e entre todos. E nesa historia, non contan nin os monicreques nin os titiriteros. Contan os pobos.

Fonte: Pueblos. Revista de información e debate


Ese artigo foi publicado orixinalmente en SERPAL.

[*] Carlos Iaquinandi Castro em membro da redacción do Servizo de Prensa Alternativa (SERPAL).




Carlos Iaquinandi Castro, redacción de SERPAL.
Servizo de Prensa Alternativa.
http://www.serpal.info/

__________________________________________

venres, xullo 02, 2010

A 11ª Folga Xeral en Grecia tivo lugar o pasado 29 de Xuño de 2010



Contra os métodos máis sucios do capital

A experiencia da dura loita de clases é valiosa

A exitosa folga masiva da Fronte Militante de Todos os Traballadores (PAME) o 29 de xuño adquire grandísima importancia xa que se enfrontou a unha das operacións máis sucias contra o movemento obreiro. A 11ª folga das forzas de orientación de clase nun período de seis meses paralizou fábricas, centros de traballo, portos, estacións de tren e aeroportos en todo o país. Os folguistas participaron nas gardas de folga e formaron piquetes fóra de numerosos centros de traballo.



No entanto, unha vez máis a atención concentrouse na dura loita de clases no porto do Pireo. Os sindicatos de orientación de clase das tripulacións de motor inferior e de enxeñeiros e as forzas do PAME protexeron a súa folga con valentía. A pesar da intimidación de parte do goberno dos socialdemócratas, os armadores e os demais partidos burgueses a folga foi moi exitosa aínda que empregaron os métodos máis sucios como:
  • Sentenzas xudiciais que declaraban a folga ilegal
  • Ordes de detención contra os sindicalistas do PAME dirixentes dos sindicatos dos mariñeiros
  • Bomba terrorista na casa da cabeza do PAME en Tesalónica co fin de intimidar ás forzas clasistas un día antes da folga
  • Intimidación, represión e uso de gases químicos polas forzas de represión da policía e do corpo de policía portuaria ao final non conseguiron impedir as forzas de clase de entrar no porto e protexer a súa folga. As forzas do PAME conseguiron impedir a saída da gran maioría de barcos. Algúns barcos saíron do porto ?coa pistola apuntando á cabeza dos membros da tripulación? pero sen pasaxeiros nin vehículos. De feito, as forzas de represión facilitaron a súa fuxida e feriron algúns compañeiros de traballo. As propias tripulacións dos barcos xogaron un papel crucial a pesar da chantaxe da patronal.
  • Mentiras dos medios de comunicación que o PAME e as folgas prexudica ao turismo e non a expansión da pobreza por mor das medidas gobernamentais.

As forzas de clase con determinación e disciplina protexeron con pleno éxito a súa folga e a participación masiva de decenas de miles de traballadores na folga deu unha resposta inmediata.



Decenas de miles de xente participaron na concentración do PAME fose do Parlamento en Atenas, así como nas concentracións en 60 cidades en Grecia contra as medidas que aumentan a idade de xubilación, recortan os salarios e as pensións, liberalizan os despedimentos, aumentan os impostos e impulsan a flexibilidade laboral mentres promoven para os próximos 3 anos a conxelación dos salarios e a abolición da 13ª e 14ª pensión.



Na concentración, Yiannis Tasioulas, presidente do Sindicato de Traballadores da Construción de Atenas, mencionou: "Lexitiman os crime a expensas dos nosos dereitos de seguridade. Lexitiman o crime de refugallo de gran parte dos nosos ingresos e logo os ladróns acusan ás súas vítimas porque reaccionan ao roubo e contra os ladróns e os criminais".

"Nós respondemos a esta lexitimidade que lei é o que é xusto para os traballadores e non as ganancias dos capitalistas. Por iso sempre van ter de confrontarnos".



A concentración do PAME en Atenas dirixiu unha chamada clasista, obreira, internacionalista á clase obreira e aos sindicatos militantes de Europa, a todos os sindicalistas europeos que loitan contra a ofensiva antiobrera feroz para a coordinación da loita e o rexeitamento da CES pactista e destas forzas que desarmaron ao movemento obreiro a través da política de conciliación co capital, da política de colaboración de clases, de submisión.



A experiencia destas duras loitas de clases fai que a loita por cambios radicais sexa máis necesaria. A clase obreira produce a riqueza e debe reclamala. Os medios de produción, a riqueza debe pasar a ser propiedade do pobo. Este obxectivo pode dar un novo impulso á loita.

Fonte do Artigo: es.kke.gr

Fonte das Fotos: http://picasaweb.google.gr/cpg.kke?feat=flashalbum
____________________

Recortar dereitos, recortar a democracia

Por Juan Torres López [*]
28.06.2010

O afundimento do sistema financeiro internacional que algúns creran que sería o inicio do fin do capitalismo estase convertendo, pola contra, no seu refortalecimiento.

Ao manter-se practicamente todas e cada unha das condicións que permiten que os grandes grupos financeiros actúen con plena liberdade, agora atopan-se en condicións de extorsionar aos gobernos para esixir-lles que se poña fin ou se limiten substancialmente dereitos sociais básicos e até a propia capacidade dos gobernos para decidir.

Para evitar a caída dos bancos e o colapso das economías, os gobernos tiveron que aplicar recursos multimillonarios que finalmente provocaron un estalido descomunal da débeda. Pero como previamente se estableceu o principio de que os bancos centrais non poden financiar a débeda dos Estados, resultou que eran os propios bancos privados e os fondos de investimento especulativo que orixinaran a crise quen tiñas que subscribi-la agora que se desbocaba.

Así, os financeiros reciben diñeiro dos bancos centrais en condicións sumamente xenerosas, ao un por cento, coa escusa de que hai que axudar-lles para que financien a actividade económica. Pero en lugar de dedicalo a financiar a empresas e familias utiliza-no para subscribir débeda ao catro ou cinco por cento. E como isto parece-lles pouco, lanzan todo tipo de rumores sobre a solvencia dos estados para procurar que o interese ao que se emite suba aínda máis.

E non só iso. Posto que a débeda é imprescindible para poder facer fronte ao oco que a crise (é dicir, o comportamento irresponsable e criminal dos especuladores internacionais) provocou, estes últimos volven gozar dunha posición de privilexio á hora de negociar. Ylógicamente non desaproveitan a oportunidade.

Grazas a iso, e de novo coa escusa de que se non é así os gobernos non poderán pagar a débeda, obrígase a establecer reformas laborais, rebaixas no gasto social, a privatizar servizos públicos e a avanzar o máis rapidamente posible na das pensións.

As chamadas a reformar profundamente as relacións financeiras e até a refundar o capitalismo que fixeron os propios dirixentes conservadores converteron-se nunha rendición sen condicións ante os especuladores e as consecuencias son facilmente previsibeis: ábrese unha etapa longa de depresión, con baixas taxas de actividade e de emprego e cun progresivo debilitamiento, non se se definitivo, das políticas de benestar que nos últimos decenios se foron aplicando en Europa.

Pero o que me parece máis importante aínda que este recorte nos dereitos sociais é o que máis sutilmente leva consigo. O que estamos vivindo non é soamente un pulso na repartición da renda entre capital e traballo senón unha ofensiva dos grandes poderes económicos e financeiros para acabar coas resistencia políticas á súa dominación. O que se busca é limitar ao máximo o papel incómodo dos poderes representativos. A democracia, até na súa versión máis suave e degradada, converteu-se nun inimigo fatal "dos mercados". E alí é onde se vai a procurar dar o recorte máis profundo.

juantorreslopez.com


Fonte: Pueblos

[*] Juan Torres López, Granada -1954-, Doutor en CC. Económicas e Empresariais, exerce na Universidade de Sevilla como catedrático de Economía Aplicada do Departamento de Teoría Económica e Economía Política. Escritor, investigador, analista de política económica e activista social. Manten unha páxina web (Ganas de Escribir: www.juantorreslopez.com) e coordena a páxina web dedicada a información económica www.altereconomia.org
__________________

Sábado 3 de Xullo de 2010: Festival do Río Castro

Un dos fetivais de verán máis veteráns de Galiza, volve este sábado 3 de xullo no lugar da Bola, á beira do río Castro en Naraío, concello de San Sadurniño. A A.VV. "O Castelo" organiza esta festa que contará entre outros con Pablo Díaz, Ruote, Tiruleque e Ultraqäns e comezará con actividades desde as 12 am até a madrugada cos concertos en palco.

Programa

* Às 12:00h. Concurso de merendas.
* Ás 15:30h. Xogos para nen@s con Sapo Animación.
* Ás 17:30h. Música Infantil con Pablo Díaz.
* Ás 18:30hs. Clown con Peter Punk e a Chungotrona.
* Ás 22:00h. Cé Orquestra Pantasma.
* Ás 23:00h. Ruote.
* Ás 24:00h. Tiruleque.
* Á 01:00h. Ultraqäns.
___________________

Venres 2 de Xuño de 2010, cadea humana contra o muro

O Bloque Nacionalista Galego de Ferrol convoca o vindeiro venres 2 de xullo (às 18:30 horas desde a porta de Navantia) un acto reivindicativo consistente nunha cadea humana para esixir a retirada do muro do arsenal.

O BNG considera que a actitude do goberno local fronte a esta actuación é totalmente pasiva ademais de considerar que carece de intención real de esixir ao ministerio de Defensa a súa derruba. Só a presión social parece facer mover ao goberno de Irisarri, polo que é interesante esixir na rua a necesidade de abrir Ferrol ao mar.

Para nós a derruba da muralla do arsenal é un vello soño do pobo de Ferrol que quere ver o mar, a perspectiva da súa ría

e contemplar a infraestrutura arquitectónica do arsenal: unha valiosa obra de enxeñería que consta de numerosos edificios de importante categoría artística.

Asi mesmo, queremos ver integrados na nosa estrutura urbanística, polo menos, os lugares que están militarmente desafectados.

Ademais decontribuír á transformación de Ferrol para convertela nunha cidade máis habitable, humana e atractiva: substituír o actual muro (que contra toda lóxica e estética aínda permanece en pé) contribuiría a acadar este obxectivo.

Bloque Nacionalista Galego Ferrol

Enviado por:
BNG-Ferrol
-bng@ferrol.es-
1 de julho de 2010 13:53
____________________

Este 29 de Xuño de 2010 houbo Folga Xeral en Hego Euskal Herria -Araba, Bizkaia, Gipuzkoa e Nafarroa- que tivo unha resposta masiva


Un gran paro na industria lidera a resposta basca aos ataques aos traballadores

A folga xeral contra a reforma laboral que aprobou o Goberno español tivo unha resposta masiva en Euskal Herria, cunha especial incidencia no sector industrial, onde a maioría sindical basca calculou que superou o 70% en máis do 65% das empresas. Os sindicatos advertiron de que a folga será o inicio da loita para impedir a aplicación da reforma. As mobilizacións, segundo os sindicatos, sacaron á rúa a máis de 65.000 persoas.

P.R.A.-J.B. | GASTEIZ-BILBO
GARA

O rexeitamento á reforma laboral que abarata e facilita o despedimento e deixa en papel mollado os pactos da negociación colectiva tivo onte unha resposta masiva en Euskal Herria na xornada de folga xeral convocada pola maioría sindical, que anunciou que esta resposta marca o inicio da loita por anular a aplicación da reforma, que "non será tranquila".

Polígonos industriais sen actividade, fábricas paradas, e manifestacións durante toda a xornada nas principais localidades bascas mostraron na rúa a rabia da clase traballadora ante as novas medidas aprobadas polo Goberno español.

Máis de 65.000 persoas manifestáronse nas catro capitais de Hego Euskal Herria, segundo explicaron os membros da maioría sindical vasca, formada por ELA, LAB, ESK, STEE-EILAS, EHNE e Hiru, que consideraron que a folga xeral foi un éxito e un rexeitamento directo á reforma laboral máis agresiva e dura dos últimos 30 anos.

En Bilbo, a marcha do mediodía foi a "máis grande de carácter laboral celebradas na capital vizcaina dos últimos anos", afirmaron. Estivo encabezada polos responsables das seis organizacións portando a pancarta "Basta de imposicións. Gure eskubideak defenda dezagun". Patxi Agirre (Hiru), Ainhoa Iturbe (EHNE), Josu Balmaseda (ESK), Belén Arrondo (STEE-EILAS), Ainhoa Etxaide (LAB) e Adolfo Muñoz, "Txiki" (ELA), entre outros membros das executivas sindicais, mostráronse satisfeitos coa resposta das traballadoras e traballadores que enchían a Gran Vía a partir da praza Elíptica.

A marea humana gritou consignas contra a reforma e contra os banqueiros ata chegar ao Concello de Bilbo onde sentaron no chan para escenificar a ampla resposta que obtivo a manifestación. Belén Arrondo, Ainhoa Etxaide e Adolfo Muñoz sinalaron que a quen afirmaron que non se podía preparar unha folga xeral en quince días "témoslles que responder que decenas de miles de traballadores estamos enchendo as rúas de Hego Euskal Herria en contra da reforma máis dura e agresiva dos últimos 30 anos".

Advertiron de que esta folga xeral é un novo paso, pero chegarán outras de forma conxunta "para impedir que se aplique esa reforma regresiva para os traballadores vascos".

Destacaron unha actuación decidida na negociación colectiva para manter unhas condicións laborais adecuadas. Arrondo remarcou que a reforma laboral "supón un grave retroceso dos dereitos laborais", mentres que Ainhoa Etxaide, secretaria xeral de LAB, precisou que "enchemos as rúas das capitais bascas para rexeitar esta reforma laboral feita en Madrid e ás costas dos traballadores vascos".

Asegurou que "debemos manter a presión" para que a reforma laboral bótese para atrás "porque profundaremos na negociación colectiva para que esas medidas da reforma laboral non se apliquen en Hego Euskal Herria".

Ainhoa Etxaide recordou que as medidas de Rodríguez Zapatero non reactivan a economía, nin o emprego e "só apoian ao sistema financeiro ao que lle ofrecen todo o diñeiro necesario para tapar e maquillar as súas contas, mentres que o sector público aplica recortes. Estase avanzando cara a un empobrecimiento económico. Esas medidas lévannos á ruína".

Adolfo Muñoz, -Txiki-, pechou as intervencións, denunciando que "sufrimos unha hexemonía de política de dereitas" e engadiu que "aquí manda a banca, como con Franco. Botín e González. Esixen unha reforma laboral dura, outra da negociación colectiva, outra de pensións, para reducir prestacións e privatizalas, o copago en Sanidade sen ningún rubor e piden que se inxecten máis axudas á banca. Din que hai que facer e os gobernos obedecen".

"Non é un punto final"

Denunciou que esas políticas de axuste destrúen emprego e lamentou que o diálogo social "é un instrumento financiado para control social e desmobilización". A xuízo do líder de ELA, "a folga xeral non é un punto final. Serve para moito. O éxito hai que medilo no traballo sindical para impedir a aplicación destas medidas en cada ámbito concreto. A solidariedade hai que trasladala a todos os ámbitos", concluíu.

Foi sobre todo o sector industrial basco o que viviu con maior intensidade a xornada de folga. Segundo o seguimento sindical alcanzou o 65%. Os sindicatos presentaron un informe pormenorizado do control que realizaron de 480 empresas de máis de 50 traballadores descontando as empresas que se atopan con ERE e as que coincidiron en poboacións con festas patronais.

"Os resultados permítennos falar dunha gran folga xeral na CAV" e "un resultado moi significativo en Nafarroa", explicaron Jabi Garnika, secretario xeral adxunto de LAB, e Patxi Agirrezabala, secretario de Comunicación dela.

Estudo de incidencia

Agirrezabala informou de que a incidencia foi do 65% nas empresas do sector industrial basco con máis de 50 traballadores en persoal, que "son as máis afectadas pola crise e as chantaxes da patronal".

Segundo os seus datos, neste sector pararon totalmente ou máis do 70% do persoal, nun total de 311 compañías, mentres que noutras 79 o seguimento situou-se entre o 30 e o 69%.

Entre os funcionarios da administración autonómica, o seguimento contabilizado por estas centrais foi do 55%, mentres que nos concellos roldou o 70% e nas deputacións foi menor.

Por territorios, en Araba case a metade das empresas superaron o 70% de seguimento; en Bizkaia, o 60% e en Gipuzkoa, o 80,11% das empresas alcanzou esa porcentaxe. En Nafarroa, o paro foi "total en en algunhas empresas, cunha incidencia moi alta en Sakana e a zona norte, tamén en Iruñerria e o cinto industrial", onde, rexistraron-se paros relevantes, por encima do 50% en empresas importantes do metal.

Os representantes sindicais destacaron que a incidencia da folga no sector servizos foi "moi elevada". No sector comercio, destacaron que no téxtil, nas empresas do grupo Inditex o paro "foi case total", en Zara, Bershka, Massimo Dutti, Pull and Bear. Oysho, etc. Tamén H&M, as perfumerías Marionnaud e o sector de alimentación como Sabeco, Lidl, Dia, BM pararon. Grandes superficies como Carrefour Olaberria e Oiartzun, Alcampo e o Hiper Eroski de Abadiño, permaneceron pechadas. No sector público, "na Administración local e foral o paro foi moi amplo". Concellos como Tolosa, Ordizia, Beasain, Pasaia, Durango, Gernika, Galdakao, Orduña, Leioa, Muskiz, Agurain, Dulantzi foi total. En Barakaldo, Santurtzi e Portugalete tivo unha ampla resposta.

Na Administración autonómica da CAV o paro roldou o 55%; en Xustiza, o 75% e en Osakidetza afectou de forma parcial a todos os centros sanitarios, aínda que o 80% viuse obrigado a facer servizos mínimos.

En Nafarroa, no sector público o seguimento foi amplo con paros parciais no Goberno de Nafarroa, Osasunbidea, Instituto Navarro de Benestar Social, Deporte e Mocidade, Urxencias e estendeuse nos concellos de Iruñerria, Bortziriak e Sakana.

Nas Haurreskolak o paro roldou o 80%; no transporte funcionaron os servizos mínimos, pero nos portos de Bilbo e Pasaia o paro foi maioritario.

Na Construción víronse afectadas obras importantes e en empresas como Lemona Industrial, Rezola, Portland Valderrivas, Formigóns Lazkano, Altuna e Uria, Formigóns Azkue e outras o paro foi maioritario. Petronor parou e enel sector das gasolineiras "tivo unha resposta irregular". Tamén nos medios de comunicación tivo o seu reflexo, GARA e Berria non se publicaron, e tamén houbo paros nas edicións comarcais de Hitza e nas rotativas de Deia e Diario Vasco. EITB funcionou con servizos mínimos.

En conxunto, trata-se dun respaldo maior que o logrado na folga xeral do pasado 21 de maio de 2009, segundo os sindicatos, que. tamén explicaron que "numerosas empresas pequenas levaron a cabo un paro total, contribuíndo á visualización xeneralizada de apoio á folga xeral". Agirrezabala destacou que "por moito que as administracións públicas e os empresarios se empeñen en valorar a folga á baixa, a resposta foi ampla. Estaba en exame a reforma laboral e en Hego Euskal Herria suspendeu" e afirmou que "é ridículo intentar esconder a incidencia masiva da folga".

A patronal minimiza

Respondeu así á mensaxe que lanzou a patronal basca Confebask de que a folga foi un "rotundo fracaso" ao lograr "un seguimento moi limitado con diferenzas non especialmente acusadas en función do sector ou o territorio".

Segundo os seus datos, o seguimento do paro no sector industrial foi do 18% en Araba, do 25% en Gipuzkoa e en Bizkaia situouse "entre un e outro" destas porcentaxes, concentrándose a folga "en empresas de certa dimensión, mentres que na inmensa maioría das pemes a normalidade é absoluta". Asegurou que a situación foi "normal na Construción con excepción dalgunhas obras emblemáticas", e no sector servizos observou un seguimento "mínimo".

O Goberno de Lakua sumouse a esta visión da patronal, e o seu portavoz, Idoia Mendia, indicou que "cos datos contabilizados ata o mediodía, que o seguimento do paro foi desigual e non se pode cualificar dunha folga exitosa". Situouno nun 5% na Administración pública e entre o 19 e o 25% nas empresas privadas.

Pola súa banda, o Goberno navarro cifrou a resposta á folga xeral na Administración foral no 2,38%. Tanto os piquetes que desde primeira hora da mañá percorreron polígonos industriais e centros comerciais como as manifestacións de mediodía, desenvolvéronse baixo a presenza intimidatoria da Ertzaintza, que chegou a cargar nalgunhas ocasións. De feito, detivo a tres persoas, imputou a trece por desordes públicas e identificou a varios membros de piquetes.


Miles de persoas volveron mobilizarse pola tarde

As mobilizacións contra a reforma laboral do Goberno español volvéronse a repetir pola tarde en numerosas localidades de Hego Euskal Herria, pondo fin á xornada de folga xeral que sacou a decenas de miles de persoas á rúa. Se xa ao mediodía os sindicatos sinalaron que máis de 65.000 persoas responderan ás convocatorias de manifestacións, nas mobilizacións vespertinas tamén foron miles os cidadáns vascos que denunciaron as medidas do Goberno español. No caso de Gasteiz, con menor presenza policial que na manifestación matinal, foron colectivos sociais alaveses os que tomaron a palabra para denunciar as consecuencias da reforma.

Pero ademais das mobilizacións nas catro capitais, rexistráronse manifestacións comarcais en Gernika, Lekeitio, Balmaseda, Basauri, Durango, Elorrio, Hernani, Lasarte, Etxarri, Leitza, Sopela, Mungia, Tolosa, Beasain, Urretxu, Barakaldo, Zangotza, Lesaka, Tafalla, Tutera, Lizarra, Errenteria, Laudio, Zarautz, Azpeitia, Arrasate e Eibar. P.R.A.


Segundo o Departamento de Industria de Lakua, o consumo de enerxía en Araba, Bizkaia e Gipuzkoa foi de 1.645 megavatios ás 14.00, un 25% menos que o consumido o luns e un 31% menos en relación ao martes da semana pasada.
65.000

A maioría sindical vasca calculou que nas manifestacións da mañá e mediodía saíron á rúa ao redor de 65.000 persoas en Hego Euskal Herria. Cualificaron a de Bilbo, como a maior de carácter laboral dos últimos anos.
herria abian

A plataforma polo cambio social Herri Abian felicitou á clase traballadora tanto pola «resposta exemplar» dada onte contra a reforma laboral do Goberno español, así como polo paro da semana pasada en Lapurdi, Nafarroa Beherea e Zuberoa contra a proposta de París sobre as pensións.

CCOO cre que a folga mostrou o rexeitamento á reforma e demandou converxencia sindical

O rexeitamento importante e masivo á reforma laboral e a necesidade de avanzar en espazos de converxencia entre as organizacións sindicais foron as leccións que extraeu o secretario xeral de CCOO-Euskadi, Unai Sordo, na súa valoración da xornada de folga xeral, que este sindicato tamén convocou en Araba, Bizkaia e Gipuzkoa.

Momentos antes de iniciarse a manifestación de CCOO en Bilbo, tras unha pancarta na que se lía "Os nosos dereitos en xogo. Langileok kalera. 29-J folga xeral", Sordo fixo unha valoración "altamente positiva" e destacou que, fundamentalmente, nos sectores industriais e do transporte a folga foi moi importante, aínda que os servizos mínimos condicionaron que puidese darse un paro absoluto.

No entanto, sinalou que non só grandes empresas, senón polígonos industriais enteiros en zonas de Gipuzkoa, Ezkerraldea ou Durangoaldea "deuse un paro practicamente do 90%". Doutra banda denunciou as cargas contra os piquetes por parte da Ertzaintza, "absolutamente desproporcionadas sen ningún tipo de actuacións que merecese unha resposta dese calibre". Ao seu xuízo, os traballadores deixaron claro que rexeitan as medidas de reforma laboral que impulsou o Goberno de Rodríguez Zapatero e demandan, "polo menos un mínimo de converxencia sindical". Precisou que a xornada foi un "moi bo precedente para que o conxunto do Estado déase unha resposta masiva á reforma laboral" o 29 de Setembro. GARA

Fonte: gara.net
____________________________

O Sindicalismo Basco:

ELA - Euskal Sindikatua
LAB - Sindikatua
ESK - Sindikatua
STEE-EILAS [Sindicato do Ensino]
EHNE [Sindicato Agrario]
Hiru
CCOO - Euskadi
UGT - Euskadi
CNT - País Vasco
CGT - Euskadi
_______________


________________________________

Que o PSOE e o espanholismo paguem as suas festas com o seu dinheiro, nom com o de tod@s @s ferrolan@s

NÓS-Unidade Popular quer denunciar a utilizaçom de recursos públicos para a propaganda espanholista através do apoio a um grupo de milionários totalmente alheio à Galiza.

Em plena crise capitalista, às portas de umha reforma laboral injusta dirigida contra os de sempre, os trabalhadores e as trabalhadoras, o governo municipal de Ferrol, em maos do PSOE, decidiu que umha das suas iniciativas "estrela" deste Verao é o financiamento do espanholismo com 30.000 euros do dinheiro de todos e todas, entregado a fundo perdido para fomentar a identificaçom com a selecçom espanhola.

Naturalmente, se a situaçom económica nom fosse de profunda crise como hoje é, continuaríamos a rejeitar que instituiçons públicas galegas se dediquem a reforçar a propaganda ideológica espanholista. O uso exclusivo do espanhol, a instalaçom de um ecrám gigante na Porta Nova e a distribuiçom maciça de folhetos apoiando umha selecçom estrangeira, na qual, lembremos, nem sequer joga um único galego, é um insulto à inteligência do nosso povo.

Sabemos que o grau de alienaçom social é significativo e que a classe dirigente e os seus media conseguem espalhar umha certa identificaçom, artificial e superficial, com a selecçom de Espanha. Sabemos também que o oportunismo político dos governantes os leva a aderir a essa tendência pensando nos réditos eleitorais. Todo isso, junto ao mal dissimulado espanholismo do PSOE, explica que se desvie o escasso dinheiro público das ferrolanas e dos ferrolanos para gastos socialmente inúteis que só reforçam a falta de referentes colectivos próprios do nosso povo e, em conseqüência, a sua crónica falta de auto-estima como povo diferenciado que é.

A esquerda independentista galega organizada em Ferrol reclama a retirada definitiva de qualquer recurso em apoio aos sectores espanholistas da burguesia comercial ferrolana e a cobrança de taxas pola utilizaçom de espaços públicos para fins comerciais, no caso de que se decidir cedê-los aos promotores das concentraçons de apoio a Espanha.

NÓS-Unidade Popular

Assembleia Comarcal de Trasancos

Ferrol, 1 de Julho de 2010.

Enviado por:
nosup-trasancos@nosgaliza.org
-nosup-trasancos@nosgaliza.org-
1 de julho de 2010 19:32
___________________