domingo, abril 26, 2009

A Esquerda precisa recuperar terreno perdido e acumular força

Nos anos 70 as forças populares sofreram uma tremenda derrota que ainda não foi revertida na maior parte do mundo, e sem dúvida não o foi na Europa e nos EUA. Essas derrotas vieram acompanhadas do ataque direto a realidades como o direito de filiação sindical e o direito dos governos democráticos controlarem os movimentos de capitais. Reconhecer isso quer dizer reconhecer a necessidade de acumular forças, de dar tempo à reorganização. A análise é de Antoni Domènech, editor da revista Sin Permiso, em entrevista à jornalista Comba Campoy.

Data: 14/04/2009
Em dezembro de 2008, a jornalista Comba Campoy entrevistou Antoni Domènech, professor catedrático de Filosofia Moral na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Barcelona e editor da revista SinPermiso, para a revista galega Tempos Novos, durante a celebração do Foro Social Galego, em Santiago de Compostela. Na entrevista, o rigoroso pensador catalão analisa o papel do intelectual de esquerda e da potência de acumulação de força política nas “pequenas” vitórias dos trabalhadores dentro das restrições institucionais, sobretudo diante do quadro de despreparo e fragilidade da esquerda, frente à crise atual. A entrevista guarda não apenas atualidade, como urgência de mérito. Assim aceitamos oferecê-la aos leitores de Carta Maior.

Tenho interesse especial na análise de certos conceitos em que você se deteve em algumas intervenções no Foro. E por isso estou pensando em dar à entrevista a forma de um glossário, de um “glossário para o ativista político”. O que lhe parece?

Domènech: Pois, vamos lá....

Em primeiro lugar, a conceitualização de cidadania me parece básica. Falamos de movimentos cidadãos, da assunção de uma série de direitos e de deveres, do sentimento de pertinência a um grupo humano...O certo é que as instituições públicas galegas vulgarizaram o termo e o utilizam de forma um tanto gratuita. Busca-se a participação teatral do público ou dos usuários de transporte público... Mas se busca através de campanhas de direção única e muitas vezes sem um destinatário claro. Entendo que para que possamos falar de cidadania (e estou pensando na sociedade galega, mas suponho que podemos generalizar esta visão para o resto do estado espanhol) é necessário que exista uma consciência e um certo grau de organização. Ou se pode pensar numa cidadania passiva e conformista?

Domènech: O conceito de “cidadania” desapareceu praticamente do vocabulário político, notadamente da filosofia política acadêmica, nos anos 50, 60 e 70. Era entendido como algo trivial, como o “direito a ter direitos”. Por um lado, digamos, desde a esquerda, num sentido amplo do termo, na medida que esse direito mãe de todos os direitos se via plenamente assegurado depois da II Guerra Mundial, quando não somente se consolidou o direito do sufrágio universal conquistado pelo movimento operário socialista europeu depois do desmonte das grandes monarquias continentais entre 1918 e 1931 (a conquista, precisamente, que os fascismos dos anos 30 tentaram destruir), senão, ademais, ofereceram elementos de cidadania social, blindados constitucionalmente (como nas constituições republicanas alemã, austríaca, francesa e italiana de 1949, ou muito tardiamente, na constituição de 1978 atualmente vigente no Reino de Espanha).

Por outro lado, desde a direita, particularmente desde a direita acadêmica dominada pelo utilitarismo, nunca se levou a sério os direitos, e menos ainda o pretenso “direito a ter direitos”: o que contava era a “utilidade”, quer dizer, o grau de satisfação dos desejos e preferências das pessoas. Foi Bentham que, em começos do século XIX, inaugurando essa tradição de filosofia política e social dissera que os direitos eram um “non sense”, e os “direitos humanos um non sense ao quadrado”. Os neo-utilitaristas do século XX – particularmente os economistas neoclássicos - podiam ser a favor do aumento do “bem-estar” das populações, mas separavam isso de qualquer categorização em termos de “direitos” constitutivos de cidadania.

Quando, no final da década de 70, começou o processo de contrarreforma do capitalismo que se conhece com o horroroso neologismo de “globalização”, começou também um assalto às próprias idéias (procedentes do antifascismo) de cidadania democrática (lembra a posição de Huntigton na época? – esse velho cabrón sempre está nas piores trincheiras; agora, na guerra de civilizações! - todos os problemas do mundo se deviam a uma “crise de governança”, e a crise de governança se devia a um excesso de democracia, de participação popular nos processos políticos e nos Estados) e de cidadania social: com a chegada da senhora Thatcher ao poder em 1979 começou um ataque decidido ao amplo conjunto de medidas que desde o fim da II Guerra Mundial vinham garantindo alguma proteção social aos trabalhadores, desde direitos sindicais elementares até direitos de co-gestão dos trabalhadores nas empresas privadas (a célebre Mitbestimmung alemã), passando pela instituição de robustas áreas de propriedade econômica pública e pela implantação de amplos serviços públicos de saúde e educação que configuraram o que na Europa Ocidental se chamou “Estado Social” e nos países anglossaxões, “Estado de Bem-Estar”.

Por todos esses motivos, a “cidadania” voltou ao centro do debate público, reingressando também nas elaborações acadêmicas de economistas, cientistas políticos e filósofos. E, claro, uma forma de eludir o debate e tirar o corpo fora é, como tu sugeres, fingir que se está muito preocupado com a “cidadania”, mas atuar na prática com um conceito de “cidadania” ou vazio ou rígido.

Ou vazio ou rígido?

Domènech: Vazio é o conceito de cidadania concebido por alguns intelectuais neoliberais, empenhados em nos fazer crer, contra uma tradição jurídica milenar (que tem raízes no direito civil republicano romano) que um cidadão verdadeiramente “livre” seria o que quisesse e, sem os atuais impedimentos do estado democrático de direito, poderia vender-se “livremente” como escravo a outro (pense no debate da semana de trabalho de 65 horas - “livremente” negociadas entre o trabalhador individual e seu patrão -, escandalosamente proposta pela Comissão Européia), ou o “cidadão” que poderia firmar – contra as normas vigentes do atual direito penal – um contrato “livre” e voluntário de assassinato (ou mais moderadamente, de venda de órgãos anatômicos) com outro; ou, um último exemplo, o que estaria habilitado a pôr “livremente” em leilão seu direito ao sufrágio.

Numa palavra: a cidadania vazia nasce da idéia de destruir os direitos constitutivos – não meramente instrumentais – que, precisamente, definem nossa personalidade jurídica cidadã e, com ela, nossa liberdade; direitos que, do mesmo modo, são considerados inalienáveis em qualquer ordem jurídica de caráter republicana.

Rígido é, em troca, o conceito de cidadania manipulatoriamente passivo, propagandístico que, reconhecendo retoricamente (parte) do que foi exposto acima, trata de converter os cidadãos em meros expectadores passivos de um jogo de esgrima mais ou menos cruéis entre elites. Entre elites, ademais, tampouco inteligentes e tão inseguras de si mesmas que, em cima, mendigam o aplauso de um público desarmado. E quando os cidadãos se negam (como fizeram com o grotesco projeto da “Constituição” européia), fazem ouvidos moucos e buscam outras saídas.

Minha primeira pergunta vinha de uma preocupação minha e que suponho saia de minha experiência de trabalho nos meios de comunicação. Parece óbvio que os grandes poderes midiáticos, cuja influência na conformação de opiniões é incontestável, não têm qualquer interesse em que os cidadãos e cidadãs adquiram mecanismos de pensamento crítico. O Fórum do fim de semana passado em Santiago, apesar de reunir mais de quatrocentas pessoas em suas atividades distintas, não apareceu nos meios de maior difusão da Galícia. Como o pensamento crítico pode contrapor-se ao domínio aplastante do pensamento oficial (faz uns anos se falou em “pensamento único”, não sei se segue sendo pertinente). Creio que, neste caso, o vocábulo a ser debulhado seria conscientização ou, quiçá, educação.

Domènech: É um problema muito grave. Tenha em conta que são menos de duas dezenas as grandes empresas de meios de comunicação que dominam hoje mais de 95% da informação que circula pelo mundo. A concentração da propriedade a que temos assistido nas últimas décadas nesse setor, que em boa medida veio junto com a privatização dos bens públicos escritos e audiovisuais, constituem ameaça para o nada alheio a isso “pensamento único”, que não é outra coisa que a paulatina conversão de um ideário extremista, raivosamente hostil ao público – quer dizer, às soluções políticas e democráticas dos problemas da vida social e econômica -, numa doxa pretensamente “moderada” e “centrista”, conformadora do senso comum, também acadêmico. Nunca o senso comum, forjado e “professoral” agora composto por um medíocre doxariado de tertulianos, colunistas e acadêmicos exibicionistas e bem financiados por interesses sinistros esteve tão longe do bom sentido.

A esquerda deve opor-se a isso em diversos planos: de imediato, criando meios alternativos (coisa facilitada em certo modo pela Internet, mas sabendo que pela internet se pode chegar, no máximo, a menos de 10% da população); insistindo, por mais difícil e ingrato que resulte, na necessidade de introduzir mais pluralidade nos meios existentes, quer dizer, denunciando – tão educadamente como se queira – o monopólio do doxariado nesses meios. E, em outro plano, mais de fundo, mais radical, fixando muito claramente nos programas políticos das esquerdas a necessidade de reconstruir o caráter democrático, quer dizer, público, e publicamente dotado, de boa parte dos meios de comunicação e informação.

Isso não passa necessária ou exclusivamente por sua nacionalização; também é concebível, paralelamente, um fundo de ajudas públicas que rebaixasse drasticamente as barreiras de entrada no mercado dos meios de comunicação e que atuasse em favor da liberdade desse mercado, combatendo com os mais variados instrumentos que as políticas públicas oferecem (inclusive uma severa disciplina fiscal sobre as rendas dos monopólios e a limitação ou mesmo a proibição da publicidade comercial) uma atroz deriva oligopólica carregada de consequências políticas gravemente nocivas para a qualidade da vida democrática. Na medida em que vários grandes grupos de comunicação se vêem afetados pela crise financeira galopante (pensem no grupo Chicago Tribune, do qual fazem parte o Los Angeles Times e o New York Times), é possível que a idéia de reconstruir um grande espaço público, democraticamente controlável, para a comunicação volte, direta ou indiretamente, à ordem do dia, inclusive por motivos grosseiramente econômicos.

Assim como a alternativa à nacionalização democrática do grosso da banca é hoje processo ulterior e delirante de concentração oligopólica do setor financeiro, a alternativa à renacionalização democrática de boa parte dos meios de comunicação (e/ou a severa regulação pública do mercado dos meios de comunicação num sentido antimonopolista) é hoje um ulterior e delirante processo de concentração oligopólica da propriedade privada desses meios de conformação e manipulação da opinião pública.

É ingênua a aspiração de que movimentos minoritários como o são os dos Fóruns Sociais, empreenderem iniciativas transformadoras que dêem uma virada neste sistema injusto, e em crise?

Domènech: Isso depende de qual seja essa aspiração. Os Fóruns Sociais desempenharam um papel muito interessante em uma época de euforia “globalizadora” e domínio praticamente incontestado de um ideário extremista surgido da derrota mundial do movimento proletário e popular mundial no final dos anos 70 do século passado. Essa euforia se acabou como consequência do suicídio do capitalismo financeirizado de estilo norte-americano. O que há que se ver agora é se os Fóruns Sociais podem jogar também um papel importante na reconstrução dos movimentos populares.

Esta será a maior, mais profunda e duradoura crise, que terá consequências devastadoras sobre as populações trabalhadoras e sobre os pobres de todo o mundo. O que ainda não se sabe é se a imensa maioria da humanidade conseguirá organizar-se de forma tal que consiga gravitar politicamente de maneira decisiva sobre o modo de sair desta crise, uma crise que, em cima, solapa com outras cargas de desafios: uma crise energética (a necessidade de sair da era dos combustíveis fósseis) e uma crise ecológica sem paralelo na história da humanidade (mudança climática, entrada do Planeta Terra na era do antropoceno). A mim parece que, na medida em que os Fóruns Sociais se ponham modesta e de maneira realista a serviço dessa tarefa reorganizadora das forças populares, suas aspirações não têm por que serem ingênuas.

Projetos como o da Revista SinPermiso estão proporcionando ferramentas muito úteis de reflexão para reforçar os argumentos dos movimentos cidadãos. Mas sua difusão é limitada, as pessoas que não têm acesso a internet terão dificuldade para lê-la, e em todo caso sua leitura requer um certo grau de preparação. Durante a plenária do Foro [Galego] uma intervenção criticou “a Academia”, ou os “especialistas”, que sempre estariam do lado do poder e os intelectuais das esquerdas que tinham traído os movimentos de base. Foi uma intervenção um tanto apaixonada, mas em todo caso pode ser sintomática de um sentimento habitual em determinadas organizações. Respondendo a essa intervenção, em que acreditas que possa trazer o pensamento acadêmico para o lado dos movimentos sociais?

Domènech: Esse debate já ocorreu outras vezes na história dos movimentos sociais e particularmente na história do movimento operário socialista. Os movimentos sociais transformadores precisam de “especialistas”? O velho Engels e o velho Marx pensavam que sim, sobretudo Engels, que morreu (em 1895) obcecado pela idéia de atrair engenheiros, médicos, economistas, sanitaristas, estadistas, naturalistas e juristas para o movimento operário e particularmente para a socialdemocracia alemã, de modo que pudessem ajudar na gestão de uma economia de transição democrática em direção ao socialismo. Ele queria evitar a todo custo que os socialistas passassem pelo mesmo que aconteceu aos jacobinos franceses de 1793, que tiveram de depender de “especialistas” reacionários que sabotaram a política republicana revolucionária, o que levou ao Terror.

Agora bem, tanto Marx como Engels estavam muito conscientes de que muitos dos intelectuais que cercavam o movimento operário eram mais “ideólogos” que especialistas técnica ou cientificamente competentes. E os velhos foram extremamente hostis a esse tipo de “intelectual” diletante, nada sólido cientificamente e sempre orientado segundo a direção dos ventos. Na minha opinião, o século XX deu razão aos velhos.

Marx chegou a dizer que essas pessoas “constroem uma ciência privada” com o objetivo trapaceiro de ter um lugar para si no mundo (também no mundo acadêmico), em flagrante violação de todos os códigos éticos mais elementares da investigação científica, que pertencem ao âmbito da razão pública. Essas pessoas, dizia Marx, não servem para nada: o que o movimento precisa é de especialistas de verdade, não personagenszinhos que se refugiam no assylum ignorantiae (asilo da ignorância) de uma “ciência privada” construído pro domo sua, em vez de participar, como mais um, da ciência normal e corrente, que é sempre o exercício público da razão (em parte por isso Marx foi hostil à idéia de que se pudesse falar de uma concepção “marxista” da história ou da economia, mas isso é outro assunto).

Boa parte dos intelectuais “marxistas” do século XX foram – ironias da história! - pessoas que construíram “ciências privadas” para si: desde os stalinistas da “ciência proletária” e da “lógica dialética”, até os pós-modernos “desconstrucionistas” e “relativistas”. Eu penso como os velhos: politicamente falando, essas pessoas não servem para nada e, além do mais, é estúpido tentar atraí-los, porque são birutas que se orientam e operam segundo os ventos. Há que se ter isso em conta, agora que a biruta parece começar a girar num sentido mais favorável para a esquerda.

O que necessitamos são especialistas competentes, não picaretas nem falsários especuladores a três por quatro (mesmo que estejam enganados por um “pensamento débil”), nem arbitrários cultivadores de “ciências privadas” arcanas. Ademais, sempre será mais fácil para um leigo controlar democraticamente um experto especialista de verdade, obrigado a falar na linguagem da razão e da deliberação públicas, que ao ideólogo da vez (o perito em “paz”, em “socialismo do século XXI”, em “desconstrução”, em “discursos de gênero”, em “biopolítica”, em pretensas “ontologias do social”, em “sociedade da informação” ou em “alterglobalização”) que, buscando fascinar a si mesmos e a estranhos com um jargão privado esotérico e apenas inteligível, termina por cultivar o que os franceses – que disso entendem muito! - chamam de bluff à l'expertise.

Outro termo que se presta a abusos e limitações é o de liberdade. E por isso me parece muito oportuna a definição que, desde um enfoque republicano, que tu e Daniel Raventós deram na mesa sobre a Renda Básica. Qual é a liberdade a que os movimentos cidadãos integrados no movimento altermundista aspiram, frente ao conceito “roubado” pelos defensores do modelo neoliberal?

Domènech: É o conceito de liberdade como capacidade para não ter de pedir permissão a ninguém em particular para poder viver. Esse é o velho conceito de liberdade republicana. Não é livre quem precisa pedir permissão a outro particular para viver, que não é materialmente independente de outro particular: não é livre o escravo, não é livre o trabalhador assalariado (“escravo em tempo parcial”, segundo a genial definição de Aristóteles, depois retomada por Adam Smith e por Marx), não é livre a mulher submetida ao pater familias. A democracia republicana revolucionária e o socialismo industrial trataram de universalizar esse conceito, foi isso o que fizeram: a democracia revolucionária, mediante a distribuição da terra a todos e a fundação de uma “república de pequenos proprietários agrários” (Jefferson), ou mediante garantia republicana de um direito universal e incondicional de existência material (Robespierre, Tom Paine), a democracia socialista posterior à revolução industrial, mediante uma associação republicana de produtores livres e iguais que se apropriam em comum dos meios e instrumentos de produção (Marx).

A idéia era que não só uns poucos tivessem a liberdade para viver sem necessidade de ter que pedir permissão a outros; a idéia era que todos tivessem essa liberdade. A luta pela universalização da liberdade republicana, tão antiga, segue sendo nossa luta e é o núcleo valorativo do socialismo democrático-republicano contemporâneo, entendido como um programa político de luta por uma cultura econômica, política e social capaz de realizar esse ideal nas condições de uma economia tecnológica e industrialmente desenvolvida.

Globalização/Mundialização: O lema principal dos Fóruns Sociais é o de que outro mundo é possível, ou a famosa consigna de trabalhar localmente para mudar globalmente. Mas segue tendo sentido pensar numa “boa mundialização”?

Domènech: Não, não tem o menor sentido. A chamada globalização foi um processo, em todos os aspectos político, de remundialização do capitalismo. Um processo paralelo à sua contra-reforma. O capitalismo posterior a Segunda Guerra Mundial pôde se reformar mais ou menos timidamente num sentido social, pela via de fixar e instituir internacionalmente o direito dos governos democráticos – segundo expressou Keynes, o que considerava o principal resultado de Bretton Woods - “a controlar os movimentos de capitais”, quer dizer, a desmundializar uma economia capitalista sem bridão nem freio que tinha levado a humanidade à catástrofe das duas Guerras Mundiais mais cruentas e terríveis que a história universal registra.

Qualquer alternativa razoável à catástrofe econômica e ecológica onde veio parar essa “globalização” passa, hoje, na minha opinião, por uma nova desmundialização, começando pela reinstauração do direito dos governos democráticos a controlarem os movimentos de capitais e pela devolução aos povos de sua soberania plena. O cosmopolitismo republicano de Kant e de Robespierre, e seu herdeiro direto, o internacionalismo socialista do movimento operário aspiraram à união fraternal dos distintos povos soberana e democrático-republicanamente constituídos, e isso nada tem a ver com a utopia pseudocosmopolita universal, que é tem sido sempre, desde os tempos de Diógenes, o cínico e Antístenes até o neoliberalismo de nossos dias, uma construção intelectual a serviço de causas imperiais inconfessáveis; a outra face, se queres dizer assim, dos nacionalismos belicosos etnicistas e antidemocráticos.

Entre outros efeitos do capitalismo, creio eu, há um que afeta diretamente as pessoas: a generalização do egoísmo. Eu tenho muitas discussões com amigos meus, muito céticos, que defendem que somos egoístas e malvados por natureza. Eu talvez seja um pouco ingênua e discordo, e me paro a pensar nos meus avós que viviam no campo e que se juntavam com os vizinhos para repartirem as tarefas, ou que tinham sistemas de ajuda mútua em caso de colheitas ruins. Sei que este comunitarismo era simplesmente uma característica da economia tradicional agrária que existiu até há muito poucos anos, e que tinha aspectos muito negativos, como o da posição da mulher, etc. Em todo caso, porém, tinha um elemento mais interessante como o do sentimento de comunidade. A ti parece que sou uma ingênua, realmente, ou tem sentido defender os valores da solidariedade na hora de propor uma transformação social?

Domènech: Esse é um assunto bastante complexo, e me é impossível tratar disso com uma resposta rápida. Mas, pergunta a teus amigos “egoístas” o que eles acham, egoistamente falando, da defesa da tese panegoísta, segundo a qual o único motivo da ação humana é o interesse próprio, indiferente aos demais. Porque se essa tese for verdadeira, não se vê, em todo caso, por que teriam de andar defendendo, por amor à verdade, o panegoísmo, uma tese que, aparentemente, não parece favorecer à promoção do seu interesse próprio (o interesse próprio estaria sempre melhor servido por alguma hipocrisia buenista): e em todo caso, perder tempo defendendo algo – seja o que for – por mero amor à verdade já é um tipo de conduta que não condiz nada bem com o “egoísmo” calculador e economizador de energia.

Diga-lhes que não odeiem tanto a si mesmos, que a contradição performativa em que foram pegos revela que eles mesmos não são tão egoístas como acreditam. Diz-lhes que são vítimas da propaganda do “senso comum” construído pelo doxariado de nosso tempo – essa coleção de pusilânimes! -, tão alijado do bom sentido da magnanimidade humana. Recruta-os para a tua causa, oferece-lhes o velho conselho aristotélico que está no coração axiológico do laicismo republicano e socialista: “Deixa de pensar mal de ti mesmo, e sê teu melhor amigo sempre”.

Na Mesa “O neoliberalismo em crise, para onde vai o sistema?” tu defendeste que a crise atual evidencia também o fracasso do intento de superar o choque de 1973, através da financeirização, do neoliberalismo e da remundialização do capitalismo. Muitas vozes durante o Fórum convocaram para aproveitar o fracasso do capitalismo para orientar o movimento altermundista em direção a ações políticas que nos levem a um sistema mais justo. Se acreditas que há alguma possibilidade disso acontecer, em que direção acreditas que poderia ser encaminhada essa ação política? Quais seriam os erros a serem evitados pela esquerda atual? Propostas como a da Renda Básica são apresentadas como reformas dentro do sistema porque, ainda que sejam conflitivas, como afirmas, não parecem diretamente dirigidas para acabar com o sistema, com o capitalismo. Agora que o sistema (o capitalismo e talvez o próprio Estado) parece desmoronar, haverá que se reformular propostas desse tipo, ou há nelas mais sentido do que nunca?

Domènech: Pode-se ver a crise atual como uma crise da economia real induzida por processos insensatos de desregulação, financeirização e remundialização das últimas décadas. Mas também se pode pensar que o neoliberalismo (como conjunto de políticas de despossessão dos direitos conquistados pelos trabalhadores e de despojo e privatização dos patrimônios comuns dos povos do mundo – incluído aí o patrimônio natural), a remundialização (sobretudo a reintrodução da plena “liberdade” de movimento de capitais) e a financeirização (a automação sem precedentes do setor financeiro e sua crescente conversão numa espécie de “esquema ponzi” fraudulento em escala mundial) têm sido estratégias distintas destinadas a superarem a crise clássica de “superprodução capitalista” (para citar Marx) ou de desmonte da “eficácia marginal do capital” (para citar Keynes) do final da Idade de Ouro do capitalismo socialmente reformado nos anos 70.

Neste segundo caso, estaríamos diante de uma crise não só do grosso das políticas contrarreformistas postas em prática pelas elites capitalistas nas últimas três décadas, senão diante de uma crise sistêmica do próprio capitalismo como forma histórica de civilização.

Seja como for, tanto num como noutro diagnóstico o essencial é, imediatamente, concentrar o grosso da força política contra as políticas agora manifestamente fracassadas (contra o neoliberalismo, contra a “liberdade” de movimentos dos capitais e contra o predomínio do setor financeiro). E concentrar essa força, sabendo que as forças próprias são bastante mais débeis – não é muito insistir nisso -; sabendo que nos anos 70 as forças populares sofreram, em escala mundial, uma tremenda derrota que ainda não foi revertida na maior parte do mundo, e sem dúvida não o foi na Europa e nos EUA. Reconhecer isso quer dizer reconhecer a necessidade de acumular forças, de dar tempo à reorganização, o que passa por encadear conjuntos de pequenas vitórias que vão devolvendo a confiança nas próprias forças às classes subalternas.

Os maximalismos do tudo ou nada sempre são perigosos, mas nas circunstâncias de debilidade própria como as atuais são ainda mais. Aqui, no Fórum Social Galego, escutamos pessoas que pensam como se da crise sistêmica do capitalismo se pudesse passar imediatamente ao socialismo, sem maiores mediações que não as oferecidas pelo tremular de uma bandeira de quatro consignas estremecidas. E isso é perfeitamente compreensível: durante anos e anos se disse às pessoas não só que “não há alternativa! (a TINA da senhora Thatcher)”, senão que o que existe é boníssimo; e, de repente, o existente se desmonta a olhos vistos, e todo mundo começa a falar, como se se tratasse da coisa mais natural do mundo, de grandes alternativas (até Sarkozy quer “refundar eticamente o capitalismo”; só os mais desavisados, como o presidente das Cortes espanholas, o ínclito “socialista” senhor Bono, atuam como se nada estivesse acontecendo, e seguem despachando a seu bel prazer, com declarações – certamente inconstitucionais – como as de que a liberdade do mercado e da empresa “estão acima dos direitos dos governos democráticos”). É natural que uma esquerda que teve de morder a língua por décadas salte agora, com a força da rolha de uma garrafa de espumante previamente agitada.

Um dos signos inconfundíveis da derrota de um movimento popular é a quantidade de possibilidades de pequenas reformas institucionalmente possíveis desperdiçadas. O “sistema”, ou o “capitalismo”, não é uma espécie de máquina de uma só peça, nem sequer de várias peças com engrenagens perfeitamente ajustadas. Essa visão, bastante comum entre as pessoas formadas no marxismo estruturalista e no pósestruturalismo franceses, é filha de uma ignorante concepção ahistórica e apolítica do capitalismo, que é, em troca, uma realidade histórica e política, e por isso mesmo, uma realidade que evoluiu para formas complexas e contraditórias: parte dessa evolução são as lutas sociais inflamadas que foram provocadas, lutas que cristalizaram secularmente numa multidão de costumes, leis, instituições e práticas tendencialmente anticapitalistas ou, ao menos, incongruentes com a cultura econômica e moral básicas do capitalismo: desde as grandes realidades institucionais, como os Estados sociais, os grandes sindicatos operários e ainda a própria instituição do sufrágio universal democrático – uma conquista do movimento operário do século XX -, até os pequenos “laços e lacinhos” criticados por Berlusconi como travas intoleráveis ao funcionamento cotidiano do que os neoliberais chamam de mercados “livres” (na realidade, mercados cativos da competição oligopólica, em que os grandes podem extrair a seu bel prazer, “livremente” e sem travas públicas, as rendas monopólicas mais escandalosas).

A derrota do movimento popular em finais dos anos 70 propiciou o progressivo desuso ou o abandono de muitas dessas potencialidades existentes (por exemplo, a filiação sindical), e depois, em parte por consequência, o ataque direto das elites às realidades institucionais e legais potencialmente anticapitalistas, entre elas o direito de filiação sindical ou o direito dos governos democráticos controlarem os movimentos de capitais. A mim parece que, dada a situação de partida, com forças notoriamente débeis e desorganizadas, trata-se também de começar recuperando o terreno perdido.

Por exemplo, um mero exemplo, mas de um país com muito menos tradição que a Europa ocidental em matéria de instituições decantadas historicamente como resultado de grandes lutas populares do passado: nos EUA, muitos proprietários de casas que caíram em inadimplência e estão a ponto de perder suas casas, descobriram agora que podem lutar legalmente contra seus bancos credores, amparando-se nas leis centenárias que obrigam a perdoar dívidas injustamente contraídas. As reformas, por menores que sejam, têm um sentido democrático e anticapitalista – a instituição de uma renda universal e incondicional de cidadania indubitavelmente tem esse sentido, porque subtrai uma área da vida social ao imperativo de trabalhar assalariadamente -, não só não são o contrário de uma mudança social e política radicais, senão que – como advertiu certeiramente Rosa Luxemburgo há mais de 100 anos – o complementam e ainda o orientam: permitem acumular forças progressivamente, dar confiança a quem luta por essas mudanças, e ampliar progressivamente a base social do quem não está disposto a tolerar que 10% da população viva tão inconsciente como abundantemente ao custo do resto da humanidade num planeta esgotado e cada vez mais parecido com uma estrumeira química, bacteriológico e radioativo.

Antoni Doménech é professor de Filosofia das Ciências Sociais e Morais na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Barcelona. Professor convidado do Instituto de Filosofia e Ciências do Espírito da Phillips – Universität de Margburg (2003-2004) e do Centro para Análise Econômico-social da École des Ponts et Chaussées de Paris (1990-1991). Autor de "De la ética a la política. De la razón erótica a la razón inerte" (Crítica, 1989), e "El eclipse de la fraternidad. Una revisión republicana de la tradición socialista" (Crítica, 2004). É editor da revista internacional Sin Permiso (2005-) e membro da secção espanhola do Basic Income Earth Network (Rede de Renda Básica).

Tradução: Katarina Peixoto

Enviada por:
Alexandre Carrodeguas -republicadetraballadoras@gmail.com- 26 de abril de 2009 17:14

___________________

http://www.cartamaior.com.br
________________

O Fondo Monetatio Internacional empeza a marcar o camiño

Por Juan Torres López
23.04.2009


No recente cume do G-20 botaron as campás ao voo polo compromiso de dedicar un billón de dólares para combater a crise. Xa sinalei que se trata dun brinde ao sol porque a magnitude da desfeita causada polos bancos internacionais é dun valor moitísimo maior. Fai un par de días publicouse o informe sobre estabilidade financeira do Fondo Monetario Internacional que dá uns cantos datos ben expresivos da situación mundial, do que faría falta para facerlle fronte e da insuficiencia das medidas que se están tomando. Aí van algúns:
  • As perdas contables por tenencia dos chamados produtos tóxicos serían de 4 billóns de dólares en todo o mundo, e de 2,7 en Estados Unidos.
  • As necesidades de financiamento nos mercados emerxentes para 2009 serían de 1,8 billóns de dólares.
  • Para volver á situación bancaria dos anos noventa sería necesaria inxeccións de capital por valor de 500.000 millóns de dólares en Estados Unidos, de 725.000 millóns na zona do euro, de 250.000 millóns no Reino Unido e de 225.000 millóns nas demais economías maduras de Europa
  • Polo demais, o informe é moi interesante para saber por onde van ir os tiros. Entre cousas fanse propostas e demándanse solucións como as seguintes.
  • Divulgación completa e transparente do dano sufrido polos balances bancarios, comprobada polos supervisores en base a criterios coherentes.
  • Deben imporse condicións estritas para a inxección de capital público.- A reestruturación quizá requira un traspaso provisional da propiedade ao Estado.
E unha perla final para saber por onde van ir as cousas: "Dado que nin a disciplina do mercado nin a supervisión pública bastaron para avaliar e conter debidamente a acumulación de riscos sistémicos, a mellora da regulación e a supervisión financeira son elementos crave para a prevención de crise. A énfase debe estar no xeito de detectar e mitigar os riscos sistémicos mediante unha regulación mellor".

É dicir, o que se propón é ir reformando pouco ás relacións financeiras internacionais. Tratarán de facelo lentamente pero o risco que teñen entre mans é que a operación sáltelles polo aire no camiño porque en realidade trátase de manter tal cal o sistema de base que é intrinsecamente inestable.

Un resumo do informe pódese ver aquí en formato -pdf- 13 páxinas:

Informe sobre a Estabilidade Financeira Mundial - Abril 2009 - Resumo Xeral
_________________

sábado, abril 25, 2009

O MpDC celebra a absolución das 10 persoas imputadas polos feitos de Toralla

AO TEMPO QUE CRITICA A FISCALÍA

O Movemento polos Dereitos Civís celebra a sentenza ditada a favor das persoas imputadas pola “invasión” da illa de Toralla (Ponteverdra). Se ben, o colectivo cuestiona o labor que fai a fiscalía. Así, Dereitos Civís pregunta porque se personou neste caso contra as e os participantes nunha acción lúdica e non o fai cando os corpos e forzas de seguridade actúan neglixentemente ao golpearen un mozo polas costas na Coruña ou cando tirotearon a un veciño de Meis ou agediron a un xornalista da CRTVG nas mobilizacions contra Reganosa, entre outras.

O Xulgado número 6 de Vigo ven de ditar sentenza absolutoria para as 10 persoas membros de A Ría Non Se Vende imputadas nun xuízo de faltas no que se lles acusaba “dunha falta leve de respecto e consideración debida á autoridade”. Os feitos xulgados refírense a unha concentración lúdica e pacífica na praia de Toralla que, o pasado 13 de setembro foi “invadida” por músicos, “piratas” e navegantes aventureiros que reivindicaban o dereito cidadán (estipulado pola lexislación vixente) de acceso ao litoral. Algo que nesa illa, símbolo da especulación, non se cumpre.

Os incidentes que deron lugar a este xuízo deriváronse da intervención dunha dotación policial antidisturbios cando o acto xa tiña rematado. A fiscal pedía para cada unha das persoas acusadas unha multa de 350 euros por considerar probado que proferiron insultos contra os policías actuantes. A sentenza, pola contra, considera que non quedou “acreditada a responsabilidade e participación dos denunciados” nos feitos que se lles imputaban.

Ademais, e polos mesmos feitos, un total de doce persoas foron sancionadas pola Subdelegación do Goberno con multas que oscilan entre os 350 e os 600 euros, sancións que, en base a esta resolución xudicial absolutoria, están sendo agora recorridas. É ao respecto desta, unha vez máis, desproporcionada actuación do binomio xustiza – policía que o Movemento alza a voz e lanza a pregunta que vén facendo logo de cada actuación irregular da policía: Por que se segue a alentar desde a xustiza a impunidade destes corpos e por que seguen a ser forzas de castigo e represión no canto de selo de seguridade cidadá.

Rosalía de Castro, 29-31. Galerías Belén, local 102 - 15701 Compostela

Contacto: Renato Núñez 610858850

Movemento polos Dereitos Civís
mpdc@movemento.org
En movemento
www.movemento.org
__________________

Xornadas soberanía alimentar no C.S. Atreu d'A Coruña

Programa das xornadas de soberanía alimentar que se levarán a cabo no Atreu

30 de Abril 09: Transxénicos e soberanía alimentar

Lidia Senra (Labrega sindicalista)

6 de Maio 09: Soberanía alimentar.

Tom Krucharz (Ecoloxistas en Acción e Verdagaia).

8 de maio 09: Encontro de cooperativas e asociacións de consumo da Galiza (Ourense, Compostela, Vigo, Lugo e Ferrol) e presentación Zocaminhoca (A Corunha)

15 de maio 09: "Alimentos transxénicos/alimentos ecolóxicos, ¿qué podemos comer?"

Ágatha Broeskamp (Horticultora ecolóxica e membra da Plataforma Antitransxénicos Tui) e César Lema (Productor ecolóxico e membro de Permacultura Galiza )

Todas as palestras serán no CS Atreu ás 20:30h.
_________________

Presentación do libro: “Traballo e Solidaridade na Peninsular Maderera e PYSBE”. Análise de dous históricos conflictos laborais no Ferrol dos anos 60

Fuco Buxán Asoc. Cultural
- Ferrol -fucobuxan@gmail.com-
25 de abril de 2009 15:33



Organizado pola A.C. “Fuco Buxán”

Presentación do libro: “Traballo e Solidaridade na Peninsular Maderera e PYSBE”. Análise de dous históricos conflictos laborais no Ferrol dos anos 60

Luns, 27 de abril, ás 20:00 horas, no Centro Cultural R. Carvalho Calero (Praza do Inferniño – Ferrol)

Intervirán:

Enrique Barrera Beitia
Historiador e autor do libro.

Germán Castro Tomé
Director do “Diario de Ferrol”

Ignacio Fernández Toxo
Secretario Xeral da Confederación Sindical de CCOO.

Francisco Varela Cachaza
Periodista de “La Voz de Galicia”

Entrada libre.
Visita a nosa web: www.fucobuxan.com

--
fuco buxán, a.c.
Aptdo Correos 240 C.P. 15400 Ferrol
Telef. 981325492
www.fucobuxan.com
fucobuxan@yahoo.es

_________________

venres, abril 24, 2009

Faltan os estudos de impacto ambiental: Os depósitos de hidrocarburos levantados no peirao de Ferrazo en Vilagarcia son ilegais, segundo o T. Supremo

Comité Cidadán de Emerxencia -comitecidadan@gmail.com-
23 de abril de 2009 16:45



O Tribunal Supremo confirma a ilegalidade dos depósitos de fuel de Vilagarcía.

O Tibunal Supremo confirmou que os depósitos de fuel en Ferrazo - Vilagarcía, levantados en plena zona marisqueira, tramitados sen os perceptivos estudos de impacto ambiental, son ilegais. Declara nulas de pleno dereito as resolucións da Consellería de Industria do ano 2000, confirmando así a setencia do TSXG que deu a razón á Plataforma en Defensa dá Ría de Arousa.

A sentenza recoñece que a Plataforma está lexitimada para actuar en defensa da riqueza marisqueira da Ría, da contorna paisaxística e da saúde e seguridade dos seus habitantes.
Esta sentenza, contra a que non cabo recurso algún, é outra vitoria máis da Plataforma de Defensa dá Ría e dos cidadáns de Pontevedra, na súa loita pola legalidade e pola vida.

Para este Comité Cidadán de Emerxencia da Ría de Ferrol, esta sentenza, é un argumento máis para en defensa da nosa Ría e das nosas vidas seguir proclamando:

¡¡ PLANTA DE GAS FORA DA RÍA ¡!.

Transcripción da noticia publicada no xornal "El País"

O Supremo confirma que os depósitos de fuel de Vilagarcía son ilegais

O tribunal anula a autorización concedida en 2000 pola Consellería de Industria

J. M. LÁZARO / E. LOIS - Madrid / Vilagarcía
EL PAÍS - 23-04-2009


A Sala do Contencioso do Tribunal Supremo ha confirmado que os depósitos de hidrocarburos levantados no peirao de Ferrazo, xunto a uns bancos marisqueiros en Vilagarcía de Arousa, foron tramitados sen os preceptivos estudos de impacto ambiental, polo que declara nulas de pleno dereito as resolucións da Consellería de Industria que autorizaron en 2000, baixo o Goberno de Manuel Fraga, as instalacións de almacenamento de produtos químicos e petrolíferos ás empresas Finsa e Foresa. A sentenza do Supremo confirma en todos os seus termos as do Tribunal Superior de Xustiza de Galicia, que en 2006 deu a razón á Plataforma en Defensa dá Ría de Arousa, e condena ás empresas a pagar as costas ...

A sentenza do Supremo, da que foi relatora o maxistrado José Manuel Bandrés, confirma a decisión do Tribunal Superior galego sobre a lexitimación da Plataforma para impugnar as resolucións da Xunta, xa que en 2000 España ratificara o Convenio da ONU sobre participación do público no acceso á xustiza en materias de medio ambiente. Segundo o Supremo, os expedientes de autorización das instalacións non puideron ser excluídos do exame de impacto ambiental, ao ter "efectos significativos e relevantes" sobre o medio ambiente. O fallo refírese á natureza da actividade desenvolvida, a clase de produtos almacenados e o risco das operacións dun complexo de 80.000 metros cúbicos, próximo a núcleos urbanos e nunha contorna "de especial relevancia paisaxística". A instalación dos depósitos, que propiciou o tráfico de buques cargados de fuel polo interior da ría, provocou no seu día unha onda de protestas de ecoloxistas, mariscadores e bateeiros. Os mexilloeiros chegaron a bloquear Vilagarcía con barricadas incendiarias e protagonizaron unha batalla campal coa policía.

A sentenza agrega que as repercusións poden incidir negativamente no ecosistema, provocar contaminación das augas marítimas e da atmosfera e degradar a riqueza mariña, "o que comporta que as resolucións da Delegación Provincial de Pontevedra da Consellería de Industria e Comercio de 5 de abril de 2000 incorran no motivo de nulidade de pleno dereito". A sentenza desestima un dos argumentos das empresas, que invocaban a falta de legitimación da Plataforma en Defensa dá Ría de Arousa. O tribunal alega que ese grupo "asume a defensa dos dereitos e intereses lexítimos colectivos que resultan afectados as resolucións administrativas que permitiron no seu día a instalación dos depósitos". O Tribunal sostén, ademais, que a plataforma está acreditada para impugnar as resolucións da Xunta de Fraga "cando estas afectan a intereses colectivos como o medio ambiente e a protección da saúde". A actuación dun colectivo cidadán que, invocando a defensa do medio ambiente, instou á Administración a revisar de oficio actos nulos de pleno dereito, "non constitúe un exercicio abusivo nin contrario ao principio de boa fe [como alegaban as empresas], ao postular accións que ampara o ordenamento xurídico", afirma o fallo do Supremo.

Con esta sentenza, a Plataforma en Defensa dá Ría de Arousa gaña outra batalla máis nas tres frontes xudiciais abertos, un contra a licenza municipal dos depósitos, outro pola concesión administrativa e o último polas resolucións da Xunta, cuxa nulidade se confirma e contra as que xa non cabe ningún recurso de amparo. O Tribunal Supremo xa declarara, en xuño de 2007, a ilegalidade da autorización concedida polo Goberno de Fraga ás empresas madeireiras que xestionan os depósitos. O bipartito da Xunta tentou entón negociar un cambio nos usos da instalación. Finsa e Foresa recorreron en casación, pero tamén esgotaron este último cartucho na longa batalla legal.


Unha lenta resposta

E. L. - Vilagarcía de Arousa
EL PAÍS - 23-04-2009


A resposta xudicial foi lenta, pero se encamiña cara ao obxectivo final, perseguido pola Plataforma en Desfensa dá Ría de Arousa, de desmantelar os tanques de Ferrazo polo que viñeron mobilizándose os máis de 30 grupos integrados no colectivo. A plataforma cidadá ha alertado do perigo potencial que entrañan os depósitos para o núcleo de poboación máis próximo, o de Vilagarcía, e tamén para o futuro da ría de Arousa e os seus sectores produtivos derivados do mar. O tráfico pola ría de embarcacións cargadas de fuel é outro dos riscos que entraña a instalación industrial.

O Supremo non fixo máis que acumular razóns de peso a favor das reclamacións da plataforma. E a xustiza, até agora, foi por diante dos políticos. A pesar dos sucesivos fallos dos tribunais, que van perfilando outro futuro para os depósitos de fuel, estes non se trasladaron a outra contorna máis segura para a poboación, como viñeron reclamando uns colectivos que non están dispostos a aceptar un simple cambio de uso, senón que esixen o seu desmantelamento.

Fonte: El País


Clicar acima da imaxe para ampliar

Documentación:

O xornal dixital Xeracionweb publicaba unha noticia relacionada a principios de Xullo do ano 2007. case dous anos para que o mencionado Tribunal ditara Sentenza definitiva:

Noticia publicada en Xullo de 2007

O Alto Tribunal emitiu en xuño de 2007 unha providencia que anulaba o recurso de casación presentado por Finsa e Foresa, propietarias dos depósitos de Ferrazo.

_________

Comité Cidadán de Emerxencia para a Ría de Ferrol
comitecidadan@gmail.com
http://comitecidadan.org

__________________

A Rede Galiza Non Se Vende perante a mudanza de goberno

Rede "Galiza Non Se Vende" 24.04.2009

O 16 de Abril o Parlamento galego xurdido das últimas eleccións autonómicas investiu a Nuñez Feijóo como novo presidente da Xunta. De novo o PP volta gobernar Galiza. A Rede GNSV, formada na lexislatura que acaba e moi crítica co goberno saínte, desexa posicionarse publicamente a respecto do período que se abre coa maioría absoluta do Partido Popular.
A Rede Galiza Non Se Vende naceu en Novembro de 2007 como evolución da Rede Litoral Vivo, constituída en Febreiro do mesmo ano por diferentes colectivos ecoloxistas e sociais. A Rede GNSV xurdiu estando PSdeG-PSOE e BNG no goberno galego fronte a unhas políticas e prácticas ambiental e socialmente destrutivas, para defender un ordenamento territorial baseado na sustentabilidade ecolóxica e a xustiza social.

Do Parlamento electo nas pasadas eleccións autonómicas sairá un novo goberno, máis, moi probablemente, debido á xa coñecida traxectoria do PP, non á mudanza de rumo que este país e todo o mundo necesita para saírmos da acumulación de crises que alimentamos e padecemos. Se o bipartito foi continuísta, do novo goberno e Parlamento, qué podemos agardar? E se nos guiamos polo labor do PP no goberno e na oposición, polo feito por PSdeG-PSOE e BNG durante esta lexislatura, polo discurso dos tres durante a campaña, e polas declaracións que vén facendo o novo presidente da Xunta… a situación é preocupante.

A Rede Galiza Non Se Vende olla con preocupación as declaracións que Alberto Núñez Feijoo vén realizando. Se grande é o seu desprezo pola lingua, que rexeitamos, maior aínda semella a súa falta de respecto pola terra. Todo indica que o novo goberno autonómico, escudado na crise, non se vai limitar a continuar coas políticas destrutoras do territorio senón que procederá ao seu endurecemento, sen corrixir as prácticas recentemente denunciadas polo Informe Auken no Parlamento Europeo, e empeorando con isto a xa grave situación ambiental e social, local e global.

Evidentemente a razón de ser de GNSV non desaparece coa mudanza de goberno. A Rede continuará a traballar por unha terra viva e unha vida digna para tod@s e farao goberne quen goberne, por iso continuaremos a esixir que se deteña a destrución do territorio e que este se ordene de forma democrática, participativa e seguindo criterios de sustentabilidade ecolóxica e xustiza social.

Asfalto e formigón non son progreso. O tixolo e a marbellización do litoral galego non fan parte da solución, están no cerne do problema. A acuicultura industrial destrúe a terra e o mar. Os recheos nas rías estragan a riqueza natural destas. A minaría a ceo aberto erosiona a biodiversidade e mata o medio rural. Os portos deportivos indiscriminados alteran as correntes e destrúen recursos pesqueiros… As políticas de destrución ambiental e social son absurdas e suicidas, por moito que haxa quen se lucre con elas.

Goberno e Parlamento deberían comezar a lexislatura non atacando a nosa lingua e a nosa cultura senón comprometéndose á prohibición, de facto, de construír a 500 metros da costa e impedindo o emprego especulativo do territorio.

Completando de xeito efectivo e racional o saneamento integral e o tratamento de residuos urbanos do 100% da poboación galega.

Ampliando a superficie natural protexida e dotando de contido real ás diferentes figuras de protección, e respectando tamén paisaxe e patrimonio.

Promovendo o aforro enerxético, implementando redes de carrís bici, promocionando o transporte colectivo intermodal e de proximidade, e paralizando infraestruturas elitistas e agresivas como o AVE. E establecendo unha moratoria a novas autovías, das que Galiza posúe un quilometraxe por habitante moi superior á media española e europea.

Retirando as industrias perigosas e contaminantes e normativizando o seu troco cara a tecnoloxías limpas e sen riscos en espazos axeitados.

Respectando de xeito estrito a abundante lexislación e facilitando, en fin, a participación e libre expresión da cidadanía, tal como esixen as leis, e rendendo contas sen agardar aos resultados dunha nova consulta dentro de catro anos.

A grave crise mundial na que estamos inmers@s non é só económica e financeira senón tamén de modelo de desenvolvemento e enerxética. Se lle engadimos os negativos e irreversibles impactos do cambio climático, a única alternativa posible é un xiro radical que aposte firmemente por un decrecemento racional.

É necesario mellorar e desenvolver redes de transporte público de proximidade; a autosuficiencia, o aforro e a eficiencia enerxética cara ao emprego dun 100% de enerxías renovables e á progresiva eliminación do uso das que non o son; un urbanismo racional que contemple as necesidades reais de vivenda e solo industrial e unha atención máxima polo medio natural.

O respecto á organización tradicional do territorio, ós seus usos e á súa identidade, o potenciamento do sector primario, a promoción da agricultura ecolóxica e da soberanía alimentaria libre de transxénicos, son fórmulas ineludibles. Alén disto, a relación coas outras comunidades e pobos do estado, Europa e o resto do planeta ten que darse en igualdade de condicións, non con pura competitividade, senón con solidariedade e complementariedade.

GOBERNE QUEN GOBERNE, GALIZA NON SE VENDE
Por unha terra viva e unha vida digna para tod@s

info@galizanonsevende.org
http://galizanonsevende.org
______________________________

24 e 26 de Abril, presentación do “Centre de Recerca i Informació en Consum (CRIC)” en Ferrol Vello e Feira da Plantación en San Sadurniño

Elena López -elenuli@hotmail.com-
24 de abril de 2009 10:05

HOXE!! CHARLA REVISTA OPCIONS

Novas:

- Charla presentación do CRIC

O venres 24 de abril (ás 19:30h, no local da AA.VV de Ferrol Vello -Rúa do Curro nº1-) Montse Peirón dará en Ferrol a primeira dunha serie de charlas que levará a cabo por toda Galiza. Montse Peirón é membro do “Centre de Recerca i Informació en Consum (CRIC)” e directora da revista de Información para un consumo consciente e transformador “Opcions”.


- Feira da Plantación

O domingo 26 de abril acudiremos á Feira da Plantación no patio do Colexio de San Sadurniño (Avda. Marqués de Figueroa s/n)..

Esta feira está organizada pola ACDM Bidueiro e conta co apoio do Concello de San Sadurniño. O seu obxectivo é divulgar e amosar os produtos relacionados coas plantas ornamentais e os cultivos de horta. Deste xeito, haberá exposicións de viveiros, floristerías, produtos locais, maquinaria ou artesanía.

Asemade este ano estará presente a Cooperativa A Xoaniña, que se dedica á distribución de produtos ecolóxicos. Aproveitando a súa participación está organizada unha charla sobre a "Agricultura Ecolóxica e Consumo Responsable", que terá lugar ás 12:30 horas na Casa da Cultura de San Sadurniño.

Igualmente, para os máis cativos, organízase un obradoiro sobre "Aprendemos a sementar", que se desenvolverá pola mañá, e outro sobre "Traballamos o barro", que comezará a partir das 17 horas.
________________

Nota:
Imaxe do grupo de consumo responsábel Zocamiñoca d'A Coruña
_________________

O Ateneo Ferrolán publica o nº 34 de "Atenea", revista trimestral de actualidade e cultura

SUMARIO ATENEA 34

EDITORIAL: ATENEO FERROLÁN: 1879-2009

SERVIZOS
  • HEMEROTECA-BIBLIOTECA
  • HISTORIAS DA NOSA BIBLIOTECA-HEMEROTECA (7)
  • RECUPERACIÓN, DIXITALIZACIÓN E POSTA EN VALOR DA BIBLIOTECA- HEMEROTECA
  • A BIBLIOTECA-HEMEROTECA DO ATENEO FERROLÁN: por Carmen González Picallo
FALAMOS DE...
  • DOCUMENTAL: “ASTANO, A FORXA DUN SOÑO”
XENTES
  • RAMÓN PIÑEIRO: DÍA DAS LETRAS GALEGAS 2009
BREVES
  • SANTIAGO DE LA IGLESIA: FUNDADOR DO ATENEO FERROLÁN
  • 23 DE ABRIL: DÍA MUNDIAL DO LIBRO
  • O ATENEO FERROLÁN, USUARIO DE FLOCOS TV
  • VI FESTIVAL “CONSPIRANDO POR UNHA RADIO LIBRE”
  • REIVINDICACIÓN: CARVALHO CALERO, DÍA DAS LETRAS GALEGAS 2010
  • SOCIAS E SOCIOS DO ATENEO: DESCONTOS DO 20% NO TEATRO JOFRE
PROGRAMACIÓN
  • MARTES DE CINE: CICLO CINEMAS DIXITAIS
  • PROGRAMACIÓN ABRIL-MAIO-XUÑO
TEATRO
  • 27 DE MARZO, DÍA MUNDIAL DO TEATRO
CONVOCATORIAS
  • XIX CONCURSO INTERNACIONAL DE GAITA GALEGA “CONSTANTINO BELLÓN” 2009
ARTIGOS
  • ENSINO PÚBLICO NA FAVELA (I), por Carlos Castro Pinhão
  • “A LINGOA, SANLE DO ESPRITO”, por Ramón Piñeiro
  • “PASIÑOS NUN CAIXÓN”, por Francisco Narla
  • REFLEXIÓNS, por Eliseo Zaera
  • OLLADAS EN RAMÓN PIÑEIRO, por Luís Alonso Girgado
MULLER
  • 8 DE MARZO, DÍA INTERNACIONAL DAS MULLERES
O PARNASO
  • Celso Emilio Ferreiro
  • Miguel Ángel Alonso Diz

Protección de Datos debe esclarecer a situación de preto de 60 cámaras de vídeo vixilancia instaladas no edificio Telefónica da Coruña

Recentemente, o MpDC tivo coñecemento sobre o sistema de vídeo-vixilancia instalado no edificio da mercantil Telefónica España S.A.U. sito na cidade da Coruña. Así, no exterior e interior de devandito edificio, están instaladas preto de sesenta cámaras de vídeo vixilancia. Ante tales feitos, esta asociación ponse en contacto coa Axencia Española de Protección de Datos para procurar o esclarecemento de varias cuestións que son de vital importancia no que respecta aos dereitos das persoas.

As cámaras atópanse situadas no exterior de devandito edificio e están orientadas á vía pública, ao que hai que engadir que algunhas das que se atopan no vestíbulo controlando o taboleiro sindical. O dito taboleiro foi cambiado de lugar pasando a estar situado nas proximidades das videocámaras para gravar dun modo máis eficaz a cantos se dirixen ao mesmo, tanto a observar como a colocar boletíns informativos, o que viola claramente tanto a intimidade persoal como a liberdade ideolóxica e por suposto a liberdade de afiliación sindical. Estes feitos denotan, ao ver do colectivo, un excesivo control de Telefónica España SAU sobre os seus traballadores.

Os dispositivos gravan a cantos cidadáns transitan polas proximidades do edificio e as pantallas de control das imaxes están á vista de cantos transitan polo exterior, vulnerando o dereito á intimidade. Tales artefactos de gravación comezaron a funcionar sen que os traballadores nin os representantes sindicais recibisen comunicación da súa posta en funcionamento.

En primeiro lugar, o Movemento denuncia que adoptar como medidas a instalación de cámaras sen existir indicios nin motivos suficientes para a súa instalación resulta moi gravoso e desproporcionado a respecto da finalidade perseguida, pois de existir indicios que xustifican o principio de proporcionalidade, parece obriga de devandita empresa a de facilitar alternativas. Desde o Movemento afírmase tal cousa xa que esa mesma cámara recolle a vida diaria de cantos cidadáns pasan por diante do edificio, invadindo a súa intimidade.

Por todo o exposto, o MpDC solicita que a Axencia Española de Protección de Datos informe quen é o responsable do tratamento de datos e, xa que logo, do ficheiro de imaxes gravadas polas cámaras ademais de se o ten inscrito no Rexistro Xeral de Protección de Datos da Axencia Española de Protección de Datos.

Ademais, o Movemento pregunta á AEPD se a empresa encargada de instalar as cámaras se atopa incluída no Rexistro destinado a proceder a instalacións, nese caso, dispón de licenza do mesmo xeito que pide ao organismo estatal que sancione os feitos segundo a lexislación vixente.

Esta asociación agradecería á Axencia Española de Protección de Datos que investigase sobre os feitos anteriormente expostos, así como do cumprimento dos requisitos esixidos pola normativa imperante tanto en materia laboral, como de protección de datos e do cumprimento da normativa vixente en materia de vídeo cámaras en lugares públicos manténdonos informados de cantas actuacións leven a cabo con relación a este asunto.

En movemento
www.movemento.org

Movemento polos Dereitos Civís. r/ Rosalía de Castro 29. Galerías Belén 102.15703 Santiago de Compostela. mpdc@movemento.org

Contacto: 610858850 (Renato Núñez)
______________

xoves, abril 23, 2009

Sinaturas pola lingua

Elena López -elenuli@hotmail.com-
23 de abril de 2009 22:02



Malos tempos se aveciñan para a língua galega coa chegada ao poder dun partido popular empeñado en facer políticas que a fagan desaparecer. Se consideras que o galego é un patrimonio de todos e todas os galegos e galegas e principal rasgo da nosa identidade propia e independentemente de que sexas ou non sexas galego-falante crees que o galego debe conservarse para as xeracións vindeiras ao igual que os nosos pais e avós no lo fixeron chegar a nós, podes asinar o manifesto pola convivencia lingüística e igualdade de dereitos para o galego na seguinte ligazón:

http://www.amesanl.org/campanhas/convivenciaeigualdade.htm


Fas máis falta que nunca e non che levará nada de tempo. Difúndeo.
__________________________________

EU ve necesario abordar a reelaboración dun novo convenio que forneza a prestación de servizo público dun albergue de transeúntes para os sen teito

eu-ferrolterra@esquerdaunida.org
23 de abril de 2009 15:29


Prezad@s amig@s: vaivos no arquivo un terceiro comunicado de prensa do Grupo Municipal de EU en relación coa necesaria reelaboración para o ano que vén do convenio co Juan Cardona para o albergue. Grazas pola vosa atención. Un saúdo, Ramiro Marier

Ferrol, 23 de abril de marzo de 2009
  • O GRUPO MUNICIPAL DE ESQUERDA UNIDA CONSIDERA NECESARIO COMEZAR A ELABORACIÓN DUN NOVO CONVENIO CO JUAN CARDONA PARA O ANO QUE VÉN
  • UN REGULAMENTO DE RÉXIMEN INTERNO, UN MEIRANDE INFORMACIÓN E A FISCALIZACIÓN DAS ACTIVIDADES, EIXOS A INCORPORAR NO VINDEIRO CONVENIO
Esquerda Unida votou a favor da prórroga até decembro do convenio co Juan Cardona na comisión informativa de benestar de hoxe, xoves, 23 de abril. No actual momento económico e social, cunha durísima crise económica, semella indispensable afortalar todas as iniciativas posibles para estender e ampliar a protección social, aínda en demasía feble e insuficiente.

Sari Alabau e Roberto Artabe, membros do Grupo Municipal de EU nesa comisión, avanzaron a necesidade de abordar neste meses vindeiros a reelaboración dun novo convenio que forneza a prestación de servizo público dun albergue de transeúntes para os sen teito.

Nas intervencións dos representantes do Grupo Municipal de Esquerda Unida consignáronse outras demandas relativas a mellorar a fiscalización das actividades abranguidas polo convenio e a relevancia de dispor dun anovado regulamento de réxime interno que sirva para atender as necesidades reais dos usuarios e usuarias do albergue, caso dos horarios e condicións de uso.

No intre actual, caracterizado pola máis fonda crise económica ocorrida dende o crac do 29, semella indispensable unha actuación planificada decidida das administracións públicas para desenvolver cantas iniciativas públicas melloren e estendan a cobertura social para a poboación en situacións de extrema necesidade como acontece no caso que nos ocupa.
______________

mércores, abril 22, 2009

Os adiviños do Banco de España

Por Juan Torres López e Juan García Caselles
21.04.2009

O gobernador do Banco de España volveu a facer unhas declaracións nas que anuncia un segura crise das pensións públicas se non se adoptan as reformas que casualmente benefician aos bancos privados. Xa falei noutras ocasións sobre o furuto das pensións e sobre a natureza real deste tipo de análise pero agora quero traer aquí un artigo que mostra a real capacidade de anticipación que teñen os adiviños que como o gobernador permítense falar á xente coma se fosen deuses. Como se pode ter por serios e rigorosos a semellantes pontífices do erro?

A HISTORIA DE MAFO O ADIVIÑADOR

Por Juan García Caselles

Baixo o paternal auspicio de Solbes, o 18 de xullo (día premonitorio) de 2.006, MAFO, tamén coñecido como Miguel Anxo Fernández Ordóñez, tomou posesión do seu cargo de Gobernador do Banco de España. Faltaban menos de catorce meses para que a crise aparecese (final do verán de 2.007). A pesar das súas dotes adiviñatorias e o seu sisudos estudos, non nos anunciou nada respecto diso.

En: elmundo.es

A finais de xaneiro de 2.007, cando só faltaban sete meses para o inicio da crise, Mafo prometíallas moi felices con algún problemilla como a inflación e o déficit da balanza comercial.

"O responsable do Banco de España recalcou que o Estado español leva 13 anos de crecemento económico ininterrompido, e atribuír ao -efecto expansivo- das baixadas de tipos de interese, as políticas fiscais aplicadas desde 1994 e as depreciacións cambiarias que se aplicaron nos anos 90 antes de que a peseta integrásese no euro".

Iso si sinalaba algún outro problema: Entre os desequilibrios, o gobernador destacou o "forte crecemento" do endebedamento das familias para a compra de vivenda. No entanto, sinalou que este endebedamento hipotecario estase reducindo "suavemente", do mesmo xeito que "está baixando algo" o crédito ao consumo, mentres que crece de xeito moi destacado o investimento crediticio das empresas.

Recoñeceu que hai unha "sobrevaloración" nos activos inmobiliarios, aínda que mantivo que esta apreciación é relativa, xa que o prezo dun activo depende de se hai demanda disposta a pagalo. En todo caso, aventurou que "non haberá caídas" de prezos no sector, senón que se volverá á "senda" de crecementos máis moderados, o que xa se está dando e servirá para "un reequilibrio da economía española". De crise, nada de nada.

En: elperiodico.com

En xuño de 2.007, cando xa se lle vían os cornos a touro, Mafo falou de "posible desaceleración cíclica" e recomendaba abaratar o despedimento e desligar as subidas salariais do IPC: afirmou que os "dous problemas" do mercado de traballo son os "mecanismos de rixidez" da negociación colectiva, porque non facilitan a adecuación dos incrementos salariais ás características particulares das empresas, e os "elevados" custos de despedimento dos contratos indefinidos, que fan que as compañías opten pola contratación temporal.

"Unha desaceleración cíclica da economía afectaría en menor medida aos salarios, pero prexudicaría ao emprego temporal, o que non permitiría garantir a xeración de postos de traballo". Ou sexa, que o pato pagaríano os de abaixo para que as empresas (os capitalistas) seguisen gañando diñeiro.

Precisou "que aínda se manteñen importantes soportes para o dinamismo da vivenda a medio e longo prazo. Noutros momentos baixos do ciclo -evocou- estes factores non se daban....Por outra banda, a morosidade bancaria segue en niveis mínimos". Niso da vivenda non acertou nin unha. Pero foi o primeiro en inventar o da desaceleración, pero de crise non sabía nada Recordemos que en novembro de 2.005 Solbes reprendía a Caruana, entón Gobernador do Banco de España polas súas críticas á política orzamentaria do Goberno, pero non se lle ocorreu facer o mesmo con Mafo.

En: larioja.com

E nos días despois, cando xa empezaba a cruxir a cousa, Mafo volveu advertirnos sobre a necesidade de que a banca sanease os seus investimentos, pero cría, listo el, que as familias íanse adaptando ás subidas dos tipos de interese. Iso si, de crise de verdade, nada de nada. Máis gordo cando outro gobernador do Banco de España (Vermello) advertira en 2.006 de que tiñamos a crise encima.

En: elpais.com

En setembro de 2.007, cando xa estabamos dentro a crise de fouce e coz, Mafo aconsellaba ao goberno prudencia orzamentaria. "nestes momentos de incerteza non hai que tocar o superávit orzamentario que é o que dá tranquilidade". "A miña recomendación en política económica é a prudencia e a cautela".

Calquera tentación de facer políticas de alegría sería contraproducente". Iso si, da crise non sabía nada. Por iso dicía que "se o Goberno aumenta excepcionalmente o gasto ou renuncia a ingresos por motivos electorais, pode ter despois un efecto moi negativo que obrigue ata a subir os impostos no futuro". Acertado o home.

En: elmundo.es

Na comparecencia ante o Senado de 23 de novembro de 2.007 Mafo afirmou que "o crecemento da economía española en 2008 pode alcanzar o 3%, aínda que, iso si, matizou, sempre que as turbulencias, é dicir, a crise crediticia, teñan unha duración limitada". Coa desenvoltura que lle caracteriza criticou as políticas dun Goberno que empezaba a realizar tímidos intentos de política antidepresión con medidas para inxectar diñeiro na economía e favorecer as rendas máis baixas, que son as que manteñen o gasto. Aínda o home non vía crise, auque, curioso, empezaba a sospeitar que se podía agravar.

En: elmundo.es

Pois ben, este señor que se permite o luxo de criticar ao Goberno, de apoiar aos empresarios e a dereita con todas as súas forzas, que no canto de realizar informes económicos ao Goberno, como é a súa obrigación, dedícase desde fai tempo a realizar todo tipo de previsións agoreiras, por exemplo avisar que a crise vai durar un ano máis do que acababa de dicir o Ministro de Facenda. Ao mesmo tempo defende políticas antisociais con todo descaro, como propor que se alargue a xubilación ata os 67 anos, que se aumente o número de anos de cotización para o cálculo da base reguladora, como fixeron Francia e Austria ou que se reforme "canto antes" o sistema de pensións para que sexa "menos traumático". E logo de defender uns días antes o despedimento libre, agora afirma que este ano podería "desaparecer" o superávit da Seguridade Social. Pero o máis marabilloso é que é capaz de atisbar que para o 2.025 crebará a Seguridade Social.

Como se atreve a vaticinar nada ou a dicir que medidas deben tomarse cando nunca dá nin unha, se coa crise nos seus fociños non foi capaz de vela? ... Que merda de técnicos nos gobérnan?

Fonte: http://juantorreslopez.com/
_________________

martes, abril 21, 2009

A Lexicon of Disappointment - Glosario do desencanto

Por Naomi Klein [*]
21.04.2009


Non todo vai de marabilla en Obamafanland, e non está moi claro a que pode ser debido o cambio de humor. Quizais sexa debido ao rancio aroma que emana do último rescate bancario realizado polo Departamento do Tesouro. Ou á noticia de que o principal asesor económico do presidente, Larry Summers, gañou millóns de dólares cos mesmos bancos e fondos de alto risco de Wall Street aos que agora protexe dunha nova regulación. Ou quizais comezou antes, co silencio de Obama durante o ataque de Israel a Gaza.

Sexa cal for a pinga que colmou o vaso, un crecente número de entusiastas seguidores de Obama están comezando a entrever a posibilidade de que o seu home non vaia, en realidade, salvar o mundo, por moita esperanza que poñamos niso.

O que, xa que logo, é unha boa cousa. Se a cultura de superfans que levou a Obama ao poder ha de transformarse nun movemento político independente con forza dabondo para producir programas capaces de facer fronte á actual crise, imos ter que deixar de lado, todos, as esperanzas e comezar coas demandas.

No entanto, un primeiro paso consiste en comprender totalmente esa terra de ninguén en que se achan moitos movementos progresistas estadounidenses. Para conseguilo, necesitamos unha serie de novos termos, específicos para este momento de Obama. Aí van uns cantos.

Resaca da esperanza. Do mesmo xeito que a outra, a resaca de esperanza provén dun exceso dalgunha sustancia que no seu momento tiña bo sabor, pero que a final de contas non era moi saudábel, e que levou a sentimentos de remordimiento e ata de vergoña. Frase tipo: “Cando escoitei o discurso económico de Obama o corazón se me disparou. Pero máis tarde, cando intentei contarlle a un amigo os plans do presidente para os millóns de despedimentos e execucións hipotecarias decateime de que non tiña nada que dicir. Teño unha resaca de esperanza do demo”.

Montaña rusa da esperanza. Como as outras montañas rusas, esta describe as emocionantes subidas e baixadas da era Obama, as viraxes que van da alegría de ter un presidente que promove a educación sobre sexo seguro ao desalento de ver que se descartou a posibilidade de alcanzar un sistema de saúde de pagador único, precisamente nun momento en que podería facerse realidade. Frase de mostra: “Flipei cando Obama dixo que ía pechar Guantánamo, pero agora queren asegurarse de que os prisioneiros de Bagram non gozan de ningún dereito. ¡Paren esta montaña rusa que me baixo!

Nostalxia da esperanza. Como a xente con saudade, a xente afectada pola nostalxia da esperanza é intensamente nostálxica. Bota a faltar o subidón de optimismo da campaña electoral e segue intentando volver capturar ese cálido e esperanzado sentimento; xeralmente, utiliza para iso a esaxeración do significado de accións decentes relativamente leves realizadas por Obama. Frase de mostra: “Estaba realmente afectado de nostalxia de esperanza pola escalada en Afganistán, cando vin un vídeo de YouTube con Michelle na súa horta de cultivo orgánico e tiven a sensación de que estabamos de novo no día de toma de posesión. Pero unhas horas máis tarde, cando me decatei de que o goberno de Obama ía boicotear unha importante conferencia das Nacións Unidas sobre o racismo, a nostalxia de esperanza regresou con toda a súa forza. Así que me dediquei a mirar fotos de Michelle vestida con roupas deseñadas por modistas independentes de diferentes orixes étnicas. Algo de axuda si foi”.

Colgados da esperanza. A medida que retrocede a esperanza, o colgado da esperanza, como o colgado da droga, vive no recollemento, intentando calquera cousa para apartarse da sustancia en cuestión. (Trátase dun estado relacionado coa nostalxia da esperanza, pero máis grave e que afecta sobre todo a homes de mediana idade). Frase tipo: “Joe díxome que está convencido de que Obama meteu a Summers deliberadamente en todo isto para que meta a pata co do plan de salvamento bancario, o que deixaría a Obama coa escusa que necesita para facer o que realmente quere facer: nacionalizar os bancos e convertelos en cooperativas de crédito. Está realmente colgado (da esperanza), este Joe”.

Esperanza esnaquizada. Como o amante que está co corazón esnaquizado, a fan de Obama coa esperanza esnaquizada non está enfadada, senón terriblemente triste. Proxectou no seu ídolo unha serie de poderes mesiánicos e agora está desconsolada no seu desencanto. Frase tipo: “Cría sinceiramente que Obama obrigaríanos, por fin, a facer fronte ao legado do esclavismo neste país, e a iniciar unha conversación nacional seria sobre cuestións de raza. Pero, agora, resulta que nunca menciona o tema, e está utilizando argumentos legais bastante revirados para non afrontar sequera os crimes dos anos de Bush. Cada vez que o oio dicir -Sigamos adiante-, esnaquízame a esperanza outra vez”.

Retroceso da esperanza. Como calquera outro retroceso mecánico, trátase dun cambio de dirección de 180º de todo o relacionado con Obama. Os que sofren esta doenza foron no seu día os evanxelistas máis apaixonados de Obama, e hoxe son os seus máis acerbos críticos. Frase tipo: “Polo menos, con Bush todos sabiamos que era un cretino. Agora temos as mesmas guerras, as mesmas cárceres sen lei, a mesma corrupción en Wáshington, pero todos estamos tan pirados como eses personaxes de The Stepford Wives. Vaia un retroceso da esperanza”.

Ao comentar estas doenzas relacionadas coa esperanza, pregúntome que diría o recentemente falecido Studs Terkel da nosa resaca de esperanza. Sen dúbida recomendounos non ceder ao desánimo. Hai pouco botei man dun dos seus libros, Hope Dies Last (A esperanza é o último que morre), e non tiven que ir moi lonxe: o libro comeza con estas palabras: “A esperanza nunca pingou desde arriba, sempre xurdiu de abaixo”.

Con isto queda todo dito. A apelación á esperanza foi un lema estupendo para un candidato presidencial que non contaba entre os favoritos. Pero como postura do presidente do país máis poderoso da terra, é perigosamente deferente. A tarefa que temos a medida que seguimos adiante (como lle gusta dicir a Obama?) non é abandoar a esperanza, senón atopar lugares máis apropiados para ela: fábricas, veciñanzas e escolas, lugares nos que as tácticas das sentadas e as ocupacións de instalacións están vivindo un rexurdimento.

O politólogo Sam Gindin escribía hai pouco que o movemento obreiro pode facer algo máis que protexer o statu quo. Pode esixir, por exemplo, que as fábricas de automóbiles que foron pechadas se convertan en futuras fábricas verdes, nas que se poidan fabricar vehículos de transporte público baseados en sistemas de enerxía renovabeis. Gidin escribe: “Ser realista implica retirar a esperanza dos discursos e pola nas mans dos traballadores”.

O cal me leva á última entrada deste glosario:

Esperanza pola base. Frase tipo: “Xa vai sendo hora de deixar de crer que a esperanza viranos dada desde arriba, e comezar a impulsala desde abaixo, pola base.”

Fontes: naomiklein.org and thenation.com

[*]Naomi Klein é unha xornalista canadiense, actualmente unha das plumas xornalísticas e investigadoras máis influíntes no movemento opositor á globalización, nacida en Montreal (Canadá) en 1970.
É economista política, xornalista e escritora. Caracterizada polo seu traballo independente nos medios xornalísticos, colaborou como colunista para publicacións como The Guardian de Londres ou The Globe and Mail de Toronto. É filla de pais que pertenceron ó movemento hippie e foron próximos ó anarquismo. Emigraran a Canadá procedendo dos Estados Unidos como medida ante a guerra de Vietnam. A súa nai creara un controvertido documental en contra da pornografía.
Comeza a súa actividade como estudiante da Universidade de Toronto, colaborando ca revista estudiantil do centro The Varsity.
A súa ruptura coa globalización implicou o estudo das influencias do capitalismo de finais do século XX e do sistema da Terceira Vía, así como no pulo do imperialismo neoliberal e os seus efectos na cultura moderna de masas. Despois dunha tumultuosa conferencia ante a OMC no 1999, e froito das súas investigacións, escribiu varios libros importantes como No Logo (2001), Fences and Windows (2003), o guión do documental The Take) (dirixido polo seu marido Avi Lewis, está centrado na crise arxentina e as movilizacións cidadanas entre 2001 e 2002) e unha infinidade de artigos xornalísticos e políticos. [Fonte: Galipedia]

____________________

luns, abril 20, 2009

Acción da Rede Anticapitalista Galega e a Plataforma Galega Antitransxénicos no "Día Internacional da loita labrega"

[Para ampliar, clicar acima da imaxe]

Con motivo do "Día Internacional da loita labrega", a Plataforma Galega Antitransxénicos e a Rede Anticapitalista Galega deron conta dunha acción representativa da desaparición da agricultura tradicional a mans das empresas multinacionais da alimentación. (Fotos e Vídeo)

Tras a celebración do enterro na Praza Roxa de Santiago de Compostela, e o conseguinte veloiro-manifestación, procedeuse ao reparto de información denunciando os longos percorridos que recorren actualmente os alimentos, producidos a baixo custo polas multinacionais en países onde as leis permiten condicións de traballo que serían ilegais na Unión Europea, para logo poñelos á venta tras seren gravados con grandes marxes comerciais.


Acción do día 17 en Compostela no marco do Día Internacional da Loita Labrega, que contén tamén imaxes da manifestación de Zaragoza do 18 - Por GZVideos


[+ Info na web da Rede Anticapitalista Galega]

Fonte: Rede Anticapitalista Galega
_____________