domingo, marzo 08, 2015

A história do Dia Mundial da Mulher, ... Por Vito Giannotti


Por Vito Giannotti [*]
09.03.2015


Quando começou a ser comemorado o Dia Internacional da Mulher? Quando começou a luta das mulheres por sua libertação? Qual é a influência do movimento socialista na luta das mulheres? E o 8 de Março, como nasceu? A data teve origem a partir do quê? Onde? Estas e outras questões mereceram uma atenção especial em 2003, quando nos jornais e na Internet apareceram repetidamente versões diferentes. Todas, no entanto, esqueceram a palavra-chave, que está na luta da mulher por sua libertação: mulher “socialista”.

Em 2003, nas vésperas do 8 de Março, o jornal cearense 'O Povo' publicou um longo artigo de uma professora da Universidade Federal do Ceará (UFCE) que deixou muita gente assustada. O mesmo aconteceu com vários artigos que circularam pela Internet.

Para encarecer a dose, logo após a comemoração do Dia Internacional da Mulher, em 2003, o novo jornal que acabara de sair, Brasil de Fato, no seu número 1, também trazia um artigo da mesma professora da UFCE, Dolores Farias, que reafirmava o que ela havia escrito no jornal O Povo, dias antes.

Houve pessoas que ficaram furiosas com a contestação da origem da data do Dia Internacional da Mulher. Procurando entender o porquê desta confusão.

Na verdade, a questão da origem do 8 de Março já é discutida há uns 40 anos. Em 1996, o Jornal do Brasil trazia um artigo da professora da UFRJ, Naumi Vasconcelos, no qual ela dizia que a tal greve de Nova Iorque, em 1857, quando teriam morrido 129 operárias queimadas vivas, nunca existiu. E ela afirma que a origem desta data é bem outra.

No mesmo ano, em março, Conselho de Classe jornal do SEPE, Sindicato dos Profissionais de Educação da rede pública do Estado do Rio de Janeiro, trazia um artigo da mesma professora Naumi, com o título sugestivo de: Quem tem medo do 8 de Março? Este mesmo texto da Naumi já tinha sido publicado no mensário Em Tempo, pouco antes.

Uma pesquisa de 12 anos

Neste artigo, a autora citava, como fonte fundamental para a discussão, um livro de uma pesquisadora canadense intitulado: 'O Dia Internacional da Mulher – Os verdadeiros fatos e datas das misteriosas origens do 8 de março, até hoje confusas, maquiadas e esquecidas'.

Este livro, da autora canadense Renée Côté, saiu em 1984, mas estranhamente ficou esquecido por várias razões. O livro da Renée é totalmente antiacadêmico, anticonvencional. Mas, mais do que a forma, o que fez o livro cair em esquecimento é o que ela afirma, que incomoda muita gente. Ela prova por a+b, ao longo de 240 páginas, que as certezas criadas nos anos de 1960, 70 e 80 pelos movimentos feministas, a respeito do surgimento do 8 de Março, são pura ficção.

Ela derruba um mito caro às mulheres feministas, que tanto penaram para afirmar esta data. Além disso, o livro acabou caindo no esquecimento porque é mais fácil aceitar versões já consolidadas de histórias, caras às nossas vidas, do que questionar mitos estabelecidos. Assim como, para muitos, é mais fácil aceitar a historinha de Adão e Eva, criados do barro, uns seis mil anos atrás, do que questionar as origens do homem, bem mais complexas, centenas de milhares de anos atrás.

Há um outro fator determinante que fez o livro da autora canadense cair no limbo: ela deixa transparecer, o tempo todo, sua visão favorável à autonomia dos movimentos sociais frente aos partidos e mostra uma prevenção à própria idéia de partido político.

O livro se insere no grande leito de luta autonomista, típica dos movimentos de esquerda dos anos 70. Isto cria uma animosidade com muitos setores da esquerda mais influente, que poderiam divulgar sua obra. Mas, deixando de lado simpatias, ou alergias, vamos entrar no cipoal deste mito.

A explicação da origem do mito da greve de Nova Iorque de 1857, nos EUA, e do esquecimento de outra greve real, concreta e julgada inoportuna pelo Partido e pelo Sindicato, de 1917 na Rússia, vamos ver só no final do artigo. A questão-chave é ver por quê, no mundo bipolar da Guerra Fria dos anos 60 do século passado, os dois blocos em disputa aceitaram a versão de uma greve de mulheres, em 1857, nos EUA, e esqueceram uma outra greve de mulheres, em 1917, na Rússia. Os motivos são mais políticos que psicológicos.

Há vários estudos, cada um acompanhado de uma vasta bibliografia, que vão no mesmo sentido das pesquisas da Renée Côté. Entre eles destacamos os artigos “8 de Março: Conquistas e Controvérsias” de Eva A. Blay, de 1999. Outro estudo é de Liliane Kandel, de 1982, “O Mito das Origens: sobre o Dia Internacional da Mulher”. Outro texto muito rico é da Sempreviva Organização Feminista (SOF), de 2000, “8 de Março, Dia Internacional da Mulher: em busca da memória perdida”. Vamos apresentar a síntese destas recuperações históricas.

O clima mundial quando nasceu o mito de 1857


Na década de 60 o mundo vivia uma grande convulsão político-ideológica. Somente no começo dos anos 70, o jogo se define e o bloco ocidental americano, isto é, capitalista, leva a melhor sobre o bloco soviético, socialista. A chegada do homem à lua, por parte dos americanos, em 69, definiu o destino da humanidade por várias décadas e, quem sabe, séculos. A URSS, a partir dessa data, entra em rápida decadência e o bloco americano caminha rumo ao império neoliberal mundial.

Esta década foi um vendaval nos costumes e ideologias do mundo. Mexeu com todo o equilíbrio político-cultural do planeta. Os anos 60 começam com a vitória do povo da Argélia contra o colonizador francês que foi o estopim das guerras de libertação no Congo, Senegal, Nigéria, Ghana e em toda a África.

A China vivia sua Revolução Cultural, com o famoso Livro Vermelho de Mao Tse Tung, que influenciava milhões de jovens no mundo inteiro. O Vietnã, após ter derrotado a França em 54, enfrentava e preparava a derrota do maior exército do mundo. Os países ex-coloniais tinham criado o movimento dos Não-alinhados. O mundo árabe, sob a liderança de Nasser, começava a se mexer.

Enquanto isso, a Revolução Cubana, com os barbudos Fidel e Che, era um modelo para os revolucionários da América Latina e do mundo.

No bloco soviético, aumentava a contestação interna com a Primavera de Praga, em 68, na República Tcheca. Enquanto isso, a Igreja Católica vivia as dores do parto do nascimento da Teologia da Libertação, pós-Concílio Vaticano II, que negava o apoio a exploradores, opressores, colonizadores e senhores da guerra, com suas cruzadas, e começava a falar em libertação dos oprimidos.

No mundo ocidental, os costumes tradicionais eram contestados pela entrada em cena do mundo jovem: Beatles, Woodstock, Black Power, movimento hippie e Panteras Negras. Na América Latina, faziam-se guerrilhas contra ditadores representantes do capital local e capachos do imperialismo americano.

As mulheres americanas e européias haviam descoberto a pílula e as dos países do Terceiro Mundo, a metralhadora, nas guerrilhas lado a lado com os homens.

No Ocidente, os estudantes passaram dos livros de Marcuse a Alexandra Kollontai e Wilhem Reich com sua Revolução Sexual e A Função do Orgasmo. As mulheres americanas se manifestavam contra a Guerra do Vietnã e falavam em Women's Lib, libertação das mulheres.

Os estudantes erguiam barricadas em Paris, tomavam as ruas em Praga, Berkley e Rio de Janeiro e falavam de revolução e de amor: revolução social e sexual. E as feministas nas suas manifestações falavam de “mística feminina” e queimavam sutiãs nas praças públicas.

Nesse caldeirão cultural mundial, em Chicago, em 1968 e em Berkley, em 69, se retoma, através de boletins e jornais feministas, a idéia do Dia Internacional da Mulher. Só que se esquece de que no começo do século, quando nasceu o Dia da Mulher, se acrescentava a qualificação de socialista. Este dia tinha caído no esquecimento, enterrado por sucessivas avalanches históricas.

As duas guerras mundiais, a burocratização stalinista da União Soviética e o avanço do capitalismo ocidental na sua versão clássica americana, ou na sua versão socialdemocrata européia, cada vez menos socialista, não tinham interesse em comemorar o 8 de Março.

Nos países comunistas, após a 2ª Guerra Mundial, voltaram as comemorações do 8 de Março. Mas estas eram mais para louvar a política dos seus respectivos governos do que para encaminhar a luta pela total libertação da mulher.

É nesse clima político-ideológico que será retomada a idéia de se comemorar uma data internacional para a luta de libertação das mulheres.

A origem do mito da greve de 1857

O que estamos acostumados a ler nos boletins de convocação do Dia da Mulher é a história de uma greve, que aconteceu em Nova Iorque, em 1857, na qual 129 operárias morreram depois de os patrões terem incendiado a fábrica ocupada.

A primeira menção a essa greve, sem nenhum dos detalhes que serão acrescentados posteriormente, aparece no jornal do Partido Comunista Francês, na véspera do 8 de Março de 1955. Mas onde se dá a fixação da data do 8 de março, devido a esta greve, é numa publicação, que apareceu em Berlim, na então República Democrática Alemã, da Federação Internacional Democrática das Mulheres. O boletim é de 1966.

O artigo fala rapidamente, em três linhas, do incêndio que teria ocorrido em 8 de março de 1857 e depois diz que em 1910, durante a 2ª Conferência da Mulher Socialista, a dirigente do Partido Socialdemocrata Alemão, Clara Zetkin, em lembrança à data da greve das tecelãs americanas, 53 anos antes, teria proposto o 8 de Março como data do Dia Internacional da Mulher.

A confusão feita pelo jornal L ´Humanité não fala das 129 mulheres queimadas. Aonde se começa a falar desta mulheres queimadas é na publicação da Federação das Mulheres Alemã, alguns anos depois. Esta historinha fictícia teve origem, provavelmente, em duas outras greves ocorridas na mesma cidade de Nova Iorque, mas em outra época. A primeira foi uma longa greve real, de costureiras, que durou de 22 de novembro de 1909 a 15 de fevereiro de 1910.

A segunda foi uma outra greve, uma das tantas lutas da classe operária, no começo do século XX, nos EUA. Esta aconteceu na mesma cidade em 1911. Nessa greve, em 29 de março, foi registrada a morte, durante um incêndio, causado pela falta de segurança nas péssimas instalações de uma fábrica têxtil, de 146 pessoas, na maioria mulheres imigrantes judias e italianas.
Esse incêndio foi, evidentemente, descrito pelos jornais socialistas, numerosos nos EUA naqueles anos, como um crime cometido pelos patrões, pelo capitalismo.

Essa fábrica pegando fogo, com dezenas de operárias se jogando do oitavo andar, em chamas, nos dá a pista do nascimento do mito daquela greve de 1857, na qual teriam morrido 129 operárias num incêndio provocado propositadamente pelos patrões.

E como se chegou a criar toda a história de 1857? Por que aquele ano? Por que nos EUA? A explicação, provavelmente, é a combinação de casualidades, sem plano diabólico pré-estabelecido. Assim como nascem todos os mitos.

A canadense Renée Côté pesquisou, durante dez anos, em todos os arquivos da Europa, EUA e Canadá e não encontrou nenhuma traça da greve de 1857. Nem nos jornais da grande imprensa da época, nem em qualquer outra fonte de memórias das lutas operárias.

Ela afirma e reafirma que essa greve nunca existiu. É um mito criado por causa da confusão com as greves de 1910; de 1911, nos EUA; e 1917, na Rússia.

Essa confusão se deu por motivos históricos políticos, ideológicos e psicológicos que ficarão claros no fim do artigo.

Pouco a pouco, o mito dessa greve das 129 operárias queimadas vivas se firmou e apagou da memória histórica das mulheres e dos homens outras datas reais de greves e congressos socialistas que determinaram o Dia das Mulheres, sua data de comemoração e seu caráter político.

Já em 1970, o mito das mulheres queimadas vivas estava firmado. Rapidamente foi feita a síntese de uma greve que nunca existiu, a de 1857, com as outras duas, de costureiras, que ocorreram em 1910 e 1911, em Nova Iorque.

Nesse ano de 1970, com centenas de milhares de mulheres americanas participando de enormes manifestações contra a guerra do Vietnã e com um forte movimento feminista, em Baltimore, EUA, é publicado o boletim Mulheres-Jornal da Libertação. Neste já se reafirmava e se consolidava a versão do mito de 1857.

Mas, na França, essa confusão não foi aceita tranqüilamente por todas e todos. O jornal nº 0, de 8 de março de 1977, História d´Elas, publicado em Paris, alerta para esta mistura de datas e diz que, em longas pesquisas, nada se encontrou sobre a famosa greve de Nova Iorque, em 1857. Mas o alerta não teve eco.

Dolores Farias, no seu artigo no Brasil de Fato, nº 2, nos lembra que, em 1975, a ONU declarou a década de 75 a 85 como a década da mulher e reconheceu o 8 de março como o seu dia. Logo após, em 1977, a Unesco reconhece oficialmente este dia como o Dia da Mulher, em homenagem às 129 operárias queimadas vivas.

No ano de 1978, o prefeito de Nova Iorque, na resolução nº 14, de 24/1, reafirma o 8 de março como Dia Internacional da Mulher, a ser comemorado oficialmente na cidade de Nova Iorque.

Na resolução, cita expressamente a greve das operárias de 1857, por aumento de salário e por 12 horas de trabalho diário, e mistura esta greve fictícia com uma greve real que começou em 20 de novembro de 1909. O mito estava fixado, firmado e consolidado. Agora era só repeti-lo.

Por que a cor lilás?

A partir de 1980, o mundo todo contará esta história acreditando ser verdadeira. Aparecerá até um pano de cor lilás, que as mulheres estariam tecendo antes da greve. Daquela greve que não existiu. A mitologia nasce assim. Cada contador acrescenta um pouquinho. “Quem conta um conto aumenta um ponto”, diz nosso ditado.

Por que não vermelho? Porque vermelhas eram as bandeiras das mulheres da Internacional. Vermelhas eram as bandeiras de Clara Zetkin, Rosa Luxemburgo e Alexandra Kollontai, delegadas dos seus partidos, à 1ª Conferência das Mulheres Socialistas, em 1907; e da 2ª, na Dinamarca, em 1910. Nesta última foi decidido que as delegadas, nos seus países, deveriam comemorar o 'Dia da Mulher Socialista'.

A cor lilás na luta das mulheres tem uma origem engraçada. A feminista Sylvia Pankrust nos conta que esta foi adotada pelas sufragistas inglesas, em 1908, junto com outras duas cores, como símbolo de sua luta. Estas lutadoras pelo direito de voto escolheram o lilás, o verde e o branco. O lilás se inspirava na cor da nobreza inglesa, o branco simbolizava a pureza da luta feminina e o verde a esperança da vitória.

Historicamente, vamos reencontrar a cor lilás na retomada do feminismo, nos anos 60. O vermelho estava muito ligado aos Partidos Comunistas do Bloco Soviético que, na verdade, já tinham muito pouco de socialismo, ou de comunismo. Além disso, historicamente, vários destes partidos pouco apoio haviam dado às lutas específicas das mulheres.

A expressão "Libertação da Mulher" não era própria destes partidos. Neles, a luta da mulher era vista quase só com o objetivo de integrá-la à luta de classe. A luta feminista, para muitos comunistas, só atrapalhava a luta geral do proletariado. Tirava forças da luta principal.

Foi nesse clima que, nas décadas de 60 e 70 do século passado, a luta feminista foi retomada, num processo de auto-organização das mulheres. No movimento feminista havia uma forte crítica à prática da maioria dos partidos e sindicatos. Muitos movimentos se organizaram de forma autônoma, lutando para garantir sua independência.

Assim, várias feministas adotadaram a cor lilás, como uma nova síntese entre as cores azul e rosa. O vermelho das bandeiras das mulheres da Internacional foi esquecido. Na década de 70, as mulheres socialistas reafirmavam a origem socialista do 8 de Março, ao mesmo tempo em que várias delas assumiam a cor lilás como cor específica da luta feminista.

A libertação da mulher tem origem na luta socialista

A idéia da libertação da mulher nasceu na terra fértil do movimento socialista mundial, no final do século XIX e começo do século XX.

As raízes desta batalha podem ser encontradas nos escritos de Marx e Engels. A visão da família, da mulher proletária e da burguesa que permeiam A Origem da Família, da Propriedade e do Estado, de Engels, é a base da visão dos socialistas sobre a necessidade da libertação da mulher proletária. A frase de Marx, “A opressão do homem pelo homem iniciou-se com a opressão da mulher pelo homem”, demorou para dar seus frutos, mas deu.

Contemporâneos de Marx, Paul Lafargue e Laura Marx foram batalhadores da igualdade e da libertação feminina, em seus vários escritos, sobretudo em seu livro mais conhecido, Direito à Preguiça.

Clara Zetkin, desde 1890, logo após a fundação da Internacional Socialista, começou a falar, escrever e organizar a luta das mulheres visando a integrá-las à luta socialista. Visando a que elas tomassem seu lugar na luta de classes, na revolução socialista que estava próxima.

Fora da 2ª Internacional, a tradição anarquista de uma parte do movimento operário também exigia a igualdade de homens e mulheres. A realidade, naquele começo do movimento da classe trabalhadora ainda era dura: partido e sindicato eram coisas de homem. Mas, mesmo nesse ambiente desfavorável, grandes mulheres passaram a discutir com as maiores lideranças da época e deixaram suas marcas em livros e artigos e na organização das forças revolucionárias.

Foi neste embate de idéias que um dos teóricos da Internacional, August Bebel, em 1885, escreveu seu livro A Mulher e o Socialismo. E é nesse grande rio que deságua o célebre 'A Nova Mulher e a Moral Sexual', de Alexandra Kollontai, mais de 20 anos depois.

Nesse ambiente de lutas operárias e de discussões teóricas, no campo socialista, é que nasceu a luta pela participação política e, pouco a pouco, pela libertação da mulher.

A partir do começo do século XX, essa batalha das socialistas se cruzou com a do movimento das mulheres independentes, em sua maioria pertencentes às classes média e alta, que estavam em campanha pelo direito de voto. Essas mulheres, nos Estados Unidos e na Inglaterra, ao reivindicar o sufrágio para as mulheres, ficaram conhecidas como as sufragistas e suas relações com as socialistas eram de conflito, devido às visões e a posição de classe diferentes.

As mulheres socialistas criam o Dia da Mulher

Desde 1901, nos EUA, logo após a criação do Partido Socialista, surge a União Socialista das Mulheres, com a finalidade de reivindicar o direito de voto feminino. Entre os anos 1900 e 1908, sempre nos Estados Unidos, nascem vários clubes de mulheres, uns intimamente ligados ao Partido Socialista, outros mais autônomos, anarquistas ou não. Todos exigiam o direito de voto para as mulheres.

Em 1908, a Federação dos Clubes de Mulheres Socialistas de Chicago toma a iniciativa, autônoma, não ligada oficialmente ao Partido Socialista, de chamar para um Dia da Mulher, num teatro da cidade. Era o domingo, 3 de maio. Os debates do dia tinham dois temas de pauta: 1. A educação da classe trabalhadora. 2. A mulher e o Partido Socialista.

Nessa conferência, o palestrante Ben Hanford repetiu uma das idéias-chaves de Engels no seu A Origem da Família da Propriedade e do Estado. Nas palavras do orador, de acordo com Engels, “as mais exploradas são as mães do nosso povo. Elas estão de mãos e pés amarrados pela dependência econômica. São forçadas a vender-se no mercado do casamento, como suas irmãs prostitutas no mercado público”.

Mas não foi esse encontro independente, no teatro 'The Garrick', de Chicago, que foi reconhecido pelo Partido Socialista como começo da comemoração do Dia da Mulher. A iniciativa desse dia tinha nascido fora da estrutura oficial do Partido.

O primeiro dia da Mulher, nacional, assumido pelo Partido, foi no ano seguinte, em Nova Iorque, em 28 de fevereiro de 1909. Em outras cidades do País, como Chicago, o dia foi celebrado em outras datas.

O objetivo desse dia, convocado pelo Comitê Nacional da Mulher do Partido Socialista americano, “era obter o direito de voto e abolir a escravidão sexual”. O panfleto de convocação dizia: “A realização da revolução das mulheres é um dos meios mais eficazes para a revolução de toda a sociedade”.

Desde o começo do século, nos EUA havia um importante movimento pelo voto feminino, fora da órbita dos socialistas. A maioria das mulheres do Partido consideravam esse movimento como um movimento de mulheres brancas e de classe média.

Dentro do Partido Socialista havia um constante vai-e-vem sobre esse tema. Por seu lado, as mulheres anarquistas não viam nenhum sentido na luta pelo voto, nem das mulheres e nem dos homens. O meio para construir uma nova sociedade, e a igualdade entre homens e mulheres, na visão anarquista, não seria certamente o voto, e sim a ação direta revolucionária. A principal porta-voz desta visão era a revolucionária anarquista Emma Goldman.

O ambiente americano favorecia esta reivindicação do direito de voto. Até o ano de 1909, somente em quatro estados era reconhecido o direito ao voto feminino. A extensão do voto para toda mulher americana só viria em 1920.

Na Europa, o movimento das mulheres socialistas, liderado por Clara Zetkin, também era cheio de zige-zagues.

No começo, dentro da Internacional, se levava uma guerra sistemática contra a luta pelo direito de voto feminino, visto como uma forma de desviar as forças revolucionárias das mulheres e considerado como uma reivindicação burguesa. Era assim que eram tachadas as sufragistas, seja da Europa que da América, pelos socialistas.

Essa visão européia será adotada pelo Partido Socialista americano, em meio a grandes debates e com vozes discordantes. No meio do calor e das contradições desse debate, na '1ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas', em 1907, em Stuttgart, 58 delegadas de 14 países elaboraram uma proposição que comprometia os vários Partidos Socialistas a entrar na luta pelo voto feminino. A resolução foi elaborada, na véspera, na casa de Clara Zetkin, por ela e duas camaradas, suas hóspedes: Rosa Luxemburgo e a única russa da Conferência, Alexandra Kollontai.

É nesse clima de embates que, em 1910, o Partido Socialista americano organiza, pela segunda vez, o 'Dia da Mulher' no último domingo de fevereiro, em Nova Iorque. O objetivo do dia é declarado sem rodeios no convite: “Arrolar as mulheres no exército dos camaradas da revolução social”.

Esta comemoração, de 1910 foi marcada por uma grande participação de operárias. Eram as costureiras da cidade que haviam terminado uma longa greve pelo direito de ter o seu sindicato reconhecido. A greve durou de 22 de novembro de 1909 até 15 de fevereiro de 1910, quase na véspera do 'Dia da Mulher'. Foi uma greve longa, dura, com fortes piquetes reprimidos com violência pela polícia, que prendeu mais de 600 pessoas. Encerrada a greve, as costureiras participaram ativamente da preparação e da realização do 'Dia da Mulher' chamado pelo Partido Socialista.

Dois meses depois, em maio, no congresso do partido, realizado em Chicago, foi deliberado que o partido americano enviaria delegados ao Congresso da Internacional, a ser realizado em agosto, com a tarefa, entre outras, de propor ao plenário que o 'Dia da Mulher' fosse assumido pela Internacional. Esse dia deveria tornar-se o 'Dia Internacional da Mulher', a ser celebrado pelos socialistas, no último domingo de fevereiro de cada ano.

Em agosto desse ano, antes do Congresso da Internacional, se realizou em Copenhague, na Dinamarca, a 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas. Foi então que as delegadas americanas levaram a proposta aprovada no Congresso do seu partido. Assim, aceitando a proposta das delegadas dos Estados Unidos, Clara Zetkin e outras camaradas propõem a realização anual do Dia Internacional da Mulher.

O dia ficou indefinido. Ficou a cargo de cada país escolher a data melhor para comemorar este dia. A resolução aprovada será publicada logo em seguida, no jornal dirigido por Clara, A Igualdade, em 29 de agosto.

As mulheres socialistas de todas as nações organizarão um Dia das Mulheres específico, cujo primeiro objetivo será promover o direito de voto das mulheres. É preciso discutir esta proposta, ligando-a à questão mais ampla das mulheres, numa perspectiva socialista”. A outra proposta, de comemorar o Dia da Mulher junto com a data já clássica da luta operária, o 1º de Maio, defendida por Clara e várias outras delegadas, foi derrotada. O dia da Mulher deveria ser comemorado num dia próprio, específico.

O Dia da Mulher se fixa em 8 de Março

Na Europa, a primeira celebração do Dia Socialista das Mulheres aconteceu em 19 de março de 1911, por decisão da Secretaria da Mulher Socialista, órgão da Internacional. Alexandra Kollontai, que propôs a data, diz que foi para lembrar um levante de mulheres proletárias, na Prússia, em 19 de março de 1848. Nesse dia, escreveu Kollontai, as mulheres conseguiram do rei da Prússia a promessa, depois não cumprida, de obter direito de voto.

Nos EUA, a tradição de realizar o Dia da Mulher no último domingo de fevereiro se repetiu em 1911, 1912 e 1913. Em 1914, será comemorado em 19 de março, seguindo a indicação da Kollontai.

Nos vários países da Europa, após a decisão da 2ª Conferência, onde havia um partido socialista, se começou a comemorar o Dia da Mulher.

Na Suécia, a primeira comemoração foi em 1º de março de 1911. O mesmo aconteceu na Itália.

Na França, o começo do Dia da Mulher foi em 1914, comemorado dia 9 de março, próximo ao Dia da Mulher na Alemanha.

Em 1914, pela primeira vez, na Alemanha, Clara Zetkin e as mulheres socialistas marcam data do Dia da Mulher para 8 de março. Não se explicou o porquê dessa data, pois não precisava. Era um detalhe sem interesse. A data era totalmente indiferente. Tinha que ser qualquer dia. Importante era a realização do dia.

Na Rússia, sob da opressão do czar, o primeiro Dia da Mulher só foi comemorado em 3 de março de 1913.

Em 1914 todas as organizadoras do Dia da Mulher foram presas e com isso não houve comemoração.

Em plena Guerra Mundial, em 1917, na Rússia, as mulheres socialistas realizaram seu Dia da Mulher no dia 23 de fevereiro, pelo calendário russo. No calendário ocidental, a data correspondia ao dia 8 de Março. Era o mesmo dia que, na Alemanha, tinha sido escolhido em 1914. Foi nesse dia que explodiu a greve espontânea das tecelãs e costureiras de Petrogrado.

Nesse dia, um grande número de mulheres operárias, na maioria tecelãs e costureiras, contrariando a decisão do Partido, que achava que aquele não era o momento para qualquer greve, saíram às ruas em manifestação por pão e paz. Declararam-se em greve. Essa manifestação foi o estopim do começo da primeira fase da Revolução Russa, conhecida depois como a Revolução de Fevereiro.

Em outubro o Partido Bolchevique lidera a grande Revolução Russa, nos “dez dias que abalaram o mundo”.

Essa greve foi documentada nos escritos de Trotsky e de Alexandra Kollontai, ambos membros do Comitê Central do Partido Operário Socialdemocrata Russo e ambos, depois, proscritos pelo stalinismo vencedor. Kollontai escreve: "O dia das operárias, 8 de Março, foi uma data memorável na história. Nesse dia as mulheres russas levantaram a tocha da revolução".

Mas o texto que melhor nos conta os fatos da greve das operárias da Petrogrado é um longo trecho de Leon Trotsky, no primeiro volume de seu livro História da Revolução Russa. Vale a pena acompanhá-lo:
“O 23 de fevereiro era o Dia Nacional das Mulheres. Programava-se, nos círculos da socialdemocracia, de mostrar o seu significado com os meios tradicionais: reuniões, discursos, boletins. Na véspera, ninguém teria imaginado que este Dia das Mulheres pudesse ter inaugurado a revolução.

Nenhuma organização planejava alguma greve para aquele dia. Ainda por cima, uma das combativas organizações bolcheviques, o Comitê dos Tecelões de Rayon, formado essencialmente por operários, desaconselhava qualquer greve. O estado de espírito da massa, segundo Kaiurov, um dos chefes operários deste setor, era muito tenso e cada greve ameaçava tornar-se um confronto aberto.

O Comitê julgava que o momento de começar hostilidades ainda não tinha chegado e que o Partido ainda não tinha forças suficientes e, ao mesmo tempo, a união entre soldados e operários ainda era insuficiente. Por isso tinha decidido não chamar para greve, mas para se preparar para a ação revolucionária, num futuro ainda não definido.

Esta era a linha de conduta preconizada pelo Comitê, na véspera do dia 23, e parecia que todos a tivessem aceitado. Mas, na manhã seguinte, contra todas as orientações, as operárias têxteis abandonaram o trabalho em várias fábricas e enviaram delegadas aos metalúrgicos para pedir-lhes que apoiassem a greve.

Foi a contra-gosto, escreve Kaiurov, que os bolcheviques, seguidos pelos operários mencheviques e pelossocialistas de esquerda se juntaram à marcha.

Como se tratava de uma greve de massa, era necessário comprometer todo mundo para sair às ruas e estar à frente do movimento. Esta foi a resolução proposta por Kaiurov e o Comitê de Vyborov se sentiu forçado a aprová-la.

Pelos fatos, é então certo que a Revolução de Fevereiro foi iniciada por elementos da base que passaram por cima da oposição das suas organizações revolucionárias, e que a iniciativa foi tomada espontaneamente por um contingente do proletariado explorado e oprimido mais que todos os outros, as operárias têxteis. (...) O empurrão final veio das enormes filas de espera em frente às padarias.”

Em 1921, realizou-se, em Moscou, na URSS, a Conferência das Mulheres Comunistas que adota o dia 8 de Março como data unificada do Dia Internacional das Operárias. A partir dessa Conferência, a 3ª Internacional, recém-criada, espalhará a data 8 de Março como data das comemorações da luta das mulheres.

Um dia esquecido e depois reinventado

Na Rússia comunista, após a vitória da Revolução de Outubro, nos primeiros anos do novo regime, o dia 8 de Março era comemorado todo ano, como o Dia Internacional da Mulher Comunista.

O dia, pouco a pouco, perdeu seu interesse e o adjetivo comunista foi caindo à medida que o ímpeto revolucionário da União Soviética começou a se arrefecer.

Nos últimos anos da década de 20 e, sobretudo, nos anos 30, o Dia Internacional da Mulher, seja comunista ou socialista, se perderá na tormenta que se abateu sobre o mundo. A ascensão do nazismo na Alemanha, o triunfo do stalinismo na URSS e o declínio da socialdemocracia na Europa e o vendaval da 2ª Guerra Mundial enterram as manifestações do Dia das Mulheres.

Fora dos países comunistas, no Ocidente, a humanidade só voltará a falar do Dia da Mulher, no final dos anos 60. Nesse lapso de tempo, o marco do 8 de Março, data da greve das operárias de Petrogrado, de 1917, foi esquecido.

A data da vitória das revolucionárias rebeldes russas, que impôs a derrota do absolutismo do Czar e deslanchou a Revolução Russa, não interessava aos comunistas do mundo todo. Estes, quase todos, viviam anestesiados pelos encantos ou pelo terror stalinista.

Retornar a lembrança daquele 8 de Março das operárias revolucionárias de Petrogrado também não interessava à Socialdemocracia, rejuvenescida após a destruição da Segunda Guerra Mundial e em conflito aberto com o comunismo dos países do bloco soviético.

8 de Março: uma data a celebrar

Menos que menos, a data do 8 de Março de 1917, na nascente URSS, interessava o bloco capitalista ocidental, inimigo mortal da Rússia comunista. É neste clima, propício ao esquecimento da verdadeira história do Dia da Mulher, já na década de 1950, nas publicações do Partido Comunista, na França, se começou a falar de uma forte luta das operárias americanas, em 8 de março de 1857.

Talvez, a famosíssima greve do 1º de Maio, na Chicago de 1886 e as numerosas greves nas tecelagens americanas estimularam as fantasias e levaram a enfatizar a participação dos Estados Unidos na luta da mulher, o que favoreceu esta confusão de datas. Pouco a pouco se deslocou a data para 1857, em Nova Iorque. E aí, em ondas sucessivas de contadores, se chegou a historinha completa.

No dia 1º de Março de 1964, o jornal da CGT francesa, Antoinette, fala que “foram as americanas que começaram. Era 8 de março de 1857. Para exigir as 10 horas elas ocuparam as ruas de Nova Iorque”. É a continuação do que já tinha aparecido no jornal do PCF, nos anos anteriores.

E finalmente, foi assim, sem precisar de uma conspiração organizada por um suposto império do mal, que na Alemanha Oriental, em 1966, a Federação das Mulheres Comunistas noticiou a história do Dia da Mulher, enriquecida com o martírio das 129 queimadas vivas.

Tudo isto foi feito de forma confusa, misturando fatos com fantasias, com cada contador, escrevendo e inventando datas e detalhes.

E foi assim, sem nenhuma deliberação conspiratória, que o mito que acabava de ser criado, em 1966, no Leste Europeu, começou a ser divulgado e foi depois enriquecido fartamente, nos EUA do final dos anos 60 e em todo o mundo ocidental.

Depois disso, era só enriquecer o mito. O que foi feito, até sua cristalização em 1975, com a ONU e logo depois com a Unesco, em 1977.

Uma data muito rica que não precisa de mitos

Derrubar o mito de origem da data 8 de Março não implica desvalorizar o significado histórico que este adquiriu.

Muito ao contrário. Significa retomar a verdade dos fatos que são suficientemente ricos de significado e que carregam toda a luta da mulher no caminho da sua libertação. Significa enriquecer a comemoração desse dia com a retomada de seu sentido original.

Significa voltar às origens do ideal socialista da maioria das mulheres que lutavam por um mundo novo sem exploração e opressão do homem pelo homem e especificamente da mulher pelo homem.

Um dia que quer retomar a comemoração e a luta de um 8 de Março sem medos. Avançar sem medos e sem vergonha pelas derrotas sofridas pelas revoluções perdidas no século XX, rumo à conquista da libertação total das mulheres.

Significa integrar todos os novos e importantíssimos aspectos da luta da libertação da mulher, descobertos com a evolução histórica da humanidade no século XX, com a retomada de suas raízes socialistas.

Integrar à clássica luta libertária, socialista e comunista do começo do século XX, as contribuições de diferentes linhas de pensamento e países, que vão de Wilhem Reich a Simone de Beauvoir, de Herbert Marcuse a Samora Machel, de Betty Friedann a Rose Marie Muraro. Integrar toda a luta do feminismo para construir uma sociedade onde a mulher seja reconhecida como gente.

Integrar estas elaborações teóricas com as lutas e as experiências de vida de milhares de ativistas, militantes e organizadoras da luta das mulheres, no mundo inteiro: das guerrilheiras latino-americanas, às mulheres vietnamitas, das trabalhadoras das fábricas às plantadoras de arroz da Índia, das Mães dos desaparecidos argentinos às lutadoras pela reforma agrária do MST.

Uma longa luta sem medo da felicidade, sem medo do prazer. Sem medo de lutar por uma revolução, que deverá ser social, sexual, e profundamente cultural. Sem medo de levantar as bandeiras vermelhas da luta pela libertação da humanidade. A libertação de homens e mulheres.

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Datas básicas sobre a origem do 8 de Março

1900-1907

- Movimento das Sufragistas pelo voto feminino nos EUA e Inglaterra.

1907

- Em Stuttgart, é realizada a 1ª Conferência da Internacional Socialista com a presença de Clara Zetkin, Rosa Luxemburgo e Alexandra Kollontai. Uma das principais resoluções: "Todos os partidos socialistas do mundo devem lutar pelo sufrágio feminino".

1908


- Em Chicago (EUA), no dia 3 de maio, é celebrado, pela primeira vez, o Woman´s Day. A convocação é feita pela Federação Autônoma de Mulheres.

1909

- Novamente em Chicago, mas com nova data, último domingo de fevereiro, é realizado o Woman's Day. O Partido Socialista Americano toma a frente.

1910

- A terceira edição do Woman's Day é realizada em Chicago e Nova Iorque, chamada pelo Partido Socialista, no último domingo de fevereiro.

- Em Nova Iorque, é grande a participação de operárias devido a uma greve que paralisava as fábricas de tecido da cidade. Dos trinta mil grevistas, 80% eram mulheres. Essa greve durou três meses e acabou no dia 15/02, véspera do Woman's Day.

- Em maio, o Congresso do Partido Socialista Americano delibera que as delegadas ao Congresso da Internacional, que seria realizado em Copenhague, na Dinamarca, em agosto, defendam que a Internacional assuma o Dia Internacional da Mulher.

"Este deve ser comemorado no mundo inteiro, no último domingo de fevereiro, a exemplo do que já acontecia nos EUA".

- Em agosto, a 2ª Conferência Internacional da Mulher Socialista, realizada dois dias antes do Congresso, delibera que: "As mulheres socialistas de todas as nacionalidades organizarão (...) um dia das mulheres específico, cujo principal objetivo será a promoção do direito a voto para as mulheres". Não é definida uma data específica.

1911

- Durante uma nova greve de tecelãs e tecelões, em Nova Iorque, morrem 134 grevistas, a causa de um incêndio devido a péssimas condições de segurança.

- Na Alemanha, Clara Zetkin lidera as comemorações do Dia da Mulher, em 19 de março. (Alexandra Kollontai diz que foi para comemorar um levante, na Prússia, em 1848, quando o rei prometeu às mulheres o direito de voto).

- Nos Estados Unidos, o Dia da Mulher é comemorado em 26/02 e na Suécia, em 1º de Maio.

1912

- Nos Estados Unidos, o Dia da Mulher é comemorado em 25/02.

1912 e 1913

- Na Alemanha, o Dia da Mulher é comemorado em 19/3.

1913

- Na Rússia é comemorado, pela primeira vez, o Dia da Mulher, em 3/3.

1914

- Pela primeira vez, a Secretaria Internacional da Mulher Socialista, dirigida por Clara Zetkin, indica uma data única para a comemoração do Dia da Mulher: 8 de Março. Não há explicação sobre o porquê da data.

- A orientação foi seguida na Alemanha, Suécia e Dinamarca.

- Nos Estados Unidos, o Dia da Mulher foi comemorado em 19/03

1917

- No dia 8 de Março de 1917 (27 de fevereiro no calendário russo) estoura uma greve das tecelãs de São Petersburgo. Esta greve gera uma grande manifestação e dá início à Revolução Russa.

1918

- Alexandra Kollontai lidera, em 8/3, as comemorações pelo Dia Internacional da Mulher, em Moscou, e consagra o 8/3 em lembrança à greve do ano anterior, em São Petersburgo.

1921

- A Conferência das Mulheres Comunistas aprova, na 3ª Internacional, a comemoração do Dia Internacional Comunista das Mulheres e decreta que, a partir de 1922, será celebrado oficialmente em 8 de Março.

1955

- Dia 5/3, L´Humanité, jornal do PCF, fala pela primeira vez da greve de 1857, em Nova Iorque. Não fala da morte das 129 queimadas vivas.

1966

- A Federação das Mulheres Comunistas da Alemanha Oriental retoma o Dia Internacional das Mulheres e, pela primeira vez, conta a versão das 129 mulheres queimadas vivas.

1969

- Nos Estados Unidos, o movimento feminista ganha força. Em Berkley, é retomada a comemoração do Dia Internacional da Mulher.

1970

- O jornal feminista Jornal da Libertação, em Baltimore, nos EUA consolida a versão do mito de 1857.

1975

- A ONU decreta, 75-85, a Década da Mulher.

1977

- A Unesco encampa a data 8/3 como Dia da Mulher e repete a versão das 129 mulheres queimadas vivas.

1978

- O prefeito de Nova Iorque decreta dia de festa, no município, o dia 8 de Março, em homenagem às 129 mulheres queimadas vivas.

Publicado no Blog do Miro o 8 de Marzo de 2015.

[*] Vito Giannotti, é italiano radicado no Brasil e militante há mais de 20 anos. Activista, escritor e jornalistaornalista, autor de mais de 20 livros nas áreas de comunicação e sindicalismo. Atualmente, é um dos coordenadores do Núcleo Piratininga de Comunicação, no Rio de Janeiro. É autor de vários livros, alguns adotados por professores nas faculdades de jornalismo, como: O Que é Jornalismo Sindical, Comunicação Sindical – a arte de falar para milhões, História das Lutas dos Trabalhadores no Brasil e Muralhas da Linguagem.
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sábado, marzo 07, 2015

Entrega colectiva de recursos contra o novo recibo da Taxa de depuración e saneamento o vindeiro sábado 14 de marzo, ás 10:30hs no rexistro xeral do Concello de Ferrol


O vindeiro sábado 14 de marzo de 2015, está convocada pola Plataforma Contra a Taxa, unha entrega colectiva de recursos contra o novo recibo da Taxa de depuración e saneamento que terá lugar cunha concentración diante do Palacio Municipal, na Praza de Armas, pola mañá, ás 10:30hs no rexistro xeral do Concello de Ferrol.

Perante esta semana membros da Plataforma Contra a Taxa estiveron en actos realizados en diferentes asociacións veciñais (mércores 4 de marzo, en Santa Mariña; o xoves 5, en Esteiro e o venres 6, en San Xoan), informando polo miúdo da Taxa e a política do goberno municipal do Partido Popular sobre saneamento e depuración, co seu proxecto en execución e os convenios asinados.

Ante o taxazo por un servizo que non se presta, as entidades veciñais e sociais poñen a disposición da cidadanía un modelo de recurso.

O recurso de reposición é gratuíto, non supón custo algún e simboliza a indignación cidadá fronte a taxa-estafa de saneamento. Cantos máis sexamos, máis doado será que retiren a taxa.

Podese recoller o modelo de recurso nos locais das asociacións veciñais, hai que cubrir os datos e achegar unha copia do recibo de cor sepia da Taxa que chegou por correo ordinario a cada fogar. A interposición do recurso non exime do pago.

Se non dan marcha atrás, as entidades integrantes da Plataforma acudirán aos xulgados a reclamar a súa retirada, pero, en ningún caso, cargaremos os gastos xudiciais nas persoas que interpoñen o recurso.

Seguiremos informando polos barrios da cidade.

Quen no se poida desprazar o sábado 14 de marzo, pola mañá (10:30hs) ao rexistro xeral do Concello, na entrega colectiva que pretendemos o máis numerosa posíbel, pode-se entregar o recurso nos locais das asociacións veciñais o a membros das organizacións e asociacións que forman parte da Plataforma ou lévao directamente calquer día da semana ao rexistro.

Entrega masiva de recursos sábado 14 de marzo, a partir das 10:30hs no rexistro do Concello, saneamento si, mais non así.

Enlaces onde se pode Acceder/Baixar o Modelo de Recurso contra a nova Taxa de depuración e saneamento, en diferentes formatos
:
  • Modelo de Alegacións en formato libre odt de GNU-Linux:
    Acceder/Baixar.
  • Modelo de Alegacións en formato pivativo doc de microsoft-windows:
    Acceder/Baixar.
Foto: Concentración ante o Palacio Municipal do pasado xoves 19 de febreiro, onde centenares de veciños e veciñas manifestaron con contundencia a súa rotunda oposición a unha taxa de saneamento inxusta.

Artigos de interese en Ártabra 21 sobre a Taxa e o Saneamento en Ferrol: Acceder.
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AGEe reivindica a posta en valor das vitorias do feminismo e a súa categoría de "ferramenta fundamental" para rematar co patriarcado e a "lacra" machista


Día Internacional das Mulleres: Feminismo para avanzar. Xuntas nunha mesma loita. | AGEe reivindica a posta en valor das vitorias do feminismo e a súa categoría de "ferramenta fundamental" para rematar co patriarcado e a "lacra" machista. | Lídia Senra participará o vindeiro domingo na mobilización convocada pola Marcha Mundial das Mulleres (MMM) en Santiago de Compostela.


Ás portas dun novo 8 de marzo, Día Internacional das Mulleres, dende Alternativa Galega de Esquerda en Europa (AGEe)[1] queremos aproveitar a conmemoración desta data para subliñar "a importancia determinante do feminismo e da articulación das mulleres en redes de apoio social, como un dos nosos logros máis grandes e como ferramentas fundamentais cas que camiñar cara a destrución do patriarcado capitalista e, en xeral, da lacra social que supón o machismo", en palabras da eurodeputada de AGEe, Lídia Senra.

A crise social que estamos a padecer os pobos de Europa por mor da estafa argüída entre poderes políticos e financieiros, impoñendo a restrición de dereitos e liberdades e o recruecemento da explotación de man de obra e recursos naturais para o  Capital, revelou que "a austeridade económica foi empregada como escusa para eliminar os organismos públicos especializados en políticas de igualdade", analizou a deputada de AGE en Europa.

De feito, a nivel europeo, en países como Grecia, Portugal e o Estado español os recortes no público afectaron sobre todo a sectores feminizados, tales como a educación, a sanidade e os servizos sociais, agudizando a penalización sobre las condicións de vida das mulleres.

Ademais, como sinalou o Parlamento Europeo nunha resolución aprobada en marzo do ano 2013, situacións de crise social como a que estamos vivindo dende o ano 2008 no sur de Europa favorecen o acoso, abuso e violencia machista en tódalas súas formas, sendo ademais as mulleres e as nenas/os as que sofren as consecuencias máis duras dos recortes en políticas públicas e sociais.

Así, e malia a que segundo a Organización Mundial da Saúde (OMS), a día de hoxe o 38% dos asasinatos de mulleres que se producen no mundo son cometidos por homes cos que formaban parella, no Estado español, segundo os últimos datos do Ministerio de Igualdade, son neste momento 5.553 homes os condenados por violencia machista, unha cifra sorprendentemente baixa se temos en conta que so entre xaneiro e setembro de 2014 houbo 95.311 denuncias, dato que ascende á alarmante cifra de  1.020.746 de denuncias se observamos o período 2007-2014.

Para Senra, a supresión de institucións orientadas á aplicación de políticas de igualdade "evidenciou que o Estado español en absoluto ten asumido a súa responsabilidade de goberno con respecto ao avance en materia de igualdade e xustiza social", senón máis ben todo o contrario, "as mulleres somos as máis afectadas polo dramático deterioro de servizos públicos como a sanidade e a educación, xa que somos maiormente nós as que seguimos a ocuparnos da base fundamental de calquera sociedade: os coidados".

Sen embargo, "malia a todos estes ataques e obstáculos", salientou a eurodeputada galega, cómpre que poñamos en valor as nosas loitas e que celebremos tamén as nosas vitorias, xa que "a loita feminista, historicamente, ten máis que demostrado que é unha ferramenta principal ca que ir conquerindo éxitos que transformen as sociedades dende o máis fondo".

Así, "se observamos algúns dos logros máis recentes da loita internacional das mulleres, temos que sentirnos tremendamente orgullosas e orgullosos das mulleres marroquís que conseguiron no pasado ano 2014 que por fin fora derrogada a vergoñenta 'lei de violación dentro do matrimonio'[2]". Unha decisión que o Goberno viuse obrigado a adoptar tras anos de loita das mulleres marroquís e do movemento feminista internacional mais, sobre todo, logo do escándalo do suicidio de Amina al-Filali, de 16 anos de idade, por ter sido forzada a casar co home que a violara. "Ou tamén a importancia da participación das mulleres tunecinas no proceso constituínte do seu país, onde acadaron un texto constitucional considerado como dos máis progresistas de todos os Estados Árabes[3]", proseguiu.

E, por suposto, temos que estar moi especialmente orgullosas as mulleres da Galiza e do Estado que, "aliás de integrarmos unha parte fundamental das persoas que militan en movementos sociais como, por exemplo, a loita contra os desafiuzamentos e pola sanidade e educación públicas", reivindicou Senra, "ca nosa unidade e co apoio da inmensa maioría da cidadanía conseguimos tamén bloquear a volta á prohibición do aborto á que pretendía obrigarnos o ministro Gallardón", lembrou, "e estamos dando tamén a batalla para que as mulleres menores de idade non vexan eliminado o dereito básico de calquera ser humano a seren donas dos seus corpos".

A eurodeputada de AGEe, Lídia Senra, estará presente o vindeiro domingo 8 de marzo, ás 12 do mediodía na Estación de trens de Santiago de Compostela, na Manifestación Unitaria convocada en Compostela pola Marcha Mundial das Mulleres (MMM) baixo o lema "Feminismo para avanzar. Xuntas nunha mesma loita".

Manifestación Nacional en Compostela

"Feminismo para avanzar. Xuntas nunha mesma loita".

[1] AGEe está integrada a nivel do Parlamento Europeo (PE) no Grupo da Esquerda Unitaria Europea-Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), o único grupo do PE con paridade de xénero.




[*] Lidia Senra, eurodiputada, da Alternativa Galega de Esquerda en Europa, no Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde (AGEe - GUE/NGL).
|
Tlf: 609 845 861
|
lidia.senra@europarl.europa.eu



Máis información en
:
Información baseada na enviada por:
AGEe Europa
ageeneuropa@gmail.com
6 de março de 2015 17:57

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A necesaria unidade popular: Ferrol entre o ideal e o necesario, ... Por Alexandre Carrodeguas

Por Alexandre Carrodeguas [*]
07.03.2015


As próximas eleccións municipais, como di Xosé Manuel Beiras, van a ser unhas eleccións decisivas, onde nos xogamos a descomposición recomposición do actual réxime político.

Por iso temos que facer en Ferrol todos os esforzos que estean na nosa man para acadar unha única lista de unidade que represente a ese pobo que xa non atura mais e tanto leva sufrido.

Seguro que esa candidatura non será unha candidatura ideal, seguro que estará lonxe do que moitos e moitas ansiamos. Seguro que moitos queremos que remate a corrupción, que en Ferrol se volvan a facer barcos de inmediato, que recuperemos a poboación perdida dunha vez, que a sanidade e o ensino de calidade sexan unha realidade e que vai sendo hora tamén que dunha ría limpa e saneada poidan vivir miles de mariscadores e mariscadoras. Estas serían metas en que os mais nos sentiríamos recoñecidos, ideais de moitos e moitas que seguro que ninguén negara neste tempo histórico que nos tocou padecer.

Pero entre o ideal e o posible ten que existir a imprescindible confluencia. Por iso aquí e agora non estamos en condicións de sabotar ou renunciar a unha única candidatura de unidade popular para Ferrol.

Seguro que todos e todas teremos que renunciar a algo para acadar o cambio que Ferrol tanto precisa. Pero para acadar eses mínimos non debemos poñer por diante nin patriotismos partidarios nin prexuízos ideolóxicos. Neste tempo do labirinto histórico que non acaba de morrer e tantas incertezas nos presenta cara o futuro próximo, ten que ser posible acadar a converxencia que nos una para poder construír entre todos a obra da que falaba Castelao.

Se en Pontevedra e noutras cidades teñen confluído e apoiado unha única candidatura popular, actores tan diversos como plataformas en defensa da ría, plataformas de afectados pola hipoteca, porqué en Ferrol non pode ser posible; sobre todo tendo en conta escenas coma as que se reflexan neste pasaxe de Patricia Hermida; "Na cidade coa taxa máis alta de paro, a fame tórnase visible como aqueles campanarios dos pobos mergullados por pantanos: sete homes piden esmola entre a praza de España e a praza de Armas, familias preparan os cartóns para durmir nos soportais do teatro Jofre, as colas medran ante a Cociña Económica como naquelas fotografías dos EUA na Gran Depresión".

Vimos dun proceso de confluencia que non ten acabado de callar. Pero agora temos que dar por amortizado o pasado e estar a altura das circunstancias e ser capaces entre todos de defender e esta nosa xente das que nos fala Patricia, e afrontar xa as urxencias que Ferrol tanto necesita.

Estes días andamos a recorrer os barrios de Ferrol explicando os veciños e veciñas a estafa que supón o cobro da nova taxa do saneamento. Contábame unha veciña que cobra unha pensión non contributiva, que ten que pagar pola nova taxa mais de cuarenta euros, e que non pode poñer a calefacción por non poder afrontar o pago do recibo da luz. Pensemos nela.

O que se sente é que a veciñanza xa non atura mais falsidades, mais corruptelas, mais precariedade, mais gobernos municipais que gobernan de costas a esa mesma veciñanza e que o único que quere é simplemente poder vivir decentemente. Ten que ser posible a necesaria unidade popular. Fagámola posible. Ferrol meréceo.

[*] Alexandre Carrodeguas, activista social de Ferrol Terra, promotor de plataformas cidadáns en defensa do patrimonio urbanístico e cultural; defensor dos espazos públicos e da rehabilitación dos cascos históricos; membro de Verdegaia, do Comité Cidadán de Emerxencia para a Ría de Ferrol e da Comisión Social de Seguimento da construción da infraestrutura de depuración e saneamento da marxe norte da ría de Ferrol. E un dos promotores da iniciativa cidadá pola xestión pública e social do ciclo da auga e do saneamento en Ferrol.

Enviado por:
Alexandre Carrodeguas
-republicadetraballadoras@gmail.com
5 de março de 2015 23:28
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O índice de produción industrial de Galiza decreceu un 4,9% con respecto ao mesmo período do ano anterior, mentres que a nivel estatal o descenso foi do 2,0%


O Instituto Galego de Estatística ven de publicar o informe sobre o índice de produción industrial correspondente a xaneiro 2015. O índice de produción industrial de Galiza decreceu un 4,9% con respecto ao mesmo período do ano anterior, mentres que a nivel estatal o descenso foi do 2,0%. E iso que din que "a economía esta despegando". Cando non manifestan que "a crise forma parte do pasado". Estes índices e as táboas comparativas veñen amosar unha situación de crise prolongada. 4,9% é un decrecemento industrial significativo. Polo interese do informe, desde Ártabra 21, pasamos a transcribir parte del, mais tamén achegamos os enlaces ao informe completo e a outros datos estatísticos comparativos publicados na web do citado IGE.


INFORME SOBRE O ÍNDICE DE PRODUCIÓN INDUSTRIAL.Xaneiro 2015

1. Índice xeral e por destino económico dos bens

O Índice de produción industrial (IPI) do mes de xaneiro de 2015 en Galicia acadou un decrecemento interanual do 4,9%, empeorando en 5,7 puntos a taxa rexistrada no mes precedente. En España rexistrouse un descenso do 2,
0%, empeorando en 5,2 puntos a taxa acadada no mes anterior.

Por destino económico dos bens, a influenza dos dis tintos sectores na variación interanual do índice xeral é a seguinte:
  • Os bens de consumo presentan unha caída do 6,6%, o que resta 1,7 puntos á taxa interanual do conxunto.
  • Os bens de equipo presentan unha caída do 8,5%, o que resta 1,9 puntos á taxa interanual.
  • Os bens intermedios caen un 3,0% cunha repercusión negativa de 0,8 puntos.
  • Por último, a enerxía, que retrocede un 1,8% restando 0,5 puntos á taxa interanual.
Comparando cos crecementos interanuais de decembro de 2014, por destino económico, os bens de consumo empeoran 15,7 puntos, os bens de equipo empeoran 5,6 puntos, os bens intermedios empeoran 2,9 puntos; pola contra, a enerxía mellora 0,2 puntos.

2. Índices por ramas de actividade.

Se utilizamos a clasificación nacional de actividades económicas (CNAE 09) a nivel de división para facer unha análise máis detallada do comportamento das distintas ramas de actividade obtemos os resultados que se mostran no cadro 2 do anexo (Páxina 5 do Informe). As ramas de actividade están ordenadas segundo a repercusión que teñen no crecemento interanual do índice xeral.

As ramas que presentan unha maior achega positiva á taxa interanual de xaneiro son: a “industria química” e o “refino de petróleo” que achegan 0,6 puntos cada unha, a “captación, depuración e distribución de auga“ e a “fabricación de produtos informáticos, electrónicos e ópticos” que achegan dúas décimas cada unha.

As ramas con repercusión máis negativa en xaneiro foron: a “fabricación doutro material de transporte” (naval) que resta 1,4 puntos, a “produción de enerxía eléctrica“ que resta 1,3 puntos, a “confección de roupa de vestir” que resta 1,0 puntos e a “metalurxia” que resta seis décimas á taxa interanual.

Enlaces.

Informe:
http://www.ige.eu/estatico/pdfs/s3/publicaciones/IPI_Informe_01_15.pdf

Datos estatísticos de interese:
http://www.ige.eu/web/mostrar_seccion.jsp?idioma=gl&codigo=0303

Notas metodolóxicas.

O IPI é un indicador conxuntural que mide a evolución mensual da actividade produtiva das ramas industriais, é dicir, das industrias extractivas, manufactureiras, fornecemento de enerxía eléctrica, gas, vapor e aire acondicionado e fornecemento de auga, actividades de saneamento, xestión de residuos e descontaminación, que son, respectivamente, as seccións B, C D e E da Clasificación Nacional de Actividades Económicas 2009 (CNAE 2009). Mide, por tanto, a evolución conxunta da cantidade e da calidade producidas, eliminando a influenza dos prezos. | Para a súa obtención realízase unha enquisa continua de periodicidade mensual que investiga todos os meses a máis de 11.500 establecementos en España e 1.600 en Galicia
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venres, marzo 06, 2015

A Marcha Mundial das Mulleres de Ferrolterra manifestan a súa desconformidade coa elección da homenaxeada este ano por parte do concello de Ferrol no Día Internacional das Mulleres

COMUNICADO DA MARCHA MUNDIAL DAS MULLERES CONTRA 8 DE MARZO DO CONCELLO DE FERROL

A Marcha Mundial das Mulleres queremos amosar a nosa desconformidade coa elección da homenaxeada este ano por parte do concello de Ferrol no Día Internacional das Mulleres.

Non poñemos en dúbida que Meca Arcos teña un papel importante para a comunidade católica, pero queremos lembrar que a Igrexa Católica ten unha postura moi clara sobre o papel da muller na sociedade, relegándonos ao ámbito privado da familia e perpetuando o rol submiso da muller.

Ademais, que a elixida polo concello para este día sexa só representativa para mulleres afíns a estas crenzas, parécenos excluínte e discriminatorio, xa que así non se está representando á gran maioría de nós.

Hai moitas outras mulleres que fixeron unha importante labor polos dereitos e visibilización da muller e esas si son representativas e merecedoras dunha homenaxe polo 8 de marzo, porque

O 8 DE MARZO PERTÉNCENOS A TODAS!

MULLERES EN MARCHA ATA QUE TODAS SEXAMOS LIBRES!!

FEMINISMO PARA AVANZAR. TODAS NA MESMA LOITA!!

--
"As mulleres decidimos"

Coordenadora Local de Ferrolterra da Marcha Mundial das Mulleres
mmmferrolterra@gmail.com
www.feminismo.info
https://www.facebook.com/marchamundialmulleres.galiza
twitter.com/MMMGaliza

Enviado por:
Marcha Mundial Ferrolterra
-mmmferrolterra@gmail.com-
6 de março de 2015 09:03

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Interesante Asemblea Aberta en Cangas do Morrazo


Hoxe a última hora da tarde estaba convocada unha interesante Asemblea Aberta en Cangas do Morrazo. Media centena de persoas mozas de Cangas convocaron-na nun lugar tan emblemático como é a fábrica de Massó co motivo de achegar a todo o pobo cangués a nova de que se ía realizar unha asemblea aberta e de participación individual.

A Asemblea estivo a tope, os resultados positivos e máis cedo que tarde veremos os resultados da convocatoria unitaria, para a constitución dunha candidatura de unidade popular, co ánimo de continuidade como movemento político de unidade popular.


Na convocatoria manifestaban que eran "de esquerda e camiñamos cara a unidade. Temos como obxectivos claros o derrocamento do PP, provocar un cambio real nas políticas municipais e, por suposto, promover un funcionamento asembleario e participativo onde toda a veciñanza sen exclusións teña un acceso permanente na toma de decisións que lle afectan no seu día a día".

Continúan dicindo que "por este motivo convocamos a toda a veciñanza de tódalas parroquias a participar na Asemblea pola Unidade". A cita era este venres 6 de marzo de 2015, na Casa da Cultura de Cangas.

Propuñan unha orde do día aberta á modificación:
  1. Presentación das bases e motivos desta convocatoria.
  2. Posibilidade de concorrer nas elección municipais.
  3. Presentación das distintas opcións xurídicas para concorrer ós comicios municipais. Punto informativo que non se resolverá de forma definitiva ata a seguinte asemblea.
  4. Abordar un código ético de cumprimento obrigatorio e ineludible para os membros da Asemblea pola Unidade e das posibles persoas que a representen.
Máis Información:

Sitio web:
https://asembleapolaunidade.wordpress.com/

Conta nofacebook:
https://gl-es.facebook.com/people/Asemblea-Pola-Unidade/100009078927705

Conta no twitter:
https://twitter.com/Asemblea2015

#asembleapolaunidade

Evento:
https://www.facebook.com/events/1567192990216852
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AGEe denuncia a vulneración do dereito á información e o ataque ás linguas minorizadas que supón a "Taxa Google"


AGEe denuncia a vulneración do dereito á información e o ataque ás linguas minorizadas que supón a "Taxa Google". | AGEe vén de rexistrar unha pregunta á Comisión Europea argumentando vulneración de acordos comunitarios como a CELM [1] ou a Carta de DDDFF [2]. | Denuncia que agregadores de noticias sen ánimo de lucro, como Chuza.org, corren o risco de desaparecer por intereses privados.


Alternativa Galega de Esquerda en Europa (AGEe) vén de rexistrar unha pregunta parlamentaria dirixa á Comisión Europea (CE) co obxectivo de denunciar a vulneración do dereito á información e o ataque ás linguas minorizadas que suporía a imposición do Canon AEDE no Estado español, máis coñecido como "Taxa Google".

Dita pregunta foi elaborada logo de que representantes da Asociación Cultural Chuza! se puxeran en contacto con varias deputadas e deputados da Eurocámara a través dunha carta trasladándolles a súa preocupación, contacto que propiciou a oportunidade de que a eurodeputada de AGEe, Lídia Senra, puidese manter a mediados do mes pasado unha xuntanza con representantes da asociación a fin de afondar nesta problemática.

Así, a través da pregunta parlamentaria que vén de rexistrar AGEe, Senra puxo en coñecemento da CE que a reforma da Lei de Propiedade Intelectual estatal a través da cal sería aplicada esta taxa "provocaría que servizos de agregadores de noticias sen ánimo de lucro, como Chuza.org na Galiza, corran o risco de desaparecer sometidos á taxación arbitraria dun organismo privado".

Dende AGEe valoramos que a eliminación de servizos como o proporcionado por Chuza.org non só deterioraría a calidade informativa no Estado, senón que tamén suporía "un agravio comparativo con respecto a outros países europeos", situación que, como especifica Senra, "contradiría as premisas recollidas no Artigo 11 da Carta de Dereitos Fundamentais da UE e o 10 do Convenio Europeo para a Protección dos DDHH e das Liberdades Fundamentais, que especifican o dereito a 'recibir ou comunicar informacións ou ideas sen que poda haber inxerencia de autoridades públicas e sen consideración de fronteiras' ".

Aliás, prosigue a eurodeputada galega, "no caso por exemplo dos agregadores en galego, o Estado non está a cumprir ca Carta Europea de Linguas Minoritarias (CELM)", xa que a imposición deste canon sobre servizos informativos en linguas minorizadas implica que "está a obviar completamente a responsabilidade de velar para que non se impoña ningunha restrición á liberdade de expresión e circulación da información nestas linguas".

Por último, Senra interpela directamente á Comisión solicitando saber se dito organismo comunitario considera "legal" que un Estado "restrinxa á cidadanía o dereito á información  priorizando os intereses privados", e en qué medida esta taxa constitúe "un elemento de entorpecemento para os obxectivos de promoción, salvagarda e/ou o estímulo recollidos na Carta Europea de Linguas Minoritarias".

Bruxelas, 5 de Marzo de 2015.
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[1] Carta Europea de Linguas Minoritarias.

[2] Carta de Dereitos Fundamentais da Unión Europea.

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[*] Lidia Senra, eurodiputada, da Alternativa Galega de Esquerda en Europa, no Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde (AGEe - GUE/NGL). | Tlf: 609 845 861 | lidia.senra@europarl.europa.eu

Máis información en:
Información baseada na enviada por:
AGEe Europa
ageeneuropa@gmail.com
5 de março de 2015 18:23
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xoves, marzo 05, 2015

Porque todos os dias som 8 de março, Desobediência feminista! - Nós-UP difunde o seu manifesto do Dia da Mulher Trabalhadora


Porque todos os dias som 8 de março,

Desobediência feminista!


Um ano mais, aproxima-se a efeméride do 8 de março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, umha data cheia de luitas e reivindicaçons feministas no passado, e que nom podemos permitir que deixem de ser as do presente.

Levamos anos a assistir à institucionalizaçom desta data, umha assimilaçom do sistema capitalista e patriarcal e que a #marcaespaÑa decidiu converter em festividade para celebrar, nom sabemos mui bem o que…

Talvez devamos celebrar que as mulheres perdamos a vida ao optarmos polo aborto clandestino em condiçons indignas e de insalubrilidade, obrigadas por políticas retrógradas e integristas?

Devemos celebrar que ano após ano continuam a ser escandalosas as cifras de mulheres assasinadas, maltratadas ou violadas?

Deveríamos celebrar que a educaçom binomial (homem-mulher) continue a separar-nos por gêneros  nos estudos, no mundo laboral, no desporto, nos hobbies, segundo o “isso é para homens” ou “isto é cousa de mulheres”?

Podemos celebrar que os meios de comunicaçom continuem com a publicidade orientada a reforçar os estereótipos e condutas machistas? Umha publicidade orientada a nos enrolar o cérebro e submetê-lo ao consumo, à nossa cousificaçom e mercantilizaçom?

Devemos celebrar que a maior taxa de pobreza, os trabalhos menos ou nom remunerados, os maiores índices de despedimentos estejam sempre feminizados?

Celebraremos entom a diminuçom cada vez mais evidente dos tamanhos na roupa, ou a premisa de que todas devemos levar um 36, induzindo assim a prácticas pouco saudáveis, pondo em risco a saúde física e mental com doenças como a anorexia ou a bulimia?

Acaso celebraremos os roles que as indústrias do brinquedo continuam a perpetuar com as nenas que lavam, passam o ferro, cuidam, som maes, etc?

Deveríamos celebrar que em anúncios, filmes, seriais ou livros continuem a maltratar de innumeraveis formas as mulheres, supeditando-as a um homem e que isso seja o atrativo, o correto e o moderno?

Será que devemos celebrar que as mulheres ainda nom podemos aceder nem gratuita nem livremente à pílula do dia depois sem a supervisom de um médico que decida por nós?

Celebramos a desigualdade salarial entre homens e mulheres?

Celebraremos que este sistema nos utiliza como mao de obra barata, como mao de obra de reserva, como cuidadoras da mao de obra, em definitivo, como reprodutoras?

Podemos celebrar que as mulheres ainda, depois de décadas de luita, tenhamos que continuar a sair às ruas para protestar, berrar, solicitar direitos que som nossos?

Este 8 de março devemos lembrar e manter vivas todas as mulheres caídas nas luitas que começárom este nosso caminho, que luitárom pola igualdade, pola dignidade de sermos mulheres, pola justiça social. Devemos comemorar e celebrar as grandes mulheres que figérom parte dos mais importantes processos sociais da nossa história.

Podemos e devemos celebrar todas essas galegas que ao longo da nossa história, embora tenham andado descalças, estivessem sozinhas ou nom soubesse  ler e escrever, tinham umha força de superaçom que abraçava este nosso país, as mulheres que fôrom silenciadas por dizerem verdades, por nom se conformarem, por pular por cima das normas.

Celebremos todas essas mulheres que hoje em dia continuam a luitar pola igualdade, polo orgulho de ser mulheres, galegas e trabalhadoras.

Avante a luita feminista!

Galiza, 8 de março de 2015

NÓS-Unidade Popular
Correio-e: nacional@nosgaliza.org | nosup.imprensa@gmail.com

Sede Nacional: Rua Costa do Vedor 47, rés-do-chao. Compostela. Galiza
web: www.nosgaliza.org | twitter: @nosgaliza

Enviado por:
NÓS-Unidade Popular NÓS-UP
-nosup.imprensa@gmail.com-
5 de março de 2015 18:50
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Podemos Narón prepara as Eleccións Municipais de Maio de 2015, cunha posíbel Candidatura Cidadá de Unidade Popular - Asemblea do Círculo o 7 de marzo na Solaina


Comunicado de prensa: Eleccións Municipais


Con motivo das eleccións municipais de maio, Podemos Narón convoca á Asemblea do Círculo para o día 7 de marzo de 2015, no local Social da Solaina, Sta. Icía, ás 17:00 h en primeira convocatoria e ás 17:15 h en segunda convocatoria.

Polo menos dúas candidaturas presentaranse este sábado á Asemblea e alí responderán ás dúbidas e preguntas que se lles susciten. Ademais, e a iniciativa do Consello Cidadán estase levando a cabo unha campaña de difusión e información polas parroquias para activar unha posible Candidatura Cidadá de Unidade Popular, para que ninguén quede á marxe, porque o 2015 é o ano do Cambio!

Para concorrer ás eleccións, calquera pode formar parte dunha agrupación de electores, unha candidatura cidadá, ou calquera outra fórmula, pero só unha estará avalada por Podemos. E esa será decisión da cidadanía. Esa candidatura levará impreso o ADN do partido baixo o seu código ético.

Será un acto aberto a toda a cidadanía, onde as naronesas e os naroneses decidirán si Podemos apoia a algunha candidatura cidadá para concorrer ás eleccións locais. Entre todas e todos debateremos sobre as propostas que se presenten e que poidan dar un xiro á vella política.

podemosnaron@gmail.com

http://www.facebook.com/podemosnaron

http://www.facebook.com/groups/podemos.naron/

https://twitter.com/PodemosNaron


Whatsapp e Telegram 687 464 463

Enviado por:
Podemos Narón
podemos.naron@gmail.com
5 de março de 2015 19:29

Ola!, de novo por aquí, achego unha nota de prensa para informar da Asemblea que se celebrará este sábado con motivo das eleccións municipais. Moitas grazas. Un saúdo, Isabel Allegue.Responsable Áreas Executivas de Prensa e Redes. (Whatsapp e Telegram 687464463).

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martes, marzo 03, 2015

Por un plan de choque contra o paro, por unha renda básica, as Marchas da Dignidade Ferrolterra, convocan unha mobilización este xoves 5 de Marzo, ás 11:30hs, diante do edificio da Xunta - A Marcha das Tarxetas - Participa !!


Levemos a tarxeta do paro ao concello!! | Temos que facer-nos ver!!

A parte de buscar traballo, atender ás nosas familias, temos que facer un esforzo e dedicar un tempo a cambiar entre todas e todos esta situación. Unha situación onde a corrupción, o abuso dos bancos e a impunidade, vainos empobrecendo á maioría.

Van xa 6 anos desta estafa chamada crise e ningún goberno fixo nada por intentar contratar á xente que estamos no paro. Temos máis poder do que pensamos, se saímos á rúa as 9.000 persoas que estamos no paro no concello de Ferrol, ou as máis de 16.000 entre as tres comarcas Ferrolterra Eume e Ortegal, non lles vai quedar mais remedio que atender ás nosas demandas ou dimitir.

Por todo isto quedamos o xoves dia 5 de Marzo ás 11:30 da mañá  diante do edificio da Xunta en Ferrol (Praza Amada Garcia) e marcharemos até o edificio do Concello (Praza de Armas) coas nosas tarxetas do paro ben alta.
... para facernos ver !!
... que non somos números!!
... somos persoas!! ... participa!!
O noso obxectivo inmediato é ...
presentar no rexistro da Xunta e nos dos Concellos as seguintes demandas para ser cumpridas polas administracións competentes:
1.- Plan de choque urxente contra o paro contratándonos directamente das listas a 500 persoas.

2.- Renda básica para todas as persoas que estamos no paro e quedamos sen ningún tipo de prestación.
fagámonos ver!!  |  acode!!  |  todas e todos facemos falta!!

Evento no facebook:
https://www.facebook.com/events/1552724258347801

Declaración Universal dos Dereitos Humanos
:
Artigo 22.

Toda persoa, como membro da sociedade, ten dereito á seguridade social, e a obter, por medio do esforzo nacional e da cooperación internacional, habida conta da organización e os recursos de cada Estado, a satisfacción dos dereitos económicos, sociais e culturais, indispensables á súa dignidade e ó libre desenvolvemento da súa personalidade.

Artigo 23.

1. Toda persoa ten dereito ó traballo, á libre elección do seu traballo, a condicións equitativas e satisfactorias do mesmo e á protección contra o desemprego.

2. Toda persoa ten dereito, sen discriminación ningunha, a igual xornal por traballo igual.

3. Toda persoa que traballa ten dereito a unha remuneración equitativa e satisfactoria, que lle asegure, así como á súa familia, existencia conforme á dignidade humana e que será completada, en caso necesario, por calquera outros medios de protección social.

4. Toda persoa ten dereito uníndose con outras, a fundar sindicatos e a sindicarse para a defensa dos seus intereses.

Artigo 24.

Toda persoa ten dereito ó descanso, a gozar do tempo libre, a unha limitación razoable do tempo de traballo e a vacacións periódicas pagadas.

Artigo 25.

1. Toda persoa ten dereito a un nivel de vida axeitado que lle asegure, así como á súa familia, a saúde e o benestar, e en especial a manutención, o vestido, a vivenda, a asistencia médica e os servicios sociais necesarios; ten así mesmo dereito ós seguros no caso de desemprego, enfermidade, invalidez, viuvez, vellez ou outros casos de perda dos seus medios de subsistencia por circunstancias independentes da súa vontade.
[1]


ROMPAMOS O SILENCIO,
FAGAMOS-NOS VISÍBEIS.
Á RÚA QUE XA É HORA.
PAN, TRABALLO E TEITO.
RECLAMEMOS O NOSO DEREITO,
A UN TRABALLO DIGNO E DECENTE.

"O DEREITO A UNHA VIDA DIGNA É UN DEREITO HUMANO QUE NON DEBE ESTAR CONDICIONADO AO CUMPRIMENTO DE REQUISITOS PREVIOS, INHERENTE ÁS PERSOAS E INALIENÁBEL DA SÚA EXISTENCIA. A RENDA BÁSICA PERMITE ÁS PERSOAS TOMAR AS SÚAS PROPIAS DECISIÓNS SEN ESTAR SOMETIDAS Á NECESIDADE DE VENDER A SÚA FORZA DE TRABALLO EN CONDICIÓNS INACEPTÁBEIS" [2].

MARCHAS DA DIGNIDADE FERROLTERRA


O 21 de Marzo volvemos a Madrid

Publica, twitea, curte, gosta de:

O 25F #EuVou ás manifas de apoio a @GalizaMarcha22M.

#PanTraballoTeito.

#VolvemosaMadrid.

Enlace onde se pode acceder á Folla Informativa da campaña, para ler e difundir, pola rede ou imprimir: Acceder/Baixar.

Enlaces de interese.-
Ferrolterra:
http://marchas-da-dignidade-ferrolterra.blogspot.com.es/
Galego:
http://marchasdadignidade.blogspot.com/
Estatal:
http://marchasdeladignidad.org/
Redes da Columna Galega:
https://twitter.com/galizaMarcha22M
https://www.facebook.com/MarchasDignidade
https://www.facebook.com/groups/265451853621237/
https://www.youtube.com/channel/UCaOvAhPYKR43taxbOKCCreg


PAN, TRABALLO E TEITO !!
Á RÚA QUE XA É HORA !!

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Notas.-
[1] Transcrición dos artigos 22, 23, 24 e 25 do Texto da Declaración Universal dos DDHH, publicada polo Seminario Galego de Educación para a Paz.
[2] Fragmento do Manifesto do 1º de Maio de 2014, do Espazo EcoSocialista Galego.
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luns, marzo 02, 2015

A Marea Ártabra pide a paralizacíón do proceso de concesión da xestión do Servizo Público de Recollida e Transporte de Lixo e da Limpeza Viaria - A Marea Ártabra di que vai defender o rescate para o público da limpeza urbana e recolllida de residuos: a remunicipalización do servizo público


A Marea Ártabra denuncia o interese espurio do goberno municipal ao convocar licitación pública, a tres meses das eleccións, para a contratación da concesión da xestión do servizo de recollida de lixo e limpeza viaria. | As concelleiras e concelleiros da Marea Ártabra conformarán un goberno municipal que devolva á xestión pública estes servizos, e os rescate da cobiza sen limite das multinacionais.

A asemblea de Marea Ártabra acordou na súa reunión do 25 de Febreiro demandar do Concello de Ferrol a paralización do proceso de concesión do Servizo de Recollida de Lixo e limpeza viaria ata que entre a nova Corporación.

O Alcalde de Ferrol non pode hipotecar o futuro da nosa cidade a pouco máis de 3 meses dunhas eleccións municipais, sobre todo cando hai alternativas políticas que apostan decididamente pola remunicipalización dos servizos públicos, que poden supor unha rebaixa no prezo que pagan os veciños e veciñas de Ferrol nunha porcentaxe significativa.

No caso de continuar co proceso de concesión deste servizo de recollida de lixo o Alcalde de Ferrol terá que explicarlle á cidadanía da nosa cidade que motivos o moven a acelerar un proceso que tranquilamente pode esperar tres meses pola nova corporación.

A remunicipalización non só leva asociado unha rebaixa no custe do servizo, senón que desde Marea Ártabra sabemos que co compromiso cidadá, os custes desta xestión converteríanse en ingresos para as arcas municipais que nos beneficiarían a todas e todos.

Outro factor importante da remunicipalización é a creación de emprego. A remunicipalización non só respectaría os dereitos laborais adquiridos das empregadas e empregados da empresa concesionaria, senón que crearía emprego, un obxectivo prioritario do goberno da Marea Ártabra.

O goberno de Rey Varela quere garantir a continuidade da privatización da xestión do citado servizo público e entregarllo a unha multinacional que provoca a fuxida do diñeiro cara a fóra da nosa contorna e nos empobrece, pois na súa maior parte, este no volve ao circuíto económico local.

Sospeitamos que esa é a verdadeira razón pola que o goberno do PP ten tanta presa en renovar a concesión do servizo, pois sabe que a Marea Ártabra pode paralizar os seus planos de continuar coa privatización dos servizos municipais. Pretenden deixar todo atado e ben atado para cando a cidadanía cos seus votos, os bote do concello.

En caso de aplicar tan precipitadamente este contrato de concesión do servizo, os concelleiros/as de Marea Ártabra na próxima lexislatura tomaran as medidas necesarias tendentes a impugnar dita concesión. Non imos permitir que se hipoteque o futuro da nosa cidade polos próximos 10 anos.

En Ferrol, a  28 de febreiro de 2015

Enlaces relacionados:
  • O Concello de Ferrol aborda a nova concesión do servizo de limpeza viaria e recollida do lixo. | A empresa que resulte adxudicataria terá que acometer investimentos no servizo por valor de 4,6 millóns de euros. |  Venres, 26 de decembro de 2014 | Ir á Web.
  • CONTRATACIÓN, EN REXIME DE CONCESIÓN ADMINISTRATIVA, DA XESTIÓN DOS SERVIZOS PÚBLICOS DE RECOLLIDA E TRANSPORTE DE RESIDUOS SOLIDOS URBANOS E SELECTIVOS, E LIMPEZA VIARIA DA CIDADE DE FERROL | Nº expediente AV 03109 14/59 | Ir á web.

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Que é a Marea? Marea Ártabra quere alentar un proceso asembleario que rescate a esperanza e poña fin a esa indefensión na que se encontra a maioría social promovendo candidaturas de unidade para as vindeiras eleccións municipais, un proceso para un novo suxeito político do que saia un programa e unha candidatura do pobo e para o pobo. Facebook e Twitter.

Como asinar o manifesto e unirse á 'Marea Ártabra'

Pode-se asinar o manifesto de apoio cubrindo un formulario no seu sitio na rede: Acceder.

Para contactar
Presentou-se o manifesto que se pode ler nun blogue que abriron no seguinte enderezo: http://mareaartabra.blogspot.com.es/  ou mareaartabra.org. Tamén hai un enderezo de correo electrónico: mareaartabra[arroba]gmail.com.

A Marea Ártabra nas redes sociais:
Enlaces relacionados:

A 'Marea Ártabra' en Ártabra 21 | Acceder.
A 'Marea Ártabra' desde o buscador libre DuckDuckGo. | Ir a Web.

Foto de Fermín Goiriz Díaz - detalle manifestación 24 de febreiro de 2013.

Información baseada na enviada por:
marea artabra
mareaartabra@gmail.com
28 de fevereiro de 2015 11:53
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sábado, febreiro 28, 2015

O desenvolvemento non é necesariamente crecemento


A incapacidade para pensar o futuro fóra do paradigma do crecemento económico permanente é, sen dúbida, a falta principal do discurso oficial sobre o desenvolvemento duradeiro. Malia os seus estragos sociais e ecolóxicos, o crecemento, do cal ningún responsábel político ou económico quere disociar o desenvolvemento, funciona como unha droga dura. Cando é forte, mantense a ilusión de que pode resolver os problemas -que en gran parte xerou- e que canto máis forte sexa a dose, mellor estará o corpo social. Cando é débil, faise sentir a súa falta, e resulta moito máis dolorosa polo feito de non haberse previsto ningunha desintoxicación.

Así, detrás da "anemia" actual do crecemento, escóndese unha "anomia" crecente nas sociedades minadas polo capitalismo liberal, que se mostra incapaz de dar un sentido á vida en sociedade que non sexa o consumismo, o malgasto, o acaparamento dos recursos naturais e dos ingresos provenientes da actividade económica e, a final de contas, o aumento das desigualdades. O primeiro capítulo do Capital (1863), de Karl Marx, é premonitorio cando critica á mercancía: o crecemento transfórmase no novo opio dos pobos, cuxos puntos de referencia culturais e solidariedades colectivas son crebados para que se afundan no abismo sen fondo da mercantilización.

O dogma dominante foi ben traducido por Jacques Attali que, como bo profeta, cre detectar a comezos do ano 2004 "unha axenda de crecemento fabuloso" que só "contingencias non económicas, por exemplo, un resurximento do SARS (Síndrome Agudo Respiratorio Severo, producido por un novo virus [1]), " poderían de facer fracasar. Para todos os ideólogos do crecemento afectados de cegueira, a ecoloxía, é dicir, tómaa en consideración das relacións do ser humano coa natureza, non existe: a actividade económica desenvólvese in abstracto, fóra da biosfera.

É facer pouco caso do carácter entrópico das actividades económicas. Aínda que a Terra sexa un sistema aberto que recibe a enerxía solar, forma un conxunto dentro do cal a humanidade non pode superar os límites dos seus recursos e do seu espazo. Agora ben, a "presión ecolóxica", é dicir, a superficie necesaria para todas as actividades humanas sen destruír os equilibrios ecolóxicos, alcanza xa ao 120% do planeta. Así, serían necesarios catro ou cinco planetas si toda a poboación mundial consumise e vertera tantos residuos como os habitantes de Estados Unidos.

27 de Febreiro, de 2015

Publicado no portal do decrecemento:
http://www.decrecimiento.info/


Para ampliar o coñecemento das alternativas ao capitalismo: 'Por unha sociedade aforradora e solidaria - Unha concepción cualitativa do desenvolvemento'. | 28 de agosto de 2004 por Jean-Marie Harribey. | Ir á web.

Jean-Marie Harribey é profesor auxiliar na Universidade de Bordeaux IV, membro do Consello Científico de Attac, coordinador do libro "Lle développement a-t-il un avenir? Pour une société solidaire et économe", Mille et une Nuits, París, 2004.

Fotos:
1.- presa que conteñen os lodos en San Cibrao, residuos da fábrica de Alunia-Aluminio, da multinacional Alcoa.
2.- A Armada Española de paseo (Travesía marítima de buques de guerra).
3.- A cidade da Cultura (Mausoleo de Manuel Fraga), Santiago de Compostela.
4.-  Obras do Ave a seu paso por Galiza.
5.-  Punta Langosteira (Arteixo), Porto Exterior d'A Coruña.

[1Ciencia e Socioloxía do SARS | Ir á Web.
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