Amosando publicacións coa etiqueta Lupe ces. Amosar todas as publicacións
Amosando publicacións coa etiqueta Lupe ces. Amosar todas as publicacións

mércores, agosto 06, 2014

Diálogos com Sara, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
06.08.2014


Sara [1], desculpa, mas nom te estranhe que se apagaram já as novas sobre a tua morte. Todas vós sodes flor dum dia para os médios de comunicaçom. Ademais, no teu caso, case passas desapercebida. Falou-se mais del. O teu assassino puxo-se-che diante até o dia depois, coma querendo tapar o último sol que puideira descobrir o teu próprio brilho. A experiencia di-nos às feministas, que deveu ser assim toda a vida. O patriarcado cria-os assim, e a nós nos educa para atura-los. Umha vida enteira de trabalhos e panos quentes. Entender, compreender, aguantar, suportar... E quando eles se cansam da vida, molesta-lhes ver que nós a coidamos, a mantemos, a alentamos... Hai quem prepara o seu suicídio rompendo cartas, queimando livros, mesmo queimando a casa, como querendo borrar, sacar de diante todo o que é e o que foi. Um xeito de matar-se nas cousas que lhe derom vida. Estes machistas, incluem-nos a nós entre as suas pertenças, como um objecto mais, somos parte da sua vida, cumpre logo que nos suicidem com eles.

Agora irás sabendo a historia de muitas, de centos, de miles coma ti... e também saberás da nossa rebeldia, das nossas alternativas, da nossa resistência. Agora Sara, irás para sempre colhida da mam de todas nós, as feministas de onte, de hoje e de manhá. Som malos tempos Sara, tempos de sombras. Tempos de Gallardon-s, Netanyahu-s, Juncker-s, Obama-s, Poroshenko-s... Tempos nos que hai que, se cadra com mais força, entrelaçar as nossas mans.

[1] Sara Fernández Camiña foi assassinada polo seu home em Pazos de Borbén o 29 de Julho de 2014 | +info.

Foto: Beatriz | "Flor de un día" | Mar del Tuyu, Argentina | Baixo licença Creative Commons.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1958, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Consello Editorial de Altermundo e do Colectivo Ártabra 21.
Blogue persoal: Caranza free opiniom

_________

domingo, decembro 29, 2013

O Natal de Isabel, ... Por Lupe ces


Por Lupe Ces [*]
29.12.2013


A tua era umha morte aguardada. Polo esforço colectivo por conhecer e investigar a violência machista, sabíamos que nestas datas as agressons aumentam, o risco de morte eleva-se nas estatísticas e sempre cumpre aguardar o pior.

Para alguns estamentos conhecedores desta realidade, esta informaçom lera-se com menor interesse que o aumento da velocidade do vento ou a intensidade das precipitaçons. Quando menos, ante esses adversos meteorológicos sempre estam as alertas amarelas, laranjas e vermelhas, e os Planos de Proteción Civil. A vida das mulheres tem menos valor que a dumha árvore caída na ciclogênese explosiva.

Tocou-che a ti Isabel protagonizar a lista interminável de mulheres mortas. Numhas datas onde a família e as relaçons afectivas som o epicentro das celebraçons, o conflito sem resolver derivado da organizaçom patriarcal das mesmas, nom fai máis que dar oxigeno ao lume da violência machista. Um home com quem compartiches afectos, intimidade... decidiu por ti, decidiu sobre a tua vida, decidiu por riba da tua vida. Assim, como outros homes co apoio dalgumhas mulheres, pretendem decidir por todas nós, quitando-nos por lei a soberania sobre o único território de propriedade sagrada, inviolável, que é o nosso corpo.

Mentres te arrincavam a vida, noutro extremo do país, a folga de fame dum grupo de resistência ao machismo na cidade da Corunha, mulheres de Ve-la Luz, vem mostrando durante mais de vinte dias, a hipocrisia dum poder político e judicial que esconde trás as cortinhas de fume das denuncias falsas, do Síndrome de Alineación Parental, da custodia compartida imposta... a sua misoginia, o seu medo à liberdade das mulheres e a sua resistência a entender que a desigualdade está na raiz da violência contra as mulheres que nom cessa; a sua resistência a que lhes desconstruamos este mundo injusto e violento sobre o que se mantenhem os seus privilégios.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Consello Editorial de Altermundo e do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom
_________

venres, decembro 27, 2013

Que passa em ANOVA?, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
27.12.2013


Numha conferencia de Jurjo Torres Santomé, o nosso especialista internacional em temas educativos, e cuidadosamente oculto e silenciado nos médios de comunicaçom nos debates sobre reformas educativas, explicava entre outras cousas, que um dos objectivos da LOMCE é formar seres humanos que acolham como naturais as políticas neoliberais e para elo precisam ter um pensamento conservador. Nesse discurso podemos atopar também umha nova leitura sobre o que está acontecendo em ANOVA.

As renuncias, individuais e colectivas, as expulsons, a intervençom de cargos nacionais para torcer o curso de assembleias soberanas... som os efeitos que saem a luz dumhas causas profundas que tenhem leituras muito mais complexas que a concorrência eleitoral, ou as relaçons coas outras organizaçons na coaliçom AGE.

Em ANOVA esta-se a dar umha batalha ideológica entre duas correntes de pensamento que defendem modelos organizativos e projetos políticos diferentes. Em ANOVA esta-se em trabalho de parto, com contraçons dorosas que acurtam o seu tempo de repetiçom e mantenhem a incognita de como será a criatura que finalmente verá a luz entre tanto feito convulso.

Em ANOVA, onde se nom?, pois foi em ANOVA onde confluírom um número significativo de activistas que vivírom os processo do Foro Social Mundial e do 15M. Em ANOVA, onde se nom?, pois foi onde atoparom acobilho sectores organizados que fuxiam dos controis sectários e de dirigismos anacrónicos. Em ANOVA, onde se nom?, pois foi em ANOVA onde se fundírom a urgência e a indignaçom vivida por centos em primeira pessoa, pola perda de direitos, os abusos, a injustiça e a desafecçom aos partidos políticos e às instituiçons, convertida no pam nosso de cada dia.

Mas também em ANOVA, estam presentes sectores que aspiram a desenvolver um proxecto político que tem como obxectivo colocar-se como força nos postos de gestióm das instituiçons para aplicar velhas políticas socialdemócratas, de orientaçom produtivista e crecentista. Acreditam que a cidadania só lhes pide soluçons para o “que hai do meu?”. Mostram umha incapacidade manifesta para analisar corretamente o momento de crise sistémica que estamos a viver, e a incompetência para apresentar-se socialmente como umha alternativa segura para supera-la. Precisam logo, que o modelo organizativo seja “o de toda a vida”, “o que se fixo sempre”, “eu já fixem mais dumha duzia de campanhas eleitorais!”, “a gente nova nom sabe como montar umha organizaçom”.

Escoitando a Jurjo Torres podíamos perguntar-nos que foi antes o ovo ou a galinha? A LOMCE pretende formar pessoas neoliberais de pensamento conservador ou a hegemonia do pensamento conservador e neoliberal é o que permite a aprovaçom da LOMCE? O pensamento conservador aplicado ao espaço político-organizativo de ANOVA esta a impedir a consolidaçom do proxecto ou é o enunciado do proxecto de ANOVA o que nom se adapta ao pensamento conservador e neoliberal hoje socialmente hegemónico?

Segundo Torres, para o ser humano neoliberal, triunfar na vida consiste em acabar cos rivais e utilizar ao resto das pessoas como mercadorias para os seus fins. É um ser competitivo, guiado por ideas mercantis, de racionalidade positiva, cumha concepçom despolitizada da racionalidade económica, empresarial, e das dimensons tecnocráticas dos processos e da sua eficacia. Asume a lógica coercitiva e violenta dos processos burocráticos neoliberais. Som personalidades autoritárias porque carecem de contidos, procedimentos e valores sociais que contemplem o bem comúm.

Segundo J. Torres, o ser humano neoliberal precisa também do ser conservador. É um sócio necessário para fortalecer o neoliberalismo. Caracteríza-se pola ausência de empatia, rege-se polo presentismo, carecendo dumha cultura relevante e crítica para situar-se no curso da história. Tem um sentido comúm limitante e medo a arriscar. Carece de imaginaçom para criar possibilidades e alternativas distintas ao sistema neoliberal.

Só desde a atividade do ser neoliberal e conservador, pode entender-se a esclerose aplicada ao nascimento de muitas assembleias, dos modelos de eleiçom, direcçom, comunicaçom, imagem pública e finanzaçom de ANOVA.

Só desde a presença deste pensamento neoliberal e conservador também no resto das organizaçons que conformam a coaliçom, pode entender-se a planificada parálise das assembleias populares de apoio a AGE, ou a obstruçom dos vasos comunicantes que permitiriam converter em organizaçom popular, a energia liberada ante a unidade conseguida no processo desencadeado ao redor das eleiçons ao parlamento galego.

Só desde a presença deste pensamento neoliberal e conservador também no resto das organizaçons da esquerda nacional, pode-se entender o reumatismo que ataca qualquer processo de achegamento, pactos, estrategias conjuntas, que apontem a processos de acumulaçom de forças rupturistas.

Fronte a este conservadorismo neoliberal instalado dentro das nossas organizaçons políticas e sociais, cumpre construir e encher de contido o pensamento democrático e o ser socialista que está chamado a protagonizar a ruptura democrática que permita um processo constituinte, onde se expresse umha nova hegemonia: a do bem comum, a da cooperaçom, a da complementariedade, a da solidariedade, com nós, cos outros povos, coas outras especies, co planeta...

Esta construçom só pode ser umha criaçom colectiva, onde xurdam novas formas de liderado. Cumpre afortalar um modelo organizativo que libere as forças atrapadas nas aranheiras conservadoras e neoliberais, um modelo de horizontalidade e transparência que faga albiscar esse novo modelo social que aspiramos e precisamos construir. Se o parto se malogra e a realidade actual de ANOVA nom o permite, outros agromos faram a encomenda por nós, porque como di o Zeca “o povo é quem mais ordena”.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Consello Editorial de Altermundo e do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom
---

martes, setembro 17, 2013

O epitáfio de Fátima, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
17.09.2013


Moitos, 19 anos som muitos. Coas suas primaveras e os seus invernos, cos seus dias e as suas noites. Moitos. Mas ti Fátima, viviches esses 19 anos de terror. Viviches morta em vida. Morta polo medo.

Morta polos golpes, as humilhaçons... que el infringia também aos teus filhos e á tua filha. Em 19 anos, a tua vontade estaria quebrada, a tua capacidade de resposta mermada, e tam só querias pensar que a diferença de idade faria a justiça que vias inalcançável para ti. El, com seguridade morreria antes e poderias descansar. Agosto, neste agosto luminoso que vivemos, decidiches começar a viver.

Umha denuncia, umha orde de afastamento, trás umha terrível malheira, e a enterrar esses 19 anos para sempre. Nom sabias que a tua nova vida só precisaria dum pequeno reloxo de areia para ser medida.

Agora venhem as perguntas, agora a vontade para atopar as respostas... Por que o teu torturador durante 19 anos permaneceu impune? Por que se a denuncia foi posterior a umha brutal paliza gozava de liberdade? Por que uns menores vivem durante anos umha situaçom de maltrato sem que a sociedade active mecanismos de denuncia e proteçom? Por que ninguém te indicou o risco que corrias volvendo à casa onde o teu assassino rondava? Fátima, som moitas perguntas que fazer e moitas respostas que buscar, mas a tua pequena vida, depois de 19 anos de morta em vida, nom pode levar como epitáfio os titulares dos médios de comunicaçom onde parece que todo sucedeu por despiste, por abandono... porque, segundo o teu alcalde, nom avisaches no Concelho de Verim que volvias.

O epitáfio da tua pequena vida deve ser “umha mulher valente, que se rebelou contra o machismo buscando conquistar a sua liberdade”. Para ti Fátima, e para todas as combatentes caídas na luita contra o patriarcado o nosso reconhecimento e a nossa memoria para sempre.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Consello Editorial de Altermundo e do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom

Nota.- Imaxe de Javier Calvo, "El reloj de arena"
.

Enviado por:
Lupe Ces
-lupeces@gmail.com-
11 de setembro de 2013 00:01
________________

mércores, setembro 11, 2013

Companheiras adeus!, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
11.09.2013


Pecharom a minha rua. Os sinais e as barreiras cortam a Avenida do Mar em Caranza. O passeio segue acolhendo os passos de moita gente que busca neste caminho a paisagem, a tranquilidade, a brisa e também as sombras dos prádios que abeiram longos tramos deste caminho ao pé da Ria. Umha ria castigada durante tantos anos pola inconsciência das administraçons e a falta de compromisso da cidadania para preservar e defender o território que habita.

Manhá começa a desfeita. Um bom número dessas companheiras de passeio vam ser sacrificadas para a construçom dum tanque de tormentas. Umha obra obsoleta, que em pouco tempo quedará fora da legislaçom europeia. Europa vai proibir este tipo de saneamento que mistura augas pluviais com augas residuais.

Estas companheiras nada podem aguardar das instituiçons que apuram estas obras num caminho cara nengures para encher este bairro de infraestruturas fantasmas, inecessárias, perigosas ou obsoletas (depósito de propano, linhas aéreas de alta tensom, auditório municipal, “tanques de tormentas”, ...). Tampouco podem aguardar nada dumha associaçom vizinhal, a AAVV de Caranza, que devera representar os interesses do bairro, incluindo vizinhos e vizinhas e defensa do território, totalmente alinhada coas decisons das instituçons que promovem este modelo irracional e destrutivo para o território. E nós, o resto de habitantes deste bairro, também daremos as costas, nem estamos nem se nos aguarda.

Só quedaram as perguntas das crianças. Ante os seus olhos as árvores derribadas. E nós que nom poderemos dizer que foi para beneficio da Ria, que foi para benefício da comunidade..., só poderemos explicar e escusar-nos “fam-no para ganhar dinheiro, e nom pudemos fazer nada”.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Consello Editorial de Altermundo e do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom

Enviado por:
Lupe Ces
-lupeces@gmail.com-
11 de setembro de 2013 00:01
________________

xoves, setembro 05, 2013

Para Elisa, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
04.09.2013


Os cans ladravam hoje quando mais de mil dos teus vizinhos e vizinhas achegaram-se ao lugar onde te atoparom. Á beira da estrada, a poucos metros dunha das casas que a salpicam. As lágrimas apareciam nos rostros mais afetados, silêncios e flores. E logo os comentários... A gente de idade lembrava o antigo assassinato dumha rapaza de 14 anos numha das parroquias limítrofes. Asfixiou-na um cura coa correia da moto, também mentres caminhava. E o assassinato de Vanesa Lorente, mais recente, nun concelho vizinho. A noite ia fazendo mais grises os verdes dos caminhos e miles de sombras abrirom pouco a pouco as poutas do medo.

Elisa, matarom-te quando os teus pés tomavam o caminho, possuindo o território que ti tam bém conhecias nos teus longos passeios. Elisa, matarom-te porque alguém quixo caçar e vencer o teu jeito áxil de estar no mundo. Elisa, matarom-te, e no momento da túa morte, umha rede mesta de medo e impotência abatiu a liberdade das mulheres que em Cabanas, A Capela e Fene compartilhavam os teus caminhos, corredoiras e rueiros. Elisa, matarom-te e as duvidas e a incerteza méterom-se nos zapatos de todas nós. Por ti, por todas, sacaremos a força para volver a sentir os nossos passos ligeiros, livres das gadoupas do medo, livres dos grilhetes do machismo assassino.


Para Elisa Abruñedo, assassinada no concelho de Cabanas.


[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom

Enviado por:
Lupe Ces
-lupeces@gmail.com-
5 de setembro de 2013 00:38
____________

domingo, marzo 31, 2013

No nome de Elena Dumitro, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
30.03.2013


Foi-me dificil atopar nos jornais, nas televisons, nas redes sociais... o seu nome. Ela , Elena Dumitro, fria, sem vida, depois de parir quatro para o mundo, desfazia-se em sangue e frio de baldosa, numha rua da Milagrosa, na cidade de Lugo. A vida roubada a golpe de machada. Ela, Elena Dumitro, dim que é a número 13. Com seguridade ergueu-se esse dia preocupada polo que comer, e querendo que todo fora bem. Nom sabia que ia pagar coa vida essa batalha. Dera moitas. Sabia como começavam e algo nela impedia-a calar e outorgar. Arriscava-se em cada umha delas, às vezes nom moi consciente, de até onde podia ou nom porfiar sem correr muito perigo. Esta última batalha perdeu-na definitivamente. As mans das vizinhas, arrastrando-a longe do campo de batalha nom conseguiram salva-la, tam só coloca-la no espaço público como umha combatente mais, umha combatente abatida.

Hai semanas aparecia nos médios de comunicaçom um inquérito onde se refletia que umha parte da povoaçom opina que a violência machista nom tem soluçom, que é algo inevitável, que sempre existiu. Também opina que as leis aprovadas resultam ineficaces para rematar coa violência machista. Hai algo de sabia intuiçom nestas opinións que vam em aumento, porque as leis, as políticas de igualdade, mesmo a mobilizaçom cidadá que segue a cada assassinato, nom fai albiscar o fim desta violência. Mais ao contrario, parece recrudescer e mostra-se imparável e cruel. É certo que na memória colectiva sempre existiu, mas as altas tasas de suicídio entre os agressores; o assassinato de filhas e filhos menores para infringir a morte em vida, e o incremento do número de moças assassinadas, falam dum fenómeno social com expresons novidosas que quando menos, precisa dum fondo análise ou doutras leituras para a sua comprensom e a sua erradicaçom.

Em todo caso, estamos ante umha batalha cruenta que gera sofrimento, destruçom, feridas e morte. Um guiom que se perpetua e se reproduze em múltiples escenários e na transversalidade social e generacional. Eu afirmo, como o afirmara já hai mais dumha década a feminista galega Begonha Caamanho, que é umha guerra.

Esta guerra, coma todas as guerras, mata. É umha guerra de dominaçom. É a guerra que o Patriarcado livra contra as mulheres do mundo. Umha guerra da que nom se dam partes nem nas grelhas informativas nem nas análises políticas. Esta é umha guerra nom reconhecida, oculta. Nom porque nom se nos informe das mais encarnecidas batalhas, aquelas que incluem soldado-suicida por exemplo, ou porque desde as organizaçons sociais e políticas nom se condenem os feitos e se reivindiquem medidas para luitar contra o que se considera umha “lacra”, senom porque ao nom reconhecer a existência desta guerra, como tal guerra, fai-se umha análise errada em quanto aos mecanismos e recursos que deveram por-se em marcha para conseguir a paz. Umha paz que traia a justiça e a liberdade para as mulheres.

O Patriarcado faz a guerra às mulheres do mundo cum exercito ingente de homens, algumhas mulheres e instituiçons e recursos. Trata-se dumha guerra de dominaçom moi prolongada no tempo. Leva vantaje na guerra psicológica e de propaganda, utilizando médios e centros criadores de opiom e ideológicos. Leva vantaje porque governos, instituiçons religiosas e educativas mostram essa dominaçom como natural ou de orde divina todos os dias. O Patriarcado tem vantaje também nos enfrontamentos corpo a corpo, pois estes campos de batalha som milhons em todo o planeta, mas ao entrarem no terreio do privado fam-se invisibeis, e as mulheres devem dar em solitário essa batalha fronte a um soldado bem armado ideologicamente e às vezes mesmo programado para matar.

As mulheres loitam, rebelam-se contra os péons do Patriarcado. Dam a batalha pola liberdade, contra a injustiça da opressom. A discriminaçom, a escravitude, a submissom, esmaga-as coma umha lousa nas cousas cotiás e nas extraordinárias, em cada minuto cos seus segundos das suas vidas. A sua resposta provoca a violência machista. A chama da liberdade que arde nelas provoca a reacçom da mente machista, do soldado do Patriarcado, para imponher a submissom. Mas essas batalhas dam-nas na mais absoluta soidade. Aí atuam o medo, o sentimento de culpa e a presom social que destroem a autoestima. O Patriarcado vence as mais das vezes nom só porque tem tecidas alianças cos poderosos cos que se retroalimenta para perpetuar-se, senom porque se enfronta a um exército de mulheres desorganizado e dividido em milhons de células de resistência, mas sem a suficiente conexom. Um exército que apenas conta com organizaçons próprias que conformam um inusual movimento social, o feminismo, moi atomizado, que nunca conseguiu a hegemonia social e que nestes momentos a nível planetário conta com poucas alianças e muitos inimigos. Inimigos com tanto poder que mesmo bombardeiam e destroem países inteiros e borram da categoria de cidadania ao 50% da populaçom, mediante leis sharias, leis de família e outras ordenaçons políticas e sociais tam gorentosas para o Patriarcado e tam uteis para o Império agonizante. Inimigos com tanta influência que logram centrar a esperanza dum mundo melhor na eleiçom dum Papa numha das instituiçons mais misogenas da história da Humanidade.

É preciso reformular a estratégia. Som tempos de cambio. Fala-se do fim dum ciclo histórico. Desde o feminismo temos que reflexionar sobre que papel nos toca jogar neste momento de cámbios. Que caminho tomar se queremos que o fim desta guerra chegue quanto antes, e sobre todo, que a sinatura da paz conleve a desapariçom do Patriarcado, que nom à desapariçom dos homens e mulheres que servem nas suas filas. Todo aponta a que essa nova estrategia aponta a dous frontes de luita: a guerra de propaganda ideológica, e a batalha pola deserçom massiva dos homens que servem ao Patriarcado.

Eis quatro puntadas para começar a tecer a peça:
  • Arrincar do discurso feminista a vitimizaçom. Som combatentes, luitadoras pola liberdade, nom som vítimas. Enfrontam-se ao opressor, desafiando a autoridade patriarcal, as normas do poder. Exercem a liberdade de amar, de desamar, de decidir, de opinar, do sem permisso ... som activistas da igualdade, mas som activistas sem consciência de se-lo e sem organizar.

  • Incluir aos homens no compromisso e no activismo feminista, impulsando desde as organizaçons e movimentos transformadores mistos a sua participaçom e visualizaçom nas políticas de igualdade e na elaboraçom de alternativas ao patriarcado. Impulsar a horizontalidade nesta luita, ampliar ao colectivo masculino a falta de hierarquias que sempre praticou o movimento feminista. Criar e fomentar liderazgos masculinos neste campo, impulsando o liderazgo feminino noutros campos de luita muito masculinizados.

  • Reformular o discurso feminista para romper a barreira que separa as activistas das até agora chamadas vítimas. Nem som vítimas, nem todas somos vítimas. Deveremos conformar umha grande irmandade em rebeldia. Criar redes e alianças que visibilizem as resistências. As pequenas e ailhadas, e as mais grandes e colectivas. Animar a que essa resistência nom se faga em ilhamento, senom unindo-se, organizando-se, participando, para estar mais seguras, para medrar, para aprender das resistências das outras.

  • Fortalecer o movimento feminista, impulsando alianças entre os distintos colectivos e participando com voz própria na construçom dos novos sujeitos políticos transformadores que estam a agromar tanto na Europa coma no norte de Africa. Feminismo é democracia, ou se preferimos, nom hai democracia sem o reconhecimento dos direitos do 50%.
[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres e da Rede Social de Ferrol Terra. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom
____________

sábado, decembro 22, 2012

Repugnáncia à Igualdade, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
22.12.2012

Matilde Herrero Barcia, foi finalmente assassinada tras sofrer case umha década de situaçons de violência que denuncias, detençons e ordes de afastamento, nom puiderom evitar. Matilde foi abatida quando saia do trabalho, aguardada coma umha presa polo seu caçador.

Atrás ficaram arrependimentos envoltos em promessas nom cumpridas; atrás ficaram perdons construídos em trampas de fracassos, responsabilidades, compaixom e autoculpa.

O machismo mata. É mesmo tam destrutivo, que  mata também ao machista. Na sociedade de “eres o que possuis”, “tanto tens, tanto vales”, muitas mulheres som simbolicamente, e também fisicamente, convertidas numha propriedade mais. Até tal punto, o machismo construí o pensamento e a acçom de muitos homens, que a sua auto-estima e estabilidade emocional, depende única e exclusivamente da continuidade dessa possessom.

Mal-ensina-se-nos a amar, a enamorar-nos... e somos analfabetas e analfabetos na gestom do desamor. No espelho no que temos que olhar-nos, aparece a historia feliz onde deves comer perdizes. A historia onde todo é para sempre. E seguimos a confundir romanticismo com tenrura, ciumes com amor, controlo com cuidado.

O feminismo sabe desde hai tempo, que este tempo de Natal é de alto risco para as mulheres. Nom só polo número de assassinadas, também porque os valores machistas, associados a crenças religiosas, imponhem o modelo de família tradicional na maneira de viver estas datas. Umhas festas onde a convivência forçada, o trabalho extra, e o rol de facilitadoras que se supom às mulheres, som um caminho de poucos dias, mas de custosa peagem.

Neste tempo, onde as cores grises volvem a tingir a realidade social que puxava por nascer multicolor, nom podemos instalar-nos ante o assassinato de mulheres, com a resignaçom que nasce da ignoráncia ou da análise errada das causas do acontecido. O privado é político. Nada do que ao nosso redor sucede,  é alheo às decisons colectivas ou às decisons impostas. Cumpre sinalar aos culpáveis, cumpre despejar o caminho de obstáculos, cumpre ailhar ao machismo organizado nas instáncias políticas, religiosas e sociais. Essas instáncias que vomitam sobre a vida das pessoas leis Wert ou privatizam a Justiça. Se nos quere vender que a soluçom à pobreza está na caridade, e nom no reparto da riqueza. Do mesmo jeito que  se nos quere vender também que a erradicaçom da violência machista descansa só na vitimizaçom das mulheres que a sofrem, e nom no exercício pleno, na vida de todas as mulheres e nenas, do direito à Igualdade. Esse direito, ao que o poder financeiro, a Igreja católica e o Partido Popular sintem tanta repugnáncia.


[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom

__________

domingo, novembro 11, 2012

Cara um governo de concentraçom?, ... Por Lupe Ces

 

Por Lupe Ces [*]
11.11.2012


Hoje na concentraçom de repulsa polas últimas mortes associadas aos desafiuzamentos, havia micrófono aberto e lim o comunicado da Plataforma das Afectadas eAfectados pola Hipoteca. Um comunicado descarnado, duro, que inclue umha crítica ao PSOE pola sua actuaçom sobre este tema ao longo dos catro anos de existência da Plataforma, e também pola soluçom negociada co PP que acaba de anunciar.
Foi umha decisom tomada na casa porque o comunicado é moi clarificador. Tomei essa decisom, ainda sendo consciente de que ia haver na concentraçom umha importante representaçom do PSOE.
Hai companheiras e companheiros do PSOE com os que compartilho loitas no bairro, na cidade, na comarca... e fixo-se-me doloroso. Mas a situaçom é grave e cumpria aclarar cousas.
Som das que penso que o PSOE, com esta decisom no tema dos desafiuzamentos, em vésperas dumha Folga Geral, vem de lavar-lhe a cara ao PP com esse acordo sobre a moratória. Um acordo, que como denuncia a Plataforma das Afectadas e Afectados pola Hipoteca vai ser só um parche.
As alternativas da PAH som moi claras: paralizaçom de todos os desafiuzamentos de vivenda habitual quando se trate de devidas de boa fe. Daçom em pago retroactiva. Reconversom do parque de vivendas que acumulan as entidades financeiras num parque público de aluguer social.
Em todo caso, parece que estamos ante a primeira posta em escena do que poderia ser um governo de “concentraçom nacional” PP-PSOE. Um lavado de cara da direita no governo, para que a cidadania entendamos que co diálogo entre estas duas forças maioritarias, podem-se conseguir cousas. Umha primeira posta em escena que nos deixa na indefensom ante a Troica e as consequências desse segundo resgate que está a cair.
Às vezes escoitar a verdade doe, e dize-la também. Mas viver na ignorancia da verdade pode traer consequências dramáticas. Consequências que pretendemos evitar coa folga do 14N, e ilhando socialmente ao PP. Mas o PSOE, mais umha vez, prefire salvar a banca, será porque som da “casa”?

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom
___________

martes, outubro 30, 2012

Silvia, arma de guerra? ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
30.10.2012


Quem me conhece sabe da minha posiçom radical contra o uso da violência como arma política. Posiçom que vem, nom só dumha reflexom política, um enraizamento da cultura da paz na minha vida, e um compromisso ético, senom também dumha dura experiência pessoal. Em muitos foros tenho denunciado a irresponsabilidade e veemência, por nom dizer demência, das pessoas responsáveis de certos posicionamentos políticos enfermiços que tenhem a violência como principio e fim, carregando geraçom tras geraçom a un bo feixe de moços e moças, que amam o país que habitam, tras os muros das prisons.

A detençom de duas pessoas em Ferrol, Júlio Saians e Silvia Casal, moi conhecidos entre os círculos culturais, nacionalistas e independentistas da cidade, obriga-me a premer as teclas do computador para pôr terra por medio, nom coas pessoas detidas, senom para afastar-me e condear a operaçom policial que se desenvolveu na nossa cidade.

Desde as pessoas que lhes som próximas, chega o relato da vulneraçom dos seus direitos. Ilhamento, traslado a centos de quilómetros da sua casa, manipulaçom da sua imagem pública nos médios de comunicaçom, vulneraçom do direito à presunçom de inocência... e todo por umhas acusaçons que o proprio Ministerio do Interior na súa pagina web, apenas é quem de redactar.

Hai ademais um bebê de oito meses que é separado da sua nai lactante. E é o caso de Silvia, onde mais claramente se manifesta a desproporçom da acçom policial. Na Marcha Mundial das Mulheres, temos escoitado muitas vezes o relato de mulheres dos cinco continentes, de como foram usadas como arma de guerra contra a sua família e às suas comunidades.

Na página do Ministério de Interior, onde se informa da sua detençom, nom se sinalam acusaçons contra ela. Perguntemo-nos pois para que é útil a detençom de Silvia. Perguntemo-nos pois que leis permitem separar a um bebê lactante da sua nai. Perguntemo-nos pola necessidade de traslada-la a centos de quilómetros da sua casa. Perguntemo-nos a quem beneficia utilizar a vulnerabilidade dumha nai ante a separaçom do seu bebê.

O Ministerio do Interior equivoca-se se pensa que as pessoas que nom admitimos a violência na praxis política, social ou privada, imos tolera-la na actuaçom policial. A vulneraçom dos direitos humanos por parte do estado, cobra perverso valor ante a impotência e indefensom que crea na cidadania que devera proteger. Eis a minha denúncia e o meu compromisso.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom
___________

mércores, outubro 24, 2012

A maldita frase, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
24.10.2012


Som só umhas palavras. Umhas malditas palavras que alguém, num acolchado despacho, tivo a ocorrência de transcrever, para que, entre o primeiro café da manhá, dirigentes do Partido Popular a almorçaram, e se assentara no seu tecido orgánico, como o leite ou o croissant. Um jogo de palavras que estivo nestes últimos anos aparecendo e desaparecendo da boca destes ilusionistas das medias mentiras. Estas malditas palavras estam preparadas para fazer derrapar qualquer mobilizaçom social, qualquer resposta organizada à nova onda de recortes, ajustes e roubos que está ordenando a troika, e que o seu maiordomo Feijóo, está em disposiçom de nos servir. Esta frase aparecerá desqualificadora, rotunda, branqueando o sepulcro onde apodrece a democracia: “querem ganhar na rua o que perderom nas urnas”. E assim, mais umha vez, a mentira, a manipulaçom, a corrupçom, o roubo... ficaram baixo a alfombra da Lei de D'Hondt, varridos pola vassoira dos uniformados poderes mediáticos, e bendecidos pola sagrada inquisiçom financeira. Cumpre logo escoitar, memorizar e repetir, a nova melodia interpretada por umha parte importante da cidadania que vem decidida a navegar em mares de rebeldia e nom acepta um governo que, ao governar contra a maioria dos seus cidadáns e cidadás, perde a legitimidade, e converte estas passadas eleiçons numha tragicomédia onde os diálogos e personagens ocultos nas bambolinas, decidem o acto final. Os de “que se jodan”; os que vulnerarom nove vezes a lei eleitoral em campanha; os que ocultarom a siglas do PP e a cara de Rajoi; os que ocultarom o seu programa, os mandadinhos da troika... com só o 45,72% dos votos (e com só o 24% do conxunto do censo electoral - só um de cada catro galeg@s com direito a voto apoiarom ao PP), teram umha cómoda maioria absoluta. E ademais agora, as mans livres para reformar a lei, de tal jeito que se garanta que essa maioria se prolongue até o futuro e mais alá. Quando o 14 de Novembro em toda Europa, a mobilizaçom cidadá protagonize a primeira folga europeia, volveremos escoitar a maldita frase. Pronunciaram-na para costrenhir a democracia a essa burla de si mesma em que a converte a Lei de D'Hondt e a anêmica participaçom (umha vez contabilizado censo e voto emigrante vai quedar en menos do 60%). Mas também a cidadania pronunciará benditas palavras, “querem impedir que recuperemos na rua, o que nos roubarom nas urnas”. A cidadania mais consciente, vai dar essa batalha desigual, a batalha entre Davide e o Golliat dos mercados, onde com a onda da dignidade, loitaremos para recuperar a soberania que nos permita fechar os despachos onde se decidem os nossos direitos e o nosso modo de vida. Havera para entom, nom só nove vozes, senom dezasseis, deconstruindo as malditas palavras no Hórreo?

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom
______________________

martes, xullo 24, 2012

A pola constituinte!, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
24.07.2012


Nom hai volta atrás. Mentres os especuladores lançam ataques sobre a dévida, e ditam as leis que devem aprovar os parlamentos outrora “soberanos”, os ultracatólicos e neoliberais aproveitam para dar o finiquito a direitos e liberdades, desmontar e privatizar empresas e serviços públicos e mesmo a reformular a estrutura do Estado, ameaçando com reduzir ou eliminar o poder local, autonomias... mas mantendo, isso sim, a santa monarquia, o centralismo asfixiante e os ninhos de caciquismo provinciano das diputaçons. Começarom umha contrarreforma que, nesta nova etapa, tivo o seu pistoletazo de saída na reforma constitucional aprovada numha vergonhenta sessom do parlamento espanhol, onde PP-PSOE entregarom a “soberania” aos mercaderes europeus.

Aproveitando a situaçom socioeconómica que provoca esta Estafa chamada Crise, esta-se produzindo, nos estados ocidentais, umha auténtica revoluçom neoliberal, comandada polas oligarquias financeiras e amplos sectores das burguesias “nacionais”, neoliberais no económico e conservadoras no social.

A grande estafa da especulaçom financeira e inmobiliaria, a sobre produçom industrial, cria no mundo umha crise económica e social que nom deixa ver a profundidade e importância vital das outras crise, a alimentaria, a energética e a medioambiental.

Para esta nova etapa, de acumulación do Capital, necesitan o control dos recursos, a guerra e uns povos temerosos e sem dereitos.

Cumpre que tomemos consciência desta situación mundial e do novo marco político-jurídico onde nos estam encorsetando. E cumpre analisar se é possível volver, cum simples cambio de governos, à situaçom anterior. Umha situaçom onde a corrupçom política, a especulaçom bancaria ao redor do cemento, a energia e o asfalto, ficavam num segundo plano, pois a capacidade de consumo insuflada qual bebediço nas maiorias sociais, dava a impressom de coesionar a toda umha sociedade ao redor do lema “consume até o infinito e mais alá, que eu deixo-che os cartos”.

Nom vai ser possível volver atrás, porque as directrices da Troika, do FMI e o BM, obrigariam a manter o caminho de pedras ardentes por onde se nos está obrigando a caminhar. Nom abonda com eleger nas eleiçons aos melhores gestores e gestoras, mesmo se fossem os que cumpriram co critério de maior honradez. O déficit e as arcas baleiras, e o desmantelamento do público, seria a realidade a gestionar. E umha dévida imensa, cos seus correspondentes interesses, estaria colocada na mesa das reunions governamentais. As cadeiras e carteiras estariam agrilhoadas por um pacote legislativo que faria ilegal qualquer medida que tentasse um golpe de leme. Nom som gestores ou gestoras o que precisamos nas instituiçons, precisamos pessoas que liderem o cambio de paradigma, pessoas insubmissas, descridas co sistema capitalista, dispostas à construçom de algo novo. Mesmo dispostas a desconstruir essas mesmas instituiçons e construir outras novas se houver lugar.

Cumpre assumir que temos que abrir-nos a um novo tempo. Estamos numha situaçom onde, ou damos um salto adiante para salvar o precipício, ou nos afundimos nele para umha longa e gris etapa histórica, que have-las hai-nas. Cumpre assumir que temos que ir a um processo constituinte. E cumpre explicar-lho a todo o mundo. Um processo político e social que construa uns novos alicerces onde os materiais nom podem ser outros que os aportados polos movimentos sociais, os movimentos cidadáns e as forças políticas de esquerdas, que sejam quem, para si mesmas, fazer o seu próprio processo constituinte.

Hai que construir e assinar um novo acordo. Temos que pensa-lo todo de novo,  como queremos viver, como nos imos organizar, quem e como tenhem que ser as pessoas nas que deleguemos funcións de governanza e representatividade. Como organizar a justiça, a economia, as finanças... Como erradicar a pobreza e limitar a riqueza. Como construímos a nova democracia, e como é que o território que habitamos, vai ser respeitado e nos vai poder aturar.

Este processo constituinte está começando a gestar-se em Grecia, Italia, Portugal e  nos territórios que conformam o caduco Reino de Espanha. Devera logo, este processo constituinte, de jeito lúcido e duradeiro, devolver a soberania aos povos que a vimos reclamando por séculos, e o dereito a decidir que tipo de alianças concretadas em federaçons, confederaçons, unións, ... hai que construir para começar cum bo pé a nova etapa histórica que nos está aguardando aí, a um salto de precipício.

É por isso que neste 25 de Julho, com cinco atos diferentes em Compostela, e mais algumhas organizaçons que nom tenhem organizado ato algum, nom devemos quedar-nos na imagem de  divisom, fragmentaçom ou sectarismo da esquerda nacional. Devemos ver, neste 25 de Julho, a imagem das peças do mosaico que estám chamadas a entender-se, e conformar este novo processo constituinte. Como se coloquem, os cámbios e processos internos que haja que dar, o tempo que precisam, nom deixam de ser simples variáveis, porque os tempos obrigam ao entendimento, à uniom, à colaboraçom e à complementariedade. Todas e todos, a pola constituinte!

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom
_______________________________

luns, xullo 23, 2012

O Inquisidor, ... Por Lupe Ces


-->

Por Lupe Ces [*]
23.07.2012


O ministro Gallardón quere converter em lei o que é simplesmente doctrina de fe. Segue o caminho planeado polo nacional-catolicismo, amplamente representado nas instituiçons. Um caminho planeado longe da transparência e da democracia, nos sombrios espaços das seitas mais poderosas, chamem-se Opus Dei, Comuniom e Libertaçom ou Neocatecumenato. A vida das mulheres e das nenas, graças a este obediente inquisidor, vai estar constringida à moral dumha Igreja que é capaz de obrar o milagre de recolher mais dum milhom de euros nos seus cepilhos.
Assim, como no tempo onde nos mandavam torturar e queimar nas praças públicas, para liberar as nossas almas possuídas polo mal da bruxaria, agora o inquisidor, quere liberar-nos da violência estrutural que nega os nossos direitos, dando-lhe de beber à opinom pública um vinho de arrecendos democráticos que agocha o mortal veleno da misoginia, mentres mulheres e nenas, quedam expostas ao lume da maternidade imposta.
Chega a sua perversom ao extremo de converter a malformaçom do feto num problema de discriminaçom. As leis e os direitos que nelas tenhem que estar garantidos, estam em mans de mentes obsessionadas em legislar, acotar e dominar, o que consideram o espaço-força origem do pecado: a sexualidade e o corpo das mulheres. A Inquisiçom carga de novo contra as cidadás livres, que poidam decidir, com toda a informaçom necessária, levar a termo ou nom um embaraço, com malformaçons ou sem elas, é o seu direito.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom
-----

martes, xuño 26, 2012

Iria, ... Por Lupe Ces



Por Lupe Ces [*]
26.06.2012


A tarde latejava entre as vozes infantis banhando-se na contaminada praia de Caranza, e as atarefadas vozes nas juntanças que buscavam soluçons ao malgasto da praça de Espanha, e à aguardada sentença contra Reganosa. E entóm aconteceu a tua morte e todas as vozes calarom. A poucos metros de onde a policia marcava cautelosamente a mobilizaçom dos trabalhadores e trabalhadoras de SEAGA, alguém decidiu matar os teus direitos, decidiu matar a tua liberdade, decidiu matar a tua vida. E o teu sangue que corria as ruas de Narom chamou-nos mais forte que outros sangues, porque estavas tam perto..., e te sentimos indo-te entre as nossas gorxas, entre os nossos dedos impotentes.

Manhá continuará a vida nesta comarca de Trasancos, as loitas obreiras e populares seguiram no passo das ruas e no eco dos edifícios oficias. Mas nada disso foi suficiente para ti, nada disso será suficiente para pôr a salvo as nossas filhas, às nossas irmás, às nossas amigas... porque a fera machista demostrou em ti que segue viva, que se reproduze, e umha a umha segue cobrando, sem trégua, as suas vítimas.
Agora, nas beiras do Xuvia ficará para sempre marcado o lugar da tua morte, que sinala o nosso fracasso, que sinala a nossa impotência. Na Praça de San Roque o machismo ganhou-nos a batalha.

[*] Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom
_______________________________

xoves, xuño 21, 2012

O Parto, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
21.06.2012


Estes dias Yolanda Díaz, dirigente de Esquerda Unida, pronunciava umha das frases máis lúcidas que tenho lido nas últimas semanas “Nós sós nom podemos”. Trata-se da frase que ainda parecendo que xurde da impotência ou da frustraçom, é a que tem a clave que nos pode tirar do abismo no que levamos caindo irremediavelmente, sem tam sequer chegar a albiscar o fundo.

A esquerda que aguardamos, a esquerda que poida abrir a porta para sairmo-nos fora deste sistema, a esquerda que precisamos, ainda nom viu a luz, por mais que sintamos já as contraçons do parto. Um caminho que nom vai ser doado, as organizaçons que estam chamadas à sua construçom, estám instaladas no “Nós somos a esquerda”, ou “Nós somos o país”, ou mesmo colhem posiçons porque entendem o accionar político coma umha carreira em competiçom. Ainda fica muito autismo político entre nós.

Ainda assim, começam as ganas de empuxar, polo que cumpre levar a bo termo este parto, sabendo em primeiro lugar se a criatura está bem colocada, e ao pouco que se apalpe vera-se que nom, que polo de agora vem de nádegas.

Estamos olhando para o que deixamos atrás, para a placenta nutricia que nos alimentava até agora, e deixamos de olhar para a canle que temos que atravesar para respirar numha nova vida. Seguimos pensando que é suficiente com enumerar soluçons, alternativas, obxectivos... onde mais ou menos todo o mundo coincidimos, mas esquezendo explicar como é que imos atravesar essa canle para chegarmo-nos a esses obxectivos, a cristalizar essas alternativas, a darmo-nos soluçom aos problemas.

Nom nos decatamos que estamos na canle de parto, e nom hai volta atrás. Nada vai volver a ser igual. Se as organizaçons de esquerdas, as que dim que querem um outro sistema, tivessem a maioria nas instituiçons, que fariam co déficit? e ca débida? com que medios? com que alianzas? Hai muito para reflexionar no acontecido nos últimos días, resignaçom ante a realidade em Andalucia, e fracaso na desuniom em Grécia. Eis o que cumpre decidir, submissom ou insubmissom; confluencia e unidade ante a emergência, ou desuniom e ignoráncia e sálve-se quem poida. O tempo corre contra nós, mas tampouco podemos andamiar em falso. Nom som mais, mas som poderosos, nom tenhem escrúpulos e venhem a por nós.

[*] Por Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom

Enviado por:
Lupe Ces
-lupeces@gmail.com-
21 de junho de 2012 00:04
_______________

venres, abril 20, 2012

Assembleia, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
30.03.2012


Assembleia de mariscadoras e mariscadores da confraria de Baralhobre...a Xunta deve-lhes meses de labores de limpeza da Ria. Os planos de saneamento violados umha e outra vez. E as dívidas polas hipotecas, os empréstimos e a vida diária, aumentam.

Começa a falar-se de desafiuzamentos. Depois de duas semanas de encerramento no concelho de Fene, chamam a umha asembleia cidadá para recabar solidariedade.
Ideias, propostas, debate, críticas... mas a solidariedade começa a colher forma. Hai ausências que encher, noutras confrarias ocorre o mesmo, hai que unir-se.
Repaso às instituiçons. Por que o alcalde do PP nom apresenta a súa demissom se a Conselharia nom fai efectivo o pago das mensalidades? É mais, por que o PSOE, BNG e EU nom lhe dim ao alcalde que faga que lhes paguem, ou se unem e o sacam da alcaldia? E mesmo, por que está na alcaldia?
Na assembleia, em relaçom a umha proposta que falava de unirse a várias mobilizaçons que vam ter lugar na nossa comarca, afirmou-se que os que governam alegram-se de ver todo misturado, confundido... Eu penso que aos que governam, o que mais lhes aterra é ver que nos unimos.

[*] Por Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom
______________________

venres, marzo 30, 2012

Irmandade, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
30.03.2012


Em jornadas como a que vivemos hoje, é quando sucedem cousas que passados os anos podemos ver narradas em filmes ou novelas. Este é o caso do que a continuaçom vou-vos narrar.

Desde primeira hora da tarde do mércores um grupo de afiliadas à CIG, estivérom realizando labores de reténs no sindicato. A noite foi longa, os piquetes iam polo sindicato a intercambiar informaçom, e recuperar forças. Quando amanheceu, e os piquetes recobravam umha actividade mais intensa, as companheiras tenhem noticia de que um Gadis do bairro, abrira as suas portas. Desde umha das xanelas do sindicato pode-se ver o local da CNT. Nom duvidarom, “companheiros, Gadis está aberto!”. Um grupo de sindicalistas “vizinhos”, pom-se em movimento. Á volta, desde as xanelas “subide tomar um café ou um bocata”. Hai quem está remarcando no dia de hoje a divissom entre os sindicatos convocantes da folga geral. Esforço inútil, o capitalismo está unindo-nos numha grande irmandade.

[*] Por Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom
______________________

sábado, marzo 24, 2012

Em Caranza,... Por Lupe Ces


No meu bairro, hoje houvo umha assembleia. Foi às sete da tarde, convocada por oito  associaçons. Falamos, participamos, debatemos, propusemos … Logo assistimos a um ato convocado polo Concelho, onde se proibiu falar, participar, debater, eleger e ser elegid@ … Onde os atuais representantes da Asociación de Veciños de Caranza, traicioarom acordos contraídos com outras sete associaçons do bairro. Isto permitiu agrilhoar o que tinha que ser a “Asemblea de Barrio” e reduzi-la a um mero trámite ao serviço das políticas do PP. Um bo dia para a mentira, a manipulaçom, a ambiçom pessoal..., mas também um bo día para a verdade, a participaçom direta e a defesa do bem comum. Porque na Assembleia, a única Assembleia, que merece tal nome, que se desenvolveu no bairro às sete da tarde de hoje, impulsou-se um novo processo de participaçom, de construçom do bairro desde o trabalho comunitário, desde a reivindicaçom popular. É por isso que ao render o meu corpo esta noite nesta casinha fronte à ribeira, conseguida tras anos de loita comunitária, tenho um sentimento de esperança, porque a boa gente, a generosa e loitadora gente de Caranza, vai saber virar a mentira e a manipulaçom, em verdade, justiça e qualidade de vida para o bairro.
[*] Por Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom
_______________________

luns, marzo 12, 2012

O relevo, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces [*]
12.03.2012

Hoje nas ruas de Compostela pudemos comprovar que o Feminismo Galego é um movimento social arraigado, criativo e com fortes alianças com outros movimentos e organizaçons políticas. Mas se algo brilhou com pleno protagonismo e resultou confirmado na realidade palpável para quem olhar a manifestaçom, foi o relevo geracional que o Feminismo Galego vinha gestando nestes últimos anos, e hoje viu-se consolidado.

Este feito resulta transcendente ante umha ofensiva patriarcal que está a realizar um bombardeio constante contra os direitos e liberdades acadados pola luita feminista desde a década dos setenta. Um relevo geracional, que está alimentado desde muitas fontes, mas que tem na vontade integradora, de reconhecimento das diferenças, da posta em valor da pluralidade, que o próprio movimento pratica, a sua máxima possibilitadora.

O Feminismo Galego soubo flexibilizar nesta convocatória as formas organizativas que vinham liderando o movimento. A Marcha Mundial das Mulleres tomou a decissom política de replegar-se como guarda-chuvas que acobilhava à maioria do movimento, para aparecer em pé de igualdade com outros colectivos e organizaçons mixtas que demandavam essa nova rede. Decissom que resultou acertada. Eis a maior fortaleza da MMM, tanto a nível galego como a nível internacional: construir-se em cada momento como a expressom mais útil para a defensa dos nossos direitos e liberdades.

Na Galiza conseguiu-se umhas semanas ao redor da data do 8 de março, onde a cidadania soubo da vontade de reagir do movimento feminista, realizando concentraçons, manifestaçons, actos de propaganda, comunicaçom e reflexom, destinados à denuncia das políticas capitalistas aplicada no mar revolto da estafa chamada crise, e a vontade do movimento, para enfrontar a onda patriarcal mais abafante das últimas décadas, que pretende à nossa volta ao século XIX.

[*] Por Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom

Enviado por:
Lupe Ces
-lupeces@gmail.com-
Lupe Ces 11 de março de 2012 23:22
_____________

Enlace relacionado:

Ártabra 21: Manifestación das Feministas Galegas en Compostela: "Mulleres Galegas en Loita polos nosos Dereitos" - 11 de Marzo de 2012 - Fotos - Vídeos - Manifesto Unitario
_______________________________

venres, marzo 09, 2012

Viva!!!, ... Por Lupe Ces


Por Lupe Ces
09.03.2012

Hai quem se pode crer que as feministas nos alegramos de que o tempo nos venha a dar a razom nalgumhas cousas que predizíamos: hai que defender os direitos conquistados porque podem perder-se..., o patriarcado está avançando em toda Europa... Mesmo tenho um mandil de algodom, mercado a unhas feministas belgas da Marcha Mundial das Mulheres, que participavam com nós numha manifestaçom europeia em Marselha que di "PAS DE RETOUR AO 19iéme SIECLE", nom à volta ao século XIX.

Nom nos alegramos de ter razom, estamos vivendo estes momentos com medo, com incertidume, porque a máquina do tempo nos leva cada dia mais longe, longe dos nossos direitos, longe das conquistas sociais, longe das ideias de liberdade, igualdade, justiça, solidariedade... e mesmo semelha que a cada virada da máquina ponhemo-nos cada vez mais longe da paz.

Hoje e onte, as vozes inimigas das mulheres, das feministas, da democracia, da justiça, as vozes e as vontades inimigas da Igualdade, volverom a tronar para alindar os nossos direitos, a nossa liberdade. Intentam acossar-nos, socavar a nossa autoestima, "o aborto é um fracasso da mulher" di Esperanza Aguirre; intentam intimidar-nos "vivirá toda a vida apesadumbrada polo crime do aborto", se nom te sometes á sua moral, di o arzobispo de Granada; intentam que nos desorientemos confundindo a realidade, "as mulheres embaraçadas sofrem violência de gênero", aludindo às supostas pressions sociais para que aborte, di o Ministro de Justiça, Alberto Ruíz-Gallardón; "hai que julgar o roubo de bebés com critérios doutro tempo" di o arzobispo de Barcelona, para sair livre de qualquer culpa; "eu nom som feminista nem machista, som umha mulher normal" di a Concelheira de Igualdade do Concelho de Ferrol, intentando ridiculizar os nossos esforços colectivos de emancipaçom.

Hoje todas as pessoas que acreditamos no mundo democrático e justo que propom o Feminismo, estivemos reunidas, manifestando-nos, concentrando-nos, participando em actos públicos, nas escolas, nos centros de trabalho, nos sindicatos, nas redes...falando de Igualdade. Hoje era o dia para ver-nos e arroupar-nos.. .no virtual e no real, e assim foi. Viva a luita feminista!

[*] Por Lupe Ces Rioboo -Caranza Ferrol 1953, é mestra, activista social, integrante da Marcha Mundial das Mulleres. Forma parte do Colectivo Ártabra 21.

Blogue persoal: Caranza free opiniom

Enviado por:
Lupe Ces
-lupeces@gmail.com-
8 de março de 2012 23:59
_____________